sábado, 12 de dezembro de 2020

Vi o rosto dele

 Na procura de fotografias para fazer uma surpresa de natal, encontrei a foto dele.

Lembram-se, num post anterior, ter dito que andei a procura porque olha-lo podia desencadear em mim o ridículo da situação e travar o afecto?

Pois então: voltei a olhar. O que aconteceu?

Nao gostei do que vi.

Quando percebi que nutria por ele uma emoção especial, havia escrito também a postura dele: calado, isolado e a querer isolar-me também. Mencionei que nao gostava de o ver na foto que lhe tirei, pois tem olhos frios, de sociopata.

Nesta foto que tirei em grupo, ele surge com o mesmo olhar. Encontra-se a olhar de esguelha na minha direcção, tão consciente da minha presença como eu estava inconsciente da sua. 

Gosto muito de um pequeno video de tres segundos em que o fiz sentir-se encabulado e por isso riu-se a esconder o rosto. Adoro. Amo.

Mas o tipo nas fotos... incomoda-me.

Parece-me um predador. Lentamente a tecer uma teia. Terá sido esse o caso?

O tempo dado para a presa cair na rede expirou e o aranhiço abandonou o local e foi montar teia noutro lado.

Seria impossivel para mim saber como ia reagir se voltasse a o ter a frente dos olhos. Ou ouvir a sua voz sempre inalterada que mexe um pouco comigo. Mas se fizer foto-terapia, sou ate capaz de eliminar de uma vez por todas qualquer vestigios desta silly doenca cerebral que é a paixonite. 

Estive a ver um filme intitulado "The night clerk" (o recepcionista noturno). Neste um rapaz autista com o sindroma de Aspergen explica a atraccao que sente por uma mulher desta forma:


Concordei com tudo. Excepto a parte final. Irei sempre discordar da parte final. Estive perto disso e nao foi por sentir amor. Foi pela ausencia de quem amei. Morre-se sempre pela falta. Nao pela capacidade de o sentir. Não concordam?











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