Um rapaz disse-me que o cavalheirismo, representado no seu exemplo pela porta aberta a ceder passagem à mulher, já não existe. Acrescentou que concordava com o fim desse e outros gestos e não via neles qualquer sentido. Segundo ele, o cavalheirismo nunca existiu.
Quando a mulher quis trabalhar fora das áreas que os homens estipularam ser exclusivas deles (queriam perpéctuar o estado serviçal da mulher, e não iam abdicar sem luta, de continuar a fazer o trabalho mais leve, de andar nos charutos, copos e na galhofa, enquanto a esposa permanecia segura e ao seu dispor em casa, rodeada de lidas domésticas e filhos doentes). Os homens logo acolheram a vontade da mulher de trabalhar fora do lar como um atentado ao modo de vida e chamaram isso de feminismo. Covardes, esconderam-se por detrás do argumento da «família».
Foram eles que adejectivaram deste modo o desejo feminino de seguir uma vocação. Feminismo, passou a ser um palavrão. E o triste é que, passados tantos anos, continua a ser. É o argumento primitivo e limitado do homem, para responsabilizar a mulher por qualquer desaire. As mulheres, que nunca se sentiram «feministas» com a cotação que a palavra passou a carregar, continuam a escutar estes despropósitos. Qualquer coisa e a culpa é das «feministas». E pronto! Lá estão os homens a deturpar factos e a maltratar a mulher, como sempre.
O que fazer? Não tive vontade de lhe ensinar... tão novo, tão experiente, com 3 casamentos e divórcios nas costas, e tão longe de saber alguma coisa...
Claro que já não precisamos do ritual. Os cavalheiros também já não usam chapéu para cumprimentar as damas tocando-lhe na aba e fazendo uma pequena vénia. Tudo isso terminou. De facto, não é necessário. O ritmo de vida é outro. Mas o que não muda, é a necessidade de sentir respeito. E isto é que está em falta hoje em dia. No cavalheirismo, para quem não sabe, não foram os gestos que cairam em desuso. Foi o respeito que eles representavam. O respeito pelo sexo oposto, pela mulher, que era respeitada pela sua condição de mãe. É o sagrado feminino. O respeito pela criação, pela vida. Os valores.
Hoje muita coisa mudou. E como sempre, o homem, este ser mais primitivo que se recusa a evoluir muito além do básico, é o responsável. As mulheres quiseram igualdade de oportunidades. Devidas e merecidas! Sempre trabalharam como animais e aguentaram nas costas o peso de criar e educar uma família e governar uma casa e toda a lida. A mulheres realmente pobres, essas então sempre foram emancipadas: faziam tudo isto e ainda iam trabalhar para os campos, ou para os riachos a lavar roupa para fora. A mulher é um ser admirável.
Quando a mulher quis trabalhar fora das áreas que os homens estipularam ser exclusivas deles (queriam perpéctuar o estado serviçal da mulher, e não iam abdicar sem luta, de continuar a fazer o trabalho mais leve, de andar nos charutos, copos e na galhofa, enquanto a esposa permanecia segura e ao seu dispor em casa, rodeada de lidas domésticas e filhos doentes). Os homens logo acolheram a vontade da mulher de trabalhar fora do lar como um atentado ao modo de vida e chamaram isso de feminismo. Covardes, esconderam-se por detrás do argumento da «família».
Foram eles que adejectivaram deste modo o desejo feminino de seguir uma vocação. Feminismo, passou a ser um palavrão. E o triste é que, passados tantos anos, continua a ser. É o argumento primitivo e limitado do homem, para responsabilizar a mulher por qualquer desaire. As mulheres, que nunca se sentiram «feministas» com a cotação que a palavra passou a carregar, continuam a escutar estes despropósitos. Qualquer coisa e a culpa é das «feministas». E pronto! Lá estão os homens a deturpar factos e a maltratar a mulher, como sempre.
Pois as coisas mudaram e nós, mulheres, não deixamos de desejar menos a maternidade. Continuamos a querer um lar, uma família e, claro, a liberdade de seguir o caminho que todo o ser humano sente ser o seu.
Tenho observado o comportamento humano e não agoiro grandes melhoras para a raça. O homem então, parece condenado a uma existência onde pouco evolui. Deixem-me explicar porquê:
No local de trabalho, qualquer brincadeira/conversa informal, é sobre sexo. Tudo vai dar a esse tema. Na hora do almoço, passa-se uma hora a rir e a conduzir qualquer assunto para o sexo. Todos os dia, entra e sai dia, a mesma conversa... e o pior, é que não percebem o quanto estão limitados e o quanto isso os envenena.
Deixaram de ser "cavalheiros" para com as mulheres, para serem uns "cabrões". E digo isto porque oiço os comentários que fazem à passagem de cada mulher. Não há uma que lhes escape. Dizem que as mulheres falam muito das outras mas, deixem-me dizer que acho que os homens é que não se calam com as mulheres. E se nós alguma vez criticamos a aparência de outras como se mistificou, os homens tiram logo um raio-x. Eles analizam e classificam de imediato, como se de uma mercadoria se tratasse. E simpatia? Nenhuma. A todas apontam defeitos físicos e lhes atribuem logo adjectivos pouco agradáveis.
Esta mediocridade diária tira-me alento. Vejo-os a assumir um comportamento cada vez menos adequado para o sucesso da relação entre os géneros. Todos os homens, não importa a idade, olham e não tiram o olhar de cima das raparigas jovens. Parecem uns pedófilos. É para isto que a sociedade está a evoluir. Não só a mulher continua a ser desrespeitada, como ainda tem um período cada vez mais reduzido de tempo em que é cobiçada e menos desrespeitada pela maioria.
E nos empregos? Os homens gritam com as mulheres. Os homens, não as mulheres, fazem corpo mole e têm atitudes para sabotar o trabalho das colegas. Verifiquei que isso se sucede assim porque, entre eles, tendem a se sabotarem menos. Porém, também dão com cada facada nas costas... só que o gene de fraco continua lá. É mais fácil denegrir e prejudicar uma mulher. É mais fácil ser verbalmente agressivo com uma mulher, é mais fácil maltratar e agredir uma mulher. E a coisa continua...
Nós, mulheres, somos mesmos supermulheres! Eles não merecem que sejamos tão maternais. É isso que nos leva a desejar homens, a ter esperança neles, a querer cuidar deles. Tantas oportunidades lhes são dadas, para eles desperdiçarem... e depois, quando percebem, já é tarde. Quando percebem! Pelo caminhar das coisas, vão assumir este comportamento agressivo e predador sem nunca assumir os maus comportamentos.
O cavalheirismo é a arte de fazer a corte. São preliminares. É respeito, é jogo de sedução, é bom para o coração, faz bem ao homem e à mulher. O homem só tem a ganhar! Não entendo, não entendo. É pura burrice! Agora que o «segredo» está cá fora, tomem juizo. Pensem nas vossas mães. Nas vossas filhas. Voltem lá aos carrilhos. O cavalheirismo, senhores, só lhes pode trazer mil benções! E se alguém não o perceber de imediato, outro alguém irá saber reconhecer noutra tentativa. Agora, se o são, não deixem de ser, ainda mais para se transfomarem no que já existe por aí em demasia: animais! Afinal, foram educados por mulheres. Ao feminino reserva-se sempre respeito. Ao ser humano, reserva-se sempre respeito. É tão simples que até dói...
SÃO TODOS OS HOMENS ASSIM? - Dá que pensar.
Bem, espero bem que não. Assim como também há mulheres que não são todas iguais. Mas uma coisa também verifiquei. As mulheres quando se juntam todas numa conversa, trazem para a mesa todo o género de assuntos. Falamos de comida, falamos de lugares, de viagens, de filhos, de homens, de trabalho, de tudo... os filmes mentem. Na ficção, as mulheres só falam de homens. Não é verdade. Os homens sim, é que falam pouco de negócios e bastante de mulheres! e de forma cada vez mais vulgar e abjectiva.
Os homens que encontro no ambiente de trabalho, têm a sua imagem do que uma mulher tem de possuir para os interessar. Fisicamente, claro, tem de estar tudo perfeito. Mas se eles têm as medidas! Eles dão detalhes daquilo que uma mulher tem de ter. Não admira que hoje haja tanta preocupação com a imagem e tantos problemas de auto-estima. A mulher, ao se deixar levar pela conversa do homem, está a tentar ser o objecto ideal. E isso não dá certo.
Falam mal dos tempos de antigamente. Mas muita coisa neles era duplamente melhor que nos dias que correm. A começar, esta obecessão superficial pela imagem não estava tão vincada. Uma mulher, era uma mulher! Fosse como fosse, se esta mostrasse interesse por um rapaz, tinha alguma reciprocidade. Não era bombardeada de ideias pré-incutidas de que não "é boa" o suficiente.
De todos os géneros de homens, escutei poucos a dizer que gostam de mulheres. Gostam delas de todos os tipos. Gostam delas e pronto. E sabem? Estes, com este tipo de discurso que à superfície parece denunciar uma inclinação para a infedilidade, por vezes são os mais fiéis e respeitosos. A meu ver, o respeito é tudo. Sem ele, esqueçam... e é o que não vejo por aí.
O cavalheirismo existe. E também na forma feminina. Tenho tendência a ceder passagem às pessoas, sejam elas de que género forem. Sou educada, respeito-as, respeito as diferenças, sou tolerante para com a antipatia, para com a agressão. Sou uma dama. Também dizem que já não existem. Não pareço uma. Não faço por parecer. Mas sou...
E que tal começarem a olhar para onde interessa? A continuar assim, os homens vão ficar velhos sozinhos, que coleccionaram uma série de relações, não se compremeteram com nenhuma, não foram sérios com nenhuma, não comprometeram as vontades ou responsabilidades por nenhuma, não são pais presentes, não criam família... uns brutamontes. E as mulheres, iludidas pela fachada que o homem assume quando parte para a conquista, ainda investem tempo, e mais tempo, nesta lamentável condição humana.
Esta frase dita ás tantas no filme "Ligações Perigosas" com John Malcovitch no papel de brutamontes que descobre o respeito por uma mulher ao se apaixonar, ficou-me na memória. Diz assim uma senhora experiente, já em anos de vida avançados:
-"Minha querida, se ele te libertou, então tens de ir! A diferença entre o homem e a mulher é que a mulher é feliz quando dá prazer. E o homem, quando recebe".
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Está tudo dito!
Decidi colocar aqui links que me apareceram quando pesquisei o termo "cavalheirismo". Vejam as diferenças, para descobrir o que é e não é. Instruam-se...
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Comentário mais apreciado que encontrei na net:
Boas, Já acompanho este blog há algum tempo, inicialmente movido pela curiosidade dos textos... Várias vezes surgiu a motivação para comentar, mas o tempo, o trabalho e a batalha do dia a dia foram maiores... Hoje, embora ainda no escritório , foi mais forte que eu e que tudo que me mantém longe da praia neste fim-de-semana: tocaram algo, valores... Assim, aqui fica o meu contributo:
«Cavalheirismo, civismo e igualdades de direitos», não passam de símbolos para a sociedade conseguir passar valores simples áqueles que não os sabem viver: saber dar e saber receber, saber respeitar e ser respeitado. Não abro a porta do carro a uma senhora por cavalheirismo (ou cedo o meu lugar a alguém de idade, ou deixo outros passar primeiro pela porta), abro porque sinto que é uma simpatia, cordialidade, que me sinto motivado a praticar, sem esperar que a pessoa em questão me vá abrir a porta. Também lhe ficava bem, mas não é essa a minha motivação - fiz porque achei que devia fazer, pelo acto de bondade para com o próximo. O que estou a tentar expressar é que o abrir da porta, em mim, não é motivado por a sociedade me exigir um acto de cavalheirismo, mas sim pelas mesmas razões que me levariam a dar 20 euros para desenrascar um pobre desgraçado qualquer na rua, ou o ir à farmácia por um amigo que está doente em casa... Não sou motivado pela rotina do cavalheirismo, mas pela espontaneadade do acto: não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti, e se queres receber algo tens que estar preparado para dar - se possivel, primeiro. Também não me preocupa a interpretação que possam dar a uma atenção que pratique - alguém que assume o pior de ti quando tu estás ali cheio de boas intenções não pode ser boa pessoa - desses, quanto mais cedo sabes, mais cedo tens oportunidade de começar a guardar distância. O que falta na nossa sociedade não são regras, guidelines, ou outros que tais - são valores. A prática da bondade, cordialidade, responsabilidade e respeito são actos que aqueles que são fracos (de espírito, de personalidade, de mente, ...) se mostram impotentes para praticar - não porque não podem, ou porque não querem - simplesmente porque não têm. Mercenários há muitos, estamos escassos em paladinos. Ok, ok, sou bonzinho, mas não sou parvo - sou tolerante, mas intolerante com a ausência de valores. Já acompanho este blog há algum tempo, agora movido pela curiosidade sobre quem escreve os textos - potencialmente, amizades interessantes... Estou curioso. Sinceramente, espero que encontrem a felicidade que aqui expressam procurar. By kore.
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