(texto do dia 30 de Janeiro)
Este vaso com flores coloquei a entrada da porta do meu quarto. Chamaram-me a atenção agora, quando reparei que tinham murchado subitamente. Mas não de forma igual. Traçando uma linha imaginária vertical, parecem só ter morrido as do lado esquerdo. Surpreendentemente, asdo lado direito, que estão viradas para a porta do meu quarto, permaneciam floridas.
Do lado esquerdo fica o quarto da M.
Acho que é um comprovativo da energia que cada uma de nós traz à casa.
Não tenho dito nada mas tem estado infernal. A M. funciona por alvos. Vai abatendo-os um de cada vez. O rapaz que ela mais queria ver pelas costas, foi embora a meio de Dezembro. Eu? Fui de férias. Voltei em Janeiro e desde então, ela não pára de me atormentar. Nesta semana que passou tive 4 discussões com ela. Foram "só" quatro, porque ela me "apanhou" quatro vezes. Tivesse eu passado a sorrir na sua direcção ou ficado mais tempo em casa em vez de ter ido trabalhar duas semanas sem um único dia de folga, e as brigas teriam sido umas 20. Ela transitou de um alvo para outro. Subitamente as discussões passaram de raras a constantes. E isso não partiu de mim, mas dela, que é uma NARCISISTA.
Cheguei a essa conclusão por mim mesma, depois de ligar todos os traços da sua personalidade e comportamento. Contudo, ao surfar pelo youtube, encontrei vídeos de profissionais a explicar o que é o Narcisista. E tudo, mas absolutamente TUDO, encaixa-lhe que nem uma luva!!
Fá-lo também para espionar, para encontrar algo com que implicar e originar uma briga. Ela provoca, insinua, mente, distorce, impõe-se, exige, usando itencionalmente um tom de voz baixo. Já não consigo ignorar as suas malícias e perdi a calma. Estava tranquila a tentar cozinhar e ela aparece. Não uma vez, não duas, mas umas dez! Na última, mexo-me um bocadinho no sofá e pronto: de imediato, ela começa a implicar. Não aguentei e disse alto: "Mas o que se passa contigo M? Estás doida da cabeça?".
Durante esta interacção, notei aquele sorriso nos lábios, a face mais relaxada, os olhos brilhantes e... felicidade. Percebi que ela estava a gostar de me tirar a calma. Começou a fazer comigo o que fez com outros: Provocar até conseguir algo que recrimine a pessoa. Um insulto, dois, três. Quem sabe até uma ameaça. Quando ela dá três passos na minha direcção pondo o seu rosto quase colado ao meu, retiro-me. E ignoro-a. Não lhe falo mais. Ela resmunga, resmunga e sobe ao quarto. Nisto aparece a nova rapariga (tomou o quarto do rapaz que saiu) e desenvolvo uma rápida conversa com ela. A M. aparece a correr, abre a porta da cozinha (que ela própria fechou "incomodada" com o meu cozinhado) e exige saber o que eu perguntei. A outra responde-lhe! - Para minha surpresa. A M. já a impor medo, receio, obediência imediata. INCRÍVEL. Para não terem problemas com ela, afastam-se e fazem-lhe as vontades.
Não pode ser assim, alguém tem de tentar por cobro nisto. A M. não só interrompeu a minha conversa com a nova inquilina, como não me deixou continuar a conversar. Que nem uma criança mimada, egoísta. Fez barulho com as panelas, exigiu falar comigo imediatamente a respeito do meu cozinhado eu digo-lhe para esperar. Não consigo dialogar uma frase com a nova inquilina tal é a interrupção. A M. não me dá um instante de sossego. Então levanto-me, fecho a porta e tento terminar de falar com a rapariga do lado de fora da cozinha. A M. não é de cerimónias: abre a porta, chama o meu nome e não pára de me chatear, inventando que o que coloquei no forno tinha "queimado". (Mais uma vez, quem é ela para abrir a boca, ela que sempre queima tudo?). Já que não consigo falar com a rapariga tentei trocar números de telefone com ela, mas a M. não estava a deixar.
Não é a primeira vez que noto que ela faz de tudo para impedir qualquer interacção minha com alguém cá de casa. Os narcisistas, como explicam os profissionais em vídeos no youtube, procuram minar a imagem da pessoa diante dos olhos dos outros. Daí a M. não desejar conversas minhas com ninguém. Fico meses a aguardar uma oportunidade, nunca chega.
Por isso, quando notei o rapaz do andar de cima a sair de casa ao mesmo tempo que eu, acabei por apanhá-lo pelo caminho. Faz mais de UM ANO que não tenho uma conversa sozinha com ele. A M. sempre está por perto e ambos trabalhamos muito, acabando por ficar pelo quarto nos tempos livres.
A situação em que me encontro estava insustentável. A M. quer me fazer crer que eu é que estou errada e sou a vilã.
Então perguntei ao rapaz se achava que eu contribuia com conflictos para a casa. A sua reacção tirou-me uma montanha de peso nos ombros. Disse-me que a M. está sempre a brigar com todos, que ele só lhe diz "bom dia" e com pessoas assim não se interage mais que isso. Aconselhou-me a não mudar de casa. "Se mudares cada vez que encontras uma pessoa como ela, vais mudar sempre" - disse.
Fez sentido. Na noite seguinte, entro em casa, decido tomar um duche. Tinha estado a privar-me deles ha dias, por causa da M! Cheirava... mal. Já estava a evitar a proximidade com outras pessoas. Entrei em casa a sentir o mau odor nas roupas, na pele e percebi o absurdo que é temer entrar no duche por ela me seguir.
Tomei o duche, limpei a água que salpicou no chão e desci à cozinha para ver se existiu infiltração (mais uma "dádiva" da M. para a casa). Ainda no corredor já estou a ouvir a M. a abrir a porta do seu quarto. E vai para onde? Para o WC de onde eu tinha saído há cinco segundos. É sempre assim! Quando estou a passar para ir à cozinha a M. provoca-me: "Não sabias limpar o chão? Porquê não limpas-te o chão? Tens de limpar isto melhor, não pode ficar assim".
Passei-me. A tipa que andou meses a deixar aquilo ALAGADO (daí a infiltração para o piso inferior e a ferrugem no piaça metálico), que ignorou vários pedidos e recados para não se deixar o chão molhado, aquela que toma banho e vai para o quarto SEM secar o chão... vira-se para mim que não deixo uma coisinha fora do seu lugar e ousa abrir aquela pérfida boca?
Soltei em voz alta: «Acabei de entrar em casa, tomei um duche rápido, limpei tudo direitinho e já tenho a M. enfiada do meu rabo!»
Nisto o rapaz com quem só pude trocar umas rápidas palavras FORA de casa, abre a porta do seu quarto e pergunta se está tudo bem. A M. começa a sua encenação. Muito calma e sorrindo com satisfação diz: "Eu só fiz uma pergunta. Tu é que estás a gritar. Estás a ver o que tu fazes, Portuguesinha? Estás a gritar."
-"O que eu faço??"
No quarto, o rapaz gesticula para eu não lhe responder. Compreendo-o e recuo. Ela tem uma sorriso no rosto e está visivelmente satisfeita consigo mesma. No entender dela, acabou de conseguir uma testemunha do meu "mau temperamento". Fecha-se no WC e o rapaz pergunta-me baixinho: "Estás bem?".
Percebi que ele tentou ajudar-me. Deve ter percebido o meu desespero. Eu lhe disse que ela me segue por todo o lado, eu vou à casa de banho, ela vai à casa de banho, vou à cozinha, ela vai à cozinha...
E o que tinha acabado de acontecer? Precisamente isso.
Entrei no quarto e lágrimas começaram a cair do meu rosto. O que estou a viver é muito sério. É grave. Contactei a agência que está a par de tudo mas nada faz e tem ignorado meus pedidos de ajuda, até para encontrar outra casa. Liguei o computador e pesquisei "esquadra da polícia, denúncia de bullying". Infelizmente era fim-de-semana.
Se não tivesse sido, sei que teria ligado para aquele número, exposto a situação e dito: "Olhem, preciso de ajuda. Gostaria de falar com um psicanalista, alguém que me possa ajudar":
A ideia da esquadra surgiu-me por causa da M. Ela mesma tentou aliciar-me a juntar-me a ela numa queixa contra o rapaz que-se-foi-embora. Os policiais nada puderam fazer, porque ele nunca foi físico. Mas ela me disse que da próxima vez ia até o fim. Sabia que nunca ia fazer o que me pedia, porque sempre a achei a instigadora. Bem que ela tentou que ele fosse físico. Não me surpreenderia nada que tanta provocação fosse para atingir esse fim. Essa "próxima vez" que mencionou, provavelmente era ela já a planear algo.
Quando lhe perguntei o que aconteceu para ela ir à esquadra, não me soube responder. Insisti. Não respondeu.
Um dos traços dos narcisistas é não responderem a perguntas.
Infelizmente os restantes aqui na casa não se querem envolver. Estou sozinha a lutar contra uma Narcisista e, possivelmente, também uma sociopata. Outro vídeo no youtube facultou-me esta informação:
O Psicopata leva um estilo de vida de parasita. Isso encaixa na M perfeitamente: não trabalha e arranjou um esquema - pedir um empréstimo monetário de estudante durante três anos. É com esse valor que é superior ao que usualmente ganho por ano (12.000), que ela continua a viver como a parasita que é. Não acredito que esteja a estudar. Está matriculada, mas estudar? Não vejo nada disso. Quando chegar a hora de ter de pagar o empréstimo - não vai fazê-lo. Aqui no UK pode sair impune. Muitos fazem-no, nunca chegam a pagar o empréstimo e, a única consequência é "ficarem sem crédito". LOL!
Às tantas ainda vai conseguir que lhe perdoem a dívida, alegando outra manipulação qualquer. O curso que está a fazer não podia ser mais desajustado ao seu carácter: Gestão de pessoas e negócios. Ela, que não gosta de ninguém e a todos enerva! Nota-se mesmo que o que almeja é uma ocupação onde possa mandar e não ter de trabalhar. Mas sendo como é, será sempre uma péssima escolha. Um gerente não deve ser isso. Ela devia ir era para guarda prisional. Porém, coitados dos outros guardas e até, dos prisioneiros. Não, é melhor que não. Imaginem a sua patalogia em terreno fértil...
Não é de admirar que eu esteja muito afectada com a situação. No emprego, este sábado, não consegui deixar de ficar triste e em espécie de pânico, com a ideia de não ir trabalhar no dia seguinte, Domingo.
A ideia de passá-lo em casa... como explicar? A sensação é terrível. Há três semanas, passei quatro dias em casa. Não fiz nada, mal saí do quarto. Senti-me impedida de usufruir do espaço para além das quatro paredes do quarto e impedida de encontrar algo prazeroso para fazer. Só fiz dormir e pouco mais. Esse desperdício de tempo me incomodou mas sabia que, com ela cá dentro, só dá assim.
Deve também ser por ela que os outros não saiem dos seus quartos.
Estava tão mal, tão mal, a sentir-me sozinha nesta "luta" contra uma pessoa tão tóxica, a duvidar de mim mesma. Queria trocar ideias com alguém. Tirando a agência que nos aluga a casa, não contei isto a outros. A agência acabou por lavar as mãos e ignorar meus emails. Só soube responder: "Pague mais 75 libras de aumento de renda".
Como bem disse alguém num comentário, ser o alvo de um narcisista é excruciantemente doloroso. Estes vídeos acabaram por ser o que me permitiu distanciar-me um pouco dos actos da M. Têm estado a ajudar.
Bom dia
ResponderEliminarNão é realmente fácil lidar com essa situação mas vou lhe dar um conselho .
Tente responder-lhe da forma mais irónica possível .
Talvez resulte ela pensar que é mais inteligente que ela .
JR
Obrigado Joaquim. Mas com o Narcisista, qualquer contacto é bem recebido. Ele anseia por qualquer troca de palavras ou gestos. Qualquer coisa que lhe permita activar o gatilho. Afastamento total é a única coisa que poderá ajudar. Mas para isso, uma de nós teria de abandonar esta casa. Gostaria muito que fosse ela. Gostaria de poder sentir o que poderá vir a ser viver nesta casa em paz. Só a ter de lidar com ocasionais problemas que serão resolvidos entre pessoas que sabem comunicar. Anseio por normalidade, visto que não tenho tido isso. Descobri que é raro. Mais comum é muitas destas pessoas que emigraram para outros países, com poucas ou nenhumas qualificações, a acharem-me com mais direitos que aqueles que a vida lhes deu - serem afectadas dos neurónios.
EliminarEla SABE que sou tudo mais que ela. Por isso comporta-se como se comporta. Qualquer pessoa com quem se compare, ela sente-se ameaçada. Com você seria a mesma coisa. É traço do narcisista. No fundo, este, em muitos aspectos, ainda é uma criança que espera que todas as suas vontades sejam atendidas por quem os cercam. Falta-lhes empatia. Não sentem compaixão ou especial afecto por ninguém. Só eles interessam.
Isto encaixa na M. na perfeição. Ela vive para criar conflitos. É a única coisa que lhe apaga a fúria, que a satisfaz. É patalógico, é uma condição metal e NÃO TEM CURA.
Ainda que ela a reconhecesse.