quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Os batons da Marilyn e da Audrey

 

ADORO coisas antigas. 

Pelo menos era assim que se chamavam. Agora o termo é "vintage". Caro leitor acima dos 20 anos: você é vintage!

Vejo anúncios de venda de objectos diversos com este título: "Vintage, ano: 1999". Penso com os meus botões: "Alguém diga a esta gente que coisas datadas dos anos 90 não são vintage!" São apenas datadas. Com umas décadas em cima. Como nós! Vintage de uma década somente, só se usa para falar de vinhos. Para objectos acho que se tem de esperar mais tempo. 

Bom, mas isto para dizer que andei a navegar num mundo que gosto muito: o de coisas antigas com história pessoal e valor simbólico e artístico. Uma vez descobri que, através de um frasco de perfume recuperado do fundo do oceano - tirado dos restos do navio Titanic, foi criada uma fragância. Fiquei tão maravilhada que fui investigar. Este tipo de coisa é a "minha praia". Agora fui parar a vídeos de maquilhadoras, uma a dizer que COMPROU o batom da Marilyn Monroe e outra que comprou o suporte para baton da Audrey Hepburn


Estamos a falar de artigos que as próprias actrizes usaram e guardavam no seu estojo de maquilhagem. Não só usar, mas como, se calhar, estavam dentro dos seus favoritos. A maquilhadora que comprou o batom USADO da Marilyn Monroe (deu cerca de 18.000 dolares por ele) andava à procura da COR específica. Nas suas investigações anteriores à compra, encontrou um maquilhador reformado da época do cinema de Hollywood. Ele explicou que o código numérico presente na base de uma fotografia contendo batons de Marilyn, tratava-se de AMOSTRAS que a companhia Max Factor fornecia aos maquilhadores para usarem nas artistas. 


Se estas gostassem, o artigo entrava em produção. Depois o próprio processo cinematográfico para projectar um filme: preto e branco, Techinocolor, Cinemascope, Cada um fazia uma leitura de cor diferente e, devido a isso, as cores do batom mudavam novamente.

Foi muito interessante! A maquilhadora acabou por descobrir que o batom usado da Marilyn que ela comprou era um tom de laranja, que actualmente já não é produzido. Comparando com outras marcas, o mais semelhante é este: 

 

AUDREY HEPBURN:

A maquilhadora que comprou a caixa de batom de Audrey Hepburn num leilão, não disse quanto pagou por ele. Mas pela disputa acérrima que descreveu, podem colocar um valor absurdo nisso. Ainda por cima, a caixa para batom era em ouro, com uma safira, feita pelo conceituado Cartier. 

Adicionem a isso as iniciais gravadas de Audrey Hepburn (AF porque na altura era casada com Mel Ferrer) e ter pertencido a ela e nem eu consigo imaginar por que preço foi comprada. (Pesquisa: $68,919). Quando a foi buscar, descobriu que tinha um resto de batom dentro. Ficou maravilhada, tirou uma análise para observar ao microscópio e, tendo uma marca própria de cosméticos, criou o tom idêntico.  

Pessoalmente, acho maravilhoso poder reproduzir a cor de batom que alguém usou anos antes. Principalmente se recuar-mos milénios, à altura dos faraós! Até não resisti e comprei o laranja de Marilyn - embora não use batom algum. Acho que vou oferecer. Mas tanto o laranja quanto o rosa meio elétrico, parecem-me tons já não tão adequados às preferências actuais. 


E vocês? Usariam estes tons?

1 comentário:

  1. eu uso batom sem cor normalmente, eu uso para hidratar e prevenir que sequem :)

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