Metereologia 24 h

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quarta-feira, 3 de maio de 2023

Vitamina D - de ar livre!

 Hoje apeteceu-me tomar banho de sol. Pude sentir a minha pele a absorver os benefícios desse calor. E soube-me bem!

Este é um desejo adquirido aquando a mudança para o UK. Nos trinta e pouco anos anteriores a viver em Portugal, "fugia" do sol, do calor. Tapava-me toda.

Agora sinto-o como uma necessidade biologica. Depois de meses e meses sem ele, eis que está a vencer a batalha ao Inverno. Faz uns três dias que nao chove e hojr a temperatura chegou aos 14 graus! Esta ventinho. Para muitos, inaceitavel ainda. Para mim foi como sentar numa pedra aquecida pelo sol... sensação confortante. 

E assim, duas horas após sair do trabalho e me ocupar as voltas pelas lojas, para adiar o desprazer de chegar a casa e ser logo seguida pela M., com dor nos pés, calor por ter colocado roupa de inverno, sede e sono, rumei então ao lar. Objectivo: jardim.

Quando cheguei, ninguem na cozinha. Ninguem a sair do quarto. Liguei rapidamente o forno e coloquei no interior uma das pizzas compradas. Sabia que levaria 15m a fazer. Dava para ir tomar um duche rapido e ir para o jardim. Relva recem cortada, cheirinho a natureza...

Assim o fiz. Deitei-me sobre o meu fiel plastico, tao pratico e jeitoso e deixei me secar e aquecer ao sol. 

Sei que foi mais que um banho de água, sol e novamente água. Foi a absorção de vitaminas da luz solar! 

E para tornar o momento mais especial, depressa a ausencia da M. se confirmou, pois nao me apareceu à frente. 

Acreditem: sem ela, sente-se pela casa um bem-estar, uma tranquilidade. Foi um dia bem passado! A energia fica boa, dá para sentir. Fica normalizada e não tumultuosa. 

Falei com o outro rapaz ca na casa e ele também percebe como ela é e já a topou a seguir-me e a implicar comigo. Diz que percebeu que ela é doente, que algo na cabeça dela nao está bem e ao perceber isso não se aborrece e até tem pena.

Eu não tenho pena da M. Sendo como sou, dei-lhe todas as hipóteses e mais 200. Tive pena dela muitas vezes já depois de a saber como é. Questionei e tentei seguir raciocínios para a ver com uma luz favorável.  Ela apagou-as todas. 

Sei que é uma narcisista. Das piores. Vi vídeos no youtube sobre estes casos. Nem consigo vê-los ate ao fim, no pouco tempo que descrevem as atitudes, pensamentos e reaccoes de um narcisista, tudo já esta a encaixar na M.

O narcisismo não é uma doença mental. Não é doença sequer. É característica de personalidade. É como ser homicida. O indivíduo tem total consciência do que faz e ainda assim escolhe fazê-lo, tirando satisfação pessoal. E vai escalando. Não tem limites.

O outro rapaz da casa pensa que a agência acabará por lhe pedir para que saia. Mas eu sei que não. Infelizmente. Já teve múltiplas oportunidades para o fazer. Ela é uma porca. Autointitula-se paranoica com as limpezas mas não limpa nada, só suja. E de forma muito badalhoca. 

Ela fumou dentro de casa, ficou meses a empestar o ar interior com o seu cigarro - e mesmo assim a agencia não lhe colocou uma accao de despejo. Deixa à porta das traseiras um trilho de beatas que seria o céu para qualquer um dos desocupados noturnos que andam com os olhos grudados no chão a procura de uma mal acabada. 

Numa noite fria e escura de inverno, um desses indivíduos seguiu-me. Quando alguém caminha muito próximo de mim a horas impróprias, apresso o passo e ele também, páro e ele também, e mais ninguém está por perto, tento não indicar onde vivo. Por isso, ao passar pelo portão, comum a duas casas, não me dirijo para a porta da frente. Sabia que era alta a probabilidade de encontrar a das traseiras aberta. E como fica num estreito corredor com a casa vizinha, entro nele rápido, para quem vier atrás não ter como ver onde entrei. Se bem que a luz acesa e ser a única porta acessível é uma dica :) Mas presumo que a pessoa já não ia dar tanta bandeira, ao ponto de entrar numa área residencial privada. A menos que suas intenções sejam determinadamente ruins. Ao apressar-me a atravessar a porta e fechá-la rapidamente, encontro o rapaz de baixo a cozinhar. Entro rápido e desabafo:

- "Estava um tipo a seguir-me. Desde o parque de estacionamento. Vinha a olhar para o chão e a baixar-se para apanhar beatas... "

Subitamente sai-me com esta:

- Aqui fazia uma festa. Tem muitas pra se ocupar. - digo casualmente.

O pior é que é a pura verdade. A M. Mantem pilhas de beatas no chão, no corredor que mencionei, nas traseiras e um monte num cinzeiro que tem beatas com mais de um ano! O momento que estes indivíduos descobrissem isto, deixariam de fazer excursões pelas ruas da cidade e se concentrariam nesta casa para se abastecerem várias vezes ao dia e noite. Com acesso direto ao jardim, até imagino que poderiam estender a estada por lá.  

A pesar de um ultimato dado pela agencia - que instalou na parede la fora um cinzeiro especialmente para esse fim - a M. Ignorou e já se tinham passado quatro meses desde que fora instalado.



Num dia de folga apeteceu-me ir ao jardim, cheirou-me e vi o estado em que se encontrava o percurso. Organicamente tirei duas fotos e enviei à a agencia. No seu ultimato tinham dito que iam nos fazer pagar pela limpeza das mesmas, caso não fossemos nós a colectá-las. Ora, numa moradia onde vivem cinco, três não fumam, obvio que esses três não se sentem na obrigação de serem eles a limpar a porcaria dos outros.

Às fotos enviadas a agência reagiu relembrando que tinham gasto dinheiro na colocacao de um cinzeiro de parede e estavam a usar o chão como um. Reforçaram que viriam inspecionar se as beatas seriam recolhidas dali a três dias e se fosse preciso mandar um profissional limpar, o custo seria repartido entre todos.

Por três dias fiquei à espera da reacção da M. Ela ignorou e continuou a deixar as beatas no chão. Típico do narcisista. Ninguém lhes diz como têm de agir. E riem-se de quem tentar.

No dia seguinte recebi um telefonema avisando que vinham inspecionar a casa (o que fazem com regularidade) e precisavam entrar nos quartos. Um dia depois oiço alguém entrar na casa e bater na porta do quarto da M. É a senhora da agência para a informar que precisa de inspeccionar o quarto na semana seguinte. 

É que a M. nao gosta - aliás, detesta a ideia. Então ignora sempre todos os contactos. Sabendo disso o pessoal da agencia teve de vir pessoalmente bater-lhe à porta e falar cara a cara. Porque a M. Nao atende telefones, nao responde a emails ou cartas. 

Nada a diferencia de todas as criticas que teceu aos que a antecederam. Foi tao maliciosa e dura, repetindo que estes nao atendiam as chamadas da agencia porque nao estavam a pagar a renda e ela é a mesma coisa.  

Por isso nao tenho pena alguma dela. Não mesmo. Ai de mim se voltar a ter, por uma fraccao de segundo que seja. Quem ja nos mordeu a mão vezes sem conta, nao vai subitamente abanar a cauda sem voltar a cravar os dentes.

A sua máscara caiu de vez e ela ficou toda exposta para mim.

Por consequência da partilha do meu resignamento com a presença de tantas beatas, ela teve mesmo de as apanhar. Deve ter esperado ate se certificar que ninguém estaria em casa para a observar. O que nao e difícil, ja que todos menos ela trabalham. 

Mas logo voltou a deixá-las no chão. Depois da inspeção aos quartos, choveu granizo. Foi então que notei duas gigantes manchas amarelas na parede. O telhado foi recentemente remexido. Agora tenho duas gigantes manchas de humidade ja a criar mofo na parede do quarto. Tive de comunicar a agencia e esta veio inspeccionar.

Ao fazê-lo, tirou uma foto das beatas que estavam novamente no chão e verificou que, atras da casa, onde ninguém vê, o chão nao tinha sido limpo e ainda estava replecto delas. 

Por isso a agencia SABE.

Se fosse fazer algo já tinha feito. Não faltaram oportunidades. A M. é daquelas que NUNCA vai embora. Só se todos estiverem a berrar e a gritar com ela. Só que somos todos da paz. Evitamo-la. 

Discordo desta abordagem porque só faz é ser permissiva aos abusos da M. Assim ela vai sentir que pode continuar a fazê-lo e vai aumentar os abusos.

Sem querer, acho que fiz muito bem em enviar aquele email a agencia. Fez com que a M. Fosse forçada a fazer algo que nao queria de todo fazer. Limpar a sua própria sujeira!

Ela tem e deve ser contrariada. Sempre. Ou nunca vai deixar de abusar todos que a cercam.

A sua ausência de hoje é bem acolhida mas também é agridoce. Se está ausente é porque secou todos os seus recursos vis para extrair dinheiro sem trabalhar. Sendo assim, teve de andar a fazer telefonemas para salões de beleza a oferecer os seus serviços. Ela diz que é "beautician". Ou seja: esteticista. Mas cá para mim só sabe fazer é unhas. Está LONGE de ser uma esteticista. Nem tem perfil para isso. Não gosta de pessoas, tem nojo de lhes tocar, detesta ter de as servir ou de com elas ter de conversar. Faz estes biscates muito de vez em quando. Por extrema necessidade e em nenhuma outra circunstância. Para ela, trabalho é o seu último recurso. Costuma ser só no Natal e talvez no dia de S. valentim. Trabalhar só mesmo quando a fonte esgota ou se precisar fingir-se funcionária para dar ideia de que não é uma vagabunda que fica por casa só de robe. Se estiver a receber subsídios com essa condição, por exemplo, ou querer comprovar que busca trabalho.

Inscreve-se numa agencia de trabalho temporário, faz um dia, com esforço e raiva, uma semana e nao aparece mais.  Recebe uns trocos e pronto: fica registado que trabalhou no lugar X, Y, Z. Uma vez vi-lhe o extrato mensal bancário aberto na mesa e não tinha nenhuma entrada de dinheiro, só saídas. Noutra ocasião, recebeu de uma agência laboral umas 50 libras e não tinha mais nenhuma entrada salarial. 50 libras corresponde a umas 8h de trabalho. O saldo final abaixo de zero ou quase. E muitas contas por pagar, saldos negativos de valores que deviam ter sido debitados mas não encontraram fundos. As cartas a cobrar a acumulação desses valores continuam a chegar. Até a das finanças - a cobrar o que lhes deve, anda à meses a aparecer. 

O que não entendo no Reino Unido é a FACILIDADE com que permitem que pessoas como ela se safem impunes. Em Portugal, não pagas renda - és expulso. Não pagas a conta do telemóvel e netflix - cortam-te o serviço. Não tens pago a eletricidade, cortam o serviço. Deves às finanças? Tens de pagar. Aqui escrevem, por três anos que tenha dado conta, cartinhas na perspectiva "se tem dificuldades em pagar sua dívida, contacte-nos para encontrarmos uma forma de ajudar". Ao invés de: "Já lhe enviamos 20 cartas, continua a usufruir do serviço, a dívida já vai em 750 euros - agora pague ou vá a tribunal!". 

Uma vez perguntei a um funcionário bancário qual a consequência para os caloteiros e a resposta é cómica: "Não têm crédito". "Quando aplicarem para crédito para, por exemplo, comprar uma casa, ou um carro, não têm crédito". 

Como se estes caloteiros alguma vez se preocupassem com isso! O governo alimenta-os com empréstimos e subsídios e não faz nada para se livrar destes parasitas - prefere aumentar os impostos de quem trabalha. INJUSTO.

 Assim que jorra um pouco mais de dinheiro, ela pára de se "sacrificar". Volta a ficar meses por casa, toda altiva, dona de si, a implicar com todos, a gastar dinheiro que não tem, a acumular dívidas que sabe que nunca vai pagar e sem querer saber. 


E era ela que abria a boca para falar dos outros sobre estes mesmos defeitos. 
Não. Não sinto pena alguma. 

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Abuse Recovery

 


(texto do dia 30 de Janeiro)

Este vaso com flores coloquei a entrada da porta do meu quarto. Chamaram-me a atenção agora, quando reparei que tinham murchado subitamente. Mas não de forma igual. Traçando uma linha imaginária vertical, parecem só ter morrido as do lado esquerdo. Surpreendentemente, asdo lado direito, que estão viradas para a porta do meu quarto,  permaneciam floridas.

Do lado esquerdo fica o quarto da M.

Acho que é um comprovativo da energia que cada uma de nós traz à casa. 


Não tenho dito nada mas tem estado infernal A M. funciona por alvos. Vai abatendo-os um de cada vez. O rapaz que ela mais queria ver pelas costas, foi embora a meio de Dezembro. Eu? Fui de férias. Voltei em Janeiro e desde então, ela não pára de me atormentar. Nesta semana que passou tive 4 discussões com ela. Foram "só" quatro, porque ela me "apanhou" quatro vezes. Tivesse eu passado a sorrir na sua direcção ou ficado mais tempo em casa em vez de ter ido trabalhar duas semanas sem um único dia de folga,  e as brigas teriam sido umas 20.  Ela transitou de um alvo para outro. Subitamente as discussões passaram de raras a constantes. E isso não partiu de mim, mas dela, que é uma NARCISISTA. 

Cheguei a essa conclusão por mim mesma, depois de ligar todos os traços da sua personalidade e comportamento. Contudo, ao surfar pelo youtube, encontrei vídeos de profissionais a explicar o que é o Narcisista. E tudo, mas absolutamente TUDO, encaixa-lhe que nem uma luva!!



Assistir a vídeos como este acima já me fez um bem enorme. É que tenho estado muito afectada com esta situação. Não estava a conseguir abstrair-me dela. Ocupa o meu pensamento o tempo todo, esteja no emprego, no autocarro, na rua, nas compras. Faz-me recear o momento de entrar em casa. Fui forçada a adoptar comportamentos que não devia necessitar adoptar. 

O que a M. mais faz é seguir-me onde quer que eu vá. Assim que entro em casa, ela sai do quarto. Como sei o que se segue, faço tudo em segundos. Já entro a correr para o WC para tomar um duche. Se perder tempo a descalçar os sapatos ou a agarrar a toalha, ela passa-me na frente. Não importa a hora a que chegue a casa. Anteontem foi às 23.30, ontem foi às 22h. Ela sempre tem vontade de ir para o duche nesse instante. Mesmo tendo estado em casa o dia inteiro sem nada para fazer. O mesmo acontece durante o dia, quando saio do WC, ou quando desço à cozinha, ou até mesmo, quando vou ver a caixa do correio... SEMPRE. A M. segue-me. Quer, com isso, me destabilizar. Fez o mesmo com outros. Até estou a registar isto num diário. Em 48h, ela apareceu atrás de mim 100% das ocasiões. 

Fá-lo também para espionar, para encontrar algo com que implicar e originar uma briga. Ela provoca, insinua, mente, distorce, impõe-se, exige, usando itencionalmente um tom de voz baixo. Já não consigo ignorar as suas malícias e perdi a calma. Estava tranquila a tentar cozinhar e ela aparece. Não uma vez, não duas, mas umas dez! Na última, mexo-me um bocadinho no sofá e pronto: de imediato, ela começa a implicar. Não aguentei e disse alto: "Mas o que se passa contigo M? Estás doida da cabeça?". 

Durante esta interacção, notei aquele sorriso nos lábios, a face mais relaxada, os olhos brilhantes e... felicidade. Percebi que ela estava a gostar de me tirar a calma. Começou a fazer comigo o que fez com outros: Provocar até conseguir algo que recrimine a pessoa. Um insulto, dois, três. Quem sabe até uma ameaça. Quando ela dá três passos na minha direcção pondo o seu rosto quase colado ao meu, retiro-me. E ignoro-a. Não lhe falo mais. Ela resmunga, resmunga e sobe ao quarto. Nisto aparece a nova rapariga (tomou o quarto do rapaz que saiu) e desenvolvo uma rápida conversa com ela. A M. aparece a correr, abre a porta da cozinha (que ela própria fechou "incomodada" com o meu cozinhado) e exige saber o que eu perguntei. A outra responde-lhe! - Para minha surpresa.  A M. já a impor medo, receio, obediência imediata. INCRÍVEL. Para não terem problemas com ela, afastam-se e fazem-lhe as vontades. 

Não pode ser assim, alguém tem de tentar por cobro nisto. A M. não só interrompeu a minha conversa com a nova inquilina, como não me deixou continuar a conversar. Que nem uma criança mimada, egoísta. Fez barulho com as panelas, exigiu falar comigo imediatamente a respeito do meu cozinhado eu digo-lhe para esperar. Não consigo dialogar uma frase com a nova inquilina tal é a interrupção. A M. não me dá um instante de sossego. Então levanto-me, fecho a porta e tento terminar de falar com a rapariga do lado de fora da cozinha. A M. não é de cerimónias: abre a porta, chama o meu nome e não pára de me chatear, inventando que o que coloquei no forno tinha "queimado". (Mais uma vez, quem é ela para abrir a boca, ela que sempre queima tudo?). Já que não consigo falar com a rapariga tentei trocar números de telefone com ela, mas a M. não estava a deixar. 

Não é a primeira vez que noto que ela faz de tudo para impedir qualquer interacção minha com alguém cá de casa. Os narcisistas, como explicam os profissionais em vídeos no youtube, procuram minar a imagem da pessoa diante dos olhos dos outros. Daí a M. não desejar conversas minhas com ninguém. Fico meses a aguardar uma oportunidade, nunca chega. 

Por isso, quando notei o rapaz do andar de cima a sair de casa ao mesmo tempo que eu, acabei por apanhá-lo pelo caminho. Faz mais de UM ANO que não tenho uma conversa sozinha com ele. A M. sempre está por perto e ambos trabalhamos muito, acabando por ficar pelo quarto nos tempos livres. 

A situação em que me encontro estava insustentável. A M. quer me fazer crer que eu é que estou errada e sou a vilã.

Então perguntei ao rapaz se achava que eu contribuia com conflictos para a casa. A sua reacção tirou-me uma montanha de peso nos ombros. Disse-me que a M. está sempre a brigar com todos, que ele só lhe diz "bom dia" e com pessoas assim não se interage mais que isso. Aconselhou-me a não mudar de casa. "Se mudares cada vez que encontras uma pessoa como ela, vais mudar sempre" - disse. 

Fez sentido. Na noite seguinte, entro em casa, decido tomar um duche. Tinha estado a privar-me deles ha dias, por causa da M! Cheirava... mal. Já estava a evitar a proximidade com outras pessoas. Entrei em casa a sentir o mau odor nas roupas, na pele e percebi o absurdo que é temer entrar no duche por ela me seguir. 

Tomei o duche, limpei a água que salpicou no chão e desci à cozinha para ver se existiu infiltração (mais uma "dádiva" da M. para a casa). Ainda no corredor já estou a ouvir a M. a abrir a porta do seu quarto. E vai para onde? Para o WC de onde eu tinha saído há cinco segundos. É sempre assim! Quando estou a passar para ir à cozinha a M. provoca-me: "Não sabias limpar o chão? Porquê não limpas-te o chão? Tens de limpar isto melhor, não pode ficar assim".

Passei-me. A tipa que andou meses a deixar aquilo ALAGADO (daí a infiltração para o piso inferior e a ferrugem no piaça metálico), que ignorou vários pedidos e recados para não se deixar o chão molhado, aquela que toma banho e vai para o quarto SEM secar o chão... vira-se para mim que não deixo uma coisinha fora do seu lugar e ousa abrir aquela pérfida boca?

Soltei em voz alta: «Acabei de entrar em casa, tomei um duche rápido, limpei tudo direitinho e já tenho a M. enfiada do meu rabo!» 

Nisto o rapaz com quem só pude trocar umas rápidas palavras FORA de casa, abre a porta do seu quarto e pergunta se está tudo bem. A M. começa a sua encenação. Muito calma e sorrindo com satisfação diz: "Eu só fiz uma pergunta. Tu é que estás a gritar. Estás a ver o que tu fazes, Portuguesinha? Estás a gritar."

-"O que eu faço??"

No quarto, o rapaz gesticula para eu não lhe responder. Compreendo-o e recuo. Ela tem uma sorriso no rosto e está visivelmente satisfeita consigo mesma. No entender dela, acabou de conseguir uma testemunha do meu "mau temperamento". Fecha-se no WC e o rapaz pergunta-me baixinho: "Estás bem?". 

Percebi que ele tentou ajudar-me. Deve ter percebido o meu desespero. Eu lhe disse que ela me segue por todo o lado, eu vou à casa de banho, ela vai à casa de banho, vou à cozinha, ela vai à cozinha... 

E o que tinha acabado de acontecer? Precisamente isso. 


Entrei no quarto e lágrimas começaram a cair do meu rosto. O que estou a viver é muito sério. É grave. Contactei a agência que está a par de tudo mas nada faz e tem ignorado meus pedidos de ajuda, até para encontrar outra casa. Liguei o computador e pesquisei "esquadra da polícia, denúncia de bullying". Infelizmente era fim-de-semana. 

Se não tivesse sido, sei que teria ligado para aquele número, exposto a situação e dito: "Olhem, preciso de ajuda. Gostaria de falar com um psicanalista, alguém que me possa ajudar": 

A ideia da esquadra surgiu-me por causa da M. Ela mesma tentou aliciar-me a juntar-me a ela numa queixa contra o rapaz que-se-foi-embora. Os policiais nada puderam fazer, porque ele nunca foi físico. Mas ela me disse que da próxima vez ia até o fim. Sabia que nunca ia fazer o que me pedia, porque sempre a achei a instigadora. Bem que ela tentou que ele fosse físico. Não me surpreenderia nada que tanta provocação fosse para atingir esse fim. Essa "próxima vez" que mencionou, provavelmente era ela já a planear algo. 

Quando lhe perguntei o que aconteceu para ela ir à esquadra, não me soube responder. Insisti. Não respondeu

Um dos traços dos narcisistas é não responderem a perguntas

Infelizmente os restantes aqui na casa não se querem envolver. Estou sozinha a lutar contra uma Narcisista e, possivelmente, também uma sociopata. Outro vídeo no youtube facultou-me esta informação:

O Psicopata leva um estilo de vida de parasita. Isso encaixa na M perfeitamente: não trabalha e arranjou um esquema - pedir um empréstimo monetário de estudante durante três anos. É com esse valor que é superior ao que usualmente ganho por ano (12.000), que ela continua a viver como a parasita que é. Não acredito que esteja a estudar. Está matriculada, mas estudar? Não vejo nada disso. Quando chegar a hora de ter de pagar o empréstimo - não vai fazê-lo. Aqui no UK pode sair impune. Muitos fazem-no, nunca chegam a pagar o empréstimo e, a única consequência é "ficarem sem crédito". LOL!

Às tantas ainda vai conseguir que lhe perdoem a dívida, alegando outra manipulação qualquer. O curso que está a fazer não podia ser mais desajustado ao seu carácter: Gestão de pessoas e negócios. Ela, que não gosta de ninguém e a todos enerva! Nota-se mesmo que o que almeja é uma ocupação onde possa mandar e não ter de trabalhar. Mas sendo como é, será sempre uma péssima escolha. Um gerente não deve ser isso. Ela devia ir era para guarda prisional. Porém, coitados dos outros guardas e até, dos prisioneiros. Não, é melhor que não. Imaginem a sua patalogia em terreno fértil...

Não é de admirar que eu esteja muito afectada com a situação. No emprego, este sábado, não consegui deixar de ficar triste e em espécie de pânico, com a ideia de não ir trabalhar no dia seguinte, Domingo. 


A ideia de passá-lo em casa... como explicar? A sensação é terrível. Há três semanas, passei quatro dias em casa. Não fiz nada, mal saí do quarto. Senti-me impedida de usufruir do espaço para além das quatro paredes do quarto e impedida de encontrar algo prazeroso para fazer. Só fiz dormir e pouco mais. Esse desperdício de tempo me incomodou mas sabia que, com ela cá dentro, só dá assim. 

Deve também ser por ela que os outros não saiem dos seus quartos. 

Estava tão mal, tão mal, a sentir-me sozinha nesta "luta" contra uma pessoa tão tóxica, a duvidar de mim mesma. Queria trocar ideias com alguém. Tirando a agência que nos aluga a casa, não contei isto a outros. A agência acabou por lavar as mãos e ignorar meus emails. Só soube responder: "Pague mais 75 libras de aumento de renda". 

Como bem disse alguém num comentário, ser o alvo de um narcisista é excruciantemente doloroso. Estes vídeos acabaram por ser o que me permitiu distanciar-me um pouco dos actos da M. Têm estado a ajudar.