Metereologia 24 h

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domingo, 25 de junho de 2023

Partida de Carnaval

Hoje colei o dispensor de sabonete líquido ao lavatório. 

Passadas duas horas, oiço a M. a fazer um grande estardalhaço com a embalagem. E rio-me. Lá foi ela tirar novamente o dispensor dali. Por pura maldade. Não esperava era encontrá-lo fixado! Puxou, puxou, desprendeu, mas desistiu. AhahahRi e achei divertido. Com essa ela não esperava!


apenas duas horas depois...


Fui de imediato confirmar as minhas suspeitas. Encontrei o dispensor descolado quase na totalidade mas ainda no lugar onde é suposto estar e, de forma muito desajeitada, forçada, a M. impôs o dispensor dela entre a torneira e a minha embalagem. 

Como se o lavatório não tivesse DOIS LADOS, podendo o dispensor de uma ficar de um e o da outra no outro. Para quê "disputar" uma parvoíce destas? 


Se não fosse isto seria outra coisa porque não se trata do que é. Trata-se de quem é. A quem pertence. Ou quem decidiu. 

Tenho que partilhar aqui que isto de "dois dispensores" também é coisa NOVA. Criada pela "M". Até aqui só tem existido UM DISPENSOR. Que ela escolhe, compra e decide onde deve ficar. E SÓ PODE FICAR onde ela decide. Se alguém muda de lugar, ela enfurece-se. Aliás, qualquer coisa de outra pessoa naquele espaço a faz "passar-se" dos carretos. Como Narcisista que é, a única coisa que "está bem" são as coisas dela, como ela decide as ter. E se o armário do WC está CHEIO de embalagens vazias (contei oito), está tudo bem. Porque são todas DELA. 

Ela usa sabonete líquido tão depressa que em menos de uma semana acabam. Depois não os deita fora. Não. É mais uma embalagem vazia - ou quase vazia, a juntar-se a outras. 

O último dispensor que comprou, usou quase até ao fim. Não o deitou fora. Colocou-o no parapeito da janela meio aberto e aguado, deixou-o cair, o líquido vazou para o parapeito, deixou tudo vermelho com consistência de gosma mas limpar é que não.  

Deixei que passasse tempo. Geralmente ela é que DECIDE que sabonete líquido vai colocar. Passou mais de uma semana, depois duas. Então percebi que desta vez, ela não quis colocar nenhum. Talvez para "castigo". Já que diz "não usar" esta WC - o que é mentira, porque ainda há dias encontrei a sanita com vestígios de cocó e o fundo com sangue. Para quem "não usa" acordou-me três vezes a noite passada, entre a 1 da manhã e as 2 horas. A bater portas e a ir sucessivamente ao WC.  Sempre que lá vai, de alguma forma estraga alguma coisa: ou não limpa a merda que deixa na sanita, ou deixa cair sangue menstrual, ou deita o papel higiénico usado no chão. 

Coisas que a minha ingénua pessoa, de início, pensava serem casuais, fruto de uma mente descuidada, que não recebeu uma educação apropriada. Mas hoje, já sem qualquer névoa de bondade a filtar meus olhos, sei que é consciente e intencional. 

Assim que viu que eu havia colocado um dispensor de sabonete no WC, fez-lhe espécie. Tirou-o do lavatório umas tantas vezes, para o deixar em cima do parapeito. Só passado uns dias é que "lembrou-se" daquele que negligênciou e estava ainda detarrachado e tombado quase a cair pela janela. 


Foi buscá-lo, fechou-o e desde então, quer substituir aquele que lá coloquei pelo seu. Que não está a usar. Pois continua com a mesma quantidade minúscula de líquido. Remove o que lá pus, deixando-o no cimo da janela e o dela aparece no lavatório onde antes estava o meu. 

Há uns tempos, fingindo desconhecimento de causa, ela encorralou-me no corredor depois de eu sair do WC para me dizer: "Não sei se és tu ou é ele, não quero que tirem o meu sabonete do lugar, é para ficar ali.". Ao que lhe respondi: "Estou mais preocupada com a merda deixada dentro na sanita". 
- "Merda?" - diz ela, fingindo inocência. 

-"Sim. Merda. Dentro da sanita e também no assento. Salpicos de merda"

Sabia muito bem que tinha sido ela, logo pela manhã, porque é bastante sonora. E o rapaz - o único que também poderia ter usado a sanita, tinha-se ausentado por uns dias. Ela percebeu que o dedo só podia apontar numa direcção. Abordou-me para apontar-me o dedo, mas virou-se o feitiço contra o feitiçeiro. 

Coloquei o dispensor ali para todos usarem-no. Ela inclusive. Não me incomoda. Para quê um conjunto de sabonetes líquidos num WC minúsculo? Já havia vivido com uma pessoa com um comportamento semelhante na casa anterior: embalagens vazias por todo o lado, não tocava nas coisas que eu comprava para a casa, como esponjas da louça, detergente da louça, e ia comprar ao seu gosto, impondo o uso simultaneo e instruindo os "amigos" para não usarem os que comprei. Por essa experiência percebi que é melhor deixar a pessoa tomar as decisões. Porque contraliá-la vai deixá-la enfurecida e vai retaliar. 


Aposto que o sabonete líquido não vai sobreviver muito mais tempo lá. Vai "saltar" para o parapeito da janela ainda esta noite. Tal como a jarra saltitante....


A ideia de fazer isto surgiu do nada mas acho que, inconscientemente, tirei inspiração de uma memória humorística de uma partida de carnaval de meu pai. Ele colou numa tampa de esgoto algumas moedas de escudo e depois ficámos à janela a observar o comportamento das pessoas. Algumas tentavam muito puxar a moeda, sem conseguir. Outras tentavam com uma chave. Aos poucos alguém foi conseguindo e as moedas desapareceram. Algo nessa memória me faz sentir um tanto feliz. Uma brincadeira inocente tanto como eu. 


PS: Fui ao WC e percebi que um fio de cola ia do lavatório até o parapeito da janela. Isso só seria possível se a dispensor, depois de colado, tivesse sido colocado ali. Ficou claro para mim que foi isso mesmo que aconteceu. Depois de o fazer, a M. deve ter percebido que o seu gesto ia ficar comprometido e não quis ser identificada ao acto. Voltou a colocar o dispensador e enfiou o dela entre os dois. Resta saber o que vai inventar de seguida. Seja o que for, será dentro das linhas da inversão de papéis. 

sábado, 25 de março de 2023

Partilhar casa: a realidade com fotos

 Acordei hoje cedo mas nao fui ao WC como pretendia. Preferi ficar a dormir mais tempo. Nisto oiço alguem entrar no WC e oico tambem muito barulho metalico. Outro som que invade meu cerebro enquanto tento dormir é a ventania la fora. Está muito forte. 

A pessoa que está no WC faz a descarga duas vezes e tanto barulho que quase me desperta de vez. Mas consigo voltar ao sono.Quando acordo, não muito tempo depois, preciso de ir ao WC. Mas sei o que lá vou encontrar, porque depois da pessoa sair a porta do WC fechou com um estrondo com a ventania e fiquei a ouvir a janela a bater. A janela tem um trinco metálico comprido, com orifícios. Esses orifícios servem para manter a janela aberta mas sem bater. A única pessoa nesta casa que ATIRA o ferro para fora da janela e deixa esta a abanar e até já PARTIU esse ferro, é a M.  Soube que era ela assim que escutei os barulhos. 

Entrei no WC só para lavar as m8ãos. Mas pude ver outros resultados da presença dela na divisão. Salpicos de merda estão agora dentro da sanita e no rebordo do tampo. Merda da M. A M. é uma merda. Sei que muitos estão cansados de ler sobre este assunto, mas peço, ainda assim, que orem para que esta indivídua desapareça de vez desta casa e da minha vida. Acredito no poder da oração e é o que me tem ajudado nos últimos quatro meses. 

Agora vamos às imagens?

A seta da esquerda aponta para um dos "pregos" onde se deve enfiar o cabo com orificios. Conforme o orificio escolhido, a janela fica mais ou menos aberta. E NUNCA bate ao vento.

A seta da direita é a mais importante. Porque é onde está o bilhete a dizer " por favor mantenha a janela presa na fechadura para que nao se parta novamente".

Conforme podem perceber, qualquer chamada de atençao, para um narcisista, é visto como "ninguem me diz o que devo ou nao devo fazer" e retaliam fazendo o contrario. Nao importa a insignificancia do pedido. A coisa mais inocente e sensata fá-los reagir reativamente e nunca a bem.

A pesar do piaça estar disponível, o narcisista se acha diferente de todas as outras pessoas. Resultado: a foto em baixo bem o mostra.

O narcisista se acha o "mais" tudo. O mais limpo foi a bandeira de imediato hasteada pela M. Vejam so no que consiste o seu exemplo DIÁRIO.



Um dos pratos de comida que deixa na cozinha por dias e dias. Nunca vi ninguem deixar um prato desta maneira. Ate os outros que o fazem os passam por agua antes. Reparem na sujidade tremenda dos talhares, como o plastico esta derretido por ter sido apoiado numa superficie quente e o tipo de restos no prato, uns fiamentos verdes.

Depois repara-se no ralo do lava louças e o que está dentro? Fiapos verdes e outras sujidades. Ora, quem poderá ser o responsável por tamanha imundice?

Será a auto proclamada super limpa M?


E hoje cedo já está assim. 
Sabe-se logo o que uma pessoa anda a comer só de se espreitar o interior do lava loucas. Infelizmente.

Fico por aqui. Estas singelas imagens. É pior que isto. Mas hoje, só hoje, apeteceu-me falar deste assunto. Agora nao vou usar mais o WC porque nao quero ser responsabilizada por aquela merda.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

20 euros em Junk food e porquê

 Gastei 20 euros na compra de comidas de plástico. Aqui está o que comprei:


Primeiro trouxe uma caixa inteira de noodles. Depois, noutra loja, trouxe o resto: 



Chocolate, batatas fritas, bolos cremosos, pepsi e uvas. Falta mostrar duas embalagens de pizza ultracongelada. Num restaurante de fast-food trouxe frango com batatas fritas (pacote castanho). 

Tudo isto comprei a preços o mais reduzidos que pude encontrar. Só fiz opções económicas. Por exemplo, os noodles na totalidade custaram 4 euros. A maioria das marcas de noodles tem um valor acima de um euro por unidade. Já que vou consumir isto, mais vale não dispensar tanto dinheiro só porque parece que a qualidade melhora um bocado. Junk por Junk, vou para o barato. Mesmo assim, 20 euros voaram da carteira num piscar de olhos. E não trouxe nada!

Fiquei a pensar se esse valor - os 20 euros, teria sido melhor empregue numa refeição realmente nutritiva.

Existem duas excepções às minhas compras habituais: a pepsi - que nunca bebo e as uvas, que voltei a comprar por ter gostado muito da variante Candy Cotton, vindas da Nabimbia. Infelizmente já não tinham essa variante então trouxe outra para experimentar. Não é algo que habitualmente compre. Geralmente falando, todas as minhas escolhas pretendem ficar pela casa do 1€ por unidade. O que significa junk food de marca branca, quase do mais reles (e por vezes perigoso) que há. 

Acima desse valor só trouxe as uvas (1.45€), a cocha de frango com batatas fritas (2.50€), dois pacotes de batata frita por 1.50€ cada.  De resto tento ficar pelo limiar de 1€ a unidade. O que, hoje em dia, é difícil. Por exemplo: o tablerone tenho de o ir comprar na loja dos "300" por 1€, já que por todos os outros lados subiu 15 centimos.

Se não fizesse isso, os noodles, o tablerone, as pizzas que me custaram 1€ ou menos, teriam custado mais e em vez de gastar 20€ teria gasto 30€ ou mais. 

É a realidade da vida. Esta nunca foi barata. O preço de tudo subiu em flecha depois que o Covid terminou. Parece até que decidiram fazer-nos pagar pelos lucros que deixaram de fazer durante a pandemia. O que antes comprámos barato porque eles queriam era vender, agora compra-se inflacionado. 

Porquê compro Junk food?
Porque não tenho realmente escolha. A situação em que vivo impõe este estilo de vida. Não é aquele que gostaria para mim, não é aquele que procuro. É aquele que me é permitido. 


Fui fazer torradas à cozinha. Tinha acabado de acordar. Quase meia-noite. Entrei na cozinha, estava vazia. Mal lá coloco os pés, sai a M. da casa de banho. Com uma toalha na cabeça e de robe (a sua vestimenta habitual). Tinha reparado que o hub da internet estava fora do sítio e ia para ajeitar mas prefiro apressar-me e dirijo-me direta para o frigorifico onde tenho o pão fateado. Tiro-o para a bancada. Ela passa e sobe para o quarto. Abro o pacote e coloco o pão na torradeira. Esta não liga porque alguém sempre desliga o interruptor da tomada. Ligo-o e coloco o pão a torrar.

Volto à bancada para fechar o saco do pão e começo a escutar o ruído da M. a sair do quarto, já a descer as escadas. Foram segundos, que me levaram para colocar o pão na torradeira. E ela já vem aí. Mesmo de toalha na cabeça, acabada de sair do banho. 

Depois de ter atingido o meu limite no dia 26 de Janeiro, agora voltei a não me deixar afectar tanto pelos seus muitos comportamentos sociopatas. Ela é nacisista. E como a percebo assim e tudo se ligou na minha cabeça, a mentalidade dela não mais me vai me atingir ao mesmo nível que chegou a atingir. 

Ela entra na cozinha e sinto de imediato os seus olhos cravados nos meus. A energia dela é má, negativa. Mas a minha não é. Fico na minha paz. Ela anda de um lado para o outro que nem uma barata tonta, sempre o mais colada a mim possível. Só me mexi do frigorífico, onde arrumei o pão, para a mesa onde peguei no prato e direta para a torradeira. Estes passos foram praticamente com ela a fazer o mesmo. Fiquei parada, quieta, tranquila e em paz, à espera que o pão torrasse. Ela, que tinha algo no forno mas estava pouco se importando com isso, estava era incomodada com a minha presença. Não ligou ao forno, como qualquer pessoa normal faria. Em segundos diz-me: "Porque é que tens de estar aqui quando eu cá estou?". Não respondo. "Foi o que me disses-te" - acrescenta ela, provocando.  Não respondo. Nem me mexo. Fico a aguardar o pão torrar e os meus olhos não se desviam do pão.

Fazer torradas é uma tarefa tão corriqueira, não demora tempo algum. Nada em fazer torradas faz adivinhar motivos para situações de conflicto. No entanto, com pessoas como a M. qualquer movimento que outra pessoa faça lhe dá razões para criar um drama. Os restantes devem passar pelo mesmo, pois todos ficamos pelos quartos. Ela já torrou a paciência de TODOS. Mas tem uma coisa: sempre tem um alvo preferencial. Quando está a particularizar, faz por não ostilizar todos. Isso iria contra os seus propósitos. Que são eliminar essa pessoa. Então finge que está tudo bem, que é amiga, para depois introduzir veneno e colocar os restantes contra a pessoa que realmente quer eliminar. Quando consegue afastar a pessoa, passa para outro. 

Foi assim que fez com todos. Agora é a minha vez, tornei-me o seu alvo. Porque não concordo com o que ela faz e, do meu jeito, fiz-lhe frente. Quem ousa não concordar com um narcisista e não faz o que ela quer sobe imediatamente para a topo dos indesejados. Ao invés de se remover de uma atmosfera tóxica, porque ela é que a faz tóxica, insiste em ficar e intoxicar todos. Por mais que a situação se repita em todos os ambientes à sua volta: emprego, passadas casas, todas as pessoas no mesmo ambiente. Nunca que o Narcisista acha que o problema é ele, serão sempre os outros. E ele vai querer PROVAR isso. Para o conseguir, terá de provocar até causar uma ruptura, até obter uma reacção que, descontextualizada dos meses, anos de abuso, dá a parecer que a vítima é o carrasco e o carrasco, a vítima. Diria que é isso que a faz ter gosto pela vida. Atazanar os outros, implicar com pessoas. Dar-lhes ordens e esperar que lhe obedeçam faça o que fizer, é o sonho dela. Sabem aquele senhor feudal das histórias de terror? Que tem escravos e os tortura sem qualquer empatia? Pois ainda bem que esses tempos já passaram e melhor ainda que ela não nasceu numa família feudal. Há pessoas que, se tivessem nascido a provar o poder que o dinheiro proporciona, seriam tão más quanto Hitler. Cruéis monstros! A M., com as suas obsessões, mania das aparências e rituais estranhos envolvendo velas e rezas, faria "time" com aquela senhora feudal que matava as criadas jovens e virgens para lhes beber o sangue e se manter jovem.

Mas esperem: não acabou. Ela voltou a subir ao quarto, voltou a descer - tudo enquanto as torradas torravam. Sem propósito, que nem barata tonta, a lançar-me olhares de raiva, a ajustar a toalha que mal teve tempo de prender na cabeça já que ficou obesecada comigo, ao invés de se dar um tempo para secar o cabelo ou vestir alguma coisa! 

O pão torrado saltou da torradeira. Peguei nas duas fatias ao mesmo tempo, coloquei no pratinho e subi ao quarto. Ela tinha sentado na cadeira onde nunca quer sentar, usando-se para me intimidar e a mostrar descontentamento. Passo por ela com o prato na mão e subo as escadas. Ela não demora muito tempo, e vem atrás de mim. 

Como é que eu sei que ela olha para mim, que faz caretas, que ajusta a toalha se os meus olhos nunca olham na sua direcção? Bom, eu estou a tentar capturar estes comportamentos. Então carrego sempre o meu telemóvel comigo. Tive a boa lembrança de o colocar a gravar video antes de descer à cozinha. Apanhe bem ou mal, espero sempre que apanhe alguma coisa. Depois fui espreitar a captura e comprovei que os olhos dela estavam cravados nas minhas costas o tempo inteiro. Percebe-se o ódio, a raiva, e também a pequenes e insignificância da M. 

aqui está o "retrato" da monstra, no segundo que teve antes de se virar e voltar a cravar seu olhar na minha nuca. Como em todas as más embalagens, parece inofensiva, não é? 

Queria a cozinha só para ela, mesmo não lá estando quando eu lá entrei. Comportou-se como uma criança birrenta e mimada, com comportamentos egoístas e infantis e assim que o consegue, não o quer. Não ficou na cozinha, em paz, sozinha, como deu a entender que pretendia. Não foi sequer capaz de conjecturar AGUARDAR que o pão torrasse. Tornou esses curtos minutos num drama de novela mexicana. Subiu praticamente atrás de mim. Típico. O que realmente queria era causar uma briga. Eu não estando lá, tem de brigar sozinha. 


quarta-feira, 22 de maio de 2019

Fazer um curriculo à altura


Passei o dia inteiro a melhorar o currículo, adaptando-o ao estilo que o recrutador inglês quer ver.

Senti-me incomodada. E hoje descobri porquê. Além de ser moroso e mentalmente desgastante "recordar" detalhadamente 20 anos de variada actividade profissional, não gosto de falar sobre mim. Pelo menos não desta maneira, em que preciso "elogiar-me". 


Sou modesta. É um mal que me aflige desde sempre. Por isso os currículos que fiz ao longo da vida sempre me consumiram tempo e neurónios. E fiz tantos, mas tantos, um para cada candidatura, que com o tempo e a idade adquiri alergia à ideia. Devo ter feito mais de 1000 currículos ao longo da vida. Entre modelos europeus desactualizados, com foto ou sem foto e outras formas mais, acabei por «desaguar» num CV factual, com datas, funções... nada mais. Limpo de pretensões. Se quiserem saber mais, descobrem  na entrevista. É aí que me vão conhecer, não por um pedaço de papel.



Mas hoje em dia nem é mais por um pedaço de papel mas por um texto online. É isto que o recrutador vai ver e é o que tem de encantá-lo. Tens de falar de ti, dos teus grandes feitos, da tua admirável capacidade para trabalhar em equipa e ajudar a empresa a ser pioneira. Uma série de larotas para as quais nunca tive talento. Ah, é preciso nascer com esse dom! Se nasci, logo perdi. A rapariga mais-nova mostrou-me o seu CV e sem dúvida ela domina a arte de se auto-promover. No papel parece uma heroína, alguém jovem e fresco, promissor, que pode crescer numa empresa e ajudá-la a florescer. 


Ao mesmo tempo que é um currículo de uma pessoa maravilhosa, conta apenas com uma experiência profissional. Ainda tenho uma vaga ideia do que é estar a começar a vida... Curriculos quase em branco! Isso alguma vez existiu???

Como é que uma pessoa com apenas uma experiência profissional na vida pode entender, sequer alcançar as complexidades de alguém mais experiente, que tem tantas, mas tantas, debaixo do cinto? Cada qual uma luta por si só... Nada foi fácil. Muito sapo engolido, momentos de desespero, de desilusão e de alguma alegria também.


Pessoas a começar que não tiveram realmente nenhum grande contacto com o mundo laboral ainda não tem um olfacto desenvolvido. Falta-lhes passar pela experiência de meses ou anos com a "colega invejosa", de patrão "atiradiço" ou de "complot para te tramar no trabalho". 

Ainda tem as preocupações com o salário, as horas de trabalho, horas que não são pagas mas tens de fazer ou te demitem, emprego precário, trabalhos de enorme esforço físico... Ela nem sequer passou pela comum experiência de trabalhar num café ou restaurante para ganhar uns tostões extra. Mas também há quem tenha se dedicado a isso por curtos períodos de tempo sem grande dedicação e se julgue experiente q.b.

Sortudos daqueles que sabem se vender. Não os invejo, não os admiro, acho que estão bem para os tempos que correm, somente isso.