sábado, 5 de outubro de 2019

Malévola!


Quando me viu descer à cozinha eram 22.30 de quinta feira, a mais-velha, que havia chegado às 18.00 horas, enviou de imediato uma mensagem ao senhorio, acompanhada de uma foto, dizendo que a box de televisão estava com uma avaria. Foi por eu ter aparecido que ela enviou aquela mensagem. Já a conheço. Sei que tudo o que escreve no grupo tem um propósito oculto e dirige-se a mim. E àquela hora?? Só não entendi onde ela queria chegar.

Quando regressei de Portugal esta quarta-feira, fui programar gravações que sabia que iam começar esta semana, como relatei aqui. Foi quando constatei que ela tirou proveito da minha ausência para apagar da box as gravações deixadas por mim. Repetindo o mesmo que fez em Junho e em Fevereiro!

Por isso sei que a box, nessa quarta-feira, estava a emitir todos os canais - ao contrário do que ela alegou na quinta. A única diferença, mas essa notei-a de imediato em Junho, é que os comandos do telecomando já não respondiam nem eram os mesmos. Fruto de algo que ela andou a fazer, certamente! 

A mensagem de erro que ela usou para fundamentar a alegação, certamente soube como a gerar. Mais que não fosse através da netflix ou outro serviço que ela pudesse enguiçar. Na tecnologia basta isso. Seguindo um outro caminho ao invés de outro, os resultados podem ser diferentes.

Ontem de noite, assim que eu entrei em casa e fui para a cozinha, passavam poucos minutos das 19h  ela voltou a enviar nova mensagem ao senhorio. Mais uma vez, sei que aguardava-me para fazê-lo. Só então ela se decidiu a enviar a segunda mensagem.

Não é coincidência, acreditem.
É como que... a criar um alibi.


O senhorio acabou por aparecer de noite, sem enviar mensagem que ia fazê-lo. Só dei conta por, às tantas, escutar a sua voz. Interroguei-me porquê ela se sujeitou à sua presença nas mediações do fim-de-semana. Ela sempre evitou fazê-lo, com receio de que ele aparecesse e não saísse daqui. Sei que faz de tudo para o manter afastado nas suas folgas. Não se importa que ele ande sempre por cá, desde que seja na sua hora de trabalho. Por isso o ter solicitado perto do fim-de-semana é muito incomum.

Há sempre um intuito disfarçado de outra coisa por detrás do que faz. Aprendi isso. E depois de ficar a conhecer bem o "caroço" de uma pessoa, consigo pressentir se age motivada por segundas intenções. E nela, é como a sua natureza. Nem sabe de outra forma.

Hoje de manhã nem eram bem oito horas, batem à porta. Vieram por causa da box. E subitamente, sem se "importar" que os seus amiguinhos ainda estivessem a dormir, ela envia no grupo a mensagem "temos uma box nova!".

Demorei mas entendi. Os cabos desligados...

Ela planeou isto. Arquitectou a avaria. Percebeu que era por scart que eu conecto o meu aparelho e percebeu que isso só era possível devido ao facto da box ser antiga. Se conseguisse que fosse substituída, as modernas já não trazem aquela entrada de audio-video. Exatamente para impedir as pessoas de poderem armazenar programas em casa e as tornar dependentes dos servidores e mais avidas ao aluguer que agora disponibilizam.

Ela ganhou.
Não consegui, tentando durante um ano, gravar aquela série.

Ainda por cima, "limpa" o cadastro, livrando-se da box anterior. Com uma nova box com novos menus de interacção, fica mais difícil demonstrar como foi intencional cada vez que eliminaram as gravações durante a minha ausência.

caso me apeteça denunciá-la.
Mas se ainda não o fiz, não o vou fazer.

Não os fiz esperar:
Peguei na jarra que tinha tirado da sala, coloquei dentro os galhos secos pintados que usei como decoração e desci as escadas. Coloquei-a de volta em cima da lareira. De onde, pelo natal do ano passado, insistiam em removê-la, o que me causou grande perturbação.

Disse-lhes "olá" e recebi: "Olá. Temos uma nova box!".
Ah, e é das novas? Pois...
Olha, já está enrolado e tudo! - mencionei ao ver o cabo scart desconectado e enrolado (provavelmente pelo técnico que desconectou a box).

Peguei no aparelho e subi com ele.


Não tem mais serventia.
Ela pode voltar a ser a Rainha e senhora da TV na sala. Do telecomando. Das gravações.

Malévola e mesquinha.

Mas deixem estar...
Algo há de me ocorrer.

7 comentários:

  1. Olá. Espere, que pessoas desse carácter, não hão de vencer sempre, nem merecem! Há de chegar o tempo em que o destino de encarregará de a castigar.
    Só lamento o seu sofrimento e mal estar vivendo com pessoas maldosas! Beijinho

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    1. Vencem, vencem. Formam grupos e vencem sempre. Mas não vencem no sentido de mudar quem sou ou distorcerem a noção de ética e valores que preservo. Quanto ao viver com elas, já me habituei. Agora pouco do que façam pode afectar-me. A única coisa que me incomoda ligeiramente é sentir o novo inquilino a reproduzir os mesmos comportamentos. Lamentável. Tenho sempre esperança de que aparecesse alguém imune à sedução, ao veneno e que não metesse as três cores da bandeira nacional à frente da razão. No such luck.

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  2. Talvez dê para ir buscar a série a algum site e vê-la depois no PC, espero que sim

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    1. Esta não, Redonda.
      Mas não faz mal. A minha vida não vai estragar-se por causa de uma série, muito menos por causa das atitudes mesquinhas de quem me cerca. Cada qual responda por si e nesse aspecto nada me pesa.

      Abraço

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  3. Viveres assim deve ser um desgaste terrível. Acho que uma conversa de grupo ajudaria muito porque afinal até nas famílias há discórdias e o diálogo faz maravilhas. Será? Se fosse comigo (e já houve muitas situações na minha via) falaria e talvez o mau ambiente melhorasse.

    Força e um bom domingo

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    1. Fatyly eu também sou apologista do diálogo, como deve ter percebido. E já tentei, só para receber em troca mais do mesmo. Entendi então que a chalaça nunca vai cessar, é assim que decidiram e como se sentem seguros e apoiados uns nos outros, não vão mudar. Não têm compaixão suficiente para isso. São egoístas e têm uma agenda: viver só com italianos na casa. Eu estou (obviamente) a mais! Podia ser a miss simpatia que para eles de nada adiantava. Existe uma aptidão para a nacionalidade que roça ali a xenofobia. A mais-velha até já disse várias vezes "Fulana tal também viveu com uma portuguesa e nâo se deu nada bem com ela. Por isso não somos só nós".

      Como se ser português fosse uma doença em que todos os que dessa terra vêm tivessem infectados.

      Acredite, eu tentei de tudo. Desde o início fui simpática, prestativa, cumpridora, atenciosa, paciente, calma... O que não fui foi respondona e confrontacional. Devia ter sido. Há pessoas que só se comportam bem se mostrares que tens garras e dentes afiados.

      Após meses e tentativas pela esquerda e a direita, finalmente deixou de importar. Cada qual é responsável pelas suas acções e a minha mente está tranquila.

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  4. Olá Portuguesinha.
    Eu fico com o meu estômago embrulhado com certos relatos dessa malta com quem é obrigada a partilhar o a que respira. Dá uma vontade de lhes mostrar que eles que vão gozar lá com a "mama" ou "nona" deles!
    Sinceramente, acho que não adianta manter o papel (embora eu imagine que genuíno) de boazinha.É o tal ditado que quando mais nos baixamos...
    Espero que um dia não venha a dolorosa fatura, é que nem um santo aguentaria tanto desrespeito sem ficar com a cabeça desfeita.
    Um grande abraço e tente pensar mais em si!

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