"Espero que esteja tudo bem consigo" - pergunta Elvira, num dos comentários que simpaticamente aqui deixou, após regressar das férias.
Acho que a Elvira deve ter um dedo de adivinha. Porque de facto vêm aí mudanças para a minha vida. Mas, não faço ideia do que aí vem.
Pela primeira vez em toda a minha vida, pedi dispensa definitiva do trabalho.
Acontece que recebi o ordenado hoje... e até se abriu a boca.
Nunca antes ganhei tanto com tão pouco esforço.
Se calhar fui uma IDIOTA por dispensar este emprego.
Uma idiota por não querer ser comandada por outra IDIOTA.
Só que esta, de uma idiotice de outro nível.
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Não é novidade que existiu uma contenta entre mim e a chefe - por uma coisa muito idiota. Por causa dela, a mulher deixou de me falar adequadamente nos dias seguintes e exibiu alguns comportamentos infantis. Um deles foi dar-me o pior horário de trabalho no mês seguinte. Uma pequena "vingançazinha" de pessoa mesquinha que, tendo oportunidade de prejudicar outra, abraça-a infantilmente, ao invés de a rejeitar.
A situação voltou a repetir-se. Ou melhor, a chefe voltou a fazer uma grande tempestade num copo de água. Nem percebi porquê lhe deu tanta vontade de barafustar. Não existiu qualquer motivo para tal. Não cometi nenhum erro, não prejudiquei ninguém... o trabalho estava a correr bem, mas um pouco parado. E por isso propus no grupo de trabalho que se alguém tivesse interessado numa folga, eu estava interessada em trabalhar.
É natural... as pessoas trocam turnos, fazem propostas...
Eu não sou muito disso mas, há sempre uma primeira vez. Então deixei a proposta no ar. Não foi como se estivesse a forçar alguém! Nem exigi nada. Porque só isso justificaria a reação dela. Depois de ler esta minha sugestão, ela escreveu o seguinte: "Fulana, quando perguntei quem queria fazer horas extra não disseste nada. Agora esperas que os teus colegas dispensem dos seus dias de trabalho para ti??? Não gosto nada disso!"
Eu li a mensagem e fiquei pasma. Mas... porquê aquela agressividade? E de onde veio aquela interpretação?? Quando é que ela perguntou quem pretendia fazer horas extra? E porquê estava a usar isso contra mim? Estava a castigar-me, ficava implícito. Por não me ter oferecido para fazer horas extra há quatro semanas atrás, estava agora condenada a não ter direitos? Nunca mais poderia propor nada? Mas isso é ser chefe? Mas afinal o que fiz eu de errado ao escrever aquela simples e inofensiva mensagem sugerindo uma troca de folga por um dia de trabalho? Nunca pensei, nunca me ocorreu, que ia ter uma resposta como aquela.
E não ficou por aí. Porque ao lê-la, caí no erro de responder. Não gostei da implicação que ela fez: de que estava a prejudicar os meus colegas e que não me oferecia para fazer horas extra. Porque não era verdade! Ela havia pedido para fazer horas fazia 5 dias. E assim o fiz. Trabalhei até há uma da manha.
Agora estava a acusar-me de não me oferecer?
O que mais me custou da outra vez foi ouvi-la retratar-me de forma oposta ao que sentia estar a demonstrar. Estava a acontecer novamente. E assim não podia ser. Como posso trabalhar para uma pessoa que diz que ando pela esquerda, quando ando pela direita? Que me acusa de pegar no telemóvel quando não gosto de telemóveis?
Portanto existiu na sua resposta uma quantidade muito equivocada de afirmações, todas entregues com agressividade. Disse-lhe para deixar estar... Da maneira como ela deixou claro estar descontente estava obvio que NINGUÉM IA OUSAR, mesmo que quisesse, trocar um dia comigo.
Mas ela continuou. Ainda respondeu que não se falava mais do assunto, não queria ouvir mais uma palavra a respeito!
Ora...
Ela cria toda uma discussão e depois até sente-se no direito de silenciar qualquer possível intervenção. Isso é um atentado à liberdade de expressão. Foi aí que percebi: "mas ela é uma IDIOTA!".
E foi aí que decidi que não ia ficar a trabalhar para ela.
Ainda assim, nada disse nesse dia. Não queria agir a quente.
Quando entrei no escritório, disse bom dia a todos e, quando me virei para sair, ela, que nada me disse, ruminou um "Hei?", ao que lhe respondi um simpático adeus e continuei o meu rumo. Afinal, tinha terminado o trabalho, já nada me prendia ali. E se ela escreveu que não queria ouvir mais uma palavra a respeito.... pensava o quê? Que ia ter com ela discutir o assunto??
Não quer diálogo não tem diálogo...
É olá e adeus e pronto.
Minutos depois recebi uma mensagem no telemóvel, dela. Escreveu assim: "Fulana, querida, é para te lembrar que ainda estás à experiência. Tem um bom dia!".
Interpretei aquilo como uma ameaça. "Ou fazes o que quero, ou te curvas e obedeces, ou serás castigada. Eu tenho poder sobre ti".
Quase que respondi: "Muito obrigada por me lembrar. Era o que precisava saber. Neste caso aviso-a que o meu trabalho acaba aqui".
Mas fui mais madura. A decisão estava tomada. Mas ia comunicá-la presencialmente.
No dia seguinte ela liga-me para perguntar algo e no final diz que temos de falar. Muito bem, quando? - pergunto. Ela não sabe dizer... Proponho ir ter com ela no final do meu turno para esse fim, mas ela rejeita a proposta, dizendo-se muito aterefada. Talvez na "segunda-feira"... responde ela. Ou seja: uma semana! Não estava para esperar uma semana até «sua magestade» decidir que tem tempo para falar. Se mencionou que temos de falar, que não usasse isso como arma de intimidação. Que fica a pairar no ar por sete dias... Perguntei-lhe então sobre o quê desejava falar. Mais um suspiro e ela diz:
-"Tu não percebes que atrapalhas os turnos dos outros? E depois ages como uma crianças de cinco anos!".
Ao que lhe respondi: "Fulana, eu quero terminar a minha colaboração aqui na empresa."
-"Está bem" - responde ela, num misto de surpresa e alívio.
(estava cansada de a ver usar essa possibilidade como ameaça)
-"De quanto tempo precisas?"
-"O tempo para sair são duas semanas".
-"Duas semanas (eu tinha lido uma apenas por lei). Que mais é preciso fazer?"
-"Deixa uma carta na minha secretária".
-"Está bem. Adeus."
Instantaneamente senti-me leve.
Gosto do trabalho - nunca tive um que surpreendesse tanto pela positiva no salário. E não é nada exigente. Mas pode ser aborrecido e monótono e chato (se as pessoas forem chatas e parvas). E nesses momentos não o suporto. Mas nunca irei encontrar outro como este, isso é certo. Ainda demais, é uma companhia privada. Não corria o risco de ser demitida como nas outras que a rodeiam... Era mais "sólida". Só que, nas condições em que a encontrei... não quis arriscar cair nos erros do passado. Erros que me fizeram aguentar todo o tipo de abuso. Até o abuso se tornar pior, pior e eu acabar gravemente prejudicada. "Se ao menos tivesse terminado tudo como pensei tantas vezes..." - não queria passar por isso novamente. Então, na hora em que tudo ficou claro, segui essa visão.
Foi a primeira vez que agi assim.
Mas ficam dúvidas. E incertezas. Terei de aprender a viver com elas.
Receio de ter sido precipitada, receio de ter agido mal ao sair de um local sem ter outro para ir. Isso é que me assusta: não encontrar outro. E agora já não é qualquer um que me serve. Quero algo específico e sei o que não quero fazer.
E estou mais velha. Cada dia que passa... mais velha.
E o verão já acabou. Vão-se os empregos...
Nada está a meu favor...
Será que fiz bem?
Sei que há duas espécies de bem. E fiz bem, para o lado que negligênciei toda a minha vida. Mas preciso de viver, de dinheiro, de trabalhar que é o que me faz feliz...
Agora o tempo dirá o que sairá daqui. Para já, tive dois dias de ansiedade...
Não é muito bom. Mas também tenho de aprender a lidar com ela.
Entretanto, mais para se precaver, ela ligou-me no final do turno a perguntar se queria ir ter com ela para conversar. Então fazia três horas não tinha tempo, só dali a uma semana... agora arranjava tempo? Perguntou se mudava de opinião. Respondi que tinha de seguir o meu instinto... e que havia deixado a carta na secretária, como pediu.
No dia seguinte vieram ter comigo para confirmar se eu ia embora por causa dela. Queriam que apresentasse uma queixa por escrito, dizendo quais os meus motivos, para que a carta chegasse aos ouvidos dos superiores dela. Porque não é a primeira vez que ela age assim com as pessoas que estão debaixo do seu comando e não pode ser assim.
Só que se existiram outros - e sei que existiram - então porquê não foram os outros a escrever essas cartas? É um assunto que ainda vou ponderar. Pois não sei se tenho evidências suficientes. Tudo pode ser levado para a questão de "interpretação". Que foi a desculpa esfarrapada usada no primeiro emprego que tive, quando quis denunciar um caso de bulling. Era tudo "interpretação" minha... E de qualquer pessoa com a mesma queixa sobre o mesmo indivíduo.
Depois, não sou delatora. Nunca fui.
Tenho aversão a ir por detrás de alguém conspirar contra essa pessoa. Sou mais cara na cara, rosto no rosto, diálogo. Coisa que ela praticamente baniu... pelo que, ao agir assim, praticamente valida que se tente a via indirecta.
Este mês ela atribuiu-me 10 dias de folga. É um exagero. Dois a mais que o habitual e cinco a mais que uma rapariga que está a tentar proteger, influenciando os seus resultados finais. Deu-lhe os melhores turnos e só lhe deu a segunda folta após 15 dias. Isso vai reflectir-se no salário mas também numa competição que está a decorrer. O primeiro prémio são 100 euros. Adivinhem quem estava a liderar no início? Eu. Mas quem é que vai ser o vencedor? A protegida.
Com apenas 5 dias de folga no mês de Agosto e com os melhores turnos, a protegida vai ser a vencedora. Não há matemática que refute essas possibilidades. Existe uma outra colega que estava a aproximar-se bastante e é boa. Mas até aí a chefe influenciou o resultado. Ontem, penultimo dia da competição, sugeriu TROCAR de turno com a protegida, afirmando, inclusive, que era melhor para ela porque ia vender mais artigos para a competição!!
E não ficou por aí. Porque ao lê-la, caí no erro de responder. Não gostei da implicação que ela fez: de que estava a prejudicar os meus colegas e que não me oferecia para fazer horas extra. Porque não era verdade! Ela havia pedido para fazer horas fazia 5 dias. E assim o fiz. Trabalhei até há uma da manha.
Agora estava a acusar-me de não me oferecer?
O que mais me custou da outra vez foi ouvi-la retratar-me de forma oposta ao que sentia estar a demonstrar. Estava a acontecer novamente. E assim não podia ser. Como posso trabalhar para uma pessoa que diz que ando pela esquerda, quando ando pela direita? Que me acusa de pegar no telemóvel quando não gosto de telemóveis?
Portanto existiu na sua resposta uma quantidade muito equivocada de afirmações, todas entregues com agressividade. Disse-lhe para deixar estar... Da maneira como ela deixou claro estar descontente estava obvio que NINGUÉM IA OUSAR, mesmo que quisesse, trocar um dia comigo.
Mas ela continuou. Ainda respondeu que não se falava mais do assunto, não queria ouvir mais uma palavra a respeito!
Ora...
Ela cria toda uma discussão e depois até sente-se no direito de silenciar qualquer possível intervenção. Isso é um atentado à liberdade de expressão. Foi aí que percebi: "mas ela é uma IDIOTA!".
E foi aí que decidi que não ia ficar a trabalhar para ela.
Ainda assim, nada disse nesse dia. Não queria agir a quente.
Quando entrei no escritório, disse bom dia a todos e, quando me virei para sair, ela, que nada me disse, ruminou um "Hei?", ao que lhe respondi um simpático adeus e continuei o meu rumo. Afinal, tinha terminado o trabalho, já nada me prendia ali. E se ela escreveu que não queria ouvir mais uma palavra a respeito.... pensava o quê? Que ia ter com ela discutir o assunto??
Não quer diálogo não tem diálogo...
É olá e adeus e pronto.
Minutos depois recebi uma mensagem no telemóvel, dela. Escreveu assim: "Fulana, querida, é para te lembrar que ainda estás à experiência. Tem um bom dia!".
Interpretei aquilo como uma ameaça. "Ou fazes o que quero, ou te curvas e obedeces, ou serás castigada. Eu tenho poder sobre ti".
Quase que respondi: "Muito obrigada por me lembrar. Era o que precisava saber. Neste caso aviso-a que o meu trabalho acaba aqui".
Mas fui mais madura. A decisão estava tomada. Mas ia comunicá-la presencialmente.
No dia seguinte ela liga-me para perguntar algo e no final diz que temos de falar. Muito bem, quando? - pergunto. Ela não sabe dizer... Proponho ir ter com ela no final do meu turno para esse fim, mas ela rejeita a proposta, dizendo-se muito aterefada. Talvez na "segunda-feira"... responde ela. Ou seja: uma semana! Não estava para esperar uma semana até «sua magestade» decidir que tem tempo para falar. Se mencionou que temos de falar, que não usasse isso como arma de intimidação. Que fica a pairar no ar por sete dias... Perguntei-lhe então sobre o quê desejava falar. Mais um suspiro e ela diz:
-"Tu não percebes que atrapalhas os turnos dos outros? E depois ages como uma crianças de cinco anos!".
Ao que lhe respondi: "Fulana, eu quero terminar a minha colaboração aqui na empresa."
-"Está bem" - responde ela, num misto de surpresa e alívio.
(estava cansada de a ver usar essa possibilidade como ameaça)
-"De quanto tempo precisas?"
-"O tempo para sair são duas semanas".
-"Duas semanas (eu tinha lido uma apenas por lei). Que mais é preciso fazer?"
-"Deixa uma carta na minha secretária".
-"Está bem. Adeus."
Instantaneamente senti-me leve.
Gosto do trabalho - nunca tive um que surpreendesse tanto pela positiva no salário. E não é nada exigente. Mas pode ser aborrecido e monótono e chato (se as pessoas forem chatas e parvas). E nesses momentos não o suporto. Mas nunca irei encontrar outro como este, isso é certo. Ainda demais, é uma companhia privada. Não corria o risco de ser demitida como nas outras que a rodeiam... Era mais "sólida". Só que, nas condições em que a encontrei... não quis arriscar cair nos erros do passado. Erros que me fizeram aguentar todo o tipo de abuso. Até o abuso se tornar pior, pior e eu acabar gravemente prejudicada. "Se ao menos tivesse terminado tudo como pensei tantas vezes..." - não queria passar por isso novamente. Então, na hora em que tudo ficou claro, segui essa visão.
Foi a primeira vez que agi assim.
Mas ficam dúvidas. E incertezas. Terei de aprender a viver com elas.
Receio de ter sido precipitada, receio de ter agido mal ao sair de um local sem ter outro para ir. Isso é que me assusta: não encontrar outro. E agora já não é qualquer um que me serve. Quero algo específico e sei o que não quero fazer.
E estou mais velha. Cada dia que passa... mais velha.
E o verão já acabou. Vão-se os empregos...
Nada está a meu favor...
Será que fiz bem?
Sei que há duas espécies de bem. E fiz bem, para o lado que negligênciei toda a minha vida. Mas preciso de viver, de dinheiro, de trabalhar que é o que me faz feliz...
Agora o tempo dirá o que sairá daqui. Para já, tive dois dias de ansiedade...
Não é muito bom. Mas também tenho de aprender a lidar com ela.
Entretanto, mais para se precaver, ela ligou-me no final do turno a perguntar se queria ir ter com ela para conversar. Então fazia três horas não tinha tempo, só dali a uma semana... agora arranjava tempo? Perguntou se mudava de opinião. Respondi que tinha de seguir o meu instinto... e que havia deixado a carta na secretária, como pediu.
No dia seguinte vieram ter comigo para confirmar se eu ia embora por causa dela. Queriam que apresentasse uma queixa por escrito, dizendo quais os meus motivos, para que a carta chegasse aos ouvidos dos superiores dela. Porque não é a primeira vez que ela age assim com as pessoas que estão debaixo do seu comando e não pode ser assim.
Só que se existiram outros - e sei que existiram - então porquê não foram os outros a escrever essas cartas? É um assunto que ainda vou ponderar. Pois não sei se tenho evidências suficientes. Tudo pode ser levado para a questão de "interpretação". Que foi a desculpa esfarrapada usada no primeiro emprego que tive, quando quis denunciar um caso de bulling. Era tudo "interpretação" minha... E de qualquer pessoa com a mesma queixa sobre o mesmo indivíduo.
Depois, não sou delatora. Nunca fui.
Tenho aversão a ir por detrás de alguém conspirar contra essa pessoa. Sou mais cara na cara, rosto no rosto, diálogo. Coisa que ela praticamente baniu... pelo que, ao agir assim, praticamente valida que se tente a via indirecta.
Este mês ela atribuiu-me 10 dias de folga. É um exagero. Dois a mais que o habitual e cinco a mais que uma rapariga que está a tentar proteger, influenciando os seus resultados finais. Deu-lhe os melhores turnos e só lhe deu a segunda folta após 15 dias. Isso vai reflectir-se no salário mas também numa competição que está a decorrer. O primeiro prémio são 100 euros. Adivinhem quem estava a liderar no início? Eu. Mas quem é que vai ser o vencedor? A protegida.
Com apenas 5 dias de folga no mês de Agosto e com os melhores turnos, a protegida vai ser a vencedora. Não há matemática que refute essas possibilidades. Existe uma outra colega que estava a aproximar-se bastante e é boa. Mas até aí a chefe influenciou o resultado. Ontem, penultimo dia da competição, sugeriu TROCAR de turno com a protegida, afirmando, inclusive, que era melhor para ela porque ia vender mais artigos para a competição!!
Ela tem a competição muito presente. Está sempre a mencioná-la. Portanto sei que as minhas suspeitas não são coincidências. Não me surpreenderia se o verdadeiro motivo por detrás do seu ataque verbal tenha sido o facto de não me desejar a interferir nos seus planos de me afastar o máximo possível das possibilidades de ganhar esse prémio. É que as minhas folgas coincidiam com o final do mes... a única altura em que podia recuperar. Ela não ia deixar...
E por todos estes detalhes mesquinhos, por estas coisas pequenas, acho que não vale a pena. Nunca sei o que vou encontrar ali. Nunca sei de onde vem o próximo grito, o próximo stress... e aquilo é um emprego que não justifica tanto aborrecimento.
Entretanto daqui a duas semanas a chefe vai de férias... pela quarta vez desde que lá estou a trabalhar. Não entendo como é que, tirando tantas férias, consegue regressar sempre mais furiosa, ao invés de calma. Mas agora isso já não me diz respeito.
A protegida vai ser recompensada. Não só vai meter ao bolso 100 libras, como a partir de amanhã tem uma semana de férias. Convenientemente tiradas "pós" competição. E já planejou tirar outra semana daqui a 10 dias. Adivinhem quem é que vai fazer horas extras na sua última semana de trabalho???? Enquanto a favorita vai de férias e não há mais ninguém? Parva fui! Porque foi por causa disso que me demiti e agora fiz-lhe o favor de lhe facilitar a vida... até precisava de estar mais livre para planear a minha vida. Mas não... pensei que ela não tinha mais ninguém.... senti compaixão. PARVA, IDIOTA!
Gostava que alguém demonstrasse preocupação comigo e com o emprego que vou conseguir. Isso é que seria de utilidade. Mas até agora só me abordaram porque me querem usar como ferramenta para expor a chefe pelo que ela é...
Mas se ela sair, outra igual vai para o lugar. E talvez uma que seja mais difícil de apontar os erros... uma mais sabida.
Por tudo isto, terei feito bem? Terei feito mal?
Só Deus sabe.
O que eu sei é que fiquei num emprego para lá do tempo em que me sentia confortável nele e essa decisão foi catastrófica. Sofri muito e a consequência injusta deixou marcas. Depois a minha outra grande decisão errada: ficar demasiado tempo a viver naquela casa com aquele tipo. Quando decidi sair, voltei atrás. Tudo para um mês depois sair de vez. O meu primeiro instinto estava correcto. Mas eu, ingénua, crédula... deixei-me levar pela esperança, pela crença de que é possível uma convivência cordial, seja no campo profissional ou pessoal...
E voltei a sofrer com isso.
Foi por ter passado por essas experiências que agora tomei a decisão contrária aquela que me é de costume. Cortei o mal pela raiz, antes que esse mal pudesse me prejudicar ainda mais.
Desejem-me muita sorte, do fundo do vosso coração!!!
Abraços carinhosos,
Portuguesinha