domingo, 29 de maio de 2022

Domingo Musical: quebrando ideias pré-concebidas: Rock Japonês

 


Gosto particularmente da escolha da indumentária Gueixa para contradizer com o som do rock no feminino o papel submisso da mulher.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Quarta-feira de Humor e Criatividade: post 01

Achei isto muito bem feito. Parece real. Olhem só a pinta deste: 
"O rapper branco"

"Num funeral"

"Sou mui tágira"


"Boxe"

"namoro: o beijo"


"sou o maior! Somos os maiores!"


"Não tens escapatória! Rende-te!"

"Ali Gi"


"Pose à Marylin"


"Ha, ha, ha, ha Staying Alive - Saturday night Fever"

"gang-sta"


"Sou o anjo do demónio"


"Em caso de invasão de propriedade privada"

"O jardineiro"


"tou? DJ?"


"Estes ficam-me bem!"


"Sou o maior"


"Rock"


"Gladiador"


"Sou fashion"


"Hulk"


"Musculoso sou o maior!"


"Culturismo" 


"Tropa"

segunda-feira, 23 de maio de 2022

O presente da vizinha

 

As filhas da vizinha da casa ao lado deram-me uma cadeira de jardim.

Elas não moram aqui. A mãe é que morava, mas antes do Natal precisou de ir para uma casa de cuidados e elas, que moram longe, colocaram a casa à venda e começaram a deitar coisas fora.

 De vez em quando re-aparecem para destralhar um pouco mais o espaço. Pode ter sido essa a principal razão da oferta mas, como foi um presente, um gesto atencioso, aceitei.

É raro receber presentes. 

Não ma deram diretamente. Seria uma coisa se me vissem e ma oferecessem. Como trabalho de noite era por volta da hora de almoço quando abri a janela do quarto e elas, que se reuniam no jardim, chamam o meu nome e dizem-me que deixaram uma cadeira com o meu colega "sem cabelo", que é para eu usar.

Devem saber que gosto de ficar pelo jardim e daí se lembraram de mim. Não deixa de ser amável. 

Agradeci, embora não me visse com necessidade para manter uma. Talvez a mantivesse, não fosse esta uma casa partilhada. Mas a casa também pertence a outros e é pequena. Não me cabe a mim enchê-la com coisas que podem atrapalhar os outros. Por mais esforços que produza para a manter arrumada, são todos infrutíferos. 

 O melhor exemplo disso é a arrecadação. Existe um pequeno espaço debaixo das escadas, onde deviam ficar os arrumos. Limpei-o e organizei-o várias vezes.  

Só para o ver agora atolado. Até roupa de menina de 1 ou 2 anos encontrei pelo chão ou atirada em sacos lá para dentro. Que eu saiba ninguém aqui tem miúdos de tão pequena idade. E se tem, a roupa já ali está faz mais de um mês. Malas de viagem enormes, enfiadas ali dentro, tudo ocupando desordeiramente o espaço que eu deixei arrumado, organizado. 

Acabei por desistir, assim como desisti de limpar o frigorífico. Sempre tão sujo, cheio de restos, migalhas, sujidade diversa. A M. tem sempre uma lata de creme de leite aberta e sempre a entorna pelas prateleiras abaixo. A gaveta onde mantenho os frescos está toda amarelada e cheia dessa gosma que ela nunca limpa como deve de ser. E tudo o que empilha na sua prateleira, tem tendência a cair ao chão sempre que se vai abrir a porta do frigorífico. 

Por estas razões decidi não ficar com a cadeira. Gostaria de a armazenar na arrecadação, onde devia existir espaço, já que removi duas cadeiras, dois sacos, dois cestos. Não no meu quarto. Afinal tenho o mais pequeno de todos e sou eu que mantenho tudo comigo. Enquanto aqueles que têm camas gigantes, em quartos amplos, com armários decentes, onde podiam manter várias malas grandes de viagem, atiram tudo para a pequena arrecadação. 

Além disso temi que disponibilizar a cadeira deixando onde todos a pudessem usar fosse produzir maus resultados. Calões como são, provavelmente iam usá-la para fumar e comer confortavelmente no jardim, deixavam-na à chuva, a enferrujar e o tecido ia ficar todo molhado com cheiro a mofo, restos de comida e beatas todas espalhadas pelo chão. Bom ou mau, é naquele relvado que gosto de me deitar. A última coisa que quero é deitar-me ali e respirar o cheiro a cinza, como se tivesse o nariz debaixo de um cinzeiro. Assim que isso se tornar rotineiro, sei que nunca terá um fim. A M. já lá deixou umas tantas, a última ontem, quase dentro do vaso que eu criei a partir de lixo abandonado no jardim. 

Ela é impossível. Uma destruidora. Se se mexer, podem querer que, por onde passar, vai deixar um rasto. Mas não de perfume, ou de boa energia. De destruição, dano, ruído e incómodo.

Hoje decidi colocar a cadeira perto dos contentores para o Exército da Salvação. É onde se costuma deixar artigos de todo o género. Já lá encontrei um espelho vertical em perfeito estado, uma aparelhagem, etc. Mas não trouxe. Não precisava. 

Alguém, contudo, gosta de pegar em tudo. Não podendo carregar a cadeira inteira de uma só vez, primeiro levei a estrutura de metal, depois levei o colchão. Bem embrulhado num saco plástico para ficar protegido da chuva. Quando lá cheguei, a estrutura já tinha desaparecido. Deixei um recado "desculpem, alguém levou a estrutura de metal. Caso ainda seja útil usem, caso contrário, reciclem". E coloquei o almofadado dentro do contentor. 

Nisto um carro estaciona ao lado do terceiro contentor a contar de onde eu me encontrava. E põe-se a olhar, como se nunca tivesse visto. Afasto-me. Para perceber que o casal que sai do carro, abre a porta da bagageira e coloca quatro sacos pretos cheios de algo parecido a roupa, dentro do mesmo contentor onde coloquei o meu. Interroguei-me porquê, tendo estacionado perto dos dois longe de mim, apenas  usaram aquele que eu usei. 

Será que estavam a descartar-se de coisas imprestáveis e quiseram, de algum modo, disfarçar? Ou já iam na segunda viagem e foram eles a pegar a estrutura da cadeira?

Será que foi alguém na casa que me seguiu?

Como dizia a D. Milu ( não vou explicar quem):

Mistéeeee-rio.☺️











domingo, 22 de maio de 2022

Sou muito viajado - Música para este domingo

 Se existisse uma versão em português, quem a poderia cantar?

Hank Snow (US, 1962) canção º1 no top mais

Esta fantástica melodia - que fica no ouvido, teve sete versões, quando escrita em 1959 pelo seu autor, o australiano compositor, cantor e mecânico de aeronaves Geoff Mack. Geoff adaptou-a para SETE países porque ele, pelos vistos, chegou mesmo a estar "em todo o lado". 

A versão americana do vídeo acima, foi escrita pelo autor. Assim como a inglesa, a australiana, a da Nova Zelândia, a da Africa do Sul, a alemã e a japonesa

Só posso dizer: que pena que ele não passou por Portugal!

O conhecido Johnny Cash cantou-a em 1996 mas a versão com que vos brindo hoje, Domingo musical, é uma que penso ser a australiana, cantada por Lucky Star. Por Deus, isto é extraordinário! Oiçam lá:


Para mais versões é só seguir os links que fui deixando. 
Digam-me lá qual a vossa favorita e quem poderia cantar uma versão portuguesa desta canção?

O vencedor do festival da eurovisão?


E para rir:


PS: no final do link com a entrevista a Geoff Mack tem esta música adaptada à medicina, onde ele lista a quantidade de doenças que já teve. Pronunciar todos aqueles nomes técnicos é ainda mais complexo mas mais uma vez, o resultado é fantástico. "I've been everywere" é uma melodia eterna, por se adaptar a tudo em qualquer altura. É só preciso ter imaginação.

 Comprove-o vendo esta versão feita durante o confinamento devido ao Covid-19:


"I've Been Everywhere":

Versão US Lucky Starr (1962 mais tarde)
Rolf Harris com Escocesa e Inglesa toponímia (1963)
John Hore (mais tarde conhecido como John Grenell) com toponímia da Nova Zelândia  (1966)
Hank Snow, US, (1962)
Lynn Anderson (US 1970),
Asleep at the Wheel (US 1973)
Johnny Cash (US 1996)
Ted Egan, e "Farrelly Brothers" (Australia 1974)
John Grenell (NZ 1966)
Mike Ford (Canada, 2005)
As SunnyCowgirls e os Statler Brothers
Harvey Reid, album Dreamer or Believer
Kasey Musgraves, Album Movin’ On (2003)
Jade Bird - (versão mais roqueira que country)
Paródia a um jogo 
Roy Graeme (2010) - versão Nova Zelândia
Remy - paródia a jogos de cartas
Ashley Mcbryde - ao vivo, tocando guitarra e cantando ao mesmo tempo 
Garret Miles - ao vivo, tocando guitarra e cantando




sábado, 21 de maio de 2022

Relembrar posts: 01 -Pais descriminam?

 

Hoje, há dez anos. 
Para ler aqui

Comente.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Sinto-me uma IDIOTA

 

A sociedade cria muitos de nós para sermos IDIOTAS.

Talvez seja IDIOTA todo aquele que segue as normas. Que cumpre as regras. Que obedece. 

Bom, se fizer isto sem nunca as questionar, sem dúvida que, pelo menos, é um tanto passivo. Mas voltando ao assunto: porquê afirmo que as pessoas de bem são IDIOTAS?


Porque as que não cumprem SE DÃO BEM.

Porque eu, "mato-me" a trabalhar, pago impostos altíssimos, vou continuar a pagar mais por tudo. E para quê? Porquê?

Para que OUTROS POSSAM CHULAR MAIS.

Pensem bem. Vou tentar explicar melhor. Se o preço das coisas está a aumentar, alguém vai ter de trabalhar muito mais. Outros contudo, vão PEDIR mais. E vão RECEBER. 

No fundo o governo dá a quem não quer trabalhar tirando daqueles que o fazem. Matam-se uns a trabalhar, que nem formiguinhas, para sustentar as cigarras, que só sabem cantar. 

E é isto.

Percebem o que digo? 

Tentei marcar uma consulta médica, o que aqui é feito por uma APP. Nunca é possível, sempre aparece uma mensagem "estamos cheios, tente amanhã". Faz dois meses que tento, em horários diferentes, e a mensagem não muda. Nota-se que está ali por defeito. Na realidade não existe sequer possibilidade de fazer marcações. 

Isto faz-me sentir usada. "Boa" para ganhar dinheiro e lhes dar um quinhão. Mas ignorada quando se trata de recorrer aos meus direitos. 

Depois lembro-me daqueles que têm acesso aos mesmos direitos sem contribuirem para isso. Os refugiados, que foram imediatamente acolhidos com todos os privilégios de um contribuinte: recebem dinheiro, acesso ao sistema nacional de saúde e uma casa. Aqueles que não trabalham, mas ganham benefícios. E a M. Que está a sobreviver à pala do empréstimo estudantil que lhe vai ser dado por três anos. Recebe mais do que aquilo que eu vou ganhar a me matar a trabalhar durante um ano!


Então, quem é o idiota nesta história toda, quem é?
A formiga, ou a cigarra?


domingo, 15 de maio de 2022

A viagem de uma lesma

 


A viagem de uma lesma pode ser um momento de serena tranquilidade. Estava no jardim quando avistei uma caracoleta, mesmo a tempo de não caminhar na direcção dela. 

Decidi registar o movimento da criatura com a câmara do telemóvel. E fiquei impressionada. Em coisa de cinco minutos, a lesma percorreu uma considerável distância. 

Dizer que as pessoas lentas se movem como lesmas é insultar as lesmas. Para o que são, mexem-se muito rápido.

Neste exercício trivial, encontrei a tranquilidade que precisava para libertar-me dos stresses do dia-a-dia. Sendo hoje, Domingo, o único dia de descanso, observar uma lesma fez-me muito bem. 

Adoro estar rodeada de natureza. Não sei como há pessoas que nunca vão para um jardim, para o parque, nunca observam uma flor. Passam os dias fechadas em casa. Porque as há. A M. é uma delas. Mais uma das suas imensas contrariedades. Para uma pessoa que se diz "ligada" com a energia de tudo o que a rodeia e faz rituais com velas para conseguir para si mesma sei lá o quê - acho que não sabe é nada. Nunca a vi sequer ficar no jardim um dia que fosse. Interesse pela natureza? Nenhum. Não gosta do vento que lhe despenteia o cabelo, não gosta de "coisas" que caem das árvores, não passeia em parques e demonstrou não entender o que me faz gostar de ir lá fora, a apanhar a fresca, no jardim. 

Distraída com esta actividade, descobri que, é a observar a natureza que se aprende. Que se tiram lições. Não me tinha ocorrido - até observar a viagem da criatura, que o estado do tempo influencia os seus movimentos. Está, como dizem os ingleses, drizzling. A caracoleta tem de aproveitar as gotas da chuva miúda para se deslocar, já que as aves ficam pelas árvores, não consistindo uma ameaça maior. 

A humanidade chegou onde está hoje assim: a observar o que a rodeia. 
Assim criou o fogo.

Assim inventou a roda. 

E quando caiu uma maçã em cima da cabeça de uma pessoa, esta percebeu a teoria da relatividade. Daí a pousar na lua, foi um instantinho. 

Ninguém é verdadeiramente sábio, "conectado" com o misticismo, se não souber estar ligado com este todo que é a vida. 



sexta-feira, 13 de maio de 2022

Terminator

 

Estava na pausa para o lanche quando um ruído estático chama a minha atenção: é o TERMINATOR: aquele aparelho elétrico mantido alto no tecto, com duas lâmpadas azuis, tapado por uma rede. E que faz aquele barulho estático quando um insecto bate contra a luz, acabando ali a sua existência. 

Pois estava longe de imaginar que dali a poucas horas, seria eu o TERMINATOR. Ou melhor: os meus olhos. 

Andar numa scooter numa cidade infestada de nuvens de mosquitos é o equivalente a tornar o rosto num ""terminator". Levas com moscas na cara, mosquitos batem nos teus olhos e ficam presos nas tuas pestanas. 

Os estúpidos não se sabem desviar! 


quarta-feira, 11 de maio de 2022

Já ri hoje

Hoje aconteceram coisas corriqueiras que me fizeram rir. A primeira foi esta:


Uma agulha espetada no colchão.
Ri muito.

Porquê? Porque, na falta daquela agulha propria para enfiar no buraco do smartphone a fim de abrir o compartimento dos cartões, comecei a usar esta. Mantenho-a entre a capa e o telemovel, onde tambem mantenho os cartoes de debito, de identidade, dinheiro, selos e todos os micro cartoes já cheios.

Espetei-a por cima do edredon so pela ponta e deixei-a la, esquecida. 

Quais as probabilidades de arrancar depressa tres camadas de roupas de cama e a agulha manter-se no lugar?

Pois foi o que obviamente aconteceu. Quando puxei as pontas do edredon e lencois, embrulhei tudo numa bola e coloquei na máquina de lavar.

Tive sorte, porque o mais provavel era a agulha perder-se por ai e eu acabar por me espetar nela.

Quando a maquina de lavar roupa começou a tocar a musica que indica que terminou o ciclo, desci de saco na mao para recolher a roupa.

Ao me aproximar tive outro momento de riso.  

Encostados ao vidro estavam os meus cartoes de credito.

Percebi imediatamente o que tinha acontecido. Coloquei a capa do telemovel, contendo todos os cartoes micro, de debito, de cidadao, selos e dinheiro - a lavar junto com os lençois.

Ri muito.
E isso fez-me perceber que devo ser naturalmente uma pessoa bem humorada. Porque outros no meu lugar teriam ficado muito chateados. 



Ainda nao experimentei mas creio que os microships dos cartões, mesmo tendo ficado emersos em agua por uma hora e um quarto e serem revirados sem parar, devem funcionar. Assim como os micro cartoes.

Receio mais pelo cartao de cidadao mas creio que tambem esse ship podera estar intacto.

E vocês? Que coisas ja foram parar a vossa maquina de lavar que nao deviam la estar? Sobreviveram? 🤣




terça-feira, 10 de maio de 2022

Visitar o Japão

 Alguém conhece quem tenha vivido no Japão?

É um país que me atrai desde menina. Queria visitá-lo por inteiro. Quero conhecer a cultura e os costumes. Mas não entendo nada de japonês. Este tipo de país merece ser conhecido de uma forma apropriada. Não basta fazer "turismo". Talvez seja preciso viver nele por uns tempos. Ou fazer férias com alguém que viva lá e que possa te apresentar nesse curto tempo a sociedade, cultura, os hábitos, costumes e história

Não me atrai tanto o corriqueiro nas grandes cidades. Metros, comboios, filas de gente a precisar entrar... isso existe em todo o lado. Embora sinta atracção por tudo o que seja tecnologia e inovação! Quero conhecer também as aldeias, os campos a natureza. O "Sol vermelho" do Japão. Kioto, Nagazaki, Hiroshima... lugares que gostaria de visitar. 

Alguém por aí tem o privilégio de ter no seu círculo de amizades alguém a viver no Japão? 

Uma simpatica refeição em boa companhia

 Agora que estou a chegar a meia-idade, o que mais queria era que alguem me levasse a um restaurante simpático para tomar uma boa refeição e, porque não? Oferecer flores.

Romantismo?

Nao me parece. Sinplesmente apreço pelos pequenos grandes simples prazeres da vida. 

domingo, 8 de maio de 2022

A realidade do MacMuffin


A semana passada passei pelo Macdonalds para comer algo pelo pequeno-almoço. Escolhi o Macmuffin. 

Quando o abri fiquei surpresa com o tamanho. Tao pequenino! Agarrei uns post-it 3 por 3 que tinha ha mao para dar nocao das dimensoes.

Aquilo era ainda menor que o post it. Este cobria todo o hamburguer. O pior e que comi tudo sem sentir que tinha gosto.

Sobe a nada. Insonso, sem dar nada ao paladar. Carne, pao e o que restou daquilo a que chamam queijo. Alem de nao saber a nada ainda me fez sentir que nao tinha ingerido nenhum nutriente. 

Aqui fica a realidade versus a propaganda. 












quarta-feira, 4 de maio de 2022

Vamos todos usar óculos

 Que idade pode ter esta criança? 

Dois anos?



Acho muito cedo para ser "silenciada" com um tablet. 

8 maio: alguém reparou na criança atras da mais nova? Tira um telemóvel do bolso e já ninguém estranha. Deve ter uns 13 anos.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Que nem pássaros estúpidos

 

Já repararam que os pombos sempre se atrapalham quando vais a passar? Ao invés de se afastarem acabam por se meter ainda mais no teu caminho. Parecendo tontos, perdidos, desorientados. Acabam por levantar vôo mas, insistindo na exibida estupidez em terra, uma vez no ar continuam a meter-se no teu caminho. 

Não parecem aves particularmente inteligentes. Aliás, pergunto-me porquê nenhuma ave é, já que todas com que me cruzo, em particular gaivotas, exibem o mesmo comportamento. Ao invés de se desviarem para longe, se estão à esquerda metem-se na frente, se estão à direita, metem-se na frente, começam a caminhar freneticamente mas sempre se metendo na linha da tua direcção. Quando finalmente levantam vôo, cruzam acima da tua cabeça, constituindo uma ameaça imediata mas continuam a seguir na mesma direcção que tu segues. Parece-me burro, idiota. Não é suposto fugir-se na direcção oposta ao invés de seguir na mesma do objecto de que se pretende distância? Será algo no instinto primário delas que as fazem agir assim? 

Isto é particularmente irritante quando estou na scooter. As malditas das aves parecem que querem cometer suicídio. Quase que se metem debaixo da roda.  


Mas agora vem o pior: E quando são pessoas?


Desde que passei a usar um veículo de duas rodas, sou muito mais cuidadosa e respeitosa. No entanto surpreendo-me com o comportamento das pessoas. Agem como animais encadeados com a luz dos faróis dos carros. 

Tontas e sem noção de espaço.

Noutro dia vou a passar por um espaço amplo. Uma rapariga caminha pelo meu lado esquerdo. Vou ultrapassá-la pelo direito mas quero que saiba que me aproximo, para que não decida mudar de direcção exatamente à minha passagem. Toco a campainha para que saiba da minha presença. 

Ela demora mas, subitamente, olha para trás, movimenta-se que nem uma barata tonta, bloqueando o lado direito, voltando para o esquerdo, voltando para o direito...  

Para quê? Se não se mexesse e continuasse num rumo só, não teria causado qualquer problema. 

Vinha a segurar o telemóvel e acho que tinha um cordão de auricular no ouvido. Tenho sempre presente que essa pode ser a realidade de hoje em dia: as pessoas metem música tão alta pelos ouvidos que não ouvem mais nada e se distraem. Por isso além da campainha, reduzo velocidade ao passar pelas pessoas. Além de que tenho a luz acesa para que detectem uma aproximação. 

Há muitas formas de alertar alguém da proximidade de um veículo em movimento, mesmo quando estas se rodeiam de obstáculos para essa percepção, como andarem em frente sempre a olhar para trás, quando conversam com outra, quando escutam música.

Toco a campainha da bicicleta não só quando vejo pessoas mas também quando me aproximo de um ponto no percurso com pouca ou nenhuma visibilidade. Reduzo a velocidade. Olho atentamente antes de fazer uma curva e tenho os ouvidos afinados para qualquer ruído. Só não paro porque é quase como pilotar um avião. Se ficar totalmente parada "caio", perde-se o equilíbrio e tenho novamente de dar ao pé para criar velocidade de arranque na scooter, o que nesta provoca-me uma desagradável dor nas costas com cada movimento de pé. 

Se não fosse cuidadosa, algumas pessoas teriam me colocado em risco. Já fui vítima de rolling Coal, que é quando um carro que vai a passar por ti liberta intencionalmente fumo escuro pelo tubo de escape. E a semana passada, estava a conduzir a scooter pela berma da estrada, sou ultrapassada por um autocarro que tem amplo espaço e nisto ele para mais à frente na DIAGONAL. Ao invés de se estacionar na berma e deixar a via livre. Fiquei pasma. A scooter é minúscula em largura, mas eu não tinha dez centímetros por onde passar com ela. Reduzi a velocidade na hora, a ver se o autocarro arrancava. Mas qual quê. Atrás de mim, saído de um estabelecimento, vinha uma viatura branca, que fez a curva e teve de parar atrás do mesmo autocarro que eu. 

Se o motorista do autocarro fez isso de propósito como forma de "protestar" por me ver a usar uma scooter, esteve mal. Não foi só a mim que ele impediu de circular. Ele impediu o trânsito inteiro e teve uma atitude provocatória e perigosa. Dei prioridade ao carro para passar, embora este estivesse a dá-la a mim. E depois segui atrás, na minha berma, naquele espaçozinho entre o beiral e o risco contínuo, permitindo assim a passagem aos veículos potentes motorizados. 



Ontem vinha a atravessar a linha do comboio na scooter. Uma família no sentido oposto viu-me e fez sinal com o olhar desse entendimento. Vinha encostada à esquerda e eles começaram a separar-se para todos os lados. Ao invés de se desviarem apenas para um. Tive de parar a scooter e ri-me. Parada que estava, a ver onde aquelas pessoas se iam enfiar. Quando percebi que tinham passado por mim é que pude continuar. Mesmo tendo-me visto, dois desviaram-se para a direcção onde eu estava, os outros dos para a oposta. Depois pediram desculpa. 

O que posso esperar é que o peão que vejo a vir pela minha esquerda, se mantenha na sua direita. Mas isso algumas vezes não acontece. O que é alarmante.

Este comportamento observo-o diariamente tanto como peã como ciclista. Acho até que estas atitudes me enervam muito mais como pedestre. 

As pessoas podem estar até a andar em outra linha recta que não a tua, na direcção oposta. Mas assim que se cruzam contigo decidem "entortar" para o teu percurso ou subitamente parar na tua frente. Objectivo: baterem em ti. São ou não são como aves estúpidas?


Isto é particularmente fácil de observar nos centros comerciais. Noutro dia quase que não consegui sair de um sem esbarrar em pessoas que passavam. Estava apenas a uns metros da porta de saída. Linha recta. Nada a enganar. Contudo TRÊS pessoas vieram esbarrar em mim. 

Primeiro uma mulher, vinda de uma diagonal. Corta caminho e mete-se à minha frente. Ela viu-me, eu olhei para ela. Continuou o passo dela. Fui eu que tive de reduzir a passada subitamente para não esbarrar na mulher idiota que se atravessou no meu caminho. Que eu saiba as regras de trânsito aplicam-se também nos pedestres: Perde prioridade aquele que vai para entrar na "via rápida". Não se cruza o caminho de alguém que caminha recto num corredor principal. O que fez ela? Atravessou-se no caminho de todos. Esbarraria em mim se eu não tivesse diminuído a minha passada.

Porquê tive de ser eu, aquela que se compromete, se ela é que veio de uma diagonal? 

Depois desta aparece outra. Vinha a caminhar bem, afastada de mim. Subitamente aproxima-se e bate-me com a mala no ombro. Reviro os olhos e respiro fundo. "A porta da saída está quase a ser alcançada..." Nisto, um rapaz alto aparece. Também ele caminha numa direcção que não vem contra mim. Quando está quase a chegar perto, mete-se no meu caminho. Espontaneamente levanto o braço e aceno-lhe com a mão, dizendo: "Hello? I am here!" (Hei, eu estou aqui!). 

Foi só assim que evitei a terceira "colisão" de centro comercial. 
Os pedestres aqui nesta cidade no UK comportam-se como selvagens. 

Já reparei que o melhor a fazer é NÃO ESTABELECER CONTACTO VISUAL com ninguém no centro comercial. TODOS se desviam. Só assim consegui andar em linha recta. Assim que olhas para a pessoa, ela acha que tu tens de te desviar. Deve ser isso, porque vi todos estes que mencionei aproximarem-se e todos se meteram no meu caminho. Passo a vida a desviar-me dos outros e nenhum deles se desvia de mim. Não acho normal. Se caminho em linha recta, num corredor para esse fim, na direcção certa, porquê isso? As outras pessoas é que não sabem partilhar o espaço e parecem não entender as regras sociais básicas para caminhar em sentidos opostos sem virar um empecilho. Regras de tráfico tão simples. 

Quando não tenho um sítio para ir e estou só a "ver montras", caminhando sem pressa, então desvio-me das pessoas que estão a caminhar em linha recta. Simples, básico. Seria de esperar que todos pautassem seus comportamentos da mesma maneira, só que não.

Quando finalmente saí pela porta, contornei todos os obstáculos que são os que ali ficam parados a conversar ou a fumar e segui rumo directo até o macdonalds. À minha direita, uma mulher com uma criança caminhava no que parecia ser uma direcção direita ao centro da cidade. Vou a passar por eles com o meu ritmo de caminhada,  a mulher muda subitamente para o meu lado, querendo "fechar-me" a passagem. Acelero ainda mais o passo e não me desvio. Outra coisa que reparei é que, quem vem de uma diagonal, gosta de passar na tua frente ao invés de passar por trás. Que é o certo a fazer, para assim não obrigar a pessoa a ter de parar o passo. Aqui a maioria desconhece estas regras que se conhecem acho até que por instinto. 



Isso levou-me a perceber que muitas pessoas são como os pombos que encontro pelos passeios quando passo com a scooter. Burras, que se enfiam na frente ao invés de se desviarem.




domingo, 1 de maio de 2022

Colheres em madeira

 

Ao ir ao mercado buscar pronto a comer eles disponibilizavam estas colheres.


Colheres em madeira.

Quando cheguei a casa procurei a colher normal mas nao a encontrei. Lembrei-me destas e usei uma para levar a boca o arroz doce de supermercado.

Surpresa total.

Surpresa No sabor.
Talvez ate na textura.

Muito mais agradavel.

Algumas colheres de metal trazem com elas o gosto metálico. Nos habituamos. 
Mas estas nao empregam sabor a nada. Nem a madeira. O que senti na boca foi o gosto exclusivo do produto.