Metereologia 24 h

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terça-feira, 3 de maio de 2022

Que nem pássaros estúpidos

 

Já repararam que os pombos sempre se atrapalham quando vais a passar? Ao invés de se afastarem acabam por se meter ainda mais no teu caminho. Parecendo tontos, perdidos, desorientados. Acabam por levantar vôo mas, insistindo na exibida estupidez em terra, uma vez no ar continuam a meter-se no teu caminho. 

Não parecem aves particularmente inteligentes. Aliás, pergunto-me porquê nenhuma ave é, já que todas com que me cruzo, em particular gaivotas, exibem o mesmo comportamento. Ao invés de se desviarem para longe, se estão à esquerda metem-se na frente, se estão à direita, metem-se na frente, começam a caminhar freneticamente mas sempre se metendo na linha da tua direcção. Quando finalmente levantam vôo, cruzam acima da tua cabeça, constituindo uma ameaça imediata mas continuam a seguir na mesma direcção que tu segues. Parece-me burro, idiota. Não é suposto fugir-se na direcção oposta ao invés de seguir na mesma do objecto de que se pretende distância? Será algo no instinto primário delas que as fazem agir assim? 

Isto é particularmente irritante quando estou na scooter. As malditas das aves parecem que querem cometer suicídio. Quase que se metem debaixo da roda.  


Mas agora vem o pior: E quando são pessoas?


Desde que passei a usar um veículo de duas rodas, sou muito mais cuidadosa e respeitosa. No entanto surpreendo-me com o comportamento das pessoas. Agem como animais encadeados com a luz dos faróis dos carros. 

Tontas e sem noção de espaço.

Noutro dia vou a passar por um espaço amplo. Uma rapariga caminha pelo meu lado esquerdo. Vou ultrapassá-la pelo direito mas quero que saiba que me aproximo, para que não decida mudar de direcção exatamente à minha passagem. Toco a campainha para que saiba da minha presença. 

Ela demora mas, subitamente, olha para trás, movimenta-se que nem uma barata tonta, bloqueando o lado direito, voltando para o esquerdo, voltando para o direito...  

Para quê? Se não se mexesse e continuasse num rumo só, não teria causado qualquer problema. 

Vinha a segurar o telemóvel e acho que tinha um cordão de auricular no ouvido. Tenho sempre presente que essa pode ser a realidade de hoje em dia: as pessoas metem música tão alta pelos ouvidos que não ouvem mais nada e se distraem. Por isso além da campainha, reduzo velocidade ao passar pelas pessoas. Além de que tenho a luz acesa para que detectem uma aproximação. 

Há muitas formas de alertar alguém da proximidade de um veículo em movimento, mesmo quando estas se rodeiam de obstáculos para essa percepção, como andarem em frente sempre a olhar para trás, quando conversam com outra, quando escutam música.

Toco a campainha da bicicleta não só quando vejo pessoas mas também quando me aproximo de um ponto no percurso com pouca ou nenhuma visibilidade. Reduzo a velocidade. Olho atentamente antes de fazer uma curva e tenho os ouvidos afinados para qualquer ruído. Só não paro porque é quase como pilotar um avião. Se ficar totalmente parada "caio", perde-se o equilíbrio e tenho novamente de dar ao pé para criar velocidade de arranque na scooter, o que nesta provoca-me uma desagradável dor nas costas com cada movimento de pé. 

Se não fosse cuidadosa, algumas pessoas teriam me colocado em risco. Já fui vítima de rolling Coal, que é quando um carro que vai a passar por ti liberta intencionalmente fumo escuro pelo tubo de escape. E a semana passada, estava a conduzir a scooter pela berma da estrada, sou ultrapassada por um autocarro que tem amplo espaço e nisto ele para mais à frente na DIAGONAL. Ao invés de se estacionar na berma e deixar a via livre. Fiquei pasma. A scooter é minúscula em largura, mas eu não tinha dez centímetros por onde passar com ela. Reduzi a velocidade na hora, a ver se o autocarro arrancava. Mas qual quê. Atrás de mim, saído de um estabelecimento, vinha uma viatura branca, que fez a curva e teve de parar atrás do mesmo autocarro que eu. 

Se o motorista do autocarro fez isso de propósito como forma de "protestar" por me ver a usar uma scooter, esteve mal. Não foi só a mim que ele impediu de circular. Ele impediu o trânsito inteiro e teve uma atitude provocatória e perigosa. Dei prioridade ao carro para passar, embora este estivesse a dá-la a mim. E depois segui atrás, na minha berma, naquele espaçozinho entre o beiral e o risco contínuo, permitindo assim a passagem aos veículos potentes motorizados. 



Ontem vinha a atravessar a linha do comboio na scooter. Uma família no sentido oposto viu-me e fez sinal com o olhar desse entendimento. Vinha encostada à esquerda e eles começaram a separar-se para todos os lados. Ao invés de se desviarem apenas para um. Tive de parar a scooter e ri-me. Parada que estava, a ver onde aquelas pessoas se iam enfiar. Quando percebi que tinham passado por mim é que pude continuar. Mesmo tendo-me visto, dois desviaram-se para a direcção onde eu estava, os outros dos para a oposta. Depois pediram desculpa. 

O que posso esperar é que o peão que vejo a vir pela minha esquerda, se mantenha na sua direita. Mas isso algumas vezes não acontece. O que é alarmante.

Este comportamento observo-o diariamente tanto como peã como ciclista. Acho até que estas atitudes me enervam muito mais como pedestre. 

As pessoas podem estar até a andar em outra linha recta que não a tua, na direcção oposta. Mas assim que se cruzam contigo decidem "entortar" para o teu percurso ou subitamente parar na tua frente. Objectivo: baterem em ti. São ou não são como aves estúpidas?


Isto é particularmente fácil de observar nos centros comerciais. Noutro dia quase que não consegui sair de um sem esbarrar em pessoas que passavam. Estava apenas a uns metros da porta de saída. Linha recta. Nada a enganar. Contudo TRÊS pessoas vieram esbarrar em mim. 

Primeiro uma mulher, vinda de uma diagonal. Corta caminho e mete-se à minha frente. Ela viu-me, eu olhei para ela. Continuou o passo dela. Fui eu que tive de reduzir a passada subitamente para não esbarrar na mulher idiota que se atravessou no meu caminho. Que eu saiba as regras de trânsito aplicam-se também nos pedestres: Perde prioridade aquele que vai para entrar na "via rápida". Não se cruza o caminho de alguém que caminha recto num corredor principal. O que fez ela? Atravessou-se no caminho de todos. Esbarraria em mim se eu não tivesse diminuído a minha passada.

Porquê tive de ser eu, aquela que se compromete, se ela é que veio de uma diagonal? 

Depois desta aparece outra. Vinha a caminhar bem, afastada de mim. Subitamente aproxima-se e bate-me com a mala no ombro. Reviro os olhos e respiro fundo. "A porta da saída está quase a ser alcançada..." Nisto, um rapaz alto aparece. Também ele caminha numa direcção que não vem contra mim. Quando está quase a chegar perto, mete-se no meu caminho. Espontaneamente levanto o braço e aceno-lhe com a mão, dizendo: "Hello? I am here!" (Hei, eu estou aqui!). 

Foi só assim que evitei a terceira "colisão" de centro comercial. 
Os pedestres aqui nesta cidade no UK comportam-se como selvagens. 

Já reparei que o melhor a fazer é NÃO ESTABELECER CONTACTO VISUAL com ninguém no centro comercial. TODOS se desviam. Só assim consegui andar em linha recta. Assim que olhas para a pessoa, ela acha que tu tens de te desviar. Deve ser isso, porque vi todos estes que mencionei aproximarem-se e todos se meteram no meu caminho. Passo a vida a desviar-me dos outros e nenhum deles se desvia de mim. Não acho normal. Se caminho em linha recta, num corredor para esse fim, na direcção certa, porquê isso? As outras pessoas é que não sabem partilhar o espaço e parecem não entender as regras sociais básicas para caminhar em sentidos opostos sem virar um empecilho. Regras de tráfico tão simples. 

Quando não tenho um sítio para ir e estou só a "ver montras", caminhando sem pressa, então desvio-me das pessoas que estão a caminhar em linha recta. Simples, básico. Seria de esperar que todos pautassem seus comportamentos da mesma maneira, só que não.

Quando finalmente saí pela porta, contornei todos os obstáculos que são os que ali ficam parados a conversar ou a fumar e segui rumo directo até o macdonalds. À minha direita, uma mulher com uma criança caminhava no que parecia ser uma direcção direita ao centro da cidade. Vou a passar por eles com o meu ritmo de caminhada,  a mulher muda subitamente para o meu lado, querendo "fechar-me" a passagem. Acelero ainda mais o passo e não me desvio. Outra coisa que reparei é que, quem vem de uma diagonal, gosta de passar na tua frente ao invés de passar por trás. Que é o certo a fazer, para assim não obrigar a pessoa a ter de parar o passo. Aqui a maioria desconhece estas regras que se conhecem acho até que por instinto. 



Isso levou-me a perceber que muitas pessoas são como os pombos que encontro pelos passeios quando passo com a scooter. Burras, que se enfiam na frente ao invés de se desviarem.




quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Nao sou uma pessoa matinal

 

São 6.15 da madrugada. O dia ainda está meio escuro. Entro em casa vinda do trabalho e subo para cumprir o há horas desejado: ir ao WC. 

Este está ocupado. Caramba! Chego sempre a horas tão matinais e há sempre alguém que me aparece à frente. É a rapariga que está dentro a tomar um duche. Nunca tenho hipótese. 

Sei que ela vai trabalhar, mas também sei que faz rituais onde inclui "poções" que tem de fazer na cozinha e sei que tem por hábito ali ficar uma hora pela manhã. Nao quero ver gente. Só me apetece um momento de sossego.

Lamento não ter guardado um print que vi na internet recentemente. Dizia mais ou menos assim: "Adoro o cheiro de café pela manhã. nada melhor do que acordar, beber café e relaxar ao som de ninguém a falar comigo".

Ontem, entrei em casa mais tarde: 6.45, vinda de um turno de 12 horas. Cheeeeia de dores nos pés. E assim que chego à porta do quarto para me descalçar e colocar os chinelos, ela aparece-me à frente. Tem este hábito, de aparecer quando a pessoa está com a porta em vias de abrir ou fechar. Pensei que ia trabalhar, mas era o seu dia de folga. Então para quê ficar de pé tão cedo? Que ficasse pela cama a curtir, caramba. E me deixasse ficar sozinha durante os 15 minutos que demorei pela casa a fazer o essencialmente necessário. Ia para relaxar um pouco na cozinha e preparar algo rápido para comer já que no turno de 12h não tive oportunidade. Mas como a vi de pé e sei que ela gosta de cozinhar, fazer fritos e assim, durante cerca de uma hora, desisti da ideia, porque pensei que ia atrapalhar a sua preparação para ir trabalhar. Afinal ficou por casa. Levantou-se e apareceu-me à frente só porque é assim. Acabei por adormecer lá pelas 8h só para acordar pelas 11h com a voz dela e o barulho que faz a subir e a descer as escadas vezes consecutivas, como quem sempre esquece algo e tem de abrir e fechar a porta do quarto novamente. 

Fico um pouco irritada. Não fico de mau humor. Cumprimento a pessoa e sou simpática. Mas preferia chegar a casa aquela hora e nao ver ou ouvir alguem.

E é por isso que reconheço: não sou uma pessoa matinal. O melhor a fazer comigo é deixarem-me estar.

Se ontem irritou-me porque era o final de um turno de 12 horas infernal para os meus pés e queria aquela paz de não haver ninguém acordado, hoje a irritabilidade teve mais factores. Dois muito importantes. O primeiro é hormonal. Já cheguei àquela idade em que, depois da menstruação desaparecer, convem andar precavida com um absorvente, porque a malandra gosta de dar um ar da sua graça dias depois. Pois foi isso que fiz na quinta, sexta, sábado, Domingo, ontem, segunda... Por mais confortável que aquilo seja, um absorvente sai do sítio com facilidade e aquece a zona. Bom mesmo é andar sem. Convencida que já tinha passado tempo seguro, lá fui eu trabalhar, de roupa nova e fresca. Resultado? O malandro deu um ar da sua graça. Mas não teve graça nenhuma! 

Ando sempre com um na mala, mas não hoje. Parece de propósito. Vocês, leitores mulheres, devem entender-me bem. Se vestirem uma peça de roupa nova, ou clara, é quando o "coiso" aparece. É sádico, o gajo. Não só nos deixa assim para o mal, como também prega partidas. 

Fiquei um pouco irritada mas lá me remediei com camadas e camadas de papel higiénico. Assim que chegasse a casa sabia o que ia fazer: tomar um duche, vestir roupa nova e colocar um absorvente. 


E tenho o WC ocupado. (inserir emoji de ira).

Para piorar a situação, sofri um acidente. Caí da scooter, numa ladeira asfaltada mas cheia de cravilha de mato: pedaços de madeira por todo o lado, folhas, terra, etc. O tipo de coisa que a roda motorizada de 8 inches não foi feita para caminhar sobre, menos ainda em descidas. O erro tambem foi meu. Passei ali dezenas de vezes, mas de noite, a descer, foi a primeira. Estava escuro, o caminho nao estava limpo dos detritos da mata e distrai-me com uma bicicleta que vinha a minha frente. Travei e diminuí a velocidade antes de curvar para proceder à descida, mas não alterei a mudança, como sempre faço. A roda dianteira da scooter nao tem aderência entre tanta cravilha e no movimento de curva, a scooter deslizou, tombou para a direita e eu fui junto. Como ia a descer e com a velocidade, a scooter ficou atrás de mim e eu mais à frente. 

O pavimento da ciclovia tambem e cheio de altos e baixos, rachas e buracos. Aqui é um horror! Uma vergonha. Não imaginam. Andar na scooter é passar todo o tempo a manter o domínio da mesma enquanto ela passa por cima destes obstáculos, porque a direcção muda com cada solavanco e é preciso manter o controle. É sensato andar sem tirar os olhos do piso para assim procurar sempre a melhor passagem. Ao mesmo tempo, todos os sentidos têm de perceber a presença e distância dos outros automobilistas e peões à volta. A audição é uma grande aliada mas não é infalível. Costumo mimicar o som de uma buzina para avisar a minha proximidade cada vez que tenho a visão obstruida e alguém pode estar a caminhar no sentido contra mim. Fazer o som de uma buzina "Beep-beep" com a boca resulta. É impressionantemente eficaz. Dispensa o patético som incorporado na scooter que ninguém presta atenção. Além desta atenção, tenho outro cuidado para avisar os outros que estou por perto: uso uma espécie de guizo. Na realidade, é uma chapa de metal solta no tubo, que faz muito barulho com a trepidação quando a scooter está em movimento. Assim aviso que estou a aproximar-me e reduzo a eventualidade de alguém mais distraido ou desatento mudar de direcção no momento em que me aproximo, causando uma colisão. Detestaria magoar alguém, ia ficar a sentir-me péssima. 

Caí bem, meti as mãos à frente mas não saí totalmente ilesa. É impressionante como o nosso cérebro reage numa fracção de milésimo de segundo. Porque não deu tempo de perceber o que ia acontecer: aconteceu. (uma vénia para o resultado de milhares de anos de evolução desde homosapiens até agora, porque algo nos proporcionou esta capacidade fantástica de nos protegermos de danos potencialmente fatais, tendo estes rápidos reflexos por instinto, tal como um gato em queda de uma grande altura).

O meu rosto tocou no chão. Tenho uma marca acima do lábio superior e no queixo. A sorte de não ter sido pior é de louvar. Estava a usar máscara - e não daquelas de papel às quais me rendi faz tempo. Coloquei, para ir trabalhar, uma daquelas com o exterior em plástico. Tivesse sido apenas de fino papel e tinha-se esfolado junto com o resto da minha cara. Olhem o estado sujo em que ficou:

Deve ter protegido o nariz.


Fiquei também com as palmas das mãos esfoladas, mas coisa pouca.Porém, é onde dói mais. O anteabraço direito é que está uma lástima. Foi o primeiro a estabelecer apoio com a superfície. Não o consigo elevar. Custa-me movimentá-lo. Só consigo manter o braço dobrado ao peito ou estendido. Não consigo, sequer, estendê-lo em frente. Não dá. Para despir a roupa foi um martírio. Espero que seja  normal, diante das circunstâncias.  Isso é o que mais quero, mas temo sequelas a longo termo. Os braços são o meu ganha-pão. Toda a actividade laboral que arranjo no Reino Unido depende da minha velocidade e capacidade de mexer os braços. Quero que nao seja nada preocupante. É dar tempo para tirar a prova dos nove. Espero que um dia de repouso me devolva quase todo o movimento natural.

Assim que me ergui da queda, o que queria eu fazer? Ir ao WC, limpar-me e avaliar o meu estado. A vontade era de desinfectar o quanto antes, com betadine, as zonas que tiveram contacto com o asfalto. Feridas abertas em tempo de covid? É mau, não é? Mas teria de chegar a casa, enfiar-me no WC, espreitar no espelho, para realmente saber. E este está ocupado!!



Percebi que só esfolei a pele. Tenho a antebraço, perto do cotovelo, em carne viva, mas só isso.


Faço este relato (e muito mais ficou por relatar) porque ajuda a revelar um pouco o meu quotidiano e porque acho que revela mesmo que, entre ser uma pessoa matinal e não o ser, se dúvidas existiam, acabaram de se dissipar: Sou uma pessoa não-matinal. 


E vocês? A vossa manhã ideal é... ??

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Chovia muito quando chegou a hora de sair do emprego. E nao ia abrandar. A scooter eletrica nao deve ser usada à chuva nem em pavimentos com poças de água.

Mas teve de ser. Nao a podia transportar no bolso. Ainda pensei em pedir para trabalhar mais horas só para evitar sujeitá-la à intempérie mas entrei às 6pm e estava a sair às 6am. "Tempo maximo atingido".

A chuva nao ia abrandar... e la fui eu. De vagar, devagarinho. Com os olhos pregados no chao pronta a fazer todo o tipo de curva e contracurva com a pericia de uma profissional. Os sentidos estavam alertas ao que me rodeava, a visao periferica a funcionar mas o foco era cada espelho de água que a luz reflectia no chão e calcular a profundidade.

Nenhuma das (muitas) poças me apanhou. Desviei-me de todas as profundas, as "assim-assim" e as grandes, aquelas que ocupam a area inteira, travei, desmontei e transportei na mao a minha querida trotinete.

Nããã!!
A trotinete náo ia atravessar nenhum charco, nenhum rio, nada.

Cheguei a casa com uma trotinete molhada, suja de lama. Percebi pelo caminho, quando desmontei principalmente, que a dita acomulou um pouco de água na base e não gostei. Mas as areas preocupantes eram a bateria, debaixo da base, e o motor, na roda dianteira.

Será que tinha entrado água?

Decidi entrar com a scooter pela casa a dentro, mas levá-la para a conservatória. Como sempre, dobro-a lá fora na rua, depois pego nela e pouso-a no longo e estreito pedaço de carpete que faz de esteira, fazendo com que a única roda em contacto com o chão deslize um pouco para limpar ali qualquer impureza.

Mas no geral, nada vem agarrado e consigo transporta-la para o andar de cima sem a encostar em mais qualquer lugar.

Uma vez na conservatória, que tem a área do meu quarto, abro-a e começo a preparar as coisas para  limpar e observar como foi a exposição à chuva.

Mas nisto também tenho de ir ao wc, tenho de despir a roupa que usava pois estava enxarcada (todas as tres camadas) e goloquei-a a lavar. Quando cheguei perto da trotinete, verifiquei água no chao.

Prestei atencao de onde pingava mas o que me chamou msis a atenção foi a agua rosada vinda da traseira.

Pronto! Apanhou-me a bateria!!
E isto rosado é o líquido da mesma.

Limpei-a toda, mantive-a na vertical para que todo o liquido rosa escorresse.

O truque final era usar um pouco o secador, para eliminar possíveis  humidades internas.

E foi o que fiz. Lamentei nao ter selado eu mesma com cola transparente estas zonas da scooter. Vi um video onde aconselhavam que se o fizesse e decidi que seria a primeira coisa a fazer. Só que... vi que vinham seladas e pareceu-me um bom trabalho. Diferente do que o homem do video tinha mostrado. Por me faltar a pistola de cola quente, adiei o acto e comecei a usar a minha "bebé".

Bem, funcionar, ela funciona. Mas nao sei em que estado estara por dentro. Terei de a testar e, com o tempo, ver se a bateria revela algum sinal estranho.

Enquanto usava a conservatoria para a limpeza da scooter, nao consegui deixar de reflectir o quanto esta casa me serve tao bem. Parece ser feita à minha medida.

A conservatoria como area para limpezas e optima. Vem mesmo a calhar. Ali da ate para fazer bricolage. Dá para tudo. Mas é usada para estender roupa e é onde os novos inquilinos armazenam malas de viagem.

Se fosse eu a faze-lo, seria uma calamidade. Mas qualquer outra pessoa não tem qualquer problema.

Por isso é que a scotter nao fica ali, nem no armario da entrada ou em qualquer outra area da casa onde seria até mais proprio pela comodidade. Fica no meu quarto. No dia em que a recebi ja estava a italienada a queixar-se do espaço no armário. A Gordzilla decidiu, nesse dia, espreitar o conteudo que la enfiou pelo menos uma duzia de vezes.  Nunca o abre e deu-lhe para isso, sorrateiramente, depois de la ter colocado a scooter.

Se ja estava a incomodar ate era melhor tirar. Melhor e mais seguro.

Bom, o post vai longo e queria-o curto...

Já vi algumas casas. Nenhuma me disse que la consigo viver. E eu estou a desejar isso, podia convencer-me disso. Mas não. Tudo apertado, minusculo, a dividir por muitas pessoas.... sem sala de estar ou com uma do tamanho de um wc secundario. Com uma cozinha mixa com pouco espaço de armazenamento. Os quartos ate eram bons, mas nao conpensa a renda pelo resto.

Ando à procura do que já tenho aqui e isso parece-me um contracenso.

Ainda ontem, pelo jardim, a interagir vom os pássaros, pensei na inutilidade que a casa tem para a Gordzilla. Ela nao usa, nao precisa de tudo isto. A casa ao lafo servia-lhe bem. Tem cozinha e sala no mesmo espaço. Para quem so usa essa divisao e depois vai dormir, é um desperdicio um grande e belo jardim. Só a vi a usa-lo uma vez, e sempre precisa que outros estejam presentes para o jardim lhe ser util. durante um ano inteiro, talvez o use 5 vezes.

Nao quer saber dos passaros , do perfume, das flores, nao se estende na relva, ali nao faz exercício e a mesa do patio ou as cadeiras para ela sao so uma coisa que ali está.

Nao tem hobbies que a façam precisar da conservatoria ou qualquer outro espaço. É so cozinha-sofa-tv.

A casa ao lado tem tudo isso a um braco de distância. Se se sente tao incomodada com a minha presença, porque não se muda ela?

Afinal, tudo tem origem nela. A falta de interesse pela minha pessoa, a má lingua, etc, etc.

Se agora nao gosta do resultado  das  suas maquinações, não as maquinasse. Tivesse agido com decência e respeito ao próximo.

Percebi que eu sou muito forte. Caramba!!
Eu consigo aguentar tanta coisa. Por muito tempo. E sozinha, sem dividir a carga.

Quando percebo que outros nao aguentam nada, é quando me reconheço valor. Mas no dia a dia é dificil pensar assim.

Fui.

  • Saude para todos os que lerem estas linhas. 











terça-feira, 5 de maio de 2020

A minha bebe e a minha sorte


Ainda nao vos contei mas ja usei a trotinete eletrica para ir e voltar do trabalho.

Tambem nao contei que ouvi um barulhinho Metalico de coisas a cair e quando fui espreitar, tinha um parafuso, uma porta e uma peca plastica no chao.

Apanhei-as, vi que pertenciam a trave do manipulo. Enrosquei o parafuso o melhor que pude, mas como nao dava para perceber o encaixe, meti a peca plastica no bolso.

Tive sorte em poder ver as pecas no chao ja que era de noite. Nisto saio do emprego, faco a curva, o local nao e nada bem iluminado e quando dou por ela, e tarde para desviar a roda do buraco no asfalto. Consigo pular fora da scooter mas tive de a largar e deixar que se estatelasse. O buraco era enorme, caramba! Fundo e um pouco mais largo que a roda. Mas na escuridao parecia apenas uma mancha.

Deve ter sido nesse instante que perdi o parafuso. Mas so me preocupei em verificar a roda e pedir para a scooter nao ter Danos.

Parecia estar tudo bem e, cansada, querendo encontrar um lugar com mais iluminacao e sair Dali, segui caminho.

Foi ai que notei mais trepidacao e temi ter danos internos no motor. Este fica na roda dianteira, a mesma que ficou presa no buraco.

So a meio do caminho, quando me apeei entre travessias de estradas com passeios altos, notei a falta do parafuso.



Estava cansada demais e estava escuro demais para rastrear todo o caminho percorrido na esperanca de o encontrar. Foi tanta a trepidacao devido ao terrivel piso e remendos de piso por todo o percurso que podia ter sido em qualque lugar.

Decidi fazer isso ontem, segunda-feira, pois coisas assim costumam ficar no lugar. Mas nada encontrei. O que encontrei, incredula, foi o buraco tapado com alcatrao.

Ora a lata!

Alguem andou ali e se calhar ate alcatroou o meu parafuso.

Esqueco sempre que este e o pais que tem medo de processos legais. Podia ter processado a camera por falta de manutencao. Alguem deve ter presenciado a coisa.

Vai que ontem, no regresso de noite, volto a escutar um som mas com tanta coisa a trepidar, com tanto detrito no chao de que me desviar, com tanto bueiro, faixas de abrandamento e anti derrapagem, altos e baixos, buracos e rachas, ia la adivinhar que o gancho circular onde o parafuso encaixava tambem ia cair!


So o percebi quando cheguei a casa, dobrei a trotinete e aquilo nao encaixou. A peca plastica e o gancho. Agora nem portatil ela e mais. E tornou-se um risco se a usar.

Ainda se solta a trave e FICO com o manipulo na mao e a base leva-me os pes.

Recuei no percurso feito ontem de noite hoje cedo, 10h depois de ter passado pelo lugar onde ouvi o ruido. Encontrei parte de uma peca, mas nao acredito que fosse a minha. Porem, o plastico era novo. Mesmo pisado por veiculos em movimento, dava para perceber que era novo. E tinha uma curva que pareceu-me encaixar na perfeicao no tubo da trave.

Aqui esta ela:


Experimentei. E mesmo a peca!
Esta irreconhecivel. E por mais que procurasse, nao vi vestigios do restante.

O engracado e que, quando a peguei, mesmo com mascara, mesmo com o plastico com as cicatrizes da pressao de pneus sobre asfalto, sinto-lhe o "cheiro". Aquele perfume dela que tanto me agradou.

Contacto os servicos que tiveram uma resposta pouco usual: enviaram-me uma fotografia de um parafuso normal que podia comprar numa loja.

Isto e o servico pos-venda de uma trotinete com um ano de garantia...

Algo me dizia que algo podia corre mal...
E energia que passa no ar.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O homem na scooter

Dentro do autocarro, parada na fila de transito. Um homem numa scooter, uma mulher, noutra scooter. Automóveis. Tudo parado no transito, aguardando o semáforo ficar verde.

E o semáforo fica verde. Os veículos arrancam.


Sem perceber que o automóvel preto à sua frente mal tinha arrancado e já estava parado, o homem na scotter, parado na faixa do meio e distraído a olhar para a esquerda, percebe que os veículos começam o andamento e inicia também o seu. É então que vê o carro preto e parado. Trava bruscamente. O seu corpo é projectado para a frente, mas o traseiro não chega a sair do lugar. Nisto arrancam ambos. A circulação é retomada com normalidade.


Logo de seguida o homem na scooter vê, no passeio à sua esquerda, a aproximação de uma mulher a praticar jogging. O homem na scooter repete o movimento anterior e vira o pescoço para a esquerda, enquanto conduz. Prefere olhar por uns instantes a mulher que corre no passeio e que usa roupas de exercício justas ao corpo.
Vindo de trás, surge inesperadamente ao lado do homem uma mulher numa scooter. E nada acontece. A mulher na scooter conduz.

Diferenças entre homens e mulheres ao volante?
Tentem lá adivinhar uma ;)