quinta-feira, 2 de abril de 2020

Hostilidade através do quadro - II


Mencionei no final deste mais recente post que podia vir a falar da hostilidade através do quadro. Pois para quem não sabe, leia aqui. Isso foi o início da coisa. De lá para cá, nada mudou.

Resumidamente, pois quero dar pouca importância a estas mesquinhices tacanhas, apenas estou a mencioná-las para ficarem registadas. Na cozinha está um quadro de ardósia com giz. E eu sempre gostei de rabiscar. Vi aquilo, sempre vazio, e rabisquei. Desenhos, na sua maioria. O primeiro foi o de um cone de gelado. Só porque me apeteceu desenhar. Foi imediatamente transformado em algo diferente, com teor sexual. Mas não levei a mal. Só que, daí adiante, tudo o que fiz, era imediatamente removido e substituido por outra coisa qualquer. E ontem de noite, diante do gigante arco-iris do "fica bem", que arranjaram só para poderem justificar apagarem o desenho que lá estava feito por mim, aproveitei um cantinho minúsculo de espaço rabiscado em italiano imperceptível, e desejei "Feliz Páscoa", desenhando mais umas flores. 

Pois agora quando percebi, tudo o que ali estava desenhado por mim, flores, um pássaro, corações e a mensagem de Feliz Páscoa, foi tudo apagado, carregaram no arco-iris, voltaram a escrever sei-lá-o-quê em italiano e em inglês o seguinte: Alguém tem algum problema com o meu arco-iris? Se sim, pode usar o meu giz para o dizer. Eu sublinhei a palavra "problema", desenhei uma seta e no pouco espaço disponível escrevi: "E flores?".

Mas não vou dar importância. Já conheço a merda que cá vive. Mascarada de coisa boa, mas merda. Nenhuma pessoa realmente decente mostraria estas atitudes. Estas, a de apagar todas as gravações na box, etc. Só gente má formada é que faz isso. 

O quadro virou também um espaço disputado, que tem de ficar sobre o domínio italiano.
Se a caca do pássaro for mesmo para me dar sorte, o jackpot é ter esta gente toda fora daqui.

E isso seria também um milagre. Porque gente desta nunca quer largar o osso. Só se acharem que encontraram coisa melhor. Agora que se achem com mais direitos, que se comportem com nepotismo, hostilidade, xenofobismo... só mostra o tipo de tutano de que são realmente feitos. 

Acho que está na altura de voltar a espalhar um pouco do meu remédio para ver se ficam "mais doces"...

Em plena quarentena, e a armarem conflictos.
É que não basta terem implicado com tudo o que deixei no quadro. 
Gosto de rabiscar flores. Coisas inocentes, sem quaisquer indirectas, desenhos, na sua maioria. Quando deixo mensagens, são de apoio, encorajamento e coisas assim bonitas. E eles apagam tudo, ou transformam tudo. Deixei o "Stay at home" (fiquem em casa) adicionado ao estúpido gigantesco arco-iris, feito somente para me impedirem de usar o quadro. Não tardou e acrescentaram a esta simples mensagem, que está por todo o lado, que tem tudo a ver com o momento e o estúpido arco-iris, o seguinte: "se puderes". Noutro dia, não satisfeitos, ainda acrescentaram a isso "eu não posso".

Tardei a ver, porque estava sempre a trabalhar. Quando vi achei que era tão estúpido! Foi só uma mensagem de apoio e concelho, relacionada com o momento de quarentena que atravessamos. Não precisava de resposta. Não era eu que estava a escrevê-la para eles! E estes panhonhas que ficam por casa acham que têm de dar como resposta "não posso". Quem não pode sou eu. Que tenho de ir trabalhar. Mas como concluí no post onde anteriormente mencionei os problemas domésticos, o Covid-19 ou o Corona parecem muito menos ameaçadores que esta italienada.

Mal posso esperar para regressar ao trabalho! Ele me mantem sã. Que pena que não poderam ficar de quarentena lá no país deles. Aí é que não podiam sair mesmo. Foi mesmo uma lástima. Tivesse isso acontecido agora e, estando eles lá para as férias da Páscoa, não se teria perdido nada. Pelo contrário. Seriam só ganhos. 

Eles podem entrar no seu país. Não estão proibidos. Mas precisam de autorização da freguesia de residência para lá ficarem. Se não a receberem, ficam em quarentena em Roma, ou assim. Com a boa vida e a liberdade que têm cá, alguma vez esta gente ia para lá? Claro que não! Da boca para fora dizem que sim. Mas seriam incapazes dos sacrifícios. 

O desenho que eu fiz no quadro por último, foi o de um comboio, e da fumaça da chaminé saia uma nuvem. Nessa nuvem era o espaço para escrever mensagens. Nos cantos, rabisquei flores. No topo, duas rosas. E logo abaixo, linhas coloridas onde desenhei notas de música. Estava muito bonito, porque era doce, inocente, positivo. Pois a mais-gorda um dia decidiu apagar tudo, menos o comboio, para não ser muito óbvia nos seus intentos. E o que era tão urgente que precisava do espaço? Deixou escrito, em italiano: "mudei o filtro da água".

Ahah! 

Quando fui a Portugal, no regresso, tinham sido colocados ali dois papéis a tapar o meu desenho. Ficou à mostra somente a mensagem em italiano. Não faz sequer sentido meter ali uma folha A4 e outra menor. Era de uma carta com quase um ano!! Um pretexto pouco credível só para tapar da vista um desenho deixado por mim. A mensagem sim, não fazia sentido e era desnecessária. Só o facto dela a deixar escrita em italiano, já diz tudo. Os receptores são os italianos. Eu não interessava nada. É assim como uma ofensa, manda a indirecta de que tu "não contas". Quando vi a mensagem, ela estava por perto e eu li em voz alta. Ela nada disse. 

Não lhe apaguei a mensagem, nem passadas semanas quando obviamente não fazia falta alguma. Depois foi ela que apagou tudo e fez um gigante arco-iris. Ao qual eu acrescentei flores nos cantinhos. Ela apagou-as e escreveu uma mensagem em italiano. Eu acabei por re-desenhá-las e mais tarde, escrevi também a mesma mensagem, em português e em inglês!

Nada disseram. Nem reagiram de imediato. Um dia fui trabalhar, e no outro já estava ali outro arco-iris, a preencher o quadro todo, cheio de mensagens em italiano. Claro. Não podiam permitir um conteúdo não nepotista. Ao fazerem isto, destruiram a rosa seca que eu tinha aplicado no canto do quadro. Já lá estava há um ano. Quase imperceptível. Dei com as pétalas no chão. Só ficou o "pau", grudado na bolinha de "plasticina" que usamos para segurar coisas às paredes. 

Bom e é isto.


6 comentários:

  1. Nem sei que lhe diga. Penso que viver num ambiente desses, o dano psicológico não deve ser inferior ao do vírus.
    Abraço e saúde

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    1. O vírus não é tão malévolo quanto a situação real nesta casa. Mas vai passar.
      Muita saúde e força, querida Elvira.

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  2. Eu já percebi que o nível de hostilidade é bastante alto, mas não te deixes apoquentar por uns rabiscos de giz num quadro. Só te consome os nervos e não resolve nada.

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    1. Concordo contigo.
      Felizmente uma amiga ligou-me e só essa distracção fez-me melhorar de disposição.

      Abraço

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  3. Haja santa paciencia!
    Tu tem é calma, espera que isto acabe e procura outro sitio para viver ou manda esse pessoal plantar batatas...mas nem te chateies com isso, não vale apena o esforço.
    Força por ai =)

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    1. A sensação com que se fica é que se está a partilhar a casa com miúdos implicantes e dados a birras. De adultos responsáveis só têm a aparência. Pela manhã decidi ir direta à questão: perguntei: Então não posso rabiscar no quadro porquê? Ela, que ao me ver olhou intensamente para o quadro (talvez para me indicar para olhar também) fez como se não fosse nada. Disse que o arco-iris dela estava riscado. Deve estar a confundir-me com ela mesma - já percebi que tem esse traço de personalidade. Então está sempre a deduzir o pior, a achar o pior, porque está a projectar-se. E como uma criança com birra, apagou o quadro inteiro deixando uma mensagem: "é todo teu!".

      Fez lembrar-me uma criança com birra, que deita para o chão o pau de giz, cruza os braços e faz má cara, afastando-se de seguida.

      E pensa ela que é uma Dama e devia frequentar a Alta Sociedade...

      Não vale mesmo a pena o esforço. Agora já não conseguem chatear-me. Ás tantas, conseguem divertir-me, pelas atitudes que revelam.
      ´Brigada.

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