Metereologia 24 h

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domingo, 23 de agosto de 2020

Fui ao parque. E o que vi?

 Ontem decidi ir ao parque. De longe, um grupo de quatro pessoas jogava ao disco. Um rapaz rechonchudo, de calcoes, barba comprida e loura pareceu-me familiar logo ao primeiro vislumbre. Era um simpatico ex colega, do emprego que tive faz um ano. O tal onde surgiu a paixonite.

Fiquei a pensar na coincidencia. Vou aquele parque desde que cheguei ao Reino Unido. Vivi anos numa casa mesmo ao lado desse parque. Vai fazer um ano, daqui a uma semana, que naquele parque desejei ardentemente vir a encontrá-lo novamente.  

Ao inves dele, encontro um outro colega. 

Nao deixo de pensar se este colega, neste tempo, voltou a ver aquele que eu desejei encontrar. 



Nao ha muitas ocasioes em que va aquele parque sem me lembrar dele. 

A lembranca ainda surge com frequencia, nas mais inesperadas situacoes. Quando uma pessoa nao sabe usar o computador, quando encontro um autocolante, quando temas aparentemente nada relaccionados vem à conversa e algo o traz novamente à memoria.

Mas ja nao doi. Essa bencao foi finalmente concedida. 

Pode entristecer um pouco, mas aquela dor intensa, constante, profunda... nao esta mais cá. 

Se um dia me cruzar novamente com ele...??

segunda-feira, 5 de março de 2018

A vida é um pouco ao contrário dos filmes


A vida é um pouco ao contrário dos filmes. Embora estes mostrem tudo como realmente é. Só que existe um pouco de inversão da realidade. Ou exagero. Vou dar como exemplo as telenovelas brasileiras. Há sempre o núcleo de personagens pobres - que moram na favela. E os ricos, que moram por toda a parte onde há luxo. 

Tirando poucas excepções, em termos de carácter, o rico e poderoso quase sempre tem de ser o vilão. Ruim, mau, vingativo, até assassino. O pobre da favela quase sempre em termos de carácter é um santo, cheio de ética e valores. Lá porque é pobre não quer dizer que seja safado, sacana (tudo expressões do brasil). Não! Ele não rouba para comer. Ele trabalha duro. É explorado, é enganado, mas os seus princípios morais ninguém lhos tira! Mantem-se digno.

Nas novelas, a proporção de pobre digno é inversamente equacionada com o que parece ser a realidade. Sim, há pobre que não é ladrão, nem drogado. Mas não são tão poucos como nas novelas. Infelizmente a pobreza traz sim muito mau carácter, por influência do ambiente, se se frequentar os piores. E a riqueza? A riqueza não é toda conquistada pelo roubo de colarinho branco e safadeza. Ou melhor: há quem trabalhe duro e o mais honesto que consegue e daí vem uma fortuna. Há quem se preocupe com os menos afortunados. Há quem tente ajudar e contribua financeiramente para apoiar os que precisam. 

Nas novelas, séries, filmes, são as proporções que estão erradas. 

Estava a pensar na quantidade de pessoal que conheci de origem pobre (eu não sou rica), pouco culta (também não sou de família muito culta) e que não conseguem sair da pobreza de espírito. Resmungões com a vida, com a mania da perseguição e vitimização, mas o pior defeito é que tem como passatempo andar a infernizar a vida dos outros. 

Eu não quero que este tipo de pessoas - que conheci qb, saiam vitoriosas a meu respeito. Não quero que os seus maus-bofes me estraguem a alegria, a felicidade. 

Estou sempre a deixar que isso aconteça. E também estou sempre rodeada de mais pessoas de baixo carácter do que de pessoas mais informadas e cultas. Não que em termos de carácter estas não possam também exibir um muito baixo, porque podem. Mas, pronto: sinto falta de falar com pessoas que sabem um pouco mais do que o mediano. Eu própria deixei-me arrastar para o mediano. Porém, quando me aproximo um pouco de uma atmosfera mais propícia a conversas interessantes (não serem todas pautadas por parvoices) sinto mais no meu ambiente.

Conclui que nunca procurei as pessoas com quem sentia mais afinidade. 
Isolava-me do que mais me atraía - pessoas, lugares. Rebaixava-me. Diminuía-me. Por vezes o carácter da pessoa é mesmo o da dita "classe" a que dizem pertencer. Com soberba, arrogância, malícia - pertença à dos ricos, medianos ou pobres - as pessoas de baixo carácter povoaram demasiado a minha vida. Está na hora de procurar afinidades.