Metereologia 24 h

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sábado, 3 de março de 2018

Um livro, três frases


A semana passada terminei de ler um livro um tanto ruim e aborrecido. Como gosto de histórias de investigação, acabo sempre por dar uma oportunidade de leitura, mesmo tendo percebido na primeira página que era enfadonha e mal escrita. Não querendo ser precipitada, dei uma oportunidade aos esforços do autor e continuei a ler, determinada a ir até ao fim. Tinha esperança de, mais adiante, ser surpreendida com brilhantismo no enredo e nas personagens, história verosímil apresentada numa escrita dinâmica e bem articulada. Não aconteceu. 

Contudo, entre tantas palavras, sempre se descobre umas com que nos identificamos ou que, naquele preciso instante, nos diz alguma coisa. 

"Quando menos se diz, mais depressa se emenda"
"Manter tudo fechado dentro de nós não funciona"
"São as palavras não faladas que causam estragos
"

Encontrei este livro no aeroporto (foi abandonado propositadamente e assim que o comecei a ler entendi porquê) e soube de imediato o que queria fazer com ele: lê-lo rapidamente para voltar a deixá-lo num lugar público. Pretendia escrever uma nota nas primeiras páginas, contando que encontrei o livro, li-o e agora disponibilizava-o ao próximo, para que fizesse o mesmo. 

Acabei por deixá-lo dentro de um autocarro. O lugar ideal, se for a pensar bem. Só tive tempo - às pressas porque tinha chegado à minha paragem - de escrever "achei este livro, é seu, espero que goste". Faltou mencionar que a ideia era quem o encontrasse devia fazer o mesmo. E datei a nota.

O prazer está em imaginar o livro a circular livremente, tal e qual um turista, entre muitas mãos e  muitos lugares do mundo, a servir para matar o tempo de alguém aborrecido ou a precisar de uma leitura.