segunda-feira, 6 de abril de 2020

Foi e veio como fumaça


A colega de quem falei aqui, nunca mais deu sinais de vida. 
Ligou-me a semana passada, mas não consegui atender a chamada a tempo. Liguei-lhe eu, ia a caminho do trabalho. Deu sinal de ocupado. Voltei a ligar horas mais tarde. Tocou, tocou, mas ninguém atendeu. 

 E ficamos assim. 


Isto sempre acontece. Quando alguém me faz confidências muito íntimas, encontra compreensão, percebe-o e elogia-me. Mas depois, não é afastado, afasta-se. 

Tenho teorias: sentem vergonha, embaraço, receio. E esses sentimentos falam mais alto. Ou metem na cabeça (sem fundamento algum) que já não quero nada com elas devido ao teor grave das confidências. Temem ter falado demais, a minha presença recorda-lhes a confidência e «desaparecem».

O certo é que eu própria havia lhe contado esta particularidade que, por vezes, acontece a quem me usa para desabafar os seus problemas. Vai que ela faz o mesmo.

Não vou correr atrás.
Quem quebrou o contacto não fui eu e fui a última pessoa a tentar comunicar. Se não quer, não me faz mossa. A oportunidade de ter alguém que não a ia julgar e estava disposta a escutar surgiu-lhe na minha pessoa. Mas a minha pessoa não vai mais estender o braços a quem aparece depois de ter desaparecido. Principalmente se me mente. Disse-me não conhecer o homem que interrompeu a nossa conversa sobre o tipo que não a deixava sossegada. Tenho a certeza que era ele a pessoa com quem ela teve sexo em troca de mais turnos e depois, segundo ela, não a deixava em paz. Quando ele quis validar aos meus olhos o seu poder para arranjar turnos repetiu-me várias vezes: "Pergunta à tua amiga!" "Eu arranjei turnos para ela". 

Turnos nessas condições? Não preciso.

Naquele lugar sorrio a todos, aceno a todos, mas sou diferente de todas. As outras, são de conversetas sedutoras com os gerentes e gostam de mostrar que sabem o que estão a fazer quando na maioria das vezes não sabem. Eu sou diferente. Se não sei pergunto e se não receber uma resposta satisfatória, parto à descoberta. Não me traz vantagens, mas é a minha forma de ser. Sou simpática sem dar muita confiança ou recorrer ao charme feminino. Há mesmo quem diga que não sou simpática. Que devia sorrir mais. Mas depois sorri-se como ela e... dá merda.


Pois então...
Deixei de ver a "amiga" e com ela foram os seus dramas.
Se estiver grávida - como suspeitou - até seria bom que o filho fosse do gajo e não do marido - com quem ela dizia não andar a ter intimidade. É que um deles é caucasiano e o outro não é. Ia dar uma novela mexicana do caraças. Mas por vezes, este tipo de coisa acontece por uma razão. Se calhar o marido precisa saber que anda a carregar um par deles e ela precisa aprender na pele a não descriminar pessoas por seus traços físicos. É que um aspecto na sua personalidade saltou à vista logo no primeiro dia: é racista. Tem problemas com certos grupos, chama as pessoas de pele escura de "pretitos" ou "preto", diz não suportar paquistaneses e falou depreciativamente de asiáticos e outras etnias. Deus, que tudo vê e tudo sabe, pode ter querido "passar a lição" de uma forma mais "criativa".

Um abraço a todos vocês.
Dentro dos possíveis, tenham uma excelente Páscoa.


Actualização: Falando no Diabo... A dita ligou-me. Não ignorei. Falei-lhe como sempre falo com as pessoas. Ela ainda está descontente com o indivíduo. Não gosta de trabalhar com ele. Mas já sabe como lidar com a situação. Acho que ela exagerou no drama. Ele não tem qualquer poder ali dentro para a ameaçar tirar o emprego. Ela é que lho deu. Fizeste a cama? Deita-te nela...

5 comentários:

  1. Igualmente para si amiga.
    Abraço e saúde

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  2. Depois dessa confissão não sei se asseguras o teu lugar no céu, mas prontus!

    Juízo...

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  3. Se calhar essa sua amiga está a sofrer na própria pele as contradições da vida, lol

    retribuo com amizade os votos de boa Páscoa
    .
    Cumprimentos.

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  4. Fizeste o que o teu "eu" disse e a mais não és obrigada.

    Beijos e uma Feliz Páscoa

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