sábado, 26 de outubro de 2019

Voltou a ligar


O Jason voltou a ligar-me esta tarde.
E coincidiu com outro momento de recaída emocional em que estava a sentir-me particularmente e intensamente carente.

Porém, desta vez comecei a recear que ele o faça amiúde. Afinal, não conheço as pessoas tão bem quanto imaginava - se ele insistir em me conhecer, mesmo depois de ter escutado de minha parte um nítido "mais que amizade, não".


Também nesse último telefonema que me fez há semanas, fiquei convicta de que ele não voltaria a ligar. Mas enganei-me. Ligou hoje. Falei-lhe "na boa", mas voltei a ter uma pontada de "alarme" e desta vez, gostei menos de lhe falar. O facto de ser incapaz de admitir que não me ligou quando disse que o ia fazer e insistir que cumpre sempre a sua palavra e ligou-me "eu é que fui MALANDRA" e "FUGI DELE".

WTF???

"You were naughty" - insistiu em repetir. E não estava a brincar.

Esta parte desagradou-me.

Sinceramente, acho até que ele devia reconhecer-se como um sortudo por eu falar com ele. E falar na boa, sem cobrança, sem irritação, sem desprezo. Acho que qualquer outro talvez desse valor a esta postura, tendo em consideração que só conversamos uma vez, nunca mais nos vimos e foi ele que me desprezou e não ligou quando disse que o ia fazer.

Outra pessoa depois disso cortava logo qualquer tentativa de conversa. Eu não o fiz. Não lhe levei a mal, brinquei com a situação, aceitei. Mas não engano ninguém: disse-lhe na primeira vez e disse-lhe todas as vezes que me ligou: não estou à procura de romance

Que mais é que é preciso para que entenda?
Fazer um desenho??


Desta vez gostei menos de lhe falar. Ele faz muitas perguntas, do género: "estás sozinha em casa? Não escuto barulho" ou "estás de folga hoje'" ou "onde vais?" - perguntas que são invasivas e buscam sondar a disponibilidade. 


Acabou por descobrir que vou ausentar-me por uma semana e disse-me: "Ligo-te quando regressares". Ao que lhe respondi: "Pois, mas tu vais apagar do teu cérebro a parte "quando regressares" e depois ligas-me passados seis meses, a dizer que estás a cumprir com a tua palavra e a ligar". 

Estava a fazer referência ao que aconteceu no passado. Ele responde-me, insistindo que fui eu que "fugi dele" e que ele "cumpriu a palavra". No final da conversa - que tive de encurtar - ele perguntou: "It's alright if I call you?" "Posso ligar-te, certo?" ao que lhe respondi: "Depende Jason. Depende das tuas intenções. Se for para mais que amizade já te disse... não".

Depois de desligar a chamada fiquei a imaginar receber outro telefonema dele e não me pareceu que fosse gostar. Nem quero que ele me ligue assim que eu regressar ou ande a controlar a minha disponibilidade. Agora que escrevo sobre isto, vejo que talvez devesse ser curta e grossa. Má, mesmo. Sou capaz de pecar por ser muito boazinha e também demasiado ingénua quanto às intenções de terceiros. As coisas não são como eu as desejo ou imagino. Portanto... 

Lembrei-me que o telemóvel deve ter uma função de "bloqueio de número". Algo que disse a mim mesma jamais fazer a alguém. Não acho bonito nem correcto. Mas não vá ele sentir o impulso de me ligar antes do "regresso" porque, sinceramente, quero sentir-me LIVRE, não quero ficar presa a pensar nestas coisas. A custo, lá carreguei na opção "bloquear". 

Pretendo que seja temporário. Irei desbloqueá-lo "no regresso", que lhe disse que seria daqui a duas semanas. Mas não quero que ele volte a ligar-me se o seu objectivo for a conquista. Neste instante isso me repulsa, pois sempre lhe disse "não". 

Talvez esse não precise ser gritado aos sete ventos??
Vocês que me lêm e são gajos...
É esse o meu problema? Digo não mas vocês preferem escutar um "talvez"?

Sim, é verdade, muitos "nãos" e "não sei" femininos são um talvez...
Mas este sempre foi um não, não, não.
Como se fazer para que o entenda e aceite de vez?


4 comentários:

  1. Na minha modesta opinião se ele insiste depois de lhe teres dito o que disseste, não atendas mais e deixa que o tempo role...ou esqueces ou surgirá algo mais. Também já passei por duas situações dessas e num ainda hoje é meu amigo e outro esfumou-se no tempo:)

    O que mais me incomoda até hoje é que no meu caso divorciada à bué os homens (nem todos) pensam que precisamos de homem, umas coitadinhas etc e tal, percebes? Jasus...

    Beijocas e um bom domingo

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    1. Então não percebo?
      Também tem aqueles (alguns) que pensam que vais com eles por não teres ninguém e eles procuram que lhes alivie. Sai de graça, ao invés de terem de pagar às profissionais.

      Não os faz interessantes de todo.

      Boa semana

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  2. Olá. Acho que há muitos tipos de relacionamentos. O simples convívio, sem compromisso, também é benéfico, mas certamente, sem segundas intenções ou interesses escondidos. E uma mulher sabe muito bem distinguir e aperceber se disso. Beij.

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    1. Maria, eu sou a excepção. Quando se trata de mim sou um pouco... cega, ceguinha, parva que dá dó. Até que a coisa me "bate" forte ou o tipo pronuncia-se a respeito ao invés de ficar só naquelas insinuações que nos deixa na dúvida.

      Com os outros sou craque, mas comigo... Sou péssima!! Acho que o Jason jamais vai desistir de ter segundas intenções e lamento. Porém quero acreditar que se contentará com conversas. Não sei distinguir, acho que vou passar a seguir a intuição.

      Boa semana!

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