domingo, 7 de junho de 2020

Começou a prostituição da comida

Para quem não sabe, sou uma femea na casa dos 40 emigrada no Reino Unido e a viver numa casa partilhada com estranhos.

Para quem não sabe, vivo há dois anos na presente casa que tem um total de 5 quartos. Um é ocupado por mim (o menor), os restantes, nestes dois anos e picos, sao todos maioritariamente ocupados por italianos. Mesmo saindo uns, entrando outros, a nacionalidade manteve-se. E não, não foi um acaso.

Para quem nao sabe, no final da Pascoa, com todos os italianos a abandonar a casa devido a estarem sem emprego, sobrou a cabecilha. Aquela que se julga dona da casa por cá viver há mais tempo, há uns cinco anos. Tem o senhorio na palma da mão e logo apos a pascoa, altura em quem é cristão devia mostrar compaixão pelo semelhante, ela chama-o, serve-lhe um bolo italiano pascoal  e diz-lhe para me expulsar desta casa, porque nao gosta de viver aqui comigo, conta mentiras a meu respeito e apela há ganância do senhorio dizendo-lhe que nenhum dos amigos dela quer vir morar para cá porque "me conhecem".

De lá para cá vivo em stress emocional e psicológico, não sabendo o que vai acontecer, mas sei que coisa boa não é.

Entretanto, no dia 1 de junho, todos os quartos voltam a ser ocupados. Primeiro mudou-se para o mais caro deles um homem com quem até hoje nao me cruzei. É ingles e faz a vida mais fora do que dentro. Nao cozinha, nao vai há cozinha, penso ate que nem lava a roupa. É pai de um miudo pre adolescente, que por vezes espera do lado de fora da casa por ele. Nunca que ele trouxe o puto para dentro. E tem outro filho, alem deste que passa por cá. Ouvi o senhorio dizer isto. Este mudou-se dia 16 de Maio e nunca o vi sem ser pela janela.

No dia 1 chegaram outros dois: um jovem italiano e um jovem ingles. Vi o ingles no dia da mudança, no corredor. Ignorou-me quando me viu a sair do quarto. Ao invés de se apresentar. No fundo das escadas, fui eu que lhe disse olá e perguntei se era o Adam. Disse olá e nenhum outro som emitiu. Nem mesmo quando continuei a falar e lhe disse que podia sair (a porta da rua estava aberta) porque eu precisava de abrir o armario (que ele obstruia) porque tinha ali os sapatos. O senhorio estava presente. Nao fez as apresentações e só falou algo ao rapaz. Senti tensão no ar. Assim que abri a porta do quarto, para ser sincera. O rapaz, que ja ouvi falar pela janela, é bom falador e parece simpatico. Mas comigo age como um bloco de gelo. É no olhar e na atitude que percebo que entra na casa já "avisado" da portuguesa (seja lá que versão lhe contaram). Ele tem carro estacionado à porta e toca guitarra eletrica.

O italiano conheci faz duas madrugadas, quando entrou na cozinha e eu estava lá. Deduziu que eu tinha estado em casa mas quando me disse que tinha acabado de entrar, respondi-lhe que eu também. Quis saber se fazia o turno da noite (começa cedo a inquisição sobre o teu horário) e disse-me, porque lhe perguntei onde morava antes, que vivia com a namorada num apartamento pequeno. Entao perguntei-lhe pela namorada, pois claramente  numa relação em que se vive junto não faz muito sentido progredir para o viver separado. Disse-me que esta irá mudar-se para italia. Como tinha acabado de entrar e ainda nao está a trabalhar, deduzi que passa as noites com ela, onde quer que ela tenha ido ficar.

Pois não passou mais. Desde então que esta esta cá. De cá não saiu todo o fim de semana. Ainda nao a vi, só os escuto. E como são barulhentos! Adoram bater com as portas. Despertei hoje com isso, seguido do aspirador e barulhos que me fazem agora suspeitar se ela já não se mudou de "mala e cuia" para cá. (A conservatoria esta cheia de malas, esse privilegio costuma ser só dos italianos). É uma coisa impressionante com estes italianos. Tomam logo o espaço para si. Outros levam o seu tempo, ambientam-se... perguntam se podem. Estes chegam e tomam conta. Acho que o imperialismo romano ainda corre no sangue de muitos dessa nacionalidade. Parecem achar-se acima dos outros, superiores, de caracter imaculado, escolhidos, especiais... isto a julgar por todos os que conheci cá  dentro. Foram eles que conduziram cristo à cruz e a lanca de um deles perfurou o Senhor. Como podia esperar compaixão dos italianos durante a Páscoa? O que fizeram foi pegar numa lança e espeta-la na pessoa não-italiana que só bem lhes fez.

Dizer bem só mesmo o fazem a eles proprios. Do resto falam mal ou dizem gostar de alguém mas nota-se sempre convenções. Gostam de forma jucosa. Sempre a emitir uma superioridade, como se outros com quem possam simparizar nao saissem do nivel de "animais de estimação". Divertem o dono, mas são animais, não são seus iguais. A perfeição reside somente neles. Como posso dizer isto? Não é normal a forma como exacerbam o nacionalismo.

Bom mas o título deste post e a prostituição através da comida. Já o disse aqui antes: a gorda usa a comida para aliciar simpatias. Depois de conseguir isso, com cada garfada que as pessoas dão, vai introduzindo pequenas doses de veneno... mais uns tantos vão ser envenenados contra mim às refeicoes. Ontem de noite ficaram os 3 italianos (suspeito que o ingles também) o tempo todo na sala, ate há uma da manhã. Acordam e voltam ao mesmo.

Numa casa partilhada é normal ocupar-se as areas em comum, cozinha, sala, por algum tempo. Mas todo o tempo é um abuso. Geralmente existe a cortesia de nos ausentar-mos por umas horas e disponibilizar o espaço para outras pessoas. Não quando se vive com italianos. Pelo menos estes. Porque vivi com outros e nao foi assim. Mas também vivi com individuos, nao com grupos. E isso pode ditar a diferença. Isolados, nao são uma grande ameaca. Em grande numero.... alimenta-lhes o lado mau que lhes corre no sangue.

Mas hoje percebi que a mais-velha regressou ao seu hábito de cozinhar para todos. É um perigo. Esta acção que parece inócua é tudo menos isso. É apenas uma forma eficaz que ela arranjou para se injectar na vida dos outros, tornando-se uma pessoa de utilidade diaria (cozinha para eles). Com isso ganha a confiança cega deles e pode dizer-lhes como devem interpretar o meu comportamento, pode mentir-lhes que eles vão acreditar, vão tornar-se seus aliados contra mim e alterar os seus comportamentos comigo sem o perceberem.

Ela é uma perita em manipulação. É fácil para ela fazer-se passar por santa. E é fácil eu ser mal interpretada, ainda mais quando outros estão ali com esse intuito.

O rapaz ingles, assim que percebeu que ela e os outros dois italianos estavam na cozinha, saiu do quarto e foi ter com eles. Para mim está tudo dito: foi atrás de uma boca livre (É normal rapazes preferirem que alguem os alimente) e em troca vai ter de pagar com hostilidade à minha pessoa. Tornar-se uma "testemunha" de algo que possam distorcer a meu respeito.

A mais gorda prostitui-se com comida.


6 comentários:

  1. Original o nome de prostituição da comida. Deixando votos de de um domingo feliz
    Gosto tanto de comer. Será que sou um prostituto?
    Cumprimentos poéticos

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    1. Quando se fala a verdade os termos adequados surgem sempre. Gostar de comer muito nao faz de si um prostituto. 😂😂
      A prostituta é quem USA a comida como ferramenta para manipular terceiros. Ai e que se esta a prostituir atraves da comida.
      Boa semana.

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  2. Os italianos são uns fanáticos da comida.
    E eu da comida italiana.
    Boa semana

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    1. Sao mesmo, pedro. Mas so pela deles. E e ai que estranho-OS um tanto. Acho que uma das maravilhas do mundo é descobrir os povos pela sua cultura e habitos. E uma das mais deliciosas vias é a gastronomia.


      É-se realmente bom apreciador de comida quando so se aprecia uma?

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  3. Continuas na mesma trituradora emocional e tens que ganhar forças para sair daí. Ou então começares a trabalhar emocionalmente numa de largar de vez a gorda e seres tu própria porque antecedes rapidamente o que irá suceder...o que é mau porque nessa linha de pensamento os novos percebem que algo se passa.

    É a minha modesta opinião e desculpa linda.

    Beijos

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  4. Toda a tua escrita nos diz que sabes onde estás, e sabes quais as estratégias. Um grupo é sempre mais forte que uma única pessoa. E, quando há um líder, não que ela o seja no real sentido da palavra, mas trabalha para chamar as atenções... então aí cai tudo que nem patos. E sim, tens toda a razão. A partilha, da comida, no sentido de se disponibilizar para a fazer, é um grande instrumento.

    Também não sabia que essa pessoa estava aí havia 5 anos. Isso é muito tempo!!!

    Começa a pensar em sair. Nessa casa só vai entrar quem essa pessoa quiser. Enquanto o trono dela permanecer...será difícil a tua situação.
    Mas, tu é que sabes o quanto podes resistir.
    Boa semana e um abraço.

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