terça-feira, 29 de outubro de 2019

A rejeição que soube bem


Ainda não vos contei do "nega".
Faz quase um mês que o recebi - foi no dia 10 de Outubro. Desde então estou para fazer um post sobre o mesmo.

Sobre a entrevista de emprego que mencionei aqui, soube que tinha estragado tudo. No dia 10 recebi o telefonema que confirmou as minhas suspeitas. Não fui seleccionada. Recebi um nega. Mas não foi uma rejeição comum, muito pelo contrário. Nunca fui tão bem dispensada na minha vida! A sério: a pessoa até me fez sentir bem.

Eu sabia que havia um motivo pelo qual queria ir trabalhar para aquela empresa. São as pessoas, a mentalidade, os comportamentos, que me atraem. Foram formais mas simpáticos. E isso transpareceu no que li no site e comprovou-se no telefonema. Um dos homens que me entrevistou ligou-me, apresentou-me, disse-me que fazia questão de telefonar ele mesmo e falar pessoalmente que neste instante não iam prosseguir com a minha candidatura. Depois elogiou-me os pontos fortes e deu-me dicas para melhorar onde falhei.

Opá, com uma rejeição destas, uma pessoa até sente o dia a correr-lhe melhor.
Subitamente foi como se se fizesse luz no meu cérebro.
Estou tão acostumada a maus tratos, que já nem me lembro o que é ser tratada com decência. Por isso senti-me atraída para aquela empresa. É a minha necessidade de me rodear do oposto daquilo que me rodeia. 

E percebi como é que uma pessoa merece ser tratada. Com respeito - sempre com respeito, mesmo se tiver que receber uma notícia menos boa. Que pena que poucos agem assim!

Lembrei-me automaticamente da rejeição mais recente que vivi, aquela que mais me custou (sabem qual). Comparei as duas: são tão distintas que nem estão no mesmo espectro. 

Não devia estar a sofrer como estou por alguém que não soube mostrar respeito básico por outro alguém. Contudo, sofro, é a realidade. Não a posso escolher tal como não nos é possível escolher por quem nos vamos apaixonar. Ainda não consegui eliminar isto da minha vida mas, se tivesse recorrentes exemplos como este e vivesse rodeada de pessoas decentes, chegaria lá rapidamente. 

O ambiente onde fui criada tem ditado as armadilhas onde sempre tropeço e as pessoas que sentem atracção por mim. 

Lembrei também de uma altura na vida - desagradável de passar, em que tive de ser eu a rejeitar um pretendente. Lembro-me dele me dizer que eu era mesmo especial, porque mesmo sendo rejeitado, estava a fazê-lo sentir-se bem. EU SOU esse tipo de pessoa. Se posso puxar alguém para cima, para quê vou martelá-la para baixo?

Queria que mais pessoas destas me cercassem. Só isso. 

  

1 comentário:

  1. Desgostos de amor são experiências de vida.
    E só existem porque aquele não era A pessoa.

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