Em inglaterra o dia depois do Natal tem o nome de Boxing (encaixotar) day, e é uma espécie de feriado. Porquê este nome não sei, mas imagino que é pela necessidade de empacotar toda a parafernália natalícia de volta em caixas até o ano seguinte, ahah.
Esta noite vou trabalhar. Mas enquanto isso não acontece, passei o dia a cantarolar canções que me vieram à cabeça. Para quem só conhece a versão aguda de Celine Dion, aqui fica uma popular canção lançada em 1975, cantada por um artista de nome Eric Carmen.
A Saúde é a riqueza mais preciosa que podemos possuir.
Por isso é o que vou desejar aqui a todos. Aos que me lêm e visitam, aos que um dia visitaram. Todos. Para que saibamos valorizar mais ainda algo que realmente valorizamos quando nos falha. Que tenhamos boa saúde, porque sem ela tudo fica sombrio.
Desejo também que o mundo se cure deste Covid, que já está connosco desde 2019. No dia em que um jovem familar foi diagnosticado como positivo, parece-me muito adequado lembrar a todos para que se cuidem.
Ultimamente novas colegas de trabalho falam-me dos filhos e quando lhes pergunto que idade têm, respondem todas:
- "Dois anos".
Mal sabem elas que é a idade mais incomodativa para eu ouvir.
Se fosse três, quatro, um... mas é DOIS.
Podia ter acontecido comigo. Exatamente à dois anos. A acontecer teria sido então - a última oportunidade. Não que o quisesse na altura, mas certamente teria acontecido se a coisa seguisse o rumo que estava a tomar.
Como sempre, algo abrupto interrompe algo que ainda está a brotar. E aquilo que percebi poder vir a caminho, parece que EXPLODE na estratosfera antes de me alcançar, dividindo-se em milhares de pedacinhos, e vai cair em pessoas alheias que mais tarde aproximam-se de mim.
Tem sido assim. Destino interrompido. Na altura reflecti sobre essa possibilidade. Nenhum de nós queria filhos (ele perguntou-me várias vezes, porque será?). Percebi que, ao contrário do que acreditava e na altura queria, teria ficado inundada em felicidade. Porque gerar um filho fruto de um amor ia ser demais. Descobri que é assim que se descobre que se ama alguém.
Nessa altura, inesperadamente, a filha de uma amiga que supostamente não devia ter filhos, ficou - sem o desejar, grávida. São os tais pedacinhos da explosão a atingir outros...
Não queria, não contava, não esperava, temia - foi um choque. A mãe ficou furiosa. Eu achei que ia ser a melhor coisa que estava para acontecer na vida daquela família. Dois anos volvidos, ao que saiba, está tudo bem e todos adoram a criança, que é linda e saudável.
A rapariga que cá apareceu em casa com um filho... adivinhem lá a idade que a criança tem.
Venham até mim, então, as crias alheias com dois anos, ahah.
Temperaturas abaixo de zero e já chego a casa com os dedos congelados. Não são dedos frios, muito frios, são dedos congelados. Não tenho como pegar nas coisas, só com muito jeitinho é que consigo segurar a chave da porta e rodá-la. Não com um movimento de dedos, mas com um movimento de pulso.
É assim que chego a casa todas as noites em que as temperaturas estão abaixo de zero graus. Ainda mais se usar a scooter - não há luva ou pares de luvas usadas em simultâneo que me valhem.
O automóvel preto estacionado a entrada de casa estava assim à minha chegada
Depois de entrar em casa, sempre com uma temperatura tão elevada (a M. exige ter o termóstato nos 30 graus!!!), começo a sentir partes do meu corpo a descongelar, a ter o sangue a querer circular novamente. O mais engraçado são as pernas e o bum-bum. Nem os percebo congelados mas assim que entram no quentinho, nota-se logo.
A lista de livros lidos aqui ao lado no blogue - parou de ser actualizada. Não preciso de a olhar para saber: O que me aconteceu? - interrogo-me.
Costumava ler livros continuamente. Pessoas que me viam a fazê-lo achavam-no intrigante. E eu me surpreendia com a surpresa delas. O que tem de mais em se ler livros? Em transportar um? É para isso que eles servem. Não entendia. Mas algo mudou no final do ano de 2019.
Pensei que eventualmente, acabaria por regressar a mim. Estamos em 2021, tenho uns poucos livros ainda por ler na improvisada estante que criei - mas faz meses que toquei num. Pegar, até peguei. Era em francês e por isso li as primeiras páginas. Depois tive de regressar ao trabalho, meti o livro dentro da mochila, tirei-o noutra ocasião, li umas linhas e não me apeteceu continuar.
Espero que seja uma fase - visto que toda a vida queria mais era ler livros. Não sei se é, se não é. Não me vou forçar - isso não quero. Julgo que deve de ser o estilo de vida que estou a levar que condiciona esta atividade que antes conseguia encaixar em qualquer circunstância.
You see... antes costumava trabalhar de dia, e descansar de noite. Nos últimos anos tem sido o oposto: trabalho de noite e os dias - quando me permitem, são para dormir.
Isso deve ter afectado as minhas rotinas sem que desse conta. Também a presença no blogue deixou de ser tão assídua. Contudo, no que respeita aos livros, tudo teve início com aquele impacto de 2019. Tentei lê-los, mas a pesar do cérebro estar a computar cada frase, página atrás de página - ao mesmo tempo estava a fazer a sua própria narrativa, numa viagem que tinha sempre o mesmo contexto. Palavras soltas no livro, aqui e ali, insuflavam esta narrativa mais ainda. Estava a ler livros sem realmente os absorver/apreciar.
- - - - - - - -- -
Uma rapariga que apareceu cá em casa pareceu-me daquelas em que não se pode estender uma mão que ela logo vai pedir o braço. Mas este post vai ser longo. Aguardem.
Ia somente comprar papel de alumínio, cebolas, tomate e iscas. Não contava gastar mais de quatro libras e pouco.
Acabei por gastar 10. O que trouxe? Tomate, papel de alumínio, cebolas e iscas.
Mais duas embalagens de 100 gramas de uvas pretas, duas embalagens de cogumelos inteiros, uma embalagem de after eight e meia-dúzia de ovos. Tirando este último artigo, de valor de 78 pennies, estava tudo com redução de preço: nada custou mais de 40 centimos a unidade.
Sendo assim, como é possível o total ter chegado às 10 libras?
Pois, esse é sempre o mistério de quem sai para ir às compras.
Um grande mistério.
Fui ver o recibo e uma das embalagens de uvas passou no scanner com o preço normal - 1.20 libras. Logo aí a despesa extra de quase uma libra. Ainda assim parece-me muito. Mas é o que é - engana-se quem vai às promoções. Os artigos mais caros que trouxe foram as iscas - 1.52 libras e o chocolate em PROMOÇÃO: 1.50 libras. Totaliza 3 libras. Tudo o resto foi abaixo de uma libra. Mas cá está e vou me repetir: parece que custa pouco e que se está a poupar dinheiro. Mas na realidade isso só acontece SE a pessoa NÃO comprar nada. Só dois ou três artigos e ignorar tudo o resto que é uma tentação.
Afinal, ninguém nascem com dinheiro no bolso. (Bem, se calhar alguns até nascem).
Depois de ter constatado que uma das embalagens em promoção passou pelo preço normal, contemplei filosoficamente o que é a perda e ganhos: tenta-se poupar 50 centimos ali, perdem-se acolá. Depois disso fui despejar o lixo lá fora e a primeira coisa que vejo no chão é uma moeda de uma libra. Bem dentro do meu quintal.
Achei mesmo que era uma lição: dinheiro vai e volta. É insignificante. Principalmente diante da saúde.
Enquanto lavava aquela moeda com água e sabão, contemplava nesta realidade.
Mini extra:
Post inside a Post: Para quem gosta de iscas com uma consistência que se desfaz na boca, recomendo a de cordeiro. O fígado do porco dá mais para mastigar mas também depende muito do pedaço que se encontra. O de boi ficou por testar mas sabiam que, de todos, é o mais caro? Tendo em conta a quantidade de animais para consumo que se produzem de cada espécie, parece-me um grande absurdo. Fica por saber: será que é porque é o que sabe melhor?
É comum ouvir-se dizer que indivíduos que cometem actos horrendos provavelmente ficaram assim porque tiveram uma infância difícil. Vêm de um lar desagregado, já de si abusivo e violento. Aquele foi o exemplo que tiveram ao crescer e o reproduzem.
Isto é muita vez referido quando se procura entender porquê algumas pessoas são violentas - fisica e psicologicamente com aqueles que mais os amam ou cometem assassinatos.
Quase que se JUSTIFICA este tipo de violência com a APRENDIZAGEM da mesma quando em criança.
Mas também como muitos dizem por aí, há muita gente que também teve uma vida difícil e nem por isso desata a cometer crimes ou a fazer disparates.
O que me lembrei é que ninguém menciona o TERCEIRO CASO, o terceiro tipo de pessoa que pode surgir fruto de quem foi exposto a violência cedo: A BONDOSA.
Uma pessoa BONDOSA - muita vez confundida com alguém covarde, com receio de arriscar, fraco, usualmente porque se recusa a falar mal dos outros - por exemplo. Começa por este pequeno detalhe. A maior violência que a sociedade demonstra agora é camuflada. É esta de não se ser sincero, de se ter varias máscaras e usar a que convém na altura.
Acho que isto é um tipo de violência. Insere-se na pior delas: a psicológica.
Então, há pessoas que vieram de um lar desagregado, com discussões, violência psicológica, alienação parental... Umas ficam iguais ou piores, outras saem normais mas e o terceiro caso? Aquelas pessoas que não saem NORMAIS, porque vão para o outro extremo?
Uma pessoa "normal", por vezes discute, levanta a voz, também se diverte a falar de alguém...
A pessoa Bondosa não levanta a voz. Não inicia nenhuma discussão. Retira-se quando sente que algum desagrado pode surgir. Talvez porque associa esse simples acto à violência com que cresceu. E recusa-se a fazer uma série de outras coisas que, se não tivesse sido exposta bem cedo ao tipo de violência, provavelmente teria desenvolvido.
Nós, seres humanos, sentimos necessidade de nos sentir integrados, aceites. E pessoas que "cantam conforme a música" não transmitem essa confiança. Tão depressa são teus amigos, como a seguir já te viram o rosto. Passam a andar com outro alguém para quando voltarem a se ver sozinhos, se lembrarem novamente de ti.
Só acho que a sociedade não pode esquecer-se das pessoas "bondosas". Elas aguentam, caladas, muitas mazelas de infância.
A respeito do post anterior, recebi a mensagem anónima depois de ter quase entrado numa rua onde uma vez um indivíduo que costumava ciscar à minha volta disse-me que morava. Por acaso quando ia para atravessá-la, pensei que pudesse estar a ver.
Decidi fazer outro percurso.
Depois recebi a mensagem. Descobri entretanto que vem desse indivíduo. Que me deixou de contactar à coisa de ano e meio. Eu conheci-o na mesma altura que conheci o "outro". Duas semanas depois, talvez.
E só esse pormenor traz-me um pouco de sofrimento e nostalgia. Porque de todas as pessoas que conheci naquele período e com quem mantive contacto - porquê TODAS me contactam menos ele?? Se só ele é que me deixaria feliz?
Sei que não devia sentir assim. Porém, cada vez que outra pessoa que conheci no mesmo período de tempo me contacta, só faz lembrar quem eu realmente queria que me contactasse. E acabo por repelir os outros - não me interessam realmente, mas também porque obrigatoriamente vem a lembraça associada.
Sei que nunca mais vou ouvir falar ou ver o outro. Soube-o na hora. Não é por isso que deixo de sofrer menos.
Acreditem se quiserem mas tenho uma sensação forte de que só voltarei a saber dele noutra dimensão. Quando desencarnar. Aí vou fazer-lhe uma "visita" e descobrir que tudo o que intuí era realidade: vou ve-lo casado e muito apaixonado pela esposa, com filhos - uma filha em primeiro lugar, a a amar a criança mais do que a sua própria vida.
Ele, que me dizia que não queria casar e jamais queria ter filhos. Apenas não o senti assim. Senti-lhe outro destino, um bem mais feliz do que aquele que acreditava que ia trilhar.
Julgo que depois da morte, vou ter de verificar isso, ahah.
(Assunto esquisito, bem sei. Quem acredita na espiritualidade?)
Acabei de receber uma mensagem de número não identificado, a dizer: "Portuguesinha, este ainda é o teu número?"
Sei que não é ele.
Mas queria que fosse.
Seria o melhor presente de Natal que podia receber.
A ideia deixou-me feliz. A tal conversa nunca tida...
Na minha cabeça, Mariah Carrey canta: "All I want for Christmas is you".
Ainda várias vezes ao dia, o pensamento viaja para coisinhas... ligadas ao que aconteceu.
Continuo a repelir cada investida masculina como se fosse algo repelente mesmo. Não tanto por ainda estar muito apaixonada por ele. Acho que isso não estou mais. Muito graças aos espíritos caridosos, um deles teve piedade de mim e fez o sofrimento esmorecer.
Mas sempre me fará falta conversar e entender aquele episódio. Sempre fará.
Esse ciclo não fechou e como não fechou, não dá para iniciar outro. Não importa quantas investidas apareçam. Reconheço em todas algo que acho repelente. Talvez por se assumir que a pessoa está ali, disponível para abrir as perninhas por qualquer "olá, vamos beber um copo".
Acho mesmo repelente. Ele apanhou-me porque não fez nada disso e assim atingiu-me onde tudo começa: no cérebro. Conseguia senti-lo. Aquela parte do cérebro que controla a líbido, o desejo, o interesse por alguém. Que eu julgava morta, por falta de estímulo. Não é - nem nunca poderia ter sido, somente um físico. É algo transcendente a isso.
Aqueles que nos abordam, fazem-no pelo físico, pelo rosto, por sei-lá-o-quê. Mas não é por se sentirem atraídos pela pessoa que és.
E só isso me interessa.
Ainda horas antes fantasiava como seria este natal. Sabendo-me sozinha. A M. vai cá enfiar o parceiro, com toda a certeza. Vai passar um Natal adorável, como passa todos os fins-de-semana. Com ele secretamente no quarto, a dar-lhe prazer, e ela a fazer-lhe todas as refeições com pompa e circunstância e a levá-las para o quarto, numa bandeja.
Digam-me lá qual é o tipo que resiste a "cama, mesa e roupa lavada?"
Se alguém atraente me desse o seu corpo, me cozinhasse todas as refeições, trazendo-as numa bandeja - será que essa pessoa ama a outra ou simplesmente o "negócio" é bom demais para ser dispensado?
Bom, mas o meu Natal vai ser sozinha. Como os de muitos devido ao Covid. Aliás sei que o Natal tradicional, nunca mais vai acontecer. Todos reunidos em família, mesa, presentes, conversa, risadas de uns 20 ou 30... Não mais.
Não respondi a quem enviou aquela mensagem. A pessoa não se identificou. Acho espantoso que se presuma que o receptor tem de saber quem é o emissor se este não diz o nome. Existiram tantos que me ligaram para jogar conversa fiada e me convidarem para uma saída. Pessoas que nunca me interessaram. E que não quero que voltem ao mesmo. Ou te identificas ou não vai dar em nada. Malucos há muitos.
Vou agarrar-me à minha fantasia mais um bocadinho...
Tanto no facto de nos apaixonar-mos tem a ver com o estímulo intelectual. Talvez TUDO.
Se os homens por aí passassem mais tempo a desenvolver o cérebro ao invés dos músculos, haveriam mais relacionamentos.
Mal se conhece um tipo, já ele espera que lhe abras as pernas gratuitamente. Se a evolução é isto, então regride-mos sff.
Voltem o tempo dos esposos dedicados, que enchiam as esposas de mimos e respeito - mas que procuravam putas à parte. Ao menos alguém do sexo feminino não seria objectificada para o sexo.
Sou toda a favor da liberdade sexual mas sinceramente, aprendam também a evoluir noutros aspectos que isto de se ter defendido os direitos de igualdade, de género, de amor sem género etc, de nada vale se não existir uma evolução par-a-par com outros valores que se andam a perder.
Há pessoas que não merecem viver em casas. Para a colega que cá tenho, uma caverna é que lhe fazia jus.
E porquê uma caverna? Porque é um lugar sem portas - já que não as sabe usar. Um lugar com cantos escondidos onde ela pode atirar os seus pertences e acumular porcaria. Espaço amplo, já que espaço nunca lhe é demais, ali poderia gritar, ter ataques de mau humor, comer e deixar restos no chão, espalhar a roupa por todo o lado e deixar os utensílios perpetuamente sujos sem os ir lavar. Também não tem sanita, o que seria óptimo, já que se serve dela para caixote de lixo e não a sabe usar da forma tradicional sem lá deixar vestígios na cor vermelha ou castanha.
Digam-me lá: quem é assim merece um palácio? Ou um buraco no chão?
No supermercado em Portugal na compra de amaciador para a roupa tinha escolhido a fragancia quando ao tocar na embalagem, noto o liquido por dentro a abanar. Supreendo-me porque nao esta ate ao cimo da garrafa!
Achando que alguem entornou parte do conteudo peguei na que estava ao lado que, pela transparência tambem revelou por que altura se encontrava o produto.
Deixo aqui uma fotografia bem clara. Onde se encontra o meu dedo é por onde se encontra o produto. O resto e embalagem para enganar o olho e confundir a percepção.
Ps: não consegui encontrar no rótulo a indicação de quantidade.
Ao longo dos meses muitos foram os posts que acabei por não fazer. Alguns que eram para sair ilustrados, ficaram guardados numa pasta. Aqui fica um resumo do que poderiam ter sido.
Vejam isto como aqueles livros compilados das seleções: várias histórias condensadas num só post! :)
foto: 12 Novembro 2020:
Propósito: Mostrar o quanto Inglaterra não é o que se imagina em Portugal. Em Portugal ao menos se vê as entidades a limpar as ruas. Aqui não limpam e deixam as folhas permanecer nos passeios ou caminhos por meses e meses e meses.
foto: 26 Maio de 2021
O bolo da série "Friends". Não passa de um pequeno bolo de chocolate com um grotesco pedaço de açúcar invulgarmente pesado. Digo-vos: mais pesado que o bolo em si. Reparem na espessura! E agora que conseguem fechar a boca de espanto e aversão, é altura de reparar na "precisão" maravilhosa das figuras. É que dá "logo para ver" do que se trata, ahaha!. Muito mau.
Foto: 10 de Junho de 2021
"Pegadas na areia"
Conseguem, com as vossas capacidades de detective, descobrir o quê deixou este rasto na areia?
Foto: 15 de Junho 2021
"Familiaridade"
Já não existem sacos destes. Isto é uma relíquia. Quantos anos terá este saco? Talvez uns 40! É de uma loja no Rossio, a "camisaria Moderna". Julgo que já não existe. O que estará no seu lugar?
Foto: Junho 2021
ADORO louça realista. Queria ter uma jarra peixe e fiquei surpresa e agradada com o bacalhau acima. Não, não é real. É de louça! (Aceito ofertas :) )
foto: 16 de Julho 2021
"DEMAGOGIA"
Há algo que me incomoda na divulgação deste produto. Vejam se descobrem por vocês mesmos.
Dica: tem a ver com a imposição de uma ideologia.
Desconhecia que a Ola fez um Perna-de-Pau verde!
Item de colecção - digo-vos.
Foi para celebrar a vitoria do Sporting durante a quarentena ahaha.
É messssmo um artigo de colecção. Tão depressa não haverá outro igual.
Naquela de tentar «desocupar» um pouco a casa, ocorreu-me colocar à venda online artigos que possam ser do interesse de alguém mas que a mim já não fazem falta.
Nem tentei. Fiquei maravilhada a olhar para o que já estava a ser vendido.
Vejam só estes preços:
Mães e avós aí em casa, prendadas que sóis, vocemecês estão sentadas numa mina de ouro! Por uma caixinha de restos rendados esta figura acha por bem pedir mil euros.
Nota-se logo que passou muitas horas a fazer croché!
Agora vamos comparar o preço deste camião de 8 toneladas com contentor com a caixinha de rendas herdadas da avó ou compradas a baixo valor do espólio de alguém. Já compararam?
Nota: detesto sacanas aproveitadores.
Sobre isto ler a nota acima.
Temos um autógrafo (alegado) de uma das maiores figuras do panorama português, honrado com o sepultamento do seu corpo no Panteão Nacional. 20 euritos....
Voltando aos panos... eu também estou sentada numa mina de ouro!
Tenho de fazer uma vistoria na gaveta de panos da minha mãe.
Retiro o que disse. Estou sentada em DUAS minas de ouro.
Bom, se cassetes VHS - raro que é que alguma funcione e não esteja danificada pela humidade, e DVDs mais CDs - raro que é que não estejam riscados ou com algum erro de leitura - para não mencionar a óbvia escassez de aparelhos a funcionar, tem um valor tão elevado, qual o preço por um bom livro?
Espera?! Livros a 1 euro?
Livros com quatro obras famosas compiladas num só?
A camisola que actualmente uso para ir trabalhar. Antes disso usava-a para sair, dormir, dependendo da situação. Quando o tempo tanto esta para frio quanto para quente, é nela que recai a minha seleccao. É simplesmente confortável.
Minha mãe odeia-a.
Diz que não me quer ver com ela e ja se recusou a sair comigo se a usasse.
Minha mãe odeia-a e diz que a camisa e velha e fica-me mal.
Tudo o que é Vintage minha mãe considera logo inútil. Já eu fico contente que o "vintage" tenha surgido, porque me permite usar roupa que gosto mas que adquiri faz uns aninhos.
A camisola, de malha preta, gola alta... comprei-a faz de facto muito tempo. Lembro-me das circunstancias. Tinha dinheiro poupado. Quiseram-me comprar uma numa loja de esquina numa das ruas principais na baixa pombalina de lisboa dizendo-me que era cara mas um bom investimento, porque era malha de qualidade e por isso ia durar. Não adiantou insistirem, achei que era demasiado cara - ainda que me estivessem a oferecê-la não queria que gastassem dinheiro comigo. Mais tarde mudei de ideias e desloquei-me à loja.
Indecisa como é frequente, gostei de várias de cores diferentes. Acabei por comprar três. Bordeaux, uma cor indefinida de azul turquesa linda demais e a preta. Outra excepção ao que é o meu hábito.
Foi há 30 anos.😨
Vesti-a novamente agora e reparei algum desgaste na manga. Talvez porque, não tendo realmente frente ou verso - é idêntica, acabei por colocar o que geralmente usei pelas costas à frente e vi desgaste na área do cotovelo. OK. Fnalmente vi sinais do seu desgaste. Penso que os seus dias estão contados.
30 anos.
Estou rodeada de gente mais nova que a camisola que uso.
Desde que fui introduzida à crueldade do término das relações através das redes sociais, fiquei vulnerável aos seus sinais.
Conhecem o Whatsapp? É bem capaz de ser a app mais usada do momento, para comunicar com as pessoas. É através dele que contactamos todos sobre qualquer assunto. Do sério e urgente ao trivial. Enviam-se mensagens, fazem-se telefonemas e video-chamadas.
A app é muito simples e intuitiva de usar. Aparece a fotografia da pessoa, o nome, a última vez que esteve online e se está naquele instante no whatsapp ou não. Quando se envia uma mensagem de voz ou texto, uma imagem ou um vídeo - seja o que for, para um certo número/pessoa, surge um sinal de "visto" em frente. Quando surgem dois, é sinal que a mensagem foi enviada e recebida. E quando estes símbolos passam da cor cinza para a azul, é sinal que a pessoa recebeu e ouviu/viu o que lhe enviaste.
Mas é aqui que entra a crueldade do ser humano. É que a pessoa com quem estás a contactar pode escolher "desaparecer" para ti. Assim, sem mais nem menos.
Começa por deixares de ver a sua fotografia. Ao invés disso aparece apenas algo em branco.
Depois te apercebes que não é só isso que acontece. Percebes que não está à vista a última vez que a pessoa esteve online. E quando vais enviar uma mensagem, passam-se dias e a mesma não é lida. Aqueles dois símbolos de "visto" permanecem na cor cinza.
Mas o pior - aquele sinal de que a pessoa te BLOQUEOU - é ver que o sinal de visto permanece sozinho, cinza e não surge acompanhado de outro. O primeiro indica o envio bem sucedido. O segundo a recepção. E se não aparece o símbolo de recepção e o de envio permanece cinza, então essa pessoa eliminou-te. Pura e simples.
Se isto não acontecer e tudo estiver bem: fotografia, símbolos azuis, etc e ainda assim não se obtém resposta, mesmo vendo que a pessoa esteve online ou está naquele preciso momento online, então a pessoa simplesmente não está interessada em ti.
O que para mim ao menos revela maior honestidade. Na realidade é apenas desconhecimento tecnológico - pois a pessoa ignora-te com base nos seus sentimentos, porém não é versátil o suficiente nas tecnologias para saber que o whatsapp pode funcionar para a ajudar a alcançar esses objectivos, sem que seja "apanhada" por se tornar óbvio que está intencionalmente a ignorar alguém. Aqueles que estão a par e passo das definições, conseguem ser cruéis. "Apagam" a pessoa da sua vida digital, como quem não passa de um algoritmo.
AKA: We'll help you hide from people you have no hart and opted for the coward way
Não sei se em Portugal acontece o mesmo mas é já facto constatado no Reino Unido: um grande número de mulheres apresenta um ciclo menstrual contínuo depois de terem recebido a vacina do Covid19.
É o meu caso. Sinto-me como se vivesse com fraldas.
Não sei se é uma reacção a um tipo particular de marca, se é indiferente. Tudo o que sei é que, desde que levei a segunda dose, surgiu-me a menstruação no dia seguinte - tal como da primeira vez - só que desta feita, não mais foi embora.
Faz três meses que recebi a dita. E estou sempre com corrimento menstrual. Se é que se pode chamar assim. Na prática, creio que é o útero que continua a desprender-se e a sair. Com isto aquela "sensação" na barriga é uma constante. Momentos de maior fraqueza e falta de energia são mais regulares. Cansaço. Fazer esforços súbitos faz a "coisa" descer.
Já tive consultas online para me queixar deste caso, e não há nada a fazer. Limitam-se a recolher a data - quem sabe colocam-nos numa base de dados - um número extra de mulheres com a mesma queixa. Mas soluções não arriscam uma. Dizem apenas para ESPERAR porque isto é uma "coisa nova".
Ridículo!
Já disse que sinto que vivo com fraldas? Eventualmente temia que este dia chegasse, mas lá para os 80... não quando ainda me dizem que parece ter 20 ahah.
O meu caso é capaz de nem ser dos piores - pois uma amiga contou-me um outro, de abundante menstruação que não parou por três meses. Abundante sempre foi a forma como fui apresentada a esta condição feminina, por isso nem sabia o que era ser diferente até há pouco tempo. Contudo, gostava que fosse embora. E me deixasse sem esta preocupação. O ciclo normal já é o que é. Raro a altura em que não se tem um sintoma de pré e pós, de forma que se conseguem apenas uns 9 dias para nos sentirmos como um homem se sente 24/h/365 dias por ano.
Este tema não está a ser explorado, discutido ou divulgado o suficiente! Conhecem alguém que se queixe desta consequência da vacinação?
Creio que antigamente, antes de existir tanta medicação comercializada ou medicina moderna, bastaria perguntar a qualquer mulher que a resposta para este problema seria conhecida. Experiencia de vida... que passa de geração para geração.
Hoje em dia recorremos apenas aos médicos. E estes não sabem o que dizer de forma a solucionar o problema e não se arriscarem a um processo jurídico. Oh, vida!
Outro colega sentiu-se muito surpreendido quando mencionei que fiz uma pos graduação quando estava na casa dos 30.
Mais uma vez, quando revelo que nao estou nos 20 esse facto parece surpreender.
Nao sei se e um elogio se é uma maldição. Porque nao vai demorar nada nada para que os sinais dos 50 apareçam. Já tenho o cabelo a ficar fino, a perder a luminosidade castanha-mel a olhos vistos e um ou outro branco a aparecer.
Quem esta na casa dos 20 tem toda a pujança das jovens células que ainda não produziram vida em demasia. Por isso jamais poderei "competir" com alguem de 20. Ainda que por alguma ilusão óptica assim pareça. (Nao sei como). A serio... nao sei como. Aos 20 tem-se uma pele e um rosto quase de menina! Onde o meu já vai...
Talvez por isso ele esperasse outra atitude de minha parte, uma que espelhasse os modos modernos de alguem da geração dele. Pareco estar nos 20. As vezes dizem-me no inicio dos 30. Mas pelos vistos nunca nos 40. Onde pertenço por mais uns anos. Ou, neste país, por mais uma década. 😉
Ao mesmo tempo, quando percebi os primeiros sinais de idade a aparecer entendi de imediato porque a Gordzilla me desprezava. Era inveja. Ela era a unica que sabia a minha idade porque o senhorio anconfidenciou. Ela esperava encontrar alguém em pior estado que ela. Ao inves disso apareceu-lhe alguem diferente, que gostava de ficar ao relento, fazer jardinagem e se exercitar no jardim com movimentos de ginasta Eu era quatro anos mais velha que ela no entanto nao pintava os cabelos e o meu corpo mantinha a mobilidade. Eu lhe parecia tao jovem quanto os jovens italianos de 20 com quem ela se cercava.
Dai ter-me infernizado a vida ao ponto de nao permitir que alguem naquela casa pudesse chegar a me conhecer e gostar de mim. Desdém por nao ter recebido igual graça.
Então cada vez que alguém entrava para a casa ela enchia as suas cabeças de historias inventadas que reflectiam muito mais o seu caracter que o meu.
Desde que desapareci das suas vistas, sou percebida como uma pessoa simpática. Nunca mais recebi o desdém ou fui tratada de uma maneira seca pela frente e odiosa por trás.
Parte do que me faz parecer mais jovem nao e so a aparência. é muito a personalidade. Ao menos foi o que este colega me disse e percebi que assim era. Mais uma vez, existe uma linha que divide onde começa e acaba o elogio. Só eu tenho conhecimento dela.
Percebi que tenho de aceitar esta percepção que ganham de mim e ficar de bem com ela. Não preciso de clarificar as pessoas. A idade afinal, nao nos define totalmente. Apenas nos torna mais ou menos conscientes da provavel altura da nossa mortalidade.
Agora resta-me esperar para ver se, ao tpmatem conhecimento dessa idade, acabam por se afastar, desinteressados em manter uma amizade que nao passará disso.
domingo, 3 de outubro de 2021
A minha alma esta a passar a musica instrumental que se pode ouvir aos 50 s neste excerto.
A musica penso que seja de caetano Veloso.
Nao sai de dentro de mim. Estou triste e nao consigo esconde-lo. Isto so passa com uma noite de sono. Coisa que nao tive a noote passada porque passei-a no trabalho. Onde ainda estou. Vou fazer 24h continuas.
Aconteceu por acaso. O meu ultimo dia de trabalho estava marcado para ontem de noite. Terminando hoje as 8 da manha. Mas ai fiquei a saber que a nova empresa que ia tomar conta me queria lá, e já a fazer o turno seguinte. Aceitei.
Mas depois eles apareceram... em comitiva. E eu vi uma empresa disposta a pisar em cima dos outros. A ocultar informação mas a extrair de mim toda a que precisa para melhor funcionar. Trairam-me nesse mesmo dia, dando o dito pelo não dito, não por mudarem de ideias mas com um gesto repulsivo.
Não se trata assim uma pessoa. Agora sinto-me triste. A ideia de regressar aquele lugar para trabalhar - algo que sempre me deixou alegre, deixa-me triste e à beira do choro. Ainda me sinto assim - dois dias depois de ter começado a escrever este texto (dia 1de Outubro).
Só consigo sentir que o melhor é dizer que não volto. Ao mesmo tempo os outros sentidos - não tanto o sentimento mas a noção dos factos - dizem-me que não tenho outro emprego regular e aquele que mantenho está cada vez mais irregular, não me dando nem sequer 80 libras por semana.
O que fazer? Tudo em mim diz-me para abandonar aquele cargo. Até porque o achei muito aborrecido ultimamente. Com a nova empresa no comando, está tudo novamente numa confusão. Sem se saber quem vai gerir o quê, quem faz o quê.
Devo desistir ou devo aparecer? Já não me entusiasma.
Encontrei uma série em demand no Meo e comecei a ver. Chama-se Seinfeld. Foi rodada nos anos 90, é uma comédia americana, e gosto muito de a ver. Gosto do humor, da forma como de tudo no quotidiano conseguem apontar o absurdo e a comédia, encandeando as coisas umas nas outras com uma mestria inesperada e inovadora.
Estava a ver a sétima série e já pronta a fazer um post sobre o episódio 11 e 12 - ou algo parecido. Porque é... brilhante!
Com o passar do tempo o guião só ganha qualidade. Como um bom vinho. Adorei que, às tantas, criticam os conteúdos televisivos de entretenimento, dizendo que só gostam de ver "quatro pessoas num apartamento a lamentar as suas relações amorosas". Além de ser fantástico - porque define a série "Friends"em toda a sua essência, não deixa de ser também uma chalaça a si próprios. Porque, a pesar do imenso conteúdo, diversidade e foco, a série mostra quatro amigos num apartamento aha.
Mas o que tem a série 7 de importante?
Elaine começa a namorar um saxofonista. Mas tem um problema. Ele "não faz tudo". A conversa que ela tem com o amigo Jerry está brilhantemente escrita. A linguagem nunca específica do que estão a falar. Mas dizem tanto! Ela, certamente, queixava-se que no quarto ele não gostava de a satisfazer de uma certa forma. Tudo se revela no final quando ele, apaixonado, diz-se disponível para passar a "outro nível". Quando entram no bar onde ele vai actuar, ela diz-lhe: "Não, foste óptimo". Alguém o chama para actuar e quando ele coloca os lábios no saxofone, sai um som horrível, terrível, medonho. E não passa dali.
É preciso ter uma mente adulta para perceber a mensagem e a forma brilhante como mencionam sexo oral.
No episódio seguinte, outro grande evento toma conta do tema central. Lembram-se certamente do julgamento do OJ simpson, no qual ele foi inocentado do homicídio de duas pessoas - uma das quais a sua ex-mulher por quem era obcecado e com a qual exercia violência doméstica. Um momento chave que o inocentou foi ele ter enfiado a mão na luva ensaguentada deixada na cena do crime e dizerem que "não serve".
Seinfield, brilhantemente e sem o prevermos, mostra uma ex-colega de Elaine, rica, que gosta muito de não usar soutien. O que elouquece Elaine, pois a amiga roubou-lhe o namorado por andar sempre com as ditas salientes. Elaine decide dar-lhe uma lição e presenteá-la com um soutien. A amiga aparece-lhe no emprego a usar o soutien, sem nada por cima. Já na rua, Jerry e o amigo estão a conduzir no carro, vêm uma mulher bonita a usar soutien, distraem-se e sofrem um acidente. No passado Kramer - o amigo, já tinha tentado processar uma companhia de café. E nisso procurou a ajuda de um advogado, que até hoje é uma personagem que adoro. Este advogado, é peculiar e engraçado. Adora ouvir que o processado é milionário. No julgamento, o advogado é contra que a ré experimente o soutien para provar que elouquece os homens. Ao colocá-lo, ela diz: "não serve".
O diálogo que se segue e que termina o episódio é brilhante. Algo do género: É claro que não serve! Foi experimentado por cima da camisola. Tem de ser experimentado sobre a pele. Como uma luva!
fazendo assim referência a todo o julgamento de OJ simpson e a meter a luva no meio. Brilhante!
Para não falar do episódio da cuspidela...
todo baseado no filme de Kevin Costner sobre JFK.
Quem conhece a série? Infelizmente tanto na MEO como na 4 aqui no UK, não consigo passar de duas ou três séries sem que deixem de a disponibilizar. Os royalitties devem ser exorbitantes para a tirarem constantemente do ar. Basta eu a querer ver.
Voltaram-me a pedir o meu número de telemóvel. E eu ia dar - pensando que se tratava de oportunidades de emprego. Aí o rapaz disse-me que gostou muito de conversar comigo.
Oh Diabo! Que eu não tinha percebido que era essa a intenção...
"Gostei muito de conversar contigo. Não é sempre que se encontra alguém com que se pode conversar" - ui... ouvi o mesmo há uns dois anos atrás. Antes do Covid.
Semanas depois conheci um puto (chamemo-lo assim) que, tal como os outros putos, não me dizia nada. Jamais poderia dizer o que fosse. Tal como todos. Subitamente... tudo mudou.
O que não mudou é o meu total desinteresse em ter uma vida romântica. Não está no meu destino, nunca esteve. Isso ficou claro para mim. Fugi, fujo, fugirei. Estou velha para começar algo assim. Nestes tempos modernos com nova regras de comportamento onde o diálogo, no meu entender, aparece pouco - estou também desatualizada. E por isso desinteressada em realizar tentativas. Não há como estar a par e passo das "vicissitudes" das relações.
Minutos depois fiquei a saber que o meu emprego termina daqui a dois dias. Que porcaria de notícia! Outra firma vai tomar conta daquele site, trazendo com ela a sua própria equipa. Passei por esta mesma situação faz três semanas. Tive de labutar tanto, fazer contactos, telefonemas, inscrever-me novamente com uma nova firma, fiz entrevistas online, preenchi 101 formulários...
Se isto acontecer a cada três semanas, então não estou com paciência para lutar por uma posição naquele lugar novamente. Cansa. Dizem-me que provavelmente vão querer me manter porque sou muito eficiente. Mas aquilo é um lugar onde muitos vão e vêm e os que ficam são... não digo corruptos, mas são os que sabem vergar conforme o vento. E existe muito falcatrua ali. Batota, que começa de cima pela gerência. Estou cansada disso também.
O bom desta experiência foi ter percebido que todos gostam de mim. Acho que não exagero, quando digo isto. Como colega, sou elogiada. Ajudo muito os outros, estou disponível para lhes explicar tudo, para lhes mostrar a "casa", para os prevenir de coisas... Trago-lhes comida. Ofereço-lhes remédios quando ficam doentes... sou uma espécie de "mãe".
(É o que dá ter desejado ser e não o ter realizado... sério).
Hoje um colega deu para juntar ao meu nome a expressão "Sweet 16". Just because it rimes. But I ... ups! Mas isso preocupou-me. Já me deram 32 anos. O que fiquei por dizer aqui no blogue foi que, na semana seguinte, deram-me 22. E agora desci para 16?!?!!!!
Temo que daqui a nada seja confundida com uma criança de sete aha!!
Mas a sério: o feedback que recebo é fantástico. Os gerentes gostam de mim, os colegas gostam e vêm ter comigo para pedir ajuda, informações, apoio. Dizem que eu sou a supervisora deles, a patroa... de forma carinhosa. Aquela que sabe de tudo e os ajuda, consultam a minha opinião e chamam-me para tomarem decisões. Quando é preciso, apontam o dedo e dizem: "ela sabe o que fazer". Disseram-me que sou excepcional.
Há dois anos Ele... achou o mesmo. Mas depois deitou essa consideração no caixote do lixo como quem descarta um invólucro qualquer.
Na altura esse desregard para com a colega que lhe era foi um golpe profundo. Independente de outras emoções, essa também foi ferida com vilania. Ele disse-me que o fiz sentir melhor no emprego e que este era melhor por causa de pessoas como eu. E como retribuiu? Fez-me sofrer horrores e deixou-me a pensar que o que fiz valeu nada. Zero.
Fiquei a sentir-me uma merda como ser humano, que todos podiam usar, caluniar, massacrar e deitar fora.
É bom sentir que gostam de nós. Mas confesso que sinto que não sou nada de extraordinário. Realmente... não sou. Devem estar todos a sofrer de má visão... tal como da percepção da minha idade :)
A trabalhar sou feliz e procuro que os outros se sintam confortáveis e adaptados. Acho que consigo isso. Mas não me acho nada extraordinária. Contudo, se tal mo é dito, há também que aprender e saber aceitar. A minha modesta oferece resistência aos elogios. Será sempre assim e acho que é natural. Contudo, vou procurar, com reconhecimento ou não, independentemente das vicissitudes, tentar me manter uma boa pessoa.
Deparei-me com este vídeo no youtube de animais de estimação que reencontram os donos após algum tempo de ausência. A maioria animais perdidos, que foram devolvidos. Imaginam já o tipo de emoção que aí vem... Pois. E eu, lavada em lágrimas aqui deste lado do ecrãn.
Não só porque é algo muito emocionante de se ver - um amor puro a se manifestar. Felicidade pura.
Emociono-me também por já ter passado pelo mesmo. Quando era estudante universitária fui estudar para longe (mas no país) e separei-me por algum tempo do cão da família. Visitava-os com bastante regularidade, mas a felicidade do animal, a forma como me recebia sempre que voltava a casa, era esfuziante. E eu retribui-a, dando-lhe festas, acolhendo as suas lambidelas, sorrindo de dentes à mostra ao ver a sua cauda a abanar, pegando nele, acariciando-o e deixando que ele ficasse comigo o tempo que desejasse, voltando a adormecer ao meu colo, ainda que precisasse de me mexer.
A questão que sempre vai emocionar-me de forma triste, são, na realidade, duas circunstâncias. A primeira é que, por uns meses, fiquei sozinha na casa em que morava. Sentia solidão e queria ter a companhia do cão comigo. Precisava de distribuir e receber afecto e o cão precisava também de mudar de ares. Tinha espaço para ele - e um bom espaço. Com sol, que ele sempre adorou e fazia bem à sua saúde, uma varanda arejada e solarenga, área verdejante para passear. Pedi a meus pais que mo deixassem trazer comigo por umas semanas. O cão ia adorar saber onde eu me enfiava quando não estava em casa. Ia ser bom para ambos.
Meus pais não permitiram. Não importou o quando eu insisti. E eu insisti. Era tão importante para mim! Ia mesmo ser vital. Não deixaram. Com as suas desculpas sem sentido, falta de vontade em me agradar. Sempre do contra. Sempre cuidei do animal desde miúda, não ia ser em adulta que lhe ia faltar alimento ou ia sujeitá-lo a alguma fatalidade. Ele estava habituado a ficar sozinho em casa durante as horas de trabalho e escola, portava-se bem, só fazia as necessidades na rua e pedia-nos quando queria sair. Na realidade meus pais sabiam que não haveria problema algum, simplesmente sempre que podiam nao me deixavam ser feliz. O cão não era um cachorrinho. Tinha mais de 12 anos e entrou na minha vida quando eu tinha 10 e ele quatro semanas de vida.
Um dia, contava ele quase 16 anos, visitei a casa e fiquei surpresa com a hiperfelicidade do cão. Ele já estava velho. Não se mexia mais com agilidade. Naquela noite porém, assim que a porta abriu, o cão apareceu e pulou tanto, tanto, tão alto, como se tivesse voltado à sua juventude. Estava eufórico. A chorar de felicidade. Fiquei assustada.
- "O que se passa? Pronto, pronto... já estou aqui".
Tentei acalmá-lo. O seu entusiasmo não passou rápido. Estava eufórico. Já se tinha habituado à minha ausência e às minhas visitas. Aquele comportamento era tão alarmante.
Quis que ele ficasse solto na casa para escolher onde queria dormir. Mas meus pais insistiram que ele tinha de ficar fechado na varanda. Algo que eu reprovava, porque a varanda era húmida e fria. Entrava água no interior durante o inverno. Mas meus pais, sempre num tom de voz a mandar vir, disseram-me que o cão não podia ficar pela casa, que "cheirava mal" "empestiava a casa" e "largava pelo". "fica comigo no meu quarto" -sugeri. "Nem pensar! Proibo-te de teres lá o cão! O cão é um animal, os animais dormem no chão da rua, não faz mal nenhum. Lá chegas tu com a mania que sabes mais que os outros!".
Na manhã seguinte vou soltar o cão da varanda e logo percebo que algo está mal com ele. Vejo que esta sentado, os olhos com sono, mas quando o pescoço tomba para o lado ele gane e volta a ficar de pé e de olhos abertos, sem conseguir adormecer. O animal não consegue deitar o corpo e está com dor!
Decido levá-lo ao veterinário. Meus pais são contra. Grande discussão. Enorme. "És maluca! O cão é velho! Eu não vou gastar dinheiro com ele! Deves pensar que os veterinários são baratos! Pagas muito e não vão poder fazer nada, porque o animal está velho e tem de morrer!".
Não me importa o "quanto vai custar". Não me interessa que o animal "vai ter que morrer" não concordo que é "dinheiro jogado fora". Podiam-me cobrar 200 euros. Não importava. Não era essa a questão. Ele precisava de alívio, de ajuda! Não importa se é velho!! Não é porque se está velho, a cheirar mal e doente, que não se deve procurar diminuir o sofrimento ou não demonstrar qualquer compaixão.
Pensei tanto, mas tanto, ou melhor, senti, tive uma visão do futuro: "um dia vão ser vocês os velhos a sofrer e quero só ver se aí também vão concordar que vos metam a um canto húmido, sem assistência médica para cuidar do que vos aflige e vos digam:" um dia vão ter de morrer porque estão velhos".
Levei o cão ao veterinário, que era mesmo ali perto. Ele prescreveu uma medicação, disse que os próximos dias iam ditar o que ia acontecer e para ver como o animal ia reagir ao tratamento. Até lá ele devia ser mantido quente e sugeriu que lhe colocasse uma botija de água quente na cama.
Meus pais, como sempre, do contra. Grande briga porque comprei uma mini botija. Não me deixaram colocá-la debaixo da manta na sua cama. E insistiram que o cão devia dormir na varanda novamente. Depois de me inquerirem quanto paguei pela consulta - não era relevante para mim, começaram de imediato a dizer que eu tenho de aceitar que o cão vai morrer e que o melhor a fazer era a eutanásia.
Inicialmente o cão melhorou. Mas estava fraco - sem comer e sem beber por dias - vim a descobrir, precisou muito da injecção que o veterinário lhe aplicou. Meus pais não lhe davam nova comida se ele rejeitasse a lá posta. Por algum motivo sério o animal rejeitou e o prato de comida ficava ali dias seguidos, ressequida... para que ele a comesse. Pobre animal! Quando mais novo não era tratado assim e agora que ficou velho ao invés de serem mais caridosos, pareciam querer castigá-lo por envelhecer.
Com a injecção que lhe deu fluidos, o cão melhorou mas depois, vi-o cair no chão e urinou ali mesmo. Por um instante julguei que estava morto, mas depois vi que ainda respirava e estava consciente. Cair não era incomum, visto que ocasionalmente sofria de epilepsia. Mas sempre recuperava totalmente. Desta vez existiu urina.
Meus pais a insistir: "Injecção letal - injecção letal - injecção letal!" - é isso que é preciso fazer. A cantiga repetida aos meus ouvidos desde que o animal era um cachorrinho saudável de dois aninhos, a correr por todo o lado. "Tens a mania que gostas mais do animal mas se lhe queres bem não o deixas sofrer!"
Não tinha passado um dia desde que o cão regressou da consulta ao veterinário. Mas vê-lo assim, e perante a repetição de papagaio de meus pais para que levasse a injecção da morte, pedi desculpa e permissão ao cão para que o levasse ao veterinário.
Acariciei-o, disse-lhe o que ia acontecer e se ele deixava e me desculpava. Era como se ele soubesse. Acho que ele soube ao mesmo tempo que eu. Naquele consultório talvez uns 14 anos antes. A sala de espera do consultório do veterinário, cheia de gente com seus animais.
Catorze anos antes, estava sentada numa cadeira com o meu cachorro ao colo, para levar uma vacina qualquer. Uma mulher com um cão maior pelo chão reparou na juventude do meu e disse que o dela tinha 14 anos. Soube, nesse instante, como quem recebe uma mensagem do além:
-"O meu vai durar 15".
Meus pais vinham a anunciar a sua morte desde um ano de idade. "Os cães são diferentes das pessoas" "envelhecem mais cedo, são 7 anos por cada ano humano... não vivem mais que 20 humanos, por isso habitua-te que o cão pode vir a morrer ao fim de dois, ou três anos." - disseram. E o cão a viver, cinco, seis, sete, oito... 10, 12, 14... e então chegou o ano da minha "visão": 15.
Não importava que um dia a morte viesse. Gostava é que eles parassem de a anunciar constantemente. Que a deixassem vir quando quisesse, não porque não contavam ser donos de um animal por tanto tempo.
Naquela mesma sala de espera de 14 anos antes. Na mesma posição de cadeira. Com o animal consciente do lugar onde se encontrava. Um lugar que ele tinha medo e se recusava a entrar. Mesmo a metros de distância, só de passar perto, ele fazia força com as patas e se recusava a continuar andar.Em pânico e terror. Tinha de pegar nele ao colo, dar-lhe festas e dizer-lhe: "Não vamos ao veterinário. Fica descansado. Não vamos ali". Com o tempo bastava-lhe as minhas palavras e ele continuava a andar puxado pela trela. Para quem só entrou no veterinário quando cachorro e nunca mais lá pôs os pés, a reacção do animal era quase inexplicável, anos e anos depois. Acredito que os animais têm sentidos mais apurados e ele deve ter detectado a morte e sofrimento dos seus semelhantes. Por isso, quando o levamos para lá de carro, e ele entrou naquele espaço.. ele sabia.
E assim termina a minha escapadela, com uma sentida mensagem escrita na areia.
Foi uma experiencia curta mas aproveitei-a. Percorri quase toda a Costa maritima: comecei em Brighton, fui ate Rotterdean subindo as colinas e observando o mar pelo alto e quando desci, cheguei a uma localidade chamada Saltdean. Aí encontrei um bar de praia onde tres jovens miudas se mostraram de uma simpatia que nao estava à espera. Doceis e simpaticas a trabalhar com o publico. Uma caracteristica rara aqui no Reino Unido quando se fala de jovens a rondar os 19 anos. Prontificaram-se a ajudar ligando-me o telemovel a corrente. Por essa simpatia disponibilizada sem quaisquer problemas compensei com a compra de um produto e muitos obrigados.
Fiquei feliz por ter encontrado este tipo de cordialidade. Nao contava com ela.
Nao tive porem paragem de pedir que me conecctassem tambem a escooter ☺️ Seria demais. Ainda que fosse a principal coisa que gostava de carregar, ja que se ficasse sem energia so me restaria empurra-la.
E o que se faz numa praia de calhaus? Castelos de areia nao e certamente! Pratica-se o equilibrio e empilhação.
A mensagem escrevi-a depois, num unico lugar em toda a Costa que revelou possuir alguma: Rotterdean.
O tempo esteve de pouco sol e muito vento. Ondas agitadas.
Nao fez mal. Gosto da natureza de todas as formas. Amanha volta o sol. Mas EU vou embora porque estarei a trabalhar ha uma da manha.