segunda-feira, 20 de abril de 2020

Um dia em casa, apenas um, e não toleram a bênção!


Que nome dar a gente assim?
Vou pedir a vocês para arranjarem as melhores expressões. 

Ontem, Domingo, uma semana após a "santa Páscoa", foi o primeiro dia que fiquei em casa. Reparem: estamos TODOS de quarentena. Eu tenho o mesmo direito que todos os restantes, de ficar em casa, de andar pela casa, de usar a casa a meu belo prazer. Pago para cá viver tanto como eles e também estou sujeita à mesma imposição. Vou trabalhar, porque preciso, porque posso. Mas se fosse de ter medo e de ser preguiçosa, ficava em casa. Ao invés disso tenho corrido todos os dias, de lá para cá, sem tempo para respirar e sossegar. Só neste domingo dia 19 é que tirei esse momento. O primeiro dia de folga. E claro, entre tantos dias sem comer nada de jeito, só a bananas, maças, bolachas e torradas, senti que tinha de me alimentar com algo melhor. Não almocei, não lanchei, como quase sempre, por fazer isso a divisão ficou totalmente para eles. Às 19h "ousei" ir cozinhar alguma coisa. Estavam lá os dois italianos que agora estão na casa (dois foram provisoriamente viajar ontem, como se a quarentena pudesse ser passada cá-e-lá). Nunca saiem dali até chegar a volta da meia-noite mas, porra, dentro da cozinha em si a falarem ao telemóvel com outra ex-inquilina italiana, já a impedirem-me com os seus corpos de alcançar o armário, de abrir o frigorífico de me mexer à vontade. Eles, novamente de volta dos tachos pela 5ª vez ao dia. 

O tempo todo sinto que não me querem ali, mas ignoro. Tenho tanto direito de aqui viver quanto eles. Mais até. Por aguentar o terrorismo psicológico e a extrema hipocrisia italiana mostrando em troca um elevado nível de integridade, bom carácter, tolerância, coisas que lhes escapam. Mas adiante: tive de desviar duas travessas de legumes (pimento e batata) cozidas no forno que eles meteram em cima do fogão, para poder cozinhar algo ao lume, pela primeira vez em uma semana. Não sei bem o que vai ser, mas decido cozer esparguete em molho de tomate. Talvez adicione algo mais. Quero algo quente, mas rápido de fazer. Pretendo comer no jardim, e nos preparos, abro a porta para deixar algo lá fora. Sinto que só esperam que vire as costas para mostrarem quem verdadeiramente são. 

Voltei à prática do telemóvel deixado na sala, com o botão em modo REC. 

E não é que agora de noitinha, na despertina, decidi escutar alguma coisa. Ao calhas, comecei a escutar a gravação de quando estava na cozinha a preparar o esparguete. Estive 24 minutos lá dentro, até que subi ao quarto ou fui lá fora, apenas por segundos. Enquanto ali estive, são falsos como notas de 50.000 euros. Falam com falsa aceitação, sorrisos e uma hipócrita simpatia. Mas eu sei que, é só virar as costas e vem trovoada. Sempre penso que é desta que se vão controlar e deixar de ser do tipo de gente mais detestável à face do planeta. Mas estou a iludir-me.

O rapaz, que estava em video-chat com um outro rapaz alemão com quem está a trocar ensinamentos linguísticos, assim que sente o caminho livre, (eu ausento-me) vai espreitar o que estou a cozinhar, a gorda responde que é esparguete, ambos fazem o som "belhec" ela dá risadinhas, porque nada lhe dá mais prazer que ver alguém ser tão porco e vil quanto ela a meu respeito. Dá-lhe gosto, fica com a pele mais resplandecente, o olhar mais vibrante. Nisto o rapaz diz que está a falar da inquilina (eu), que sou uma espécie de porca, que deixo tudo espalhado pela casa e menciona, mais uma vez, a nacionalidade. Como se tivesse problemas com portugueses no geral. Como se ser portuguesa fosse um diminutivo, um defeito associado a falta de limpeza.

Nisto ele decide MOSTRAR e filma as luvas e os desinfectantes que deixei em cima de uma folha de papel numa pequena mesa que uso para o efeito. É nessa mesa que decido deixar aquilo que vem e volta da rua. Acho que tenho direito de ocupar alguma área na sala, não? Não pode ser tudo para eles! Eu preocupada em não trazer virus para dentro, ocupo apenas a mesinha de encosto para bem de todos e é esta a paga que recebo? Onde está o contexto? A explicação? Está um gajo alemão a quilómetros de distância daqui a pensar horrores de mim, quando nem devia estar a par da minha existência. A receber informações depressiativas a respeito dos portugueses.


Que tivessem FILMADO os meus pertences e mostrado a um desconhecido, mentindo e criando uma má reputação a meu respeito é e me deixar estupefacta. Não é a primeira vez, a gorda fez isso em finais de 2018. Mas ainda assim ainda me surpreende que continuem a ser difamadores. Mentirosos! Mal formados. Isto vindo de gente que não se olha ao espelho, só pode! A mesa da sala sempre foi um armazém para eles, ali deixam os computadores e telemóveis. O rapaz colocou um gigante jogo de mikato a um canto da sala e nunca lhe tocou. Depois adicionaram a isso um outro jogo qualquer. E mais tarde, antes da Páscoa a gorda recebeu algo numa caixa de papelão e parece querer guardar a caixa religiosamente, pois ainda está no topo da cadeira. Talvez vazia, talvez não. Sei que um pedaço já foi rasgado e colocado no chão, para servir para manter a porta da sala aberta. Mas não resultou e ao lado do cartão, colocaram a pedra que eu originalmente tinha colocado para o mesmo efeito, mas que o senhorio removeu, dizendo que não autorizava porque é uma porta anti-incêndio, tem de ser mantida fechada.

Eles depois colocaram outra pedra, menor e mais leve que não mantinha a porta realmente aberta e perdia-se imenso tempo com o tentar mantê-la assim. O senhorio, que entretanto já entrou e saiu da casa dezenas de vezes, não removeu a pedra colocada pelos italianos. Eles deixam malas de viagem dentro do sítio reservado para estender roupa, deixam toalhas em cima do sofá, das cadeiras, não são nada um exemplo que possa abrir a boca para apontar o dedo a outro alguém. Muito pelo oposto.

Eu preferia deixar o saco que uso na rua em cima de uma cadeira em particular. Mas não pude, porque quando começou a quarentena a mais-gorda meteu ali uma mala de computador. Ou então foi ele. Só sei que isso fez com que metesse as coisas em cima da mesa redonda. Não gostam? Que lata! Que descaramento!!

A mesma mesa onde eu vi dia após dia uma mala de cosméticos, mais outras traquitanas, por três meses seguidos, até que veio o Natal de 2018, uma inquilina saiu da casa e aproveitei o espaço num armário onde ela entulhou coisas soltas para "os italianos" e meti ali dentro tudo o que estes deixaram espalhado pela sala. Soube-me tão bem, olhar em volta e ver um espaço equilibrado. Foi a primeira vez que a casa ficou sem tralha desnecessária à vista. A zona da área de lavagem é uma bagunça! A gorda gosta de guardar embalagens vazias de detergente e chegou a ter umas dez! Sacos plásticos vazios deixados abertos em cima e outras cenas de entulho... tudo a ocupar espaço comum. Eles os dois usam um frigorífico enquanto outros três usam o outro e mesmo assim vão enfiar coisas deles no meu. Sujam tudo, eu bem vejo que têm um frigorífico porco. Mas depois dizem que a porcaria é minha. Eu é que estou sempre a limpar os vestígios de porcaria deixada por eles no frigorífico. Mas já desisti de tirar as manchas de molho de soja. Que fiquem lá, já que as limpo e estão sempre a aparecer. Mas eles lá mencionam isso em video-conferência com um perfeito estranho que não está interessado nem pediu informações? Não... 

Que gente mal formada, cruzes!
Tão mal formada. E enganam. Enganam muito bem.

O meu único dia de folga, o primeiro. Fiquei no quarto isolada a maior parte do tempo. Estive no jardim, arranquei ervas, limpei folhas soltas. Eles, sempre a vigiar. Quando fui colocar parte desse lixo no contentor apropriado, vi o rapaz a espreitar pela janela e este acenou com a cabeça, em sinal de aprovação e mostrou um sorriso. Mas decerto que se for a escutar essa gravação, vou ouvir coisas terríveis a serem ditas entre eles. Se calhar até foram eles que disseram ao senhorio para cá passar. Para ver se este implica com alguma coisa na minha jardinagem. Por essa altura já estava no quarto e não pretendia sair. Acabei por adormecer, a pensar nele que, a pesar de tudo, foi capaz de ser a pessoa mais autêntica que me apareceu à frente. (Ou também não foi?)

Ainda tenho os meus pertences no armário no corredor. Devido às obras. Que nunca mais terminam. Queria ter tudo no meu quarto, cada coisa no seu lugar e poder usufruir desse prazer que é precisar de algo e saber exatamente onde alcançar, sem dificuldades, sem ter de desviar uma carrada de coisas e outras tantas cairem ao chão. Sou a que vive em piores condições. Por causa deles, por causa do senhorio, que faz muito pandam com a falsidade e ocultação de informação que eles exibem.  (Sei que também ele prefere, por comodismo, que a casa fique toda italiana. Tem interesse em me ver fora, porque o próximo que alugar o quarto verá um acréscimo considerável no valor da renda. E lucro é irresistível para um homem de negócios). Mas não vão conseguir mandar-me embora. Cabrões. Estão só à espera que eu perca a paciência, lhes diga alguma coisa, para, unidos encherem a cabeça do senhorio de intrigas e meias-verdades para me expulsarem daqui.

Não valem nada estes italianos. Nunca pensei. Nunca me ocorreu!
Gente puta, prostitutos imorais. 
Há italianos que dizem não gostar de italianos e agora compreendo muito bem porquê. Não vejo nada, nem a porcaria de um grão de areia que lhes possa apontar de bom. Não o permitem.  

3 comentários:

  1. Italianos? Óh raça "maldita", :)

    Tenha uma semana abençoada

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  2. Que vida triste aí levas! Acho que estás a perder anos de vida, nesse lugar!
    Não tens procurado melhor?
    Beijinho e deixa esse ambiente logo que possas, para respirares e víveres realmente. Nada paga o nosso bem estar!

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  3. Há muito que lhe digo para tentar outra habitação. Mesmo que não seja muito boa, nunca será pior que essa. Deve pensar que tanto stress dia após dia, ano após ano acaba com a sanidade mental de uma pessoa por muito forte que seja.
    Abraço e uma boa semana

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