domingo, 18 de junho de 2023

Tirando o pó à leitura pausada

 Os livros que mantive na prateleira durante os últimos quatro anos (!) Começaram a ser "devorados" a velocidades de um a cada tres dias. 

Isso deixa-me feliz. (E um pouco triste). 

Só eu sei o quanto temi ter perdido o gosto, a capacidade para o fazer. A sério: pegava num, tentava lê-lo mas colocava-o de lado. Desinteressada, sem vontade.

Tão incaracterístico que temi ter perdido algo que sempre fez parte de mim, como se um braço, uma mão ou um qualquer outro membro se tratasse.

Se calhar deveu-se também à vista, que agora nao vive sem uns oculos à frente. Como percebo melhor a Elvira (bloguista do sexta-feira e autora de livros). É admirável e a comparação perde por muitos pontos quando se coloca na balança as diferenças de falta de boa visão. Mas falta é falta e mesmo um valor mínimo gera alterações no quotidiano.

A adicionar a isto, atribuo grande parte desta situação, que temi vir a ser permanente, ao que me aconteceu na altura em que tudo começou. Até aquele instante estava sempre a ler. Onde quer que fosse, transportava livros na mochila. E depois tudo isso cessou.

Como se algo tivesse sugado a minha alma e me deixado apenas um.invólucro, acostumado apenas a seguir rituais quotidianos, como levantar, andar, sentar, respirar. O resto vivia embebido numa intensa sensação de sofrimento e perda. Como se a vida nao fisesse sentido.

Incrivel que tenha sido ja ha quatro anos. Dois depois de ter chegado a Inglaterra. De certa forma, sinto que estes ultimos 4 anos nao existiram. Nao deviam contar no tempo. Nem  os proximos. Foram os dois anos de Covid que praticamente forçou a população mundial a uma vida de clausura e precauções. Ninguém os quer contar porque sentem que foi tempo desperdiçado.

Quatro anos volvidos (espantoso!!) E continuo a desejar o mesmo. Yeap. Nenhuma diferença aí.

Que naba! Nesse sentido, os anos serão sempre um desperdício.

Mas o que fazer? Não se pode fazer nada. Nesse tempo sinto que nada mudou. Tanto mudou em dois anos e nada mudou nos quatro seguintes. Nem vai mudar. Porque ainda preciso de fechar o que ficou aberto. Por mais que o tente fazer sozinha, nao está nas minhas mãos. Outro alguém se apossou dessa habilidade.

Aqui estão três livros que li recentemente. Todos.estes estão na prateleira desde ha quatro anos. 

Acostumada a ler obras de mistério envolvendo assassinatos e investigadores, acabei por ler um romance (esquerda) onde existiu um desaparecimento que podia ou nao ser um assassinato. Mas a historia nao se centra aí. Mas na vida se uma mulher nos seus 40 anos. Foi refescante.

Há direita, na primeira leitura dos três, outra historia com mistério, mas sem assassinatos. Embora se estivesse a arquitectar um. Interessante. Porém achei esta narrativa menos hábil que as outras.

No centro, a última leitura e a que gostei mais. Um mistério, inserindo num torneio de golfe.  



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