Vale a pena ver e escutar as matérias e o comentador do telejornal das 22h da SIC Notícias - canal a que estou agora a assistir. Grandes verdades a serem ditas.
Um dos aspectos sobre este assunto que li no jornal mencionava a FORMAÇÃO destes bombeiros e o CONHECIMENTO da área. Achei estes aspectos muito relevantes. Não obstante todos os outros que dizem respeito à prevenção, raramente alguém comum como nós pensa se estas pessoas estão realmente bem habilitadas a combater incêndios. Não só no que respeita à formação prática (quantidade, intensidade, diversidade) mas também ao CONHECIMENTO das áreas florestais de Portugal. Julgo que a maioria dos bombeiros que combatem um incêndio NÃO CONHECE a área da mata a arder - o que é natural - já que são por volta da centena que acorrem aos fogos vindos de todos os cantos do país. Mas depois escutam-se notícias de óbitos de bombeiros jovens pelos 20 anos, que tinham uma vida inteira pela frente e tanto ainda para descobrir e fazer e eu, particularmente, penso se nestes casos o infortúnio foi de alguma forma minimamente facilitado pelos seus "verdes" anos, pouca prática ou formação. São voluntários, por vezes seguem os passos de familiares, é como uma tradição familiar que os fascina mas também os pode deixar -sei lá - a pensar que a "herança" genética e todas as histórias que cresceram a ouvir contar os torna mais conhecedores, mais aptos talvez, causando uma falsa segurança.
Uma pequena boca de água, um incêndio que se estende por quilómetros... Persistência, resistência, habilidade e tempo é o que implica este método de combate às chamas |
Mas isto sou eu que pensa nestas coisas. Um incêndio não deve ser coisa fácil de encarar. Não tanto pelo perigo imenso, mas pelo cansaço e desgaste - talvez este o maior perigo de todos. Só uma vez na vida "experimentei" apagar um fogo - com vestes de protecção e um fogo controlado - num curso de primeiros socorros e por aquela pequena amostra consegue-se sentir o braseiro a ruborizar a pele - ainda mais se o vento decidir ajudar. Pelo que imagino esta amostra quadruplicada várias vezes e por aí calculo a exigência física intensa e desgastante que um combate real com as chamas obriga.
E pronto. Infelizmente o que relatei anteriormente ganha agora mais relevância - o no passado ter visto incêndios a deflagrar quando viajava num avião comercial e o facto de hoje no ESPAÇO, visto da estação Espacial um astronauta fotografar PORTUGAL com os seus fogos visivelmente a arder. Se se vêm do ESPAÇO, imagine-se a dimensão da tragédia. Nem sempre ela "chega aqui" (na cidade), pelo cheiro - que foi o caso anterior. Mas ainda que deflagrem "longe da vista e dos sentidos" dos que como eu são citadinos da capital, não deixamos de lamentar e sentir angústia por toda a calamidade e pelas perdas para o país. Não só pelos incêndios que destroem hectares de floresta, mas pelas VIDAS humanas (e não só) que deles se tornam vítimas, assim como pela destruição de bens, infraestruturas e propriedades.
E só de pensar que muito disto é causado por PIRÓMANOS, pessoas mentalmente pouco desenvolvidas que não conseguem encontrar nada de mais útil para fazer com as suas vidas, e então decidem sem remorso serem os responsáveis pelas mortes de jovens como Ana Rita Pereira (24 anos) e Bernardo Figueiredo (23 anos), curiosamente colegas de formação, então o que pensar destas pessoas? São ASSASSINAS. O que merecem como punição? Qual a JUSTA punição?
A tua pergunta é pretinente, qual a justa punição para quem mata pessoas inocentes que tentam salvar outras pessoas, animais e casas?! Terão essas pessoas consciência do mal que causam?!não sei. Apenas sei que a nossa justiça é muito branda com esse tipo de gente e que a pena deveria ser de facto exemplar para que outros malucos pensassem duas vezes antes de fazerem o mesmo.
ResponderEliminarbsj
Na idade Média resolveriam a coisa pagando com a mesma moeda: iam para a fogueira expiar os pecados e o diabo que se encarregasse de ficar com a alma do desgraçado.
ResponderEliminarEm algumas culturas actuais talvez lhes cortassem as mãos, os pés, a língua ou os cegassem com brasa quente.
Isso é considerado tortura nos dias de hoje - não justiça. E como hoje se aposta na regeneração e reintegração provavelmente o pirómano recebe uma sentença de anos de cadeia, onde poderá ganhar um salário fazendo pequenos trabalhos e ainda tirar cursos e completar o grau de escolaridade. Pois que seja, que também prefiro acreditar que a regeneração é possível através da re-educação. Mas perderia direitos sociais. Tudo o que fizesse seria para redimir o gesto que teve. Seria para ajudar as famílias e a região atingidas pelo seu acto. Teria de contribuir monetariamente para os órfãos que fez, viúvas e viúvos. Fazer voto de pobreza e como um monge viver de água e pão, sem qualquer luxo. Trabalhar que nem escravo de sol a sol para se redimir diante dos homens e de Deus. Pagar pelo resto da vida, porque assim o merece ao impedir que outros tivessem vidas para viver.