Há mulheres que não deviam ser mães. Algumas mulheres dizem que não querem ser mães. E tomam essa decisão. Para algumas pessoas isso causa estranheza. Eu aceito a decisão de cada um, o direito de escolha. Cada um sabe do interior de si.
Só tive uma amiga que sempre disse que não queria ser mãe, que gostava das crianças dos outros e elas gostavam dela mas que não sentia, não se imaginava e não queria mesmo ser mãe. Respeitei mas sempre lhe disse que um dia isso ia mudar. Ela garantiu-me que não. Passados 15 anos e um aborto espontâneo, está quase a dar à luz - algo que nos últimos anos tem desejado desesperadamente.
Mas respeito quem não o quer. Os motivos lá o sabem - não os questiono. E por vezes penso mesmo: algumas não deviam ser mesmo. Porque o que existe é apenas a possibilidade biológica de o virem a ser. Efectivamente todos os outros requisitos estão em falta. Pensem bem nos motivos que podem levar algumas mulheres a querer ser mães.
1) Sentem o instinto da maternidade?
2) Querem transmitir ensinamentos para os filhos?
1) Querem prender o parceiro e levá-lo ao casamento.
2) Querem porque querem, porque já está na altura e se as outras têm elas também têm de ter porque não são menos que ninguém.
3) Querem porque é o que todos fazem
4) Querem para na velhice terem de quem exigir ou cobrar cuidados e a própria vida
Conheci uma pessoa numa relação que um dia pretendia ser mãe. Mas por enquanto tinha um gato. E maltratava o gato. Por qualquer coisa o animal estava a ser castigado. Ela fechava-o a maior parte da vezes. Batia-lhe com o chinelo. Não lhe dava comida e tentava assim obrigar o animal a se comportar como ela queria e mais nada. Não tinha paciência nem sensibilidade. A melhor amiga costumava dizer que se ela já era assim sem filhos, imaginá-la com uns era saber que não os podia ter. Era uma pessoa amarga, que cobrava demasiado dos outros, que achava que todos lhe deviam e ninguém lhe pagava. Que contava dramas familiares como se mais ninguém os tivesse e mendigava por afecto que não gostava de partilhar. O fio do fusível era-lhe muito curto. Falava num tom de voz doce mas que depressa ascendia ao grito e sempre era agressiva.
Para este género de pessoas, chantagistas emocionais, cobradoras, devia existir algo que lhe negasse essa possibilidade - para assim não poderem dar cabo de uma inocente vida.
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Que texto intelectual... :P
ResponderEliminarAssim de repente estás a ver alguém por aí que se enquadre na pessoa emocionalmente básica?
De resto não acho que ninguem tenha filhos só porque os outros têm...
Normalmente pessoas que (apesar de gritarem que preferem os animais às pessoas), tratam os animais abaixo de cão (salvo seja), depois em relação aos filhos são super-permissimos e deixam-se manipular por eles.
;)
EliminarO que também não os faz bons pais. Geralmente de pais permissivos, que mimam e cedem tudo saem filhos egocêntricos, impacientes e mimados.
Apesar de não conhecer uma mulher que tenha mudado de um temperamento para outro, quero acreditar que é como as bruxas: que las hay las hay. E que chegada a altura sintam aquele instinto maternal que as impeçam de "darem cabo" dos filhos.
Obg pela visita.
Concordo contiigo. E eu sempre digo que respeito mais uma pessoa que numa opção consciente decide que não quer ser mãe, por vários motivos e entre os quais não ter de todo instinto maternal, do que uma pessoa que não tendo esse instinto decide ser mãe pelos motivos errados e depois pura e simplesmente se está a lixar para os filhos ou os abandona à sua sorte, esta ultima não me merece qualquer respeito, pelo contrário.
ResponderEliminarSe não querem ter trabalho com os filhos não os façam. Se não os querem educar não pensem em tê-los. Um filho é para sempre. Um amor incondicional. E não é um filho que salva um casamento. Pelo contrário. É necessário existir muito amor num lar para tratar e educar um filho.
bjs
Quando se tem amor no coração criar uma criança não é tarefa penosa. É árdua como tudo que merece a pena na vida é, mas é deveras gratificante e com sentido. As alegrias são tantas! Tem de existir paz, respeito e afecto no lar.
EliminarObg pela visita.
Conheço uma pessoa assim. E apesar de não ter perfil para ser mãe, de não gostar de crianças e de afirmar que não quer ser mãe, afirma igualmente que um dia o será porque é o que a sociedade e o marido espera de uma mulher. Enfim, pobre criança. Ainda nem existe e já tenho pena dela.
ResponderEliminarParece que estão a brincar às casinhas, não é? Usando a própria carne. E se um dia a união entre o casal se desfaz, devolvem a criança a quem?
EliminarTomara que a nossa avaliação seja errada e que elas consigam, como que por magia, ver na criança o mais-que-tudo. Sabes quem é a Adelaide Sousa? Durante anos dizia na imprensa que não queria ser mãe. Eu lia aquilo e sempre pensei: pois um dia vais ser e nesse instante vais mudar radicalmente. E aconteceu. Agora o filho é tão o centro do seu mundo que até lhe quis proporcionar um parto diferente, ainda o amamenta para que tenha do melhor, etc. Mudou. Talvez a mudança não seja ficção. Mas tanto no caso dela quanto no da minha amiga sempre senti que era desconhecimento, era até o momento chegar. Não lhes identifiquei rancores, distanciamento, maldades, falta de respeito ao próximo e indiferença que é o que por vezes detecto em alguns dos casos em que me baseei.
Obg pela visita
acho que o tratamento que as pessoas dão aos animais não se reflecte no relacionamento que têm com os filhos...
ResponderEliminarmas, acho que há pessoas que são pais por acaso e não por vocação...não ter filhos é uma opção algumas pessoas deviam reflecti-la melhor!
Tomara que não tenha relação mesmo. Na altura sosseguei a minha amiga dizendo-lhe isso, mas hoje não tenho certezas. Se o abuso não for físico, muitas vezes é psicológico o que é muito pior. O factor psicológico é pouco reconhecido como agressão.
EliminarE há também quem queira ter filhos mas vai adiando por não se achar na altura ideal - nós as duas já debatemos esta questão. Crescem em número estas pessoas. Depois tem aquelas que têm os filhos para outros criarem - geralmente as avós. E os que os têm e nem os podem ver à frente. Mas também há quem os ame e os saiba educar. Quem não quer não devia ter. Se mudar de ideias e for tarde para um biológico pode tentar adoptar ou ser padrinho/madrinha de alguma criança. O importante é o contributo dado à formação da criança, para que cresça segura, confiante, respeitosa, empreendedora, amiga, etc.
Obg pela visita.