sábado, 28 de fevereiro de 2009

Formação Superior e a síndrome Sócrates

O xenofobismo é definido como um mal da sociedade.
O racismo é visto como um mal da sociedade.


Estou a particularizar uma coisa só: a discriminação.

Mas existem outras formas de discriminar alguém, embora, volta e meia, se tente resumir o mal maior que é a discriminação, por apenas estas duas redutoras vias: racismo e xenofobismo. O que pode erradamente levar a maioria a pensar que não sofre do defeito de carácter que é a discriminação, por não se achar xenófobo ou racista.


Acontece que o acto de discriminar age num vasto universo. Não se define redutoramente em xenofobia e racismo. Antes fosse tão simples assim de identificar. A discriminação é como um cancro, ramifica-se por todas as áreas, espalha-se em todas as direcções, existe e progride, sem necessariamente dar a conhecer a sua presença. Até ser tarde demais.



Mas hoje apetece-me falar de um tipo de discriminação em particular, que é tal e qual o cancro que não dá a conhecer a sua presença. É uma forma de discriminação súbtil. Começa com a plantação de uma semente (má língua), depois dá-se a propagação pela acção do vento (os Media) e pronto: o mal já fez os seus estragos.




Falo da formação superior. Refiro-me às muitas e muitas pessoas que estudaram até completar o Nível Superior de Educação e que hoje, são discriminadas por se ter plantado na Sociedade Portuguesa, o cancro que diz que hoje em dia não se ensina nada nas Universidades, que hoje em dia, os alunos saiem das escolas sem saber nada, por se ter espalhado a ideia de que o aluno do ensino superior é burro e quase analfabeto, por se ter facilitado tanto o ingresso ao ensino superior privado, que qualquer um sem as necessárias aptidões, consegue o dito canudo.




Por estas e outras ideias gradualmente implantadas no consciente das massas, hoje verifica-se uma discriminação brutal para com o indivíduo que decidiu investir no seu futuro desta maneira. O seu "valor" no mercado desceu brutalmente. É quase menor, se é que não é mesmo menor, que o de indivíduos não qualificados. Afinal, se hoje em dia «não se ensina nas universidades e os alunos são burros*», o que levaria as empresas a contratar estas inexperientes pessoas?



Existe também uma grande abertura por parte da sociedade, uma grande simpatia para com pessoas cujas qualificações são mais um acto de ficção do que de realidade. Ou seja: quem sabe fingir ter mais capacidades do que as que tem, safa-se muito bem.



E é por isso, meus queridos portugueses, que a nossa sociedade e o nosso país corre grandes riscos de não ir a lado algum, a não ser para um buraco fundo.



Analizemos então os factos: temos um banqueiro na prisão. Temos dirigentes desportivos de futebol, na prisão. Temos directores de grandes empresas que, não estando na prisão, ocupam cargos de grande responsabilidade, tal como o banqueiro ou o dirigente desportivo. Porém, qual a percentagem destas pessoas é que realmente recebeu uma formação superior sólida? Ou seja: quem nos governa, tem os seus alicerces presos onde? Na lama, ou em solo resistente?



O primeiro ministro Sócrates quer dar a todo o país um canudo. Sabem para quê? Porque se todos tiverem um, são todos iguais. Não sobressaiem os indivíduos com capacidades extraordinárias, de quem o país precisa. Porque assim, continuamos na mesma. Porque assim, pessoas como ele se misturam entre a multidão e tal como acontece com os camaleões, torna-se difícil de avistar e é imposível separar o feijão bom do feijão com bixo.


Quando o indivíduo sem qualificações e motivações adequadas chega ao papel de professor, então o sistema está currompido.

E os verdadeiramente prejudicados, são aqueles com potêncial, honestidade, vocação. Os que não fazem batota a exames, não têm uma ambição desmesurada, não dão graxa ao professor nem procuram status de aluno de formação superior. Apenas querem fazer bem e da melhor forma aquilo para o que sempre se sentiram vocacionados. Mas não podem. Sabem porquê? Porque estão em minoria. São uma grande minoria. Uma gigantesca minoria. Quem está no poder são sempre os mesmos. Os ambientes, as empresas, as estruturas não se alteraram. As bases não têm bons alicerces. É por isso natural que um dia desmoronem. Só não caiem de vez porque sobrevivem da manutenção, do trabalho e do suor de muitos indivíduos que, não ocupando a posição de líderes, conduzem o barco a porto seguro. Mesmo quando outros o atiram para as rochas.




* ideias propagadas pelos diversos média: televisão, rádio, imprensa, etc...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Cavalheirismo, o que é isso?

Um rapaz disse-me que o cavalheirismo, representado no seu exemplo pela porta aberta a ceder passagem à mulher, já não existe. Acrescentou que concordava com o fim desse e outros gestos e não via neles qualquer sentido. Segundo ele, o cavalheirismo nunca existiu.
O que fazer? Não tive vontade de lhe ensinar... tão novo, tão experiente, com 3 casamentos e divórcios nas costas, e tão longe de saber alguma coisa...

Claro que já não precisamos do ritual. Os cavalheiros também já não usam chapéu para cumprimentar as damas tocando-lhe na aba e fazendo uma pequena vénia. Tudo isso terminou. De facto, não é necessário. O ritmo de vida é outro. Mas o que não muda, é a necessidade de sentir respeito. E isto é que está em falta hoje em dia. No cavalheirismo, para quem não sabe, não foram os gestos que cairam em desuso. Foi o respeito que eles representavam. O respeito pelo sexo oposto, pela mulher, que era respeitada pela sua condição de mãe. É o sagrado feminino. O respeito pela criação, pela vida. Os valores.
Hoje muita coisa mudou. E como sempre, o homem, este ser mais primitivo que se recusa a evoluir muito além do básico, é o responsável. As mulheres quiseram igualdade de oportunidades. Devidas e merecidas! Sempre trabalharam como animais e aguentaram nas costas o peso de criar e educar uma família e governar uma casa e toda a lida. A mulheres realmente pobres, essas então sempre foram emancipadas: faziam tudo isto e ainda iam trabalhar para os campos, ou para os riachos a lavar roupa para fora. A mulher é um ser admirável.

Quando a mulher quis trabalhar fora das áreas que os homens estipularam ser exclusivas deles (queriam perpéctuar o estado serviçal da mulher, e não iam abdicar sem luta, de continuar a fazer o trabalho mais leve, de andar nos charutos, copos e na galhofa, enquanto a esposa permanecia segura e ao seu dispor em casa, rodeada de lidas domésticas e filhos doentes). Os homens logo acolheram a vontade da mulher de trabalhar fora do lar como um atentado ao modo de vida e chamaram isso de feminismo. Covardes, esconderam-se por detrás do argumento da «família».

Foram eles que adejectivaram deste modo o desejo feminino de seguir uma vocação. Feminismo, passou a ser um palavrão. E o triste é que, passados tantos anos, continua a ser. É o argumento primitivo e limitado do homem, para responsabilizar a mulher por qualquer desaire. As mulheres, que nunca se sentiram «feministas» com a cotação que a palavra passou a carregar, continuam a escutar estes despropósitos. Qualquer coisa e a culpa é das «feministas». E pronto! Lá estão os homens a deturpar factos e a maltratar a mulher, como sempre.
Pois as coisas mudaram e nós, mulheres, não deixamos de desejar menos a maternidade. Continuamos a querer um lar, uma família e, claro, a liberdade de seguir o caminho que todo o ser humano sente ser o seu.


Tenho observado o comportamento humano e não agoiro grandes melhoras para a raça. O homem então, parece condenado a uma existência onde pouco evolui. Deixem-me explicar porquê:
No local de trabalho, qualquer brincadeira/conversa informal, é sobre sexo. Tudo vai dar a esse tema. Na hora do almoço, passa-se uma hora a rir e a conduzir qualquer assunto para o sexo. Todos os dia, entra e sai dia, a mesma conversa... e o pior, é que não percebem o quanto estão limitados e o quanto isso os envenena.
Deixaram de ser "cavalheiros" para com as mulheres, para serem uns "cabrões". E digo isto porque oiço os comentários que fazem à passagem de cada mulher. Não há uma que lhes escape. Dizem que as mulheres falam muito das outras mas, deixem-me dizer que acho que os homens é que não se calam com as mulheres. E se nós alguma vez criticamos a aparência de outras como se mistificou, os homens tiram logo um raio-x. Eles analizam e classificam de imediato, como se de uma mercadoria se tratasse. E simpatia? Nenhuma. A todas apontam defeitos físicos e lhes atribuem logo adjectivos pouco agradáveis.

Esta mediocridade diária tira-me alento. Vejo-os a assumir um comportamento cada vez menos adequado para o sucesso da relação entre os géneros. Todos os homens, não importa a idade, olham e não tiram o olhar de cima das raparigas jovens. Parecem uns pedófilos. É para isto que a sociedade está a evoluir. Não só a mulher continua a ser desrespeitada, como ainda tem um período cada vez mais reduzido de tempo em que é cobiçada e menos desrespeitada pela maioria.

E nos empregos? Os homens gritam com as mulheres. Os homens, não as mulheres, fazem corpo mole e têm atitudes para sabotar o trabalho das colegas. Verifiquei que isso se sucede assim porque, entre eles, tendem a se sabotarem menos. Porém, também dão com cada facada nas costas... só que o gene de fraco continua lá. É mais fácil denegrir e prejudicar uma mulher. É mais fácil ser verbalmente agressivo com uma mulher, é mais fácil maltratar e agredir uma mulher. E a coisa continua...

Nós, mulheres, somos mesmos supermulheres! Eles não merecem que sejamos tão maternais. É isso que nos leva a desejar homens, a ter esperança neles, a querer cuidar deles. Tantas oportunidades lhes são dadas, para eles desperdiçarem... e depois, quando percebem, já é tarde. Quando percebem! Pelo caminhar das coisas, vão assumir este comportamento agressivo e predador sem nunca assumir os maus comportamentos.

O cavalheirismo é a arte de fazer a corte. São preliminares. É respeito, é jogo de sedução, é bom para o coração, faz bem ao homem e à mulher. O homem só tem a ganhar! Não entendo, não entendo. É pura burrice! Agora que o «segredo» está cá fora, tomem juizo. Pensem nas vossas mães. Nas vossas filhas. Voltem lá aos carrilhos. O cavalheirismo, senhores, só lhes pode trazer mil benções! E se alguém não o perceber de imediato, outro alguém irá saber reconhecer noutra tentativa. Agora, se o são, não deixem de ser, ainda mais para se transfomarem no que já existe por aí em demasia: animais! Afinal, foram educados por mulheres. Ao feminino reserva-se sempre respeito. Ao ser humano, reserva-se sempre respeito. É tão simples que até dói...

SÃO TODOS OS HOMENS ASSIM? - Dá que pensar.

Bem, espero bem que não. Assim como também há mulheres que não são todas iguais. Mas uma coisa também verifiquei. As mulheres quando se juntam todas numa conversa, trazem para a mesa todo o género de assuntos. Falamos de comida, falamos de lugares, de viagens, de filhos, de homens, de trabalho, de tudo... os filmes mentem. Na ficção, as mulheres só falam de homens. Não é verdade. Os homens sim, é que falam pouco de negócios e bastante de mulheres! e de forma cada vez mais vulgar e abjectiva.

Os homens que encontro no ambiente de trabalho, têm a sua imagem do que uma mulher tem de possuir para os interessar. Fisicamente, claro, tem de estar tudo perfeito. Mas se eles têm as medidas! Eles dão detalhes daquilo que uma mulher tem de ter. Não admira que hoje haja tanta preocupação com a imagem e tantos problemas de auto-estima. A mulher, ao se deixar levar pela conversa do homem, está a tentar ser o objecto ideal. E isso não dá certo.

Falam mal dos tempos de antigamente. Mas muita coisa neles era duplamente melhor que nos dias que correm. A começar, esta obecessão superficial pela imagem não estava tão vincada. Uma mulher, era uma mulher! Fosse como fosse, se esta mostrasse interesse por um rapaz, tinha alguma reciprocidade. Não era bombardeada de ideias pré-incutidas de que não "é boa" o suficiente.


De todos os géneros de homens, escutei poucos a dizer que gostam de mulheres. Gostam delas de todos os tipos. Gostam delas e pronto. E sabem? Estes, com este tipo de discurso que à superfície parece denunciar uma inclinação para a infedilidade, por vezes são os mais fiéis e respeitosos. A meu ver, o respeito é tudo. Sem ele, esqueçam... e é o que não vejo por aí.

O cavalheirismo existe. E também na forma feminina. Tenho tendência a ceder passagem às pessoas, sejam elas de que género forem. Sou educada, respeito-as, respeito as diferenças, sou tolerante para com a antipatia, para com a agressão. Sou uma dama. Também dizem que já não existem. Não pareço uma. Não faço por parecer. Mas sou...

E que tal começarem a olhar para onde interessa? A continuar assim, os homens vão ficar velhos sozinhos, que coleccionaram uma série de relações, não se compremeteram com nenhuma, não foram sérios com nenhuma, não comprometeram as vontades ou responsabilidades por nenhuma, não são pais presentes, não criam família... uns brutamontes. E as mulheres, iludidas pela fachada que o homem assume quando parte para a conquista, ainda investem tempo, e mais tempo, nesta lamentável condição humana.

Esta frase dita ás tantas no filme "Ligações Perigosas" com John Malcovitch no papel de brutamontes que descobre o respeito por uma mulher ao se apaixonar, ficou-me na memória. Diz assim uma senhora experiente, já em anos de vida avançados:


-"Minha querida, se ele te libertou, então tens de ir! A diferença entre o homem e a mulher é que a mulher é feliz quando dá prazer. E o homem, quando recebe".
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Está tudo dito!

Decidi colocar aqui links que me apareceram quando pesquisei o termo "cavalheirismo". Vejam as diferenças, para descobrir o que é e não é. Instruam-se...

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Comentário mais apreciado que encontrei na net:
Boas, Já acompanho este blog há algum tempo, inicialmente movido pela curiosidade dos textos... Várias vezes surgiu a motivação para comentar, mas o tempo, o trabalho e a batalha do dia a dia foram maiores... Hoje, embora ainda no escritório , foi mais forte que eu e que tudo que me mantém longe da praia neste fim-de-semana: tocaram algo, valores... Assim, aqui fica o meu contributo:
«Cavalheirismo, civismo e igualdades de direitos», não passam de símbolos para a sociedade conseguir passar valores simples áqueles que não os sabem viver: saber dar e saber receber, saber respeitar e ser respeitado. Não abro a porta do carro a uma senhora por cavalheirismo (ou cedo o meu lugar a alguém de idade, ou deixo outros passar primeiro pela porta), abro porque sinto que é uma simpatia, cordialidade, que me sinto motivado a praticar, sem esperar que a pessoa em questão me vá abrir a porta. Também lhe ficava bem, mas não é essa a minha motivação - fiz porque achei que devia fazer, pelo acto de bondade para com o próximo. O que estou a tentar expressar é que o abrir da porta, em mim, não é motivado por a sociedade me exigir um acto de cavalheirismo, mas sim pelas mesmas razões que me levariam a dar 20 euros para desenrascar um pobre desgraçado qualquer na rua, ou o ir à farmácia por um amigo que está doente em casa... Não sou motivado pela rotina do cavalheirismo, mas pela espontaneadade do acto: não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti, e se queres receber algo tens que estar preparado para dar - se possivel, primeiro. Também não me preocupa a interpretação que possam dar a uma atenção que pratique - alguém que assume o pior de ti quando tu estás ali cheio de boas intenções não pode ser boa pessoa - desses, quanto mais cedo sabes, mais cedo tens oportunidade de começar a guardar distância. O que falta na nossa sociedade não são regras, guidelines, ou outros que tais - são valores. A prática da bondade, cordialidade, responsabilidade e respeito são actos que aqueles que são fracos (de espírito, de personalidade, de mente, ...) se mostram impotentes para praticar - não porque não podem, ou porque não querem - simplesmente porque não têm. Mercenários há muitos, estamos escassos em paladinos. Ok, ok, sou bonzinho, mas não sou parvo - sou tolerante, mas intolerante com a ausência de valores. Já acompanho este blog há algum tempo, agora movido pela curiosidade sobre quem escreve os textos - potencialmente, amizades interessantes... Estou curioso. Sinceramente, espero que encontrem a felicidade que aqui expressam procurar. By kore.












domingo, 15 de fevereiro de 2009

Brainwash USA

Não gostaria de ter nascido nos EUA. Quando mais conheço, menos aprecio.
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Se já desconfiava de todo o seu sistema de eleição e de democracia, estar a ver pela primeira vez os documentários/filmes de Michael Moore a passar na RTP2 só vem ajudar a aumentar essa impressão. Acho que qualquer mente desprevenida, alienada para a política como a minha tende a ser, acaba por despertar para alguma coisa. Sendo assim, onde está a reacção do povo americano? Onde estão as vozes dissidentes? Onde está a voz do povo americano?
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Nunca compreendi como pode George Bush ter sido reeleito. Mas sempre estive por fora de tudo o que fosse assunto político. Por isso, não sabia da missa metade. Agora que estou a entender melhor apavora-me mais ainda! Como pode, o auto-intitulado «melhor país do mundo», o «mais democrático», o mais «livre», não reagir a todas as incongruências expostas? Como pode o povo realmente eleger um palhaço? Um indivíduo que facilmente se percebe que nem sabe articular duas palavras correctamente? Que inúmeras vezes demonstrou não saber o que está a fazer?
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Já parece um comprado! Nem é preciso ganhar essa noção através deste tipo de documentários. Ela chega até nós sozinha, tal a clareza daquilo que se observa! E onde está o povo americano? Decerto existem pessoas lá que, tal como aqui e em qualquer lugar, estão a ver o mesmo que eu. Um presidente imbecil, uma série de contradições e pistas de falcatruas. Não é possível, não posso acreditar, que o povo americano tenha realmente arriscado, quando tantas dúvidas surgem no horizonte.
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Acredito que a maior e mais eficiente «lavagem cerebral» feita às massas acontece mesmo nos EUA. Qual Coreia do Sul, qual China ou outro qualquer país comunista! O EUA é o país mais bem sucedido no que respeita a lavagens cerebrais às massas, controlo dos Media e da Economia. O povo julga-se livre porque pode votar, falar o que quiser, ir onde quiser, fazer o que quiser... mas realmente... quem é livre e faz ou pensa por si, quando todos os dias escuta apenas o que outros querem que oiça? Quando vota mas de nada adianta porque o vencedor já foi escolhido?
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Acredito que muitos também pensam assim. Muitos americanos, quero dizer. Mas estas vozes são abafadas. Se se tornarem muito incomodativas, serão bem eliminadas, num «corte» limpo, que nem sempre tem de ser um belo assassinato, como aconteceu com o presidente Kennedy- grave acontecimento misteriosamente ainda por resolver.
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O recurso mais utilizado por quem detém o poder e puxa todos os cordelinhos, é a difamação e a mentira. Desde que o mundo é mundo, que este é o recurso mais utilizado. É tão fácil... -aquele ali é simpatizante do inimigo! - e pronto! Já está.
As pessoas têm de pensar mais por si mesmas, e menos por influência da propaganda.
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Mas talvez seja difícil. Não esqueço que quando se conjecturava se os EUA ia abrir guerra ou não, defendi que não o deveria fazer. Se não tive dúvidas, a maioria dos restantes inqueridos tinha. Segundo aquilo que ouviam, e depois do 11 de Setembro, acreditavam que talvez fosse o único passo a dar. E não conseguiam decidir-se. Não viam ou conjecturavam uma alternativa. Este é o tipo de pessoas que segue o que lhes é dito, que precisa de seguir um lider. E é a maioria. Logo, é muito fácil, como a história já veio a comprovar com Hitler, fazer com um uma massa de gente faça e pense aquilo que terceiros desejam e nada mais.
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Outros diziam imediatamente sim à guerra. Sem pensar na morte, na destruição, nas implicações do acto em si. Esta discrepância e diferença de opiniões assustou-me um pouco. Vivo num país em que os da minha geração pouco sabem sobre guerra. Fomos responsáveis por umas até há 35 anos, mas à distância. Estes dramas são do nosso conhecimento. Não somos um país fechado e centralizado, muito graças ao fim do antigo regime. Mas são crimes que não fazem barulho à nossa porta. E isso influencia a formação das opiniões. Poucos sabem medir consequências quando não as sentem na pele.
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Certamente que muitos americanos também pensam assim. As suas vozes porém, não predominam. E assim, não acredito mais na democracia americana. Bush ser presidente por duas vezes é simplesmente inecreditável. Não pode ter sido a vontade do povo americano. Não pode... a menos que a lavagem cerebral sofrida por meses e meses de estúpida propaganda crie esse resultado. Existem inúmeras suspeitas de corrupção e o tipo volta a ser eleito? Quando logo na primeira eleição já foi acusado de ter feito batota? Isto não faz sentido num país democrático.
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A meu ver, este tipo de política repete-se mandato atrás de mandato, excepção feita para Clinton. Os dois Bush e Ronald Regan não tinham perfil para o cargo que ocuparam. Nem o actual tem. Mas como agem os americanos? Por favor, seja lá qual for a opinião de cada um, acho bom que tenham fé mas NUNCA deixem de questionar quem vos governa. Ao fazê-lo, já estão a matar a liberdade.
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Palavras ocas. Cada vez que oiço Bush em qualquer discurso, tudo o que vejo é um acto de má representação, cheio de palavras ocas que não são sentidas (ou entendidas) após pronunciadas.
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Não coloquem um presidente no papel de super-herói e jamais deixem de questionar as suas decisões.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Flores de Estufa

No comportamento humano, há coisas que observo e muito lamento.
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Reflicto sobre os comportamentos sociais das massas. Há coisas que não me parecem naturais, mas vá lá que as massas o entendam. Todos o fazem e, como cordeirinhos que seguem atrás da manada, envaidecidos que vivem de que são únicos, lá repetem os hábitos, dia após dia, sem nunca alterar nada.
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Sou uma pessoa caseira mas julgo-me com gostos sãos. Gosto de sair e caminhar ao ar livre. Gosto que a minha pele sinta a presença do sol, do vento e da chuva. Gosto que os meus ouvidos oiçam o ruído do vento nos arbustos, o canto dos pássaros, o barulho da água a correr, e mesmo as viaturas a passar na estrada (de preferência, distante). Gosto mais ainda, de escutar o silêncio.

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Faz-me por isso confusão que na hora de almoço, as pessoas que se encontram a trabalhar num ambiente já de si ruidoso, saiam dos escritórios, enfiem-se nos carros, entrem em restaurantes barulhentos, enfiem-se novamente nos carros, novamente nos escritórios e quando já vai anoitecer, voltam para os carros, para se enfiarem em casa, de onde voltam a sair de manhã para entrar no carro e, sempre isolados do contacto com a atmosfera natural, só de lá sairem a correr para o interior do escritório.
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Pessoas que são autênticas «flores de estufa»!
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Afecta-me particularmente este momento do dia, porque sempre sinto vontade de um pouco de tranquilidade ao ar livre. Viver desta maneira, como vejo os outros a viver, faz-me muita confusão! Mas o engraçado, é que o ET sou eu. Porque todos ao meu redor adoptam este comportamento. Logo, quem é diferente é que não deve bater bem «da cabecinha».
E já que falo do comportamento humano, afecta-me também as pessoas que seguem as modas. Querem ser únicas, copiando os outros. Esta contradição não faz sentido, não é verdade? Mas não entendem... então vejo mulheres vestidas de forma semelhante, com o dia estragado quando encontram uma outra com botas iguais. Pior ficam, se acharem que, na outra, o dito objecto de adorno fica-lhe melhor!
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Esta preocupação com a imagem, a superficialidade do carácter das pessoas, a distorção dos valores e da capacidade para bem analisar os outros, tudo isto, afecta-me e hoje decidi escrever um pouco sobre o assunto.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sexta feira 13

Para quem acredita em coisas que não se conseguem explicar e para quem é supersticioso, hoje é SEXTA-FEIRA 13.

O que pensam das sextas-feiras 13?
Qual a origem deste «mito»?
Como está a ser/foi a vossa sexta-feira 13?

Hoje estou triste. Com vontade de chorar. Será que é por ser sexta-feira 13?
Já alguma coisa de relevante vos aconteceu a uma sexta-feira 13? - A mim já, e foi triste.

Mas começo a temer mais os dias 12 de cada mês. Há muitos já que acontece sempre qualquer coisa inesperada e menos agradável no dia 12 de cada mês. Humm... será que irei morrer num dia 12 de um mês qualquer?

Ás vezes penso nisso. Na data da minha morte. Não com qualquer sentido mórbito ou macabro. Simplesmente reflicto na vida. Em como se vivem todos os dias, uns atrás dos outros, sem dar importância ás datas que nada nos dizem. E se soubessemos que morreriamos num determinado dia? Ou melhor, e se daqui a muitos anos, neste mesmo dia, é o dia que vou morrer?

Hoje é sexta-feira 13. Qualquer pensamento mais macabro é compreensível e não é abnormal, não levem a mal, deve ser da proximidade do carnaval! Já que passou o Natal! Mal, mal...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Comentários às revistas 01

Por vezes, lêm-se coisas nas revistas às quais fazemos um imediato reparo. Desta feita aconteceu com a revista «Vidas», parte integrante do jornal «Correio da Manhã». Nesta edição de 13 de Fevereiro, pode ler-se, por exemplo, as opiniões de Daniel Nascimento, no seu elevador da Gloria. Diz ele sobre Cinha Jardim:
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«gosto dela, sou amigo dela, mas não gostei de ler o que disse sobre Barack Obama (é um preto giro). Preferia que disesse «é um homem giro», porque é isso que ele é».
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Ora esta opinião leva-me a abanar a cabeça em reprovação. Lá estamos nós: se um branco fizer um comentário qualquer sobre a cor da pele de uma pessoa negra, é racista. Sei que Daniel é amigo de Cinha e, como diz, gosta dela. Logo por isso não tem cabimento esta sua observação. Eu não a conheço sem ser pelo que vi aqui e ali na Tv e sei que esta mulher viveu em África, de onde tem as melhores recordações, como todos os retornados, aliás. Embora isto não impeça ninguém de ser racista, a verdade é que com Cinha, as coisas dizem-se assim: sem receios. Creio que a sua intenção tem por base o elogio à figura do Homem e a referência à cor da pele, é um complemento ao elogio. E depois, porque não pode uma pessoa branca elogiar uma pessoa negra mencionando a cor da pele? Dizem logo que é racista! Ora bolas, logo com Obama! Ele foi eleito com base na cor da pele! Dizem que não mas, cada vez que liguei a Tv, lá estava ele ou a esposa dele, a falar do tempo da escravidão... vai dar banho ao cão! A cor da pele foi usada sim, para este promover a sua campanha eleitoral. É que a comunidade negra tem esta coisa de querer se aproveitar do passado longíquo e aproveitar-se da culpa branca que os filmes de Hollywood não se cansam de prolongar. São os tempos.
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Muito mais grave, gravíssimo mesmo, é o suposto comentário feito por Barack Obama, agora presidente dos EUA, a Jessica Simpson, também mencionado na dita revista. Conta na página 9 que, no decorrer de uma entrevista, Obama terá visto uma imagem de capa dele e da família onde estava também Jessica Simpson e disse: «Ela está com um problema grave de gordura ou é impressão minha?» - Ora tomem lá esta! Se calhar, o presidente teve um momento em que mostrou quem realmente é.
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É preciso ter pouco tacto e ser um tanto idiota! No país dos gordos, como alguém se atreve a apontar uma mulher, ainda mais uma celebridade, como gorda, só porque aparece tal como as mulheres realmente são: com uns quilinhos a mais e não a menos? Querem uma descriminação muito mais grave do que o racismo? Eis uma: a descriminação feita às pessoas gordas. E já agora, mulheres também...
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O que me preocupa neste comentário do presidente dos EUA, é que revela a importância que dá à imagem. Ou seja; reforça a ideia que já tenho de que o que conta para ele é a figura, que foi eleito mais pela aparência que outra coisa. Aliás, já Kennedy venceu o debate com Richard Nixon na Tv e não na rádio, por causa das aparências. Portanto, não digam que isto é um disparate quando, pelos vistos, é o que mais peso tem! um comentário deste mau gosto vindo de um presidente, tsc! Tsc! Tsc! Que feio!
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EUA no Paquistão com Obama

O documentário produzido pelo "60 minutos", programa exibido pela Sic Notícias, informa-me que os EUA vão DUPLICAR as tropas no Afeganistão e que até o final do primeiro mandato de Obama, (e provavelmente o segundo) estas vão lá permanecer.
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Isto reforça a desconfiança que tenho de que nada alguma vez muda na política dos EUA. Acho até que aqueles que realmente mexem os cordelinhos no poder, nunca de lá saiem. Vai e vêm presidentes, não passam de fantoches, muito bem pagos, uns vendidos, que servem para iludir o povo. Obama vai assim seguir o mesmo percurso de Bush em relação à guerra. A diferença na escolha deste candidato em relação ao seu antecessor, é que um problema óbvio do outro foi corrigido neste: a falta de carisma.
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Bush não é carismático. Não é elegante, não é bonito, não faz figura. Foi inumeras vezes ridicularizado na comunicação social. Desde Kennedy ou Clinton que a América não tem um presidente charmoso no poder. Bush afasta-se tanto desse padrão que era necessário colocar no poder o seu inverso.
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Obama é só charme. É só figura. Conquistou todos por isso e pela cor da pele, não pelas ideias e palavras. O homem está há 4 anos na política, entrou exactamente no segundo mandato de Bush e nenhuma experiência prévia lhe é conhecida. Obama reúne todas as condições carismáticas necessárias: uma esposa-tipo Jakeline Kennedy, a primeira dama mais recordada e ainda bastante amada pelo povo Americano. Nada melhor que arranjar uma outra parecida a esta. Depois tem os dois filhos. Um casal, na idade certa. Nem são muito novos para fazer asneiras em público, nem são adolescentes para colocar a imagem pública dos pais em risco.
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Que candidato feito à medida!

E depois falam uns, muito suspeitamente, que não se deve fazer referências sobre a cor da pele deste presidente, quando a cor da pele foi o que mais preencheu todos os seus discursos anteriores e posteriores à sua eleição. Foi a mola de lançamento da sua candidatura. Martin Luter King - que pregava a igualdade para brancos e negros, ou seja, pessoas, fosse qual fosse o tipo, foi mencionado nos seus discursos, mas permanece um ícone à parte. A sua ideia estava longe de usar a cor da pele para conseguir subir na vida, quer seja por status quer seja por meios de chantagem emocional. Acredito que Martin deve estar decepcionado com esta parte do comportamento humano, lá onde as almas ficam a viver e a observar.
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Neste mesmo documentário, um indivíduo diz que a America vai continuar a apoiar incondicionalmente este presidente, assim como apoiou Bush. Que erro! É exactamente isso que não se deve fazer. Se erram, os erros devem ser assumidos e a punição deve ser imposta. Nenhum homem, presidente do país ou não, deve estar acima da lei. Richard Nixon deve estar a dar voltas na campa. Porque estes outros podem e eu não??
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Tem toda a razão.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A culpa é do Bush!


Estamos a viver em recessão?
Pois a culpa é do Bush!
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Se já não compreendi como pode ele ter sido reeleito há quatro anos atrás, compreendo menos ainda como o permitiram. Estamos agora, o mundo todo, a sofrer esse acto. O homem, burro como ele só, nem escondia a sua incapacidade para ocupar aquele que, dizem, ser o maior cargo do mundo. No entanto, o povo Americano decidiu recolocá-lo na cadeira presidencial. Com isso decidiram também prolongar a guerra, as mortes e os custos de arcar com estas decisões.

Não acredito no sistema democrático dos EUA. Só pode ser tudo uma grande fantochada, uma grande performance, maior que todas as grandes produções de Hollywood juntas. Gaita! Basta ver um qualquer vídeo promocional de um candidato e aquilo até dá a volta ao estômago! Fazem das pessoas santas, heróicas, melhor que um filme e com a mesma produção e custos monetários exorbitantes!
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E onde anda o dinheiro?

Não derreteu, não ardeu... tem de estar nos bolsos de alguém.

Talvez tenha ido para as ilhas Palmeiras artificiais do Médio Oriente, ou para as megalómanas construções de engenharia na Índia. Se estão muitos a ficar na miséria, decerto que na outra extremidade estão uns poucos a ficar muito, mas estupidamente muito ricos.

Quem lhes deu o nosso dinheiro?
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Como vive Bush agora que não é presidente?

Por acaso vive com dificuldades? Ou está a viver no luxo, cheio de empregados para lhe lavarem as roupas, para conduzirem o carro, para lhe carregarem os tacos de golf...

Irlanda, Letónia, Ucrânea, Grécia e até a a Grã-Bretanha são países em risco de Banca-Rota. Atenção ao termo facultado pela comunicação Social, que fez questão de diferenciar Recessão de Banca Rota.
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Consequência: falta pão na mesa do mundo.
No meio disto, vem-me à lembrança uma profesia de NostraDamus.
Alguém a interpretou como um aviso de que a Europa ia tomar uma má decisão, que a colocaria na miséria, traria fome e sofrimento. E claro, a profesia é para estes tempos... alguns até consideraram o EURO o início dessa «catastrofe». Será? O que acham os crentes?








domingo, 1 de fevereiro de 2009

Quem é o povo Português?



Afinal, como definimos o povo Português?
Como se define um povo?

.Ao ver a reportagem da Tvi sobre o Rendimento de Inserção Social, encontrei-me com a identidade do povo português.

Somos aquilo tudo que vi. Acredito que a maior característica do meu povo é a humildade. Segue-se a ela, uma grande entrega para o trabalho. Mas se isto são, são dúvida, qualidades, também atrapalham.
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Geralmente, a humildade nas pessoas não as faz ambiciosas. È a principal diferença entre o Zezinho do bairro que gosta de jogar à bola na rua e o Cristiano Ronaldo. Somos um povo que sonha com mais conforto, não se importa de dar no duro a trabalhar, mas que foi educado a sufocar desejos e ficar pelos sonhos. Não somos muito ambiciosos, somos grandes sonhadores.

Mas isto tem a sua razão de ser. Se as gerações que se seguem conseguissem eliminar esta tendência tipicamente portuguesa para a repressão do indivíduo, seriamos também, um pouco mais felizes.
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Neste país que inventou o Fado, fui criada a pensar que a ambição é um terrível defeito. Sempre que manifestei vontades de empreendorismo, fui bombardeada com fatalismos e negativismo. Projectaram na minha direcção todos os cenários negativos e rebaixaram sempre as minhas capacidades. Não me senti apoiada, vivi a ser insultada, humilhada, maltratada e nunca depositaram fé em mim - não sabiam como. Fácil mesmo, assimilado pelos genes, está o negativismo, o «deixa estar, nem vale a pena tentar, tu não consegues» - que tanto me irritou e me castrou a vida, mudando-a para sempre.

Esta é outra característica deste povo que inventou o Fado: somos um tanto negativos, vemos um cenário sempre negro e não entendemos que, essa visão, nos atrapalha a vida. Depois temos a dualidade trazida pelo sonho. Como sonhadores, temos o nosso quê de optimismo. Um optimismo muitas vezes baseado apenas na fé. Aí somos crentes. Crentes no que não é palpável. Crentes no Fado, no sonho... e esta nossa fé dá um pouco de cor ao negativismo que também carregamos.
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Da Padeira de Aljubarrota e da descoberta de novos mundos, passámos a ser um povo muito mais passivo. Mas não é o que domina os nossos genes. Quer dizer: existe a passividade para umas coisas, não existia para outras. As mudanças socio-económicas e o excesso repentino de tudo (bens, serviços, informação) trouxe-nos uma passividade perigosa, quase de lobotomia, diante dos mais variados factores.
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Sempre fomos um povo de acção social. Mulheres guerreiras, que afugentam as ameaças ou com a pá do pão, ou com a enxada. Existia a união popular. Ficámos mais individualistas e, como já diz o ditado: dividir para conquistar.
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Portugal está a ser conquistado pelo capitalismo e estamos a virar cordeiros com um cérebro homogeneizado, graças à política vigente e a muitas acções da democracia.
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Negamos o sangue que nos corre nas veias, quando permanecemos passivos diante de um acontecimento em que é preciso agir. A passividade faz parte deste povo humilde, mas não diante da injustiça ou do perigo.
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O povo português resigna-se muito. Fica passivo diante das dificuldades da vida, aceita-as rapidamente e combate-as com trabalho. É passivo quando tem pouco, mas tem o suficiente. Está sempre pronto para agarrar na enxada. Gosta de trabalhar e dar duro, trabalho árduo e físico. No seu sangue está a acção. Somos muito mais portugueses, quando socorremos alguém, quando lutamos por uma causa, quando nos associamos temporariamente a outras.
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Infelismente, nas grandes cidades pelo menos, cada vez o fazemos menos. Nem conhecemos os nossos vizinhos, nem o desejamos, tal é a vontade de passar umas horas em puro sossego após um dia de trabalho cansantivo no escritório. As conversas são um tanto idiotas, o convivio restringe-se cada vez mais ao ambiente profissional, tudo é muito superficial, as relações amorosas iniciam-se com jogos de desinteresse fingido, e os vizinhos, quando damos por eles, é porque nos estão a invadir o espaço e retiram-nos o tão almejado silêncio que nos restitui a tranquilidade roubada no dia-a-dia.

.Quando se trabalhava no campo, de sol a sol, a trabalho era árduo e fisicamente desgastante, mas compensava muito mais em termos emocionais. Existia convívio saudável, união, um autêntico «grupo» entre as pessoas. Estabeleciam-se laços de amizade para toda a vida. Compadecia-se das dores alheias, praticava-se a entre-ajuda, etc. A mudança do campo para a cidade trouxe o afastamento entre os indivíduos e, por essa razão, nunca seremos verdadeiramente felizes. Está no nosso sangue, a vontade de ter amigos. Mas lá está também o fado: que nos remete para a solidão.
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Está no sangue, não se pode negar. Gerações e gerações de pais a gerar filhos, que por sua vez geram os seus filhos, de um povo que cresceu humildemente, sem muitos recursos, grande parte dele analfabeto mas com grande esperteza e sempre pronto para trabalhar, fosse no que fosse, fosse como fosse.
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Temos um tanto de brio, mas somos humildes. Somos honestos e prontos para o trabalho. A vida é para trabalhar. E se pararmos, resignamos-nos, sofremos, e o peso genético de gerações e gerações que nos incutiram milénios de energias negativas, de castração, invade os melhores dos corações e nos torna mais passivos, retirando-nos a capacidade de enxergar o nosso valor, a nossa capacidade para o trabalho e nos remete para a baixa auto-estima que é herança de longa data deste povo.

. E é por possuirmos as qualidades que já referi, que ficamos assim. Um «acomodado» do rendimento de inserção social ou de outro tipo qualquer, só precisa de uma mão amiga que seja persistente, para que assim se faça a «limpeza» da auto-estima, que durante anos lhe foi envenenada e cujas circunstâncias voltaram a minar. Um «acomodado» nem sempre o é por preguiça, mas por pura sensibilidade e falta de auto-confiança. Se lhe restituirem o que perdeu, equivale a renascer para a vida..

O português não vê com bons olhos a preguiça. Mas também não consegue muitas vezes distinguir o verdadeiro preguiçoso do indivíduo mais batalhador. É que a dita ambição, muitas vezes mascara tudo e a sociedade evoluiu para vermos as máscaras em primeiro lugar.