Por vezes, lêm-se coisas nas revistas às quais fazemos um imediato reparo. Desta feita aconteceu com a revista «Vidas», parte integrante do jornal «Correio da Manhã». Nesta edição de 13 de Fevereiro, pode ler-se, por exemplo, as opiniões de Daniel Nascimento, no seu elevador da Gloria. Diz ele sobre Cinha Jardim:
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«gosto dela, sou amigo dela, mas não gostei de ler o que disse sobre Barack Obama (é um preto giro). Preferia que disesse «é um homem giro», porque é isso que ele é».
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Ora esta opinião leva-me a abanar a cabeça em reprovação. Lá estamos nós: se um branco fizer um comentário qualquer sobre a cor da pele de uma pessoa negra, é racista. Sei que Daniel é amigo de Cinha e, como diz, gosta dela. Logo por isso não tem cabimento esta sua observação. Eu não a conheço sem ser pelo que vi aqui e ali na Tv e sei que esta mulher viveu em África, de onde tem as melhores recordações, como todos os retornados, aliás. Embora isto não impeça ninguém de ser racista, a verdade é que com Cinha, as coisas dizem-se assim: sem receios. Creio que a sua intenção tem por base o elogio à figura do Homem e a referência à cor da pele, é um complemento ao elogio. E depois, porque não pode uma pessoa branca elogiar uma pessoa negra mencionando a cor da pele? Dizem logo que é racista! Ora bolas, logo com Obama! Ele foi eleito com base na cor da pele! Dizem que não mas, cada vez que liguei a Tv, lá estava ele ou a esposa dele, a falar do tempo da escravidão... vai dar banho ao cão! A cor da pele foi usada sim, para este promover a sua campanha eleitoral. É que a comunidade negra tem esta coisa de querer se aproveitar do passado longíquo e aproveitar-se da culpa branca que os filmes de Hollywood não se cansam de prolongar. São os tempos.
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Muito mais grave, gravíssimo mesmo, é o suposto comentário feito por Barack Obama, agora presidente dos EUA, a Jessica Simpson, também mencionado na dita revista. Conta na página 9 que, no decorrer de uma entrevista, Obama terá visto uma imagem de capa dele e da família onde estava também Jessica Simpson e disse: «Ela está com um problema grave de gordura ou é impressão minha?» - Ora tomem lá esta! Se calhar, o presidente teve um momento em que mostrou quem realmente é.
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É preciso ter pouco tacto e ser um tanto idiota! No país dos gordos, como alguém se atreve a apontar uma mulher, ainda mais uma celebridade, como gorda, só porque aparece tal como as mulheres realmente são: com uns quilinhos a mais e não a menos? Querem uma descriminação muito mais grave do que o racismo? Eis uma: a descriminação feita às pessoas gordas. E já agora, mulheres também...
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O que me preocupa neste comentário do presidente dos EUA, é que revela a importância que dá à imagem. Ou seja; reforça a ideia que já tenho de que o que conta para ele é a figura, que foi eleito mais pela aparência que outra coisa. Aliás, já Kennedy venceu o debate com Richard Nixon na Tv e não na rádio, por causa das aparências. Portanto, não digam que isto é um disparate quando, pelos vistos, é o que mais peso tem! um comentário deste mau gosto vindo de um presidente, tsc! Tsc! Tsc! Que feio!
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