sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Adeus ao Natal

 Acredito que, se o ano Novo nao apressasse o  Natal a desaparecer cinco dias depois do seu apogeu, este duraria muito mais tempo.

Assim, o problema do Espirito Natalicio é que é forçado a desvanecer bem rápido devido ao novo ano, as celebracoes que dai advêm e os saldos que logo chegam.

O Natal, com o seu espírito de solidariedade, confraternizacao, alegria e respeito ao próximo, o qual, antes da reuniao familiar ainda nao se sente, perde logo terreno e desvanece perante o surgimento do consumismo e de uma nova data. Tudo o que pertence ao ano anterior - incluindo o Natal, é logo irradicado, como se indesejado e para esquecer.

Desaparecem logo as decoracoes luminosas. Como esta, que decora a rua augusta e a baixa pombalina, em Lisboa.


Pavões! Que beleza de decoração. Amo o facto de Portugal, todos os anos, decorar suas ruas com luzes diferentes. Dá sempre uma sensacao de surpresa e prazer. É que em inglaterra, Londres em específico, as luzes que me cativaram em 2016 são as mesmas que lá estão agora. E em todos os anos até este. Também lá vao estar para o ano. Provavelmente em 2050 ainda vao ser as mesmas. Uma pessoa nem olha mais. Certamente nao vai viajar propositadamente para isso.

A avenida da Liberdade, em Lisboa, está cheia destas "cortinas" de luzes penduradas nos ramos das arvores que terminam com uma pomba branca. Talvez um apelo à paz?


Contudo, as decorações que mais gostei de ver foram as da baixa, na praça do Teatro D. Maria. Também luzes a cair de ramos de árvores, mas na ponta enrolada em bola tinham apenas um pedaço de papel em forma de sino. Entao viam-se sininhos pendurados por todo o lado.

Estas luzes chegam cedo, mas acho que só conseguem ser realmente apreciadas depois que as famílias têm o seu momento juntas. Porque aí sim, sentimos o verdadeiro Natal.

Pena que este tem os dias contados e só possa sobreviver por apenas cinco dias durante esse ano.

Depois, como que eliminado, muitas das arvores de natal nas casas das pessoas desaparecem logo no dia 1 mas há quem ainda espere pelo dia dos reis, a 6 de Janeiro.

Sejam em que dia for, o espirito do Natal que entra dentro de nos no dia 25 de Dezembro, é bruscamente removido. 

Pelo Ano-novo.

Por mim, eliminava o ano novo. Nunca o senti especial, mesmo. Para mim, só lá para Fevereiro é que faz sentido celebrar o novo ano. Deviamos todos fazer como os chineses, que o celebram nessa data. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Arte clássica também existiu no feminino

 

Mesmo a propósito do post que vinha fazer a respeito das pinturas que visitei nos museus. Hoje o google-doodle abriu com esta figura: Uma pintora, mulher, que viveu no século 17 e alcançou grande notoriedade. Com o passar dos séculos teve os seus quadros equivocadamente identificados como tendo sido feitos por... homens. 


Ah! Os séculos passam, mas a condição feminina permanece a ser relegada para segundo plano, como se  inferior. (Adiante, que nós, mulheres, não nos enfurecemos. Sabemos no âmago que tal não é o caso).

Em Londres quis ir visitar uma obra pintada pelo pulso de um contemporâneo desta senhora: Jan Davidszoon de Heem.  Acabei por ser surpreendida por quadros da pintora Rachel Ruysch. Todos estes artistas pertenceram ao chamado "século de ouro neerlandês". 


Rachel Ruysch  foi a pintora que me agradou por ter um talento tão bom ou melhor que aquele que meus olhos procuravam em Jan de Heem. Esta sua gravura comprova isso mesmo. Não é estonteante?



Na visita ao National Gallery (Londres) o quadro pintado por JUDITH LEYSTER chama muito a atenção pelos sorrisos das crianças, pela traquinice, pela diversão e prazer que as mesmas podem ter vivido. Li a legenda: menino e menina a segurar um gato e uma enguia. Fiquei a pensar em que circunstâncias ia uma criança segurar uma enguia? Decerto que foi um momento específico daquela época. A autora quis capsular esse momento de alegria, como quem hoje dispara o gatilho de uma máquina de fotografar. 

                          

Comparação justa, diante do realismo, da impressionante representação detalhada que estes pintores alcançavam. Tem imagens que parecem autênticas FOTOGRAFIAS. Sempre me impressiona, este tipo de talento e muito me faz reflectir sobre o que nós realmente sabemos hoje, comparado ao conhecimento ímpar que os nossos antepassados devem ter adquirido. 

Quem sabe? Alguns destes "mestres" poderão estar a dar voltas na campa da eternidade, pasmados pela idiotice da humanidade de hoje. A admirarem quadros que eles, os autores, fizeram às pressas e a negligenciarem outros, que consideram importantes para o desenvolvimento do seu talento. Ou então revoltados, por as pessoas estarem a apreciar uma cópia que não foi feita por si ou a atribuírem uma das suas obras a outro. 

Jan de Heem teve dois filhos que também lhe seguiram as pegadas. Ele próprio era filho de um grande pintor. Sabem como é... um metier de família. Como saber, de facto, passados tantos anos, quem pintou o quê?

Detalhes do quadro de autoria 
de Jan Davidszoon de Heem


Destes três artistas foi o homem que o tempo fez com que ganhasse mais fama. Com o passar dos séculos as pintoras mulheres foram perdendo a notoriedade que os seus contemporâneos lhe atribuíram. Mas nesta época em que arte é, acima de tudo, um negócio envolvendo muito, mas muito dinheiro, a procura desesperada para se achar mais uma qualquer escultura ou pintura feita por um grande mestre fez girar os holofotes para tudo o que foi produzido nessas épocas podendo-se então, falar de artistas mulheres. 


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Um banho de beleza e arte

 

Já me apetecia ir a Londres à bastante tempo. Ontem foi greve no local de trabalho e também greve de comboios. Fiquei chateada, por pensar que não ia poder aproveitar um dia livre para concretizar essa vontade. 

Informei-me e descobri que os comboios continuariam a circular, mas de forma limitada. Lá fui eu! Digo-vos: da próxima vez espero que também existam greves. Porque nunca tudo foi tão rápido ou imediato. Andei pela gare de London Bridge de um lado para o outro e sempre havia um comboio pronto a partir. Foi só escolher. Sinceramente, tanto para ir quanto para regressar, foi um acto contínuo. Quase sem espera no terminal. 

Infelizmente o tempo passa muito depressa, principalmente agora, no inverno. A pesar de ter chegado a Londres as 9 da manhã já achava que estava a ser tarde para as voltas que queria dar e, principalmente, se quisesse investir tempo a ver as vistas. O bilhete que comprei por 20 libras era de retorno no próprio dia e o regresso estava agendado para não mais tarde que as 17.50, hora do último comboio disponível. 

Não deu para fazer sight-seeing. Para ver a paisagem e caminhar. Tinha dois objectivos em mente: visitar o National Gallery (NA) e o Royal Arts Academy (RA). Ambos museus. Em particular, quis ir ver com os meus próprios olhos o famoso quadro de Van Gogh, "girassóis", exposto na sala n. 43 da NA e uma obra pintada por Jan Davidsz de Heem - uma das suas naturezas mortas, já que essa imagem que tinha num quadro lá em casa despertou a minha imaginação enquanto criança. Esse exposto na sala 17. No Royal Arts o objectivo era ver com os meus próprios olhos a tela "A Última Ceia", de Michelangelo. Bom, uma cópia identica pintada nas mesmas dimensões e pela mesma altura por dois de seus discipulos. 

Fui para Londres com tudo anotado: numero da sala, museus, nomes das paragens de metro próximas. Mas sabem o que mais? Foi tudo tão orgânico, tão acessível. Não existiu tempo de espera, filas. Nem para transportes, nem para entradas. Lamento que em Lisboa não seja assim. Tudo pessoal simpático e acessível. Até os funcionários claramente focados em vendas, lucro e atendimento rápido nas lojas de souvenirs, foram sempre afáveis e acessíveis. 

Agora tenho de ir para o trabalho. Não dá para escrever mais sobre esta minha ida relâmpago a Londres. Deixarei mais detalhes para outro post. Aqui ficam duas imagens de um edifício na Oxford Street, ao qual rapidamente tirei duas fotos e fiz um vídeo. Foi transformado num calendário de advento. 




O relógio ao centro no edifício tinha dado badalas segundos antes de ter carregado no botão para gravar, e apenas por dois ou três segundos. Estava a assinalar os quartos-de-hora.



segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Mais sobre neve e sua aurora boreal

 

O que mais me surpreendeu com o clima de ontem à noite foi a CLARIDADE.

A sério: achei tão estranho, como se fosse alienigena. As 5 da tarde ja costuma estar escuro aonponto de nao se ver um palmo diante do nariz. E ontem, quase seis da tarde, e via-se ate onde a vista alcançava. 

Para meu espanto, durante o avançar da noite e por toda a madrugada, o céu continuou a parecer irradiar uma luz homogenea celestial e única. Conseguia ver-se tudo. O ceu inclusive. Branco, no escuro e mesmo assim, branco.

As fotos seguintes foram tiradas as 2.30am de hoje. A esquerda o ceu e a luminosidade natural da hora nesta noite de neve. A direita, uma raposa activou o sensor de movimento da arrecadacao do vizinho e se acendeu uma luz forte. Da para perceber que mal se notam diferencas. Tanto da para ver bem com ou sem luz. E nunca é assim!


Ia constantemente a janela e ficava deslumbrada com esta luminosidade nocturna. Espreitei um sem quanto numero de vezes porque parecia artificial. Era impossivel estar tudo tao bem iluminado. O candeeiro mais proximo ficava a tres casas de distancia.

Olhem ele ali, bem distante.

Foi uma noite mais parecida com um dia. Estranha, bonita, uma dadiva.

Decerto que este fenomeno tem explicacao. Hoje ja nao esta assim. Ja nao se enxerga tudo diante da vista. 


Olhem só para este ceu tao claro.


domingo, 11 de dezembro de 2022

Está a nevar e a caldeira não funciona

 

São muitos os posts que vinha para fazer mas acabei não tendo tempo. Por isso aqui fica um post de retalhos. Do que me apetecer dizer. E o que me apetece falar é que ESTÁ A NEVAR!


É tão belo. Tão sereno. Ver a neve por todo o lado, a cobrir tudo num manto branco, intacta, sem a presença humana. É lindo mesmo. 

Aqui por inglaterra as temperaturas têm estado abaixo de zero desde quarta ou quinta-feira. Engane-se quem pensa que isso é mau. Pelo menos eu não acho. Quase que não há vento, o que faz do frio apenas isso: frio. Que não se sente se fores bem agasalhada. O ruím são as mãos - os dedos, que, mesmo dentro de luvas ditas térmicas, parecem não ficarem protegidos. As pestanas ganham "frosting" mas não existe o vento a usar o frio como faca para nos cortar por dentro e por fora. Considero o inverno de Portugal bem mais exigente. 

Não tem chovido. E hoje, pela primeira vez, nevou.


Disse-me alguém que estava a conduzir, que a bela neve já se transformou numa feia mistura de água com porcaria preta e escura.... Mas quando neva, quando os floquinhos minusculos começam a cair... é lindo. 


Em casa, a caldeira deixou de funcionar. Foi reparada três vezes, e três vezes perde pressão e fica a piscar no zero. Amanhã os técnicos voltam, empenhados em solucionar o problema. A M. só sabe falar mal - agora entendo porquê a agência tem cuidados com ela. Sabe que ela faz o tipo que usa estas coisas para ameaçar. Já me disse que ela pode exigir reparos financeiros por ter estado estes dias sem o uso contínuo da caldeira. E falou que uma colega recebeu 250 euros da agência por ter alegado isso. Ela faz mesmo o género que o meu anterior senhorio mais temia. Ainda me revolta a forma como ele me tratou como se eu fosse escumalha em vez da pessoa generosa, simpática e atenciosa que sempre demonstrei. 

Mas isso está lá no passado. Adiante.

Por acaso eu sei como colocar a caldeira a funcionar novamente. Basta só mexer numa torneirinha... Só que não vai durar para sempre. Com o tempo, a caldeira volta a desligar. Bem que podia fazer isso, mas fui instruida para não mexer na caldeira. Ninguém deve tocar naquilo. As atitudes da M. estão cada vez piores. Com menos cinco graus lá fora e a caldeira sem funcionar, ela sai de casa e deixa a porta aberta. Por ver isso é que não sinto vontade de fazer nada. Ela suga-me a energia e muda os meus impulsos de acção. Deixar a porta totalmente aberta mais que uma vez, sabendo que horas se passam e o ar frio está a entrar. Ela age assim. Com total despreocupação para com as restantes pessoas na casa. Revolta-me. E por isso, não sinto que deva fazer nada para aliviar a nossa condição. Faz de conta que não sei - já que não devia saber mesmo. 

Só tenho pena que tenha acontecido a um fim-de-semana. Isso não impediu a M. de cá enfiar o escravo sexual dela. Ahah. Acabei por lhe dar este rótulo porque é o que ele parece. Ela esconde-o no quarto e este nunca sai, a menos que ela dê o seu aval. Faz-lhe comida e leva-lha ao quarto. O gajo só existe para um propósito bem específico. Não tem direito a mais nada. Ainda bem. Acho que talvez seja melhor  assim. Hoje vi-o duas vezes e achei mau presságio. A primeira vez, estava à porta do quarto, sai ele do WC, em robe, passa por mim como se fosse natural um estranho "surgir" à frente dos olhos de um morador da casa e caminha calmamente para o quarto da sua escravatura. Depois, quando vinha da rua e vi a porta aberta, após tirar uma foto, ela surge com ele atrás. Talvez por os ter visto, ele não voltou a entrar com ela. Pelo menos não de imediato. Ela faz o género de fingir. E bem capaz de mandar o escravo esconder-se no supermercado por um tempo, até ela ordenar que é seguro voltar ao leito. 

Mas com a caldeira sem funcionar.... talvez este Domingo seja mais curto para os pombinhos. Pelo menos não vou ter de passar a noite inteira a os ouvir entrar e sair do WC. Ontem de noite foi à meia noite e meia e depois as quatro e meia da manhã. Sim, ontem de noite a coisa funcionou muito bem. Só piorou hoje pelo meio-dia. Estava a M. bem desperta, na cozinha. 

Ela está sempre por perto quando a caldeira pára de funcionar. Será que é ela que faz algo que causa isto? Não me espantaria nem um pouco, para ser sincera. Tem sido ela a danificar tudo que nos cerca. Acho até que pode ter sido ela a causadora da água da chuva que, há um mês, se infiltrou na casa e começou a cair na cozinha. Porque acima daquele espaço específico fica a janela do WC do piso superior. Janela essa que ela teima em... deixar totalmente aberta. Já lhe partiu o trinco por causa disso. O ano passado, inverno como agora - baixas temperaturas, e a janela sem se conseguir fechar porque ela, bruta e selvagem, conseguiu partir o trinco do seu eixo. O vento a entrar à vontade porque a janela mal se conseguia alcançar quando esticado o braço. O vento a bater a janela envidraçada consecutivamente contra a parede de tijolo... graças a ela. Nessa ocasião não se lembrou de pensar que tinha de dar dinheiro à agência por lhes causar estragos, lol. Seja como for, por essa janela caem muitas embalagens que ela mantém no parapeito. Muitas. Vão aos trambolhões pelas telhas abaixo, podendo ter danificado algum encaixe. 

Tem sempre o dedo dela em tudo de ruim que acontece. Isso fica por provar mas, tenho cá para mim que, se nunca nada tivesse caído constantemente da janela abaixo, provavelmente nunca teria chovido na cozinha. Nota para a posterioridade: O rapaz do andar de baixo - com quem eu não falava e com o qual ela embirrava, foi embora no domingo passado. O seu quarto está livre, outro alguém o irá ocupar. Previsões de tipo de pessoa: não muito boa. Porque a casa não está a ser bem mantida - a cozinha é um monte de louça suja e gordurosa, não limpam o fogão, deixam-no todo sujo de gordura e restos de comida. Por isso, quem cá vier, só cá fica se não se importar com isso. Já agora, amanhã cedo deve vá aparecer o técnico para reparar a caldeira. Só por isso, a M. foi lavar a sua louça suja e limpou a gordura que todos os dias adiciona ao fogão.

Só se preocupa com as aparências, a porca.  

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Espantoso!!

 
Nos EUA, minha gente. Que se tem como o país mais civilizado e progressista do planeta. 
A roda dos expostos regressou em força. A legalização do aborto foi removida. Não, não estou a falar do século 18 mas de agora, vésperas de 2023.

Não tenho nada contra o princípio da "roda dos expostos". Pode ser uma coisa boa, desde que a lei permita aos pais recuperar a criança em caso de mudança de ideias e que a criança, se desejar, possa vir a conhecer seus pais. 

Agora a abolição do aborto? Para quê? Forçar uma mulher a passar por uma gravidez ou empurrá-la novamente para os abortos clandestinos... o que é isso senão um retrocesso abismal?

Ainda não li bem. Notícia fresquinha aqui.

O que têm a dizer?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Shinichiro Ikebe

 

Hoje apetece-me escrever sobre bandas sonoras. Ou, como se diz no brasil, "trilhas" sonoras. Mais especificamente, as que são usadas para os desenhos animados. Quando era mais nova, a televisão era uma presença regular na formação das crianças. E os cartoons - os desenhos animados, apareciam legendados ou dobrados. Em 1983 foi exibido Conan- o rapaz do Futuro, que, mais tarde, vi em cassetes de vídeo.

Hoje, ao chegar a casa, só tinha na cabeça as melodias desta série. Estava a cantarolá-las. Porquê? Não sei. Mas realmente tive uma vontade enorme de as ouvir. Procurei-as na net. O mais próximo foi este vídeo.



Decidi fazer um post sobre elas porque acho que são especiais. Mágicas. O sentimento que carregam - algumas autênticos jingles, é um feito! Escutá-las aviva de imediato emoções específicas: tristeza (6:20 - 10:39), alegria, felicidade, aventura (13:01), medo (7:51), ameaça (9:40), patetice (13:48), autoridade (14:42), preguiça (15:48). As múltiplas emoções que as personagens de desenho viveram, sem estas melodias, tinham perdido muito significado. Quero assim homenagear o compositor japonês Shinichiro Ikebe. O senhor, ainda é vivo e tem 79 anos.


A última vez que o meu pensamento subitamente se fixou em algum artista sem explicação (e com uma sensação de urgência) acabei por constatar que o seu tempo na terra estava por dias. (Patrick Swayze, Elizabeth Taylor, Ennio Morricone). Não sinto urgência, apenas vontade de relembrar estas composições de Shinichiro Ikebe, tão emocionais como muitas das mais badaladas melodias clássicas compostas hoje para trilhas de cinema por compositores como John Williams, Ennio Morricone, John Scott, John Barry (à parte: faz muito tempo que desenvolvi a teoria que para se ser um grande compositor de música clássica a criar para filmes tem de se ter sido baptizado com o nome John e ter um sobrenome curto ahah). 

Shinichiro pode não ter tanta fama internacional por não fazer parte de Hollywood mas conseguiu no universo da animação nipónica ele é muito apreciado. E não é isso o que todo o artista sonha? Influenciar gerações e atravessar o globo. Está imortalizado. Até hoje, pelo que percebi ao pesquisar na net, estas melodias criadas para a animação em 1978 tocam emocionalmente quem, na década de 80, 90 e até mesmo 2000, viu esta série nipónica.


         Primeiro episódio:
                         http://videos.sapo.pt/4htCbR9zGLqWPTBAdqYB