quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
Agora ja estou bem. Mas fiquei afectada com um comportamento do rapaz que apanhou a bebedeira. Durou apenas 3 segundos, mas foi o suficiente para me fazer sentir triste, chorosa e revoltada.
Trabalhei durante a noite de 30 para 31. (Adoro!). Chego a casa e sei que tenho de aproveitar para fazer o que mais precisar de ser feito nesse espaco de tempo. Cozinhei, Lavei roupa, tomei um duche. Todos ainda dormiam ou ficaram pelos quartos e foi um bom momento de descontracao. Ate pareceu que podia usufruir do espaco da casa como se vivesse na minha.
Pelas 9 tudo estava arrumado, limpo e no lugar. Subi entao ao quarto no intuito de descansar. Mas lembrei-me que as lojas ja tinham aberto e nao fosse eu precisar de alguma coisa antes do feriado de amanha chegar, decidi ir as compras.
Visto-me, desço as escadas. Entro na cozinha. O rapaz abre imediatamente a porta do quarto e lança-se cozinha a dentro.
Abro de imediato a porta das traseiras que nao estava trancada e saio. Ele ja esta dentro da cozinha no lavatorio. Assim que fecho a porta ele vai e tranca-a. Sem saber se sai para ir so despejar a reciclagem que segurava para de seguida voltar. Reparo que tambem abriu a janela. A mesma que me PROIBIU e me reprendeu por abrir na manha do dia de Natal! Justificando-se com o frio. Hoje as 9.30h, hora que isto se deu, o termometro marcava -2 graus.
O que se passou do Natal para ca? Ja nao tem frio? Ou é so ele que pode abrir janelas e deixar portas destrancadas durante a noite?
Foi uma atitude provocatoria. E so o que ele tem demonstrado ha meses.
Chama-se a isso assedio. E e uma especie de violencia domestica. Afecta a psique. E dei por mim a perceber que ja me estou a sujeitar a um pouco mais do mesmo....
Nao pode ser.
E a ingratidao dele? Ao me tratar assim? Mas nao lhe quero falar porque percebi que nao me respeita. De quem nao sabe mostrar respeito nao de pode esperar atitudes correctas.
Noutra noite passava da 1 da manha, apos dormir a tarde e noite toda no meu quarto, acordo e desço a cozinha. Nao existem sons de pessoas em actividade na casa. Nao faço barulho para alem daquele inevitavel para todos: a porta range e tambem as tabuas do soalho. Tenho o rosto ensonado, o cabelo vermelho solto, nao quero ou espero ver alguem. Chego ao último degrau, viro para a cozinha e ele sai de rompante do quarto dele que fica a entrada mal eu dou cinco passos. Esta sempre a fazer isto. Nao dá espaço. Quer coagir, expulsar. Espionar. A impor a sua presenca muda mas fisicamente agressiva. Numa ocasiao fechou a porta comigo do lado de fora. Isso e bullying.
Qual a possibilidade matematica de nunca conseguir ficar sequer dois minutos sozinha naquele espaco nem sequer a horas muito impróprias? Trabalho de noite e durmo de dia. Estou desperta exatamente naquele intervalo em que eles raramente estao. Porque podem ficar acordados a ver filmes ate as 3 ou 6 da manha. Vao dormitando mas depois acabam ppr adormecer. Se conseguir tempo para mim, sei que e ai.
Esta a querer confinar-me ao quarto. A querer fazer-me sentir mal. Mas nao vou querer saber. No vou reagir.
A menos que a ocasiao se ponha. um tipo que me vira as costas e grunha entre dentes palavras que nao soam bonitas, alguem que se fecha ao dialogo, nao sabe ter uma conversa. So monologos em que a razão esta sempre do seu lado. Foi por perceber que se fechava ao dialogo que entendi que nao me tinja respeito.
E sendo assim fez pouco caso da simpatia que por ele nutria e nao mostrou dar valor a todos os boms gestos que tive para com ele. E passo a numerar alguns:
1) Chamei-lhe a ambulancia quando teve o problema de coracao
(Esta accao nao me deu creditos para merecer um dialogo)
2) Encontrei a carta do hospital no meio de outras e enfiei-lhe debaixo da porta. Era a avisar que se nao lhes desse certas informações necessarias para o processo clinico, teria de pagar os custos do tratamento que recebeu que era superior a 10.000 euros. O prazo para o fazer terminava nesse mesmo dia dali a uma hora. Salvei-lhe o BOLSO que e sempre onde um grande golpe custa mais. A carta estava ali fazia 15 dias. Ele proprio nao se importou em verificar a correspondencia. Eu regressei de Portugal nesse dia e fiz logo isso. Podia nao o ter feito. Agora arrependo-me de o fazer. Porwue pelos vistos tambem este gesto de atencao - entre outros, valeu ZERO para merecer que me escutasse quando lhe pedi mais que quatro vezes para o fazer. O hospital ja o vinha a querer contactar fazia tempo. E ele ignorava. Estava eu em Portugal de ferias quando o hospital me liga a mim. Por ter feito a chamada para o 112, em ultima estancia procuraram chegar a ele atraves de mim. Interrompi as minhas ferias para me ocupar com caso dele por umas horas. Contactei-o. Dei-lhe o numero de telefone. Ignorou. Nao fez caso.
3) quando regressou das ferias dele tendo gasto todo o dinheiro que tinha (para fingir ser rico diante da familia) e disse nao ter para compras comida, alem de lhe dizer para se servir da minha, fui as compras e trouxe comida so para ele. Acho o gesto bonito.
Mas nada disto valeu do que quer que fosse. No primeiro contratempo virou as Costas e nao me escutou. Por uma coisa de pouca ou nada valia, por algo que podia coagitar que, se Calhar, fez por me fazer pensar como pensei.
Nao quis saber. Duvidou do pouco que consegui lhe dizer a respeito da sua reputacao me ter sido dada assim que entrei na casa ( ver post que fiz a respeito).
Desrespeitou-me tratando-me com desprezo e indiferenca. Depois da outra casa... ja nao morro se alguem se comportar assim. Problema dele! O meu valor sei-o eu... e esta na altura de saber estar a altura da mulher fantastica que no fundo sou.
Mas este nao vai ser o tema do meu ultimo post do ano! Irei fazer outro em breve. Aguardem.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Lendo uma mensagem antiga no email
Na busca da password do portal das Finanças, fui ter a uma mensagem de email remetendo ao ano de 2002. Enviada por uma pessoa inesperada. Li o loooongo texto em Francês. Deve ter sido enviado a todos na lista de contactos e por isso o recebi. Mas acho que nunca o tinha lido - até agora.
Estas coisas são engraçadas. Toda uma vida fica registada numa conta de email.
É como ser transportado de volta ao passado.
PS: Como é obvio, não é uma conta do (péssimo) google. Tomem cuidado que o mais provável é que mais tarde ou mais cedo estraguem também o blogger. Mas falarei mais sobre isso depois - já estou a adiar faz três meses :)
Biju, biju
Bonne Anné!.
Evitando me envolver
O mais frequente de acontecer é existirem brigas antes e depois de ir para o emprego. Nao comigo, mas entre os outros tres na casa.
Cansa - e impede-me de descansar, estas vozes alteradas que discutem no piso de baixo. Onde, no WC maior, quando acendem a luz a ventoinha faz uma barulheira que se escuta e se sente a vibrar no chao do meu quarto e me impede de ter a tranquilidade que busco e preciso. Duas horas consecutivas ficou a ruidosa ventoinha a funcionar. No dia anterior, a mesma coisa. Desci duas vezes para a desligar e de todas as vezes foi deixada ligada, ninguém estava a usar a divisão.
Ja escutei tanto este ruído de ventoinha que apanho em dose dupla (wc de cima fica ao lado da parede em pladur onde encosto a cabeça para dormir) que desenvolvi uma intolerância. A simples vibração é uma tortura. Quando entro na cozinha e a luz que activa um terceiro ventilador que ali existe esta ligada, tenho de a desligar de imediato. Esta, ao contrário das do WC, desliga o ruido de imediato, nao tem um atraso de 15m como as outras. É um alivio e uma satisfação que nem sei como começar por explicar.
Mas isto tudo para contar que "hoje" depois de entrar em casa vinda do emprego la pelas 6.30 da manhã, soube que aquela era a minha única oportunidade para cozinhar e me alimentar com algo que realmemte nutre. Tinha espinafres para consumir e um pacote de natas que expirava. Nao gosto de desperdicio. A única maneira que gosto de consumir espinafres e fazendo uma quiche. Atirei para dentro do tacho com espinafres e sal favas minusculas que comprei congeladas que mais nao eram que ervilhas enormes. Depois de cozidos, esmaguei para ficar em pure. Meti cenoura ralada. Pedacos de presunto e de chourico de carne. Milho. Refoguei as carnes em cebola com manteiga para lhe dar um gosto especial e depois passei todo o preparado pela frigideira. No final com a massa pre-comprada ja a forrar o tabuleiro e com um "entalao" dado no forno, espalhei a mistura e despejei por cima as natas batidas com uma noz de manteiga derretida. Mas ainda nao tinha acabado! O toque final foi colocar salsa fresca por cima.
Depois tive de lavar e arrumar a louça toda, limpar o fogao, mesa e remover a lama de cada orificio da scooter que usei para chegar a casa mais depressa. Cada vez que a uso no inverno, fica uma desgraca. E tenho todos os cuidados em nao passar por cima de poças de agua, lama, folhagem... so que é impossível. Esta cidade nao tem pisos que nao estejam esburacados, remendados, desnivelados, cheios de bueiros e de porcaria.
Limpar a scooter e tarefa para levar uma hora. Mas vale a pena, saber que depois posso transporta-la tranquilamente para o quarto sem que corra o risco de deixar sujidade pelo chão.
Antes que alguem se levantasse e ocupasse o WC deixando no ar o aroma da caganita matinal, fui tomar um duche rapido. Depois peguei nas embalagens para reciclar, abri a porta da rua e despejei-as no contentor a entrada do portao. Regressei, levei tudo para o quarto e finalmente, tinha chegado a hora de descansar.
Em suma: eram 9 da manha quando subi para descansar. E logo ai comecaram os tres a se levantar. Logo se iniciou uma discussao. E nao paravam. Isso mais o irem ao WC e nao desligarem a ventoinha... Dormir, eu? Nao ia conseguir.
Percebi que a rapariga nao tinha descernimento para perceber que o rapaz ficava satisfeito por discutir. Entao decidi enviar-lhe um texto: "Tenho escutado as discussoes. Querida, se aceitares um conselho meu, nao fales com ele. Evita-o. Nao deixes que ele te tire o sossego".
Isto desenrolou uma longa conversa por texto mas a mensagem essencial que lhe queria dar era " nao entres na dele".
E que subitamente os dois rapazes que nao se falavam sequer, e quando o faziam era para brigar, comecaram a falar-se sem picardias. De onde isso surgiu? Eu percebi logo. Nao foi nada coincidencia. Na vespera a M. Discutiu com o que ja ca estava e o mais recente escutou e ficou todo satisfeito. Foi como se validassem o que ele pensa dela. Ele viu o caminho aberto para criar mais confusoes, ja que mais alguem na casa tambem sentia o mesmo da M. ao ponto de a mandarem "Calar-se e foder-se" entre outras coisas muito desrespeitosas ditas no decorrer das discussoes.
Nao que ele esteja errado. A M. de facto exagera. Quando nao gosta de uma pessoa essa pessoa nunca faz nada bem. E ela aponta dedos em todas as direccoes. Dedos que facilmente podiam se virar para si mesmo, mas que ela nem sequer admite a possibilidade de estar errada.
Mas achei por bem dar-lhe esse conselho. Alem de sair beneficiada porque acabam-se as discussoes, tem outra consequencia: sem ela a alimentar a necessidade de brigas dos rapazes, esta uniao oportunista deles os dois regride aos atritos. Unidos por odio... e conveniencia. Nao gostei. Se ela nao der trela a nenhum, os dois deixam de a poder usar. Ela virou a "cola" da relacao. Mas no fundo um Jamais vai aceitar o outro.
Vai que o rapaz "mais recente" bate a porta do quarto da M. para lhe devolver as palavras que ela lhe esta sempre a reperir. "Limpa as tuas merdas. Ha sempre coisas tuas por todo o lado. Isto propaga o Covid". E a reaccao da M. foi, calmamente, dizer que nao que falar com ele e fechar-se de volta no quarto.
Ele fechou-se no dele a soltar gritos. Tanto de felicidade por a provocar como de frustracao por aquela ultima provocacao nao ter surtido as hbituais trocas de insultos e acusacoes.
Senti muito orgulho da M.
Soube, pela primeira vez em semanas, ter a postura correcta. Nao se alimenta pessoas destas. Ignora-se. A M. é dificil mas nao acho correcto faltas de respeito. Ela nem percebe que ja permitiu que ambos a desrespeitassem a um nivel que jamais vai recuperar ease respeito de volta. A qualquer oportunidade, os insultos pronunciados vao ser feios. Inadmissiveis. Bem fez a rapariga que saiu. Ela percebeu para onde isto ia rumar, fez as malas e foi viver a sua vida noutro ambiente sem dramas.
Faria o mesmo se tivesse a sorte de encontrar um ambiente promissor que reuna o que procuro em termos de localizacao.
Depois da vivencia na outra casa, tenho outras formas de sentir. Nao tenho mais apego a casas. Por mais confortavel que me sinta no meu canto. Sei que nada foi feito para durar. Se durar e porque algo esta errado e geralmente e a pessoa que mais tempo tem de casa que causa atritos porque essa longevidade equivocadamente lhe confere um sentido de direitos e propriedade excerbados.
Gracas aquilo que passei na outra casa, vejo muito melhor aquela linha que separa... A linha dos limites do respeito. Uma linha para a qual tinha uma tolerancia elastica. Mas que agora deixou de ser de borracha maleavel para ser mais firme.
Se alguem me disesse os insultos que ja disseram a M. eu SABERIA na Hora que aquela pessoa Perdeu toda a nocao de RESPEITO. E por isso que nao me relacciono com o rapaz. Percebi que ele nao me respeitava. E isso, mais que uma duzia de bebedeiras, é o que nao se pode admitir.
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domingo, 27 de dezembro de 2020
Mudancas capilares
Despertou em mim uma enorme vontade de pintar o cabelo. Cansada de esperar por melhores dias para entregar a minha cabeleira as maos de um profissional, ja que o virus fechou salões de estética, optei por pintura caseira.
A esse respeito existem umas coisas que precisam de saber sobre mim:
1) gosto de ser ousada mas discreta.
2) nao tenho medos em arriscar.
3) qualquer coisa, a tesoura corta e o cabelo cresce.
A cor natural do meu cabelo é castanho-escuro. Na maioria da minha vida tenho-o mantido assim. Por muito que goste de ousar a verdade e que também sou meio hippie: deixo-o crescer e mantenho-o no seu natural. Quando dou por ele, chega-me ao rabiosque. Depois ando quase sempre com o cabelo apanhado, o que faz com que o meu lado que gosta de um bom corte e uma certa apresentacao seja aquele que e posto de lado.
Mas agora apetece-me brincar. Faz dois anos que o mantinha virgem e sem corte. Tinha decidido nao mais deixa-lo crescer tanto mas ai veio o corona. Faz ja ano e meio que sei como quero cortar o cabelo a seguir: curto atras a rocar na nuca, mas comprido a frente... se ele permitir.
O corte curto e ousado tera de esperar por maos que sabem o que fazem mas com a cor posso começar já a brincar. Se e para estragar, entao mais vale me divertir.
Para as minhas nuances comprei purpura e framboesa rebelde.
Sabia de antemao que estas cores vibrantes e ousadas iam ser discretas no meu cabelo escuro. Sabia ate que podiam nem se ver. Excepto o vermelho, esse sempre sobressai.
Dividi o cabelo em seccoes e fui fazendo como se fossem petalas de um malmequer: uma sim, outra não, cada uma alternadamente foi pintada com cores diferentes.
As instrucoes de aplicacao nao eram claras, ja que facultavam tantas alternativas. Segui o instinto. Numas madeixas meti a cor misturada com um pouco de condicionador, noutras pus a tinta diretamente. Apliquei sobre o cabelo seco, pois fiz isto no quarto e nao estava para fazer grande lixarada.
Uma madeixa ou outra foi molhada em agua quente e depois apliquei a tinta. O resultado ainda nao esta a vista, porque decidi meter papelotes e enrolar o cabelo. Vou mante-los ate amanha. Mas ja da para ver a cor: muito discreta, quase imperceptível. Nota-se o vermelho mas nao o purpura. O que queria era estas cores a aparecer nos reflexos ao sol. Acho que isso consegui. Comprei clareador mas a ideia de extrair a cor natural do cabelo nao encaixa bem comigo. Por enquanto prefiro adicionar, sem ter se subtrair. O meu fio e a minha cor continuam a existir debaixo da cor artificial, que é semi-permanente. Nao gosto das que nao saem com lavagens, so com o crescimento do fio. Nao tenho essa paciencia ou perfil para ficar "presa" a um tom que so é mantido com idas regulares ao cabeleireiro para re-pintar as raizes a cada tres semanas.
Pretendia fazer uma brincadeira que vi no youtube. Mas, na falta de material, tive sorte: encontrei embalagens de tina para cabelo no unico supermercado aberto no dia a seguir ao Natal. E nao hesitei.
Por enquanto o meu lado discreto é o que esta a dominar esta fase experimental. Nao significa que mais para a frente o lado ousado nao predomine. Ou mesmo aquele que perde o interesse e volta ao estado hippie 🤣🤣
Que vos parece?
sábado, 26 de dezembro de 2020
Roubo de Natal
Enquanto eu estava no meu quarto adormecida, alguem aproveitou-se do facto de ter enchido o frigorifico com mantimentos e rouba-me ovos e iogurtes. Era dia de Natal!
Descobri de madrugada, depois de me levantar para ir ao WC e ver isto:
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
Descobri uma pérola neste natal
Pus-me a ouvir música natalícia e entre dúzias delas (comecei com a portuguesa, "Nesta noite branca sou um boneco de neve" dos Anjos) saltei para clássicas antigas cantadas por celebridades americanas como Elvis Presley, Frank Sinatra, Louis Amstrong etc. E eis que me deparo com uma canção que já tinha escutado antes mas nunca tinha realmente prestado atenção. A letra é sassy, atrevida, picante e controversa. Para uma música de natal é muuuuuito ousada. Mas a voz da cantora... é de outro mundo.
E assim descobri uma artista do passado que me esteve a deliciar este dia de Natal. Aqui fica o seu álbum, seguido de um vídeo com um excerto da sua vida. Perca um tempinho que vale a pena.
Ela canta em inglês, francês, espanhol e julgo que árabe. Aos 37m a canção é sobre Portugal. (nós temos a versão coimbra). Começou como bailarina, cantora e atriz. Foi "banida" pelo presidente dos Estados Unidos por opinar no Casa Branca contra o envio de soldados para combater na guerra no Vietnam. A CIA fez um dossier de difamação que ela desconhecia que estava a interferir com a sua carreira.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
VUi202012/01
O nome do novo INIMIGO.
Alerta maxima para a zona onde estou. 60% dos novos casos de Covid em Londres dizem respeito à nova estirpe. Para a qual vacina alguma existe.
Isto nao regride!
E eu ja começo a desesperar.
😭
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
Ontem estava a sentir-me deprimida e sem proposito. Tanbem me senti com as esperancas defraldadas porque, a pesar de ser pouco, a existencia de uma vacina para o covid veio dar esperanca no retorno de alguma normalidade: nomeadamente poder viajar, ir a um restaurante, um hotel... ja me imaginava a fazer frequentes viagens. E eis que anunciam que existe uma nova estirpe do virus covid-19 aqui no UK. Foi o suficiente para me entristecer.
Como se nao bastasse tenho de admtir que um novo fenomeno ocorre na ninha vida: as vezes quando apanho sem querer o meu reflexo ao espelho, a imagem que este me devolve é a de um rosto diferente daquele que contava ver.
Nunca pensei vir a passar por semelhante coisa. Imaginei que ia saber aceitar qualquer mudanca na vida de forma gradual, com uma atitude de orgulho, segurança e graciosidade.
Nao esta a ser bem assim.
Mas tambem, nada corre como desejariamos.
Por vezes tambem se surpreendem com o vosso reflexo?
.
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domingo, 20 de dezembro de 2020
Sentir em vida e na morte
A quem enviei um postal personalizado de boas festas e so soube retribuir por terceiros (out nem isso) esta dispensado de vir ao meu funeral, OK?
Quem nao que sabe ter um gesto Tao simples em vida nao o venha fingir na morte.
Boas Festas.
Sem Natal
Este ano nao vai existir Natal.
Este ano nao conta para a minha quilometragem. Nao vai existir Natal e tive um terrivel dia de aniversario. La consegui extrair de 2020 uns dias de ferias de verao que me souberam bem porque os passei sob a luz de Lisboa. Mas tirando isso...
Este foi o ano de clausura, o ano para de fazer introspeccoes, para se olhar para dentro. Ja que dentro foi onde tivemos de estar.
Vou estar a trabalhar ate a vespera de Natal e espero que assim se repita nos dias seguintes. Quando estou de folga, durmo.
Muito provavelmente e assim que vou passar o dia de Natal. Nem Irei dar por ele. O que me fez perceber que nao tenho de forcar nenhum ritual. Sera o que me aprazer fazer.
Nao reunir toda a familia em casa para fazer Natal e uma vontade de minha mae faz decadas. Sera cumprida este ano. Mas ainda montaram a arvore e o presepio.
Por aqui nao existe nem vai existir um unico efeito de Natal. Sempre imaginei que algo se is arranjar. Mas o destino sempre nos troca as voltas. Nao me custa nao celebrar o Natal. Nao gosto e do ambiente de casa. Cada um por si e todos a espera do dia em que o novo inquilino va embora e com isso se recupere alguma harmonia e se consiga voltar a ter a casa arrumada.
Estou cansada de entrar nos WC e sentir cheiro a urina como se fossem wc de uso publico.
Mas nao me iludo: muita coisa vai continuar mal depois dele sair. A M. vai continuar com as suas manias e habitos. Agora meio ofuscados pelos do rapaz mas sempre a vista. Ocupa quase todo o frigorifico, mal vaga um espaco ela toma conta. Queixa-se todos os dias de sujidade que ele deixa ao usar o forno mas ignora a sujidade deixada no fogao. E essa é toda dela. Continua a usar as cadeiras da sala como cabides para os seus casacos e todas as migalhas que espalha pelo chao quando abre o seu armario e se serve de pao, cereais etc, ficam pelo chao. Ja ocupou mais uma gaveta do congelador e a pequena prateleira que desocupei no frigorifico ja la tem fruta a aprodecer e latas que ali vao ficar para nunca serem usadas.
Por is criterios dela quem merecia sair da casa?
Todos menos eu. 😁🤣
Feliz Natal
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
7.15 e a vaga ja esta ocupada
Entrei em casa as 7.15 direta para o WC. Estava decidida: fazer um xixi e cama!
Mas mal entro, vejo a luz acesa. Já lá estava alguém. Claro. Ninguem esta a chegar nem a ir para o trabalho. Mas todos querem ser os primeiros a usar a divisão. E são sempre os mais demorados a acharem-se com mais direitos.
Enfim. Subi para o quarto e vou esquecer o xixi. Decepciona-me apenas. Porque sei que sempre, mas sempre, ao chegar a casa vinda do emprego, esta sempre alguém no meu caminho.
Quando todos saiam para trabalhar ainda va lá. É natural horarios se sobreporem e tem de se coordenar bem as coisas. Mas estão todos em casa! Chegar na qualidade de unica pessoa vinda do emprego e ainda assim nao conseguir "vaga" é... enervante.
Ter de levar com pessoas ja de pe na cozinha ou no WC nao permite que relaxes aquela beca que e suposto e que anseias quando se esta a trabalhar a imaginar o momento de chegar a casa.
Conhecem o keu horário. Por que nao facilitar?
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Absorvendo o espirito pelos outros
Pelo percurso a caminho do emprego paro brevemente para apreciar efeitos da quadra natalícia.
Saí mais cedo de casa para espairecer. O colega que nao tem chave para entrar porque a mes e meio nao a vai buscar com o senhorio estava a berrar palavrões e a tocar a campainha freneticamente para lhe abrirem a portá. Provavelmente ele está de saída por este e outros comportamentos que revelam não saber conviver numa casa partilhada.
Feliz natal
Adoptada
Adoptei esta árvore de Natal.
Já que não tenho uma em casa nem ninguém se sente com o espírito natalício. Está no meu emprego e já é a "minha" árvore de Natal. Estabelecemos uma ligação. Aqui usam-se anjos no topo da árvore, ao invés da estrela. O que têm a dizer disso?
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
Irrita-me profundamente que me façam o que ele me fez.
Vinha eu a subir o passeio pelo lado esquerdo, vejo um homem a vir no passeio mais ao centro. A medida que nos aproximamos o gajo encosta-se a sua direita, a minha esquerda. Onde ha arbustos. Nao me desvio. Assim que os dois chegamos ao mesmo lugar eu paro, ele para e fica a olhar para mim. Eu que venho a subir, siu mulher, estou no sentido correcto e nao alterei a direccao com que ja caminhava é que tenho de me desviar do tipo.
Esrou a caminhar em passo denmarcha faz hora e meia. Ja tive de esperar camioes, carros etc passarem quando estou para atravessar uma via ou sairem do passeio para poder continuar a marcha. E mesmo na reta final, estando eu bem, sendo eu a que segue em esforço (subida) e sendo mulher, um homem nao me da prioridade.
Espero que tropece e bata com a cara no asfslto 🤣🤣
domingo, 13 de dezembro de 2020
Objectos antigos que não me importava de voltar a ter
Quando era criança via-os ha minha volta. Acho-lhes imensa piada e lamento que tenham sido descontinuados.
Havia nos idos anos 60 e 70 utensilios altamente sofisticados e portateis. Ao ver a série Uma família as direitas percebi que na altura (1972) as pessoas endireinhadas transportavam um aparelho minusculo que tocava musica escolhida por si (antes do walkman e nao era um radio a pilhas), transportavam fotografias num formato minusculo que viam por uma caixinha (talvez fossem slides mas só que não) e comunicavam-se muito bem e com rapidez, usando o telegrama para mensagens urgentes.
Nao me pareceu que o telemovel ou mesmo a internet fizesse falta. Nao que me queixe da sua existência. Somente da dependencia que criam e do seu funcionamento estar limitado à existencia de eletricidade (que no caso de catastrofes tende a desaparecer e em lugares remotos nao existe) e que funcione a baterias, objectos altamente poluentes para o mundo e pouco acessiveis em caso de necessidade. A sua limitada capacidade de manter energia para o smartphone funcionar tornam-no impratico para longas saidas em acampamentos, exploracoes ou em caso de emergencia numa situação involuntária de atraso ou retenção, nenhuma bateria te da mais de 24h sem exigir nova carga. O que so funciona enquanto o mundo estiver bem. Existindo guerras, restricoes, desentendimentos politicos (Brexit) ou mesmo doencas (Covid), tudo fica compremetido. Os acessos sao cortados, todos usam o teu equipamento para espionar ou escolhem o danificar enviando virus informáticos.
Mas isto são outras conversas.
Sem mais demoras. Ei-los:
sábado, 12 de dezembro de 2020
Mudanças tardias no outono da vida
Considero o anterior post um tanto estupido mas desta vez nao o vou ocultar.
Passado todo este tempo (desde o verao de 2019) os efeitos daquela reaccao quimica no cerebro que o autista do filme (post anterior) descreve estao, finalmente, quase sumidos.
Sabem o que realmente dura mais como sofrimento? A atitude. Deixar de estar contactavel, deixar de usar o numero de telemovel.
Antes de qualquer paixonite me apanhar de surpresa, mostrei-me impecavel como pessoa. Simpatica, prestavel, presente, amiga.
A paga por ser assim tem sempre de ser tao desprezivel e me magoar tanto?
Estas coisas so acontecem comigo? Porquê acontecem comigo? - exatamente por ser assim.
Nunca soube "borrifar-me" e nunca fui apologista "primeiro eu". Nao sei como explica-lo. Sei que tambem nao aparento isso e so quem se chega perto o percebe. Muito perto ate se incomoda.
Nao foi so este golpe que abalou severamente a minha estrutura emocional em 2019. Ainda tive de passar por pior com a situação na casa. Tudo junto foi dose para matar uma manada de elefantes.
Ja passei por outras decepcoes na vida. É o que conheço melhor, o que me é familiar. Mas estas que vieram mais recentemente em dose letal para elefantes (e, pensando bem, ja tive muitas outras anteriormente) pareceram - finalmente - causar uma tenue mas significativa mudanca em mim.
Vi o rosto dele
Na procura de fotografias para fazer uma surpresa de natal, encontrei a foto dele.
Lembram-se, num post anterior, ter dito que andei a procura porque olha-lo podia desencadear em mim o ridículo da situação e travar o afecto?
Pois então: voltei a olhar. O que aconteceu?
Nao gostei do que vi.
Quando percebi que nutria por ele uma emoção especial, havia escrito também a postura dele: calado, isolado e a querer isolar-me também. Mencionei que nao gostava de o ver na foto que lhe tirei, pois tem olhos frios, de sociopata.
Nesta foto que tirei em grupo, ele surge com o mesmo olhar. Encontra-se a olhar de esguelha na minha direcção, tão consciente da minha presença como eu estava inconsciente da sua.
Gosto muito de um pequeno video de tres segundos em que o fiz sentir-se encabulado e por isso riu-se a esconder o rosto. Adoro. Amo.
Mas o tipo nas fotos... incomoda-me.
Parece-me um predador. Lentamente a tecer uma teia. Terá sido esse o caso?
O tempo dado para a presa cair na rede expirou e o aranhiço abandonou o local e foi montar teia noutro lado.
Seria impossivel para mim saber como ia reagir se voltasse a o ter a frente dos olhos. Ou ouvir a sua voz sempre inalterada que mexe um pouco comigo. Mas se fizer foto-terapia, sou ate capaz de eliminar de uma vez por todas qualquer vestigios desta silly doenca cerebral que é a paixonite.
Estive a ver um filme intitulado "The night clerk" (o recepcionista noturno). Neste um rapaz autista com o sindroma de Aspergen explica a atraccao que sente por uma mulher desta forma:
Concordei com tudo. Excepto a parte final. Irei sempre discordar da parte final. Estive perto disso e nao foi por sentir amor. Foi pela ausencia de quem amei. Morre-se sempre pela falta. Nao pela capacidade de o sentir. Não concordam?
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
Uma familia muito estupida
Senti falta do cheiro das gavetas dos moveis no quarto dos meus avós, ainda há instantes. Mas assim, muito!
Nao sei se era mogno, cedro ou outro tipo de madeira. Sei que emanava um odor proprio que me agradava. O perfume invadia as minhas narinas cada vez que abria uma gaveta e era tão bom!
Hoje é uma memoria olfativa que gostava de repetir.
Tenho uma familia muito "estupida", que via todos os pertences dos "velhotes" como "inútil lixo" e por isso sem necessidade de existir.
Ja eu gosto de coisas antigas. Desde sempre, mesmo em menina. Gosto de moveis centenarios, de materiais puros. Sinto falta dessa genuinidade e da craftmanshift (artesanal) dos objectos.
Nao que a mobilia do quarto dos meus avos fosse uma peca de museu cravada com martelo e estopro. Era o que na altura (anos 60) existia do mais barato, num misto de fabrico em serie mas ainda no seu inicio.
A meu ver, eram moveis feitos para durar. Elegantes, de traços de arte moderna: linhas simples e rectas, com pes em madeira.
Imagem retirada da net |
Ja nao se fazem moveis assim. Todo o encaixe das gavetas era em madeira. Talvez por isso o cheiro... o perfume que agora tanto me apeteceu voltar a cheirar.
Gostava de ter guardado aquele mobiliario. Mas nunca ninguem me escutou na familia ou valorizou os meus sentimentos. Muito menos então. Seria inutil expressa-lo (ainda assim mencionei-o algumas vezes) porque so me insultariam.
"Onde vais meter a mobilia? Na tua casa???".
Entao dei por perdido, como tanta outra coisa que hoje alguns recordam e querem saber o paradeiro.
Fui agora abrir uma caixa de madeira que tem impressa a palavra "memorias".
Quando a abri para tentar perceber o que gostaria de ver lá dentro, queria ter sentido o cheiro do movel dos meus avós. Ao invés disso recebi um odor ligeiramente desagradável num misto de cola, quimicos e plastico.
Pensei ca comigo: ainda tens um longo caminho pela frente ate te tornares realmente uma caixa de memorias. Precisas de calor humano, de aromas e personalidade.
Não sei se terei o que lá meter. Mas sei qual a primeira coisa que quero que tenha: aroma. Madeira. E a peça em metal dos pastorzinhos ajoelhados a adorar Nossa Senhora de Fatima inserida num pedaço de madeira com cortiça. Pertenceu aos meus avós que a mantinham no topo da mesa de cabeceira.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
Colegas de quarto
Os insectos não me incomodam de todo, excepto se invadirem o meu espaço pessoal. No meu quarto e somente ai, assim que começou o frio, começaram a aparecer joaninhas.
Ontem de noite abri uma frecha minuscula da janela para entrar ar. Subitamente vi algo a voar. O insecto parou na parede. Era uma joaninha.
Ponderei o que fazer... nao gosto de os esmagar, mas também nao consigo relaxar sabendo que ficam pelo quarto a criar ninhos, a por ovos e a nascerem larvas. Porque e isso que um insecto faz. É o seu ciclo de vida.
Com um pedaco de papel peguei na joaninha mas a malandra libertou-se e voou algures de volta para o meu espaço.
Passada uma hora vejo-a no candeeiro. Devia estar a procura de calor - pensei eu. Ponderei em deixa-la ali ficar. Parece inofensiva - tentei convencer-me. Mas ai aproximei-me para a fotografar e vi uma perna malandra a esticar e recolher freneticamente. Ela estava a fazer alguma...
Teve de ser. Lamento sempre. Muito. Mas...
Ainda assim acho que nao as quero como colegas de quarto. Espero que continuem a me visitar ocasionalmente mas depois sigam rumo para outro lado.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Chocolateira, me confesso
Conprei este as sete da manhã. Pelas sete da tarde ficaram dois na caixa. Nao sou nada gulosa. Olhem, nao sei porque comi tantos. Souberam-me bem. Sao só 200g....
Edição limitada. Tambem tem sabor a morango. Decidi experimentar porque decerto so aparecem agora no natal.
E vocês?
Quais são os vossos chocolates da epoca?
sábado, 5 de dezembro de 2020
Experimentando çomidas do supermercado - 1
Comprei para experimentar.
Basicamente sao tres salsichas e o resto é para deitar fora. Nao vale o dinheiro dado. E foi barato, agora imaginem o mau que é.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Cordialidade e aspecto
Hoje sai a rua de olhos pintados e brincos nas orelhas. No percurso habitual que faço tenho de atravessar muitas ruas e rotundas .
Em todas apanhei um veiculo a passar ao mesmo tempo que eu. A diferença é que todos cederam passagem ou abrandaram em reconhecimento à minha presença.
Costumam buzinar depois de passarem, acelerar ao me verem ao meio da estrada ou meter a primeira assim que o semaforo fica verde o que aqui e quase imediato. E hoje ate fui eu que incorri a passar um tanto nao-na-minha-vez.
Acho que encontrei a solução para deixar de ser tao gratuitamente enxovalhada. Não me agrada que seja esta. Revolta-me. Mas vou experimentar. Um teste social.
r
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Alemanha nazi
O fundador da empresa onde estou presentemente a trabalhar deve ter ligacoes consaguineas com a alemanha nazi.
1) Não gostam que as pessoas vão ao WC durante o expediente
2) Num turno de 10h facultam uma pausa de 30m e depois outra de 10m.
3) Estão sempre a controlar com quem embirram com a postura de um guarda prisional a olhar para um recluso
4) Pensam que ainda estamos no tempo da escravidão: dizem as pessoas que elas trm de trabalhar o tempo que eles pedirem depois da hora do fim e se nao estuverrm satisfeitas com isso ha muita gente na rua a procura de emprego.
5) nao existem horas certas para as pausas. É quando lhes apetece. No turno de hoje a primeira foi as 16h a segunda agora , as 20h.
O turno começou ao meio-dia e termina daqui a 50m. E a pausa vem so agora.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Tenho de me benzer para ter paz?
Enquanto trabalhava e sentia o cansaço, olhava pela janela para ver se ainda havia'luz do sol. Quando fosse a hora da pausa, queria apanhar um pouco daquele dia antes que desaparecesse.
Quando essa meia-hora chega, encontrar um lugar para sentar é essencial. Com a cantina cheia de pessoas que não cumprem o distanciamento social, tiram as mascaras e se poem a conversar ruidosamente, fui mesmo para a rua. Ai procurei um lugar silencioso e tranquilo para ficar. Acabei por encontra-lo ao atravessar a estrada.
As 17h o sol ja nao se via, a luz estava lusco-fusga mas acabei por conseguir o meu intento de ficar em paz.
Quando decido pegar no telemóvel e dar entrada a um post neste blogue, dou comigo a escrever umas linhas quando uma voz fala comigo.
-Hum? - é o som que emito ao mesmo tempo que olho para a pessoa que me abordou.
- é a porteira?
- não.
- que rude! - diz um homem depois de avançar uns passos e se poe com o telemovel a tirar fotografias a um edificio empresarial fechado.
Sinto-me atordoada. O que aconteceu? Porque estava a ser insultada? Encontrei um canto para ficar sossegadinha, aparece-me uma pessoa a fazer-me uma pergunta sou cordial a responder e ela insulta-me?
Fiquei atonita. Parva com aquele disparate. Acabei por trocar umas palavras de altercacao com o individuo. Abordei um colega para que fosse testemunha do assedio verbal do qual me senti vitima. Ameacei chamar a policia. O que teria feito, não fosse precisar de ir trabalhar em 10 minutos.
Fiquei a tremer de espanto e ainda atonita. Como de um simples "nao" sem qualquer malicia ou entoação que fosse aquele individuo partiu para a violencia verbal??
Em qualquer situacao normal a pessoa que faz uma pergunta a um desconhecido e recebe uma cordial resposta returque "obrigado". Mas nao aqui.
A atitude de soberba e arrogancia. Ar de superioridade. Gozo. Ate me disse nao procurar trabalho porque era dono de uma empresa. Como se isso o tornasse superior ou mais importante e de maior valor que a pessoa que ele confundiu por porteira por estar sentada do lado de fora de um portao de uma empresa claramente abandonada.
Ele chamou-me de rude, depois estupida e mandou-me foder.
Acho que tenho de me benzer. Ou arranjar alguma especie de proteccao ou algo para afastar mas energias.
Porque ja e a segunda vez que me isolo durante uma pausa no trabalho, escolho um cantinho quieto para ficar sossegada e do nada me aparece alguem que se poe a maltratar-me.
É que me estragou logo o dia.
Disse-lhe que o estava a filmar e ele apontou o telemovel dele a mim para tirar uma foto. Fiquei nervosa. Falei com um tom indignado enquanto ele mantinha um tom arrogante mas inalterado. A pior especie de pessoa que existe. Escumalha que se acha com direito a enxovalhar. Perguntei-lhe o nome. Respondeu. Sei quem é e onde o encontrar, somente por me ter dito que tinha uma empresa. O google mostrou o resto. A cara do monstro é esta:
Desejo que a sua empresa va a falencia e so lhe sobrem muitas dividas para entao ter de ir procurar um emprego e descobrir como é andar nos meus sapatos. Digo já: não teria jamais capacidade para os suportar.
21h de trabalho fiz eu ontem. Sem maltratar quem fosse. O "patraozinho" aqui deve la saber o que e isso. Há tanta gente com melhor educacao e mais bem formada que tambem esta a atravessar maus momentos e nem por isso anda ai a ofender mulheres gratuitamente.
Se existir lei de retorno, por esta atitude que teve hoje vai encher-se de dividas, perder a empresa e junto com ela a soberba e depois que va trabalhar no duro junto de pessoas simples como eu, com chefes sempre na perna a dizerem para fazeres melhor, nao gostando que vas ao WC, exigindo que estejas disponivel para trabalhar sem parar 12h por dia em troca de um salario mínimo.
D. K. o teu destino está selado.
Por vezes penso que vim parar numa terra cheia de pessoas mal formadas. Se não tomar cuidado transformo-me num deles.
Mas que DIREITO têm de interromper o meu merecido e tranquilo descanso para o conspurcar com fel?
Maldito.