quinta-feira, 21 de maio de 2020


Why when bad people get inside a house, they never leave?

Falo, claro, no caso de casas com quartos partilhados.

Enquanto estou aqui sentada na relva do jardim,  procuro a paz às aflições que me atormentam.

Primeira fotografia de mim no blogue.
Yeah!
Costuma ajudar. Mas já produz pouco efeito. Tenho de ir para outros jardins, onde o espaço não está carregado de hostilidade.

Na véspera de tudo acontecer (a gorda dizer ao senhorio: "tira-a daqui senão não trago ninguém para morar cá"), trouxe estas flores que colhi de noite, pelo caminho, enquanto regressava do trabalho.


Não são lindas?


Meti-as num copo de vidro alto, despejei água para dentro e coloquei esta jarra improvisada no centro da lareira, para embelezar o espaço.

No dia seguinte, como se qualquer intervenção minha na casa fosse intolerável, chamam o senhorio e enfiam-lhe pela goela abaixo um monte de malévolas mentiras juntamente com um pedaço de bolo pascoal e um cafezinho.

Antes e depois.
  Só desviei dois bonecos da esquerda para a direita 
e reposicionei o ovo.
É preciso frisar que antes do "antes", a jarra
 que vem a esquerda estava ao centro mas foi
rapidamente relegada para dar espaco a isto:

Uma especie de lareira
que vira prateleira de despensa
(Para armazenar paes, bolos e multiplos
ovos de chocolate exclusivos para consumo italiano)

Depois daquele dia comecei a procurar uma nova casa para morar, mas fui hesitante na seleção e nao tive sucesso. A ideia era sair de imediato. Percebi que já estava a demorar demasiado tempo e isso desagradou-me. Quanto mais tempo passar na casa, mais intrigas vão inventar para reforçar as mentiras inventadas sobre o meu caracter e comportamento. Uma coisa que não lhe devia ter dito quando a confrontei, foi que nenhum dos amigos (que supostamente não gostam de mim), me conhecia. Ela ficou espantada. Prestou atenção. Como já a temer que eu pudesse ter encontrado uma brecha na sua história inventada.

Deve ter pedido a uns para confirmarem a sua versão com o senhorio. Isso justificaria a presenca de uns deles na casa, ontem, anteontem e noutro dia. Deixando moedas e mensagens como que encantamentos.

Mas a verdade é que nunca fui mal educada. Eles traziam pessoas cá para dentro sem nunca partilharem comigo essa informação. Eu ficava a saber por esbarrar nas pessoas, geralmente quando tentava aceder à cozinha. Convivios, jantares... Nada me foi dito. Era propositadamente colocada de parte por eles e depois davam a entender aos convidados que era eu que me excluia.

Tudo manipulação. Sempre falsos, sempre alertas à percepção dos outros.

Naturalmente, sou surpreendida quando entro na sala e encontrou um bando de gente. Digo "hello" e meio que fico à espera de uma apresentação. Mas não me diziam o nome, não se apresentavam, não me apresentavam a ninguém.  Muitos nem me olhavam na cara quanto estabelecia com eles contacto visual e lhes dava um timido mas genuino sorriso, quanto mais me falar.  Nem uma curta interacção, uma pergunta, nada. OK, não me querem junto deles. Fazem-me sentir uma intrusa na propria casa onde pago para morar, pelo que faço o que tinha ido ali fazer e deixo-os sossegados.

A ela só lhe disse que muitos nem um "hei" diziam e respondi à resposta dela sobre os colegas "ninguém nesta casa gosta de ti" com:

-"isso é porque tu dizes a todos que aqui entram "que terrivel portuguesa mora aqui!"

Voltando aos malmequeres, ao fim de algumas noites, reparei que continuavam resplandecentes. Deixei-os ficar. Não pensei que durassem tanto. Mais uns dias se passaram, a busca por um novo quarto atingiu uma percepção de calamidade e desânimo. Os malmequeres continuavam visosos. Contudo, comecei a associar a presença deles com o início deste novo tormento.

Será que, enquanto ali estivessem não ia arranjar um novo lugar para morar?

Se nada aparecesse dentro de dias, ia deita-los fora.

 Assim, 18 dias depois de os ter colhido. Removi-os, para ver se me trazia sorte.


Passaram-se mais quatro e até agora, nada.

Só mais uma epifania:
Quando no pico do medo e pânico comparas um virus mortífero como o Covid29 com os teus colegas de casa e concluís que este é uma ameaça menor, ficando feliz por poderes sair de casa todos os dias para ir trabalhar, isso devia ter servido de pista.

Estou só a tirar estas coisas dentro de mim.
I was blind but now I see!
(Will I ever, really?)

8 comentários:

  1. E eu passei por aqui para escutar os seus desabafos.
    E desejando que a sua hora de sorte chegue rápida. Ninguém merece semelhante vida.
    Abraço e saúde

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  2. Ouvi e senti o teu desabafo e como hoje é dia do abraço aconchega-te no meu sincero e verdadeiro.
    Tudo se irá resolver e em breve saíras dessa trituradora.

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  3. Estive a ler os 2 posts. Viver dessa forma é muito complicado, mas tenho a certeza que algo vai aparecer para que possa sair dessa situação.

    Boa noite.

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  4. Respostas
    1. Tenho-a em demasia. É uma das causas de ter chegado a este ponto.

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  5. Muito complicado. Queres um conselho: livra-te dessa gente. Sai, procura melhor. Com o COVID os preços esfriaram. é uma boa altura para mudares.

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    Respostas
    1. Os preços esquentaram. Aqui sempre existiu muita ganância. Basta meterem um quadro na parede do quarto e dizerem que é "double" para tentar tirar mais. Tenho visto muitos online. Já subi a fasquia do que estou disposta a gastar. Mas mesmo assim... ontem vi um ideal, o senhorio depois respondeu-me que já nao estava disponivel. E eu estou a ver quartos mal eles sao anunciados. Não dá tempo de haver muita concorrência. Ofereceu-me outros, todos muito mais caros.

      O que fazem é apelida-los de luxuosos so porque tem uma merda qq lá dentro e depois cobram-te caro por isso. Muitas vezes a casa por fora nem é espacosa e tens de a dividir com 5 ou 7.

      Tudo tem de ser levado em consideracao. Mas nao desceram os precos nem um pouco. Pelo contrário. Talvez este aqui onde estou o faça para ganhar logo inquilinos. Mas dele só quero que se oblitere da minha vidantal como demonstrou pretender fazer comigo.

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