domingo, 14 de outubro de 2018

Incompetência que justifica apuros


Se eu fosse o Ronaldo despedia a equipa de conselheiros que lhe dizem o que fazer.
Foram eles que o meteram em apuros com o fisco Espanhol.
Agora foram eles (Real Madrid) que o forçaram a assinar um acordo com Kathryn Mayorga e pagar-lhe coisa de 300 mil euros.

Caramba!
Que cambada de incompetentes!!!

Só metem o rapaz em mais apuros.
Até parece que não sabem o trabalho de casa...

Acho que, a ser inocente, o Ronaldo está a ser lixado por de trás... muitas vezes!
Mas por aqueles que o cercam! Tudo por dinheiro...
"Eles", provavelmente, nem são os mesmos.

Será este o próximo capítulo de uma futura e mais tardia saga CR7?


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Post 2, motivado por estar a ver em directo o programa Especial informação da CM ( muito bem feito, por sinal)

*PS: Os documentos revelados pela futebol leeks são o ponto-chave de todo este caso de acusação de abuso sexual contra Ronaldo. São neles que está a alegada prova de admissão de Ronaldo, que terá dito que a forçou a ter sexo com ele, que ela disse várias vezes não, que não era como as outras. E ele "acabou" e também disse que não era "como os outros" e pediu "desculpa". Ele terá admitido que ela disse "não, não, não" mas "mostrou-se disponível". 

Opá! Eu queria achá-lo íntegro e inocente...
Mas isto é paleio típico de quem sofre de "quero, posso e mando"... 


** Opá! (após ver entrevistas de rua aos madeirenses) Quem abre a boca cheio de si para argumentar "quem se diz magoada diz na altura, não 9 anos depois"... apetece-me abrir a cabeça dessas pessoas que se "acham" crentes da verdade absoluta com esse argumento, e mandar o cérebro instruir-se, ir estudar! Vão ler casos, falem com vítimas, leiam depoimentos... quem diz isto, para mim, mostra uma ignorância gigante.

Não! Não, não e não! Muitas vezes é o oposto!!
Até a violação ser um tema que deixou de ser tabu não foi assim há tanto tempo! E não está generalizado. Nem todas reagem apresentando queixa de imediato. Para chegar-mos aqui demorou muuiiito tempo (e a pílula do dia seguinte e o medo de doenças sexualmente transmissíveis contribuiu bastante para a mudança).  Quem acha que uma vítima só tem credibilidade se falar na hora, pensa de uma forma muito redutora, minimalista, reduzida! Pensam como mulheres maduras, fortes, guerreiras, que vão à polícia fazer queixa e ao hospital fazer análises. Esse comportamento só surgiu, minhas queridas, após muito esforço. E tempo. Esforço para incutir nas vítimas que exporem-se era o melhor a fazer. Falar era o melhor a fazer. Procurar justiça legal o melhor para as fortalecer. E para mudar essa mentalidade do silêncio e não-queixa judicial muito contribuíram os filmes americanos que "adoram" sujeitar as mulheres a essas tormentas, para depois mostrá-las a reagir, indo aos hospitais, indo aos tribunais!

Mas algumas ainda ficam caladas. Principalmente se a violação for extremamente traumática... porque as pessoas que fazem a (parva) afirmação acima, aposto que imaginam uma mulher sexualmente ativa e matura, a ser violada por UM homem. Mas a realidade tem todas a cores... e cada caso é um caso. E se for uma mulher virgem? Ou uma mulher sexagenária? E se foi um grupo de violadores, feios, porcos e maus? Com ar de doentes e drogados, sem consideração pela vida humana? Porém, metem TUDO num só saco! Sinceramente...

Violação ou Pedofilia - ambas sempre foram tabus, que ganhavam FORÇA pelo silêncio. Esse silêncio só começou a sofrer brechas à pouco tempo. Talvez nas últimas duas décadas... Porque a mulher sempre foi julgada e condenada com muita leviandade. A mulher vítima de violação por vezes não encontrava carinho e compreensão, mas acusações, gozo e, ainda por cima, outros machos as vêm com a "letra A escarlate"... e pensam que se podem usar delas como o outro fez. E se o comportamento social muitas vezes era este, vocês abririam a boca?? Por vezes até a polícia pensava assim...

A pedofilia era um TABU TOTAL até o escândalo caso Pia. Antes disso, o tema era tão temeroso que ninguém abria a boca. Muito menos ousava levantar suspeitas porque a ideia em si era considerada terrível. E injusta. Ninguém o pronunciava. Principalmente se o suspeito for "boa pessoa", caridoso, respeitador, muito trabalhador, religioso, homem de família, bom pai... Opá. A sério... as pessoas que abrem a boca para dizer que sem sofre de agressão fala na hora (seja violação, seja porrada, seja violência psicológica e verbal) tem cérebro?? Vivem no planeta terra ou na lua?

*** Se o Ronaldo quiser saber qual a estratégica de defesa que tem de seguir, BASTA-LHE ver este programa! Eles abordam todos os aspectos dos pontos fracos e fortes da alegação e dos argumentos até agora apresentados pelo Ronaldo. É impressionante! Muito boa análise.

**** Estes profissionais da CMTV fazem BEM o trabalho de casa! Um trabalho jornalístico louvável, em tudo completo. Desde a pesquisa sem "pulos" durante uma linha temporal gigante, aos profissionais e comentadores (especialistas em leis e psicologia) em estúdio... Uau! Muitos dizem o que também penso e que ainda não foi minuciosamente abordado. 

2 comentários:

  1. Li o post, que não vou comentar, apenas só acrescentar uma coisa em relação à violação. Tenho amigos que têm o desplante de dizer que não existe violação. Que se uma mulher não quer, não acontece.
    Eu já descrevi nas minhas histórias uma violação.
    A primeira vez, no segundo capítulo do meu primeiro livro, Rosa. Essa descrição deve ter sido bastante real já que recebi várias mensagens de apoio, porque muita gente não consegue distinguir o real da ficção, A segunda numa outra história a mulher conta ao marido a violação que sofreu e que a impede de ter uma vida normal com ele. E nos comentários masculinos recebi algumas dessas pérolas que atrás escrevi.
    Abraço e uma boa semana

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    1. Elvira, o meu foco, como decerto já entendeu melhor que outros, não é o Ronaldo, mas sim a violação como acto social. Foi isso que me motivou a trazer o assunto aqui. Foi por observar a reacção das pessoas e os comportamentos diante a possibilidade de alguém ter sido violado. Isso é que me fez agora prestar atenção no caso acima.

      Custa-me quando sinto que as pessoas ainda têm ideias pré-concebidas, que ganharam sei eu lá onde (acho que dos filmes) e não conseguem sentir dentro delas os muito cenários possíveis de como se pode reagir a uma coisa destas. Falam como se existisse um manual claro de reacções de vítima e criminoso. E se as pessoas não preencherem todos esses requisitos, são mentirosas. Isso é muito redutor! E para contribuir para um maior esclarecimento sobre o tema, decido falar dele. Infelizmente usando como referência um exemplo actual. Mas sem mais factos, não é no sujeito que me concentro, mas nos factos e conclusões que deles se pode tirar.

      Para que não se tenha de receber comentários como os que refere é que se deve falar mais deste assunto. É necessário mais esclarecimentos, para que os que não o buscam não se tornem automaticamente sépticos e levianamente críticos. Essa postura equivale a não se sair do lugar. Aparentemente parece que evoluímos, mas só se inverteram as coisas. Dá-se uma volta de 360º - e fica-se no mesmo lugar.

      Por isso, tem de se dialogar.

      Uma excelente semana para si também, Elvira!

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