quinta-feira, 19 de maio de 2016

O mundo é Chinês


Estou a preparar uma festa e como sou dada a bricolage, tive ideias para as decorações. O material que necessito para levar as ideias adiante nem é complexo: toalhas plásticas, umas folhas de e.v.a. de grandes dimensões, papel autocolante de veludo.

Pois bem... Já corri tudo o que é loja nos arredores e proximidades e NADA de encontrar o que preciso. Isto acontece sempre. É o que mais me frustra quando me lanço num projecto criativo.

Placas A4 de E.V.A - poucas cores e tamanhos limitados


Em termos de electrónica, procurava também uns leds de pilha, coisinha simples, que deviam ser vendidas às centenas nas prateleiras de muitas lojas da especialidade e não especialidade por aí. Mas não se vendem. Só encontrei duas ou três lojas online, o que é uma chatice. Queria ir a um local, escolher, poder trazer só uma unidade. Lojas online não se prestam a isso. 

A alternativa às pilhas, seria fazer as próprias... com um condensador e uma pilha de relógio. Numa operação simultaneamente simples e complexa. Mas e encontrar a alternativa à alternativa? Ainda é pior: boa sorte nessa empreitada!

Concluí - na realidade faz até bastante tempo - que Portugal é chinês.


Não se encontra mais nada. Antes, uma pessoa encontrava de tudo. Tecidos, electrónica, metais, ferramentas, tintas, cordas e cordéis... Uma pessoa sabia que podia ir "aqui" ou "ali", a certas lojas, ou mesmo a certas ruas, e era garantido: quase de certeza não só encontrava o que se pretendia, como surgiam outras alternativas e se ficava a conhecer outros novos objectos.

Hoje com a abertura do mercado à China... é uma calamidade!!

Seja o que for que se procure, tudo está standarizado e muito limitado. Os chineses, ainda por cima, são DITADORES. Limitam o tipo de produto que exportam e não apresentam variedade. Eles ELIMINARAM o comércio tradicional, que era vasto, amplo e de qualidade. Saudades das retrosarias, do comércio especializado, que tinha de tudo... Obras no WC? Vá a uma drogaria! 


Isto que digo é muito sério. Saudades imensas das "ias".... Mercearias, drogarias, retrosarias, papelarias!

Vive-se no centro de uma cidade grande, na teoria, isso significa uma maior variedade e facilidade em encontrar qualquer tipo de produtos. Mas na prática... nada.
Antes fosse uma aldeia, menor mas, onde se fosse procurar, saber-se o que se vai encontrar.


Acredito que o futuro é online. Acabando-se o comércio tradicional, ficando apenas as grandes e standarizadas grandes superfícies, ou as lojas tax-free dos chineses, vamos nos virar para o online! Para quê ter tanto trabalho em deslocações se é tudo igual em todo o lado?

Eu vi as mesmas toalhas, somente nas mesmas quatro cores (nenhuma azul ou vermelha), não encontrei em parte alguma papel autocolante em veludo (coisa que antes se encontrava sem dificuldade alguma e em variedade de cores) e as folhas de E.V.A. são uma desilusão: pouca variedade nas cores e dimensões e ,nos hipermercados, a aposta vai para as pequenas folhas com "floreados" impressos. 

Fui a três sítios com uma amiga que procurava comprar molas para prender a roupa: hipermercado, loja dos chineses e outra loja qualquer. 

Pois todas vendiam o mesmo tipo de mola, ,com o mesmo formato, o mesmo material... Nenhum demonstrava grande segurança na construção. Todas aquelas molas para a roupa pareciam frágeis, capazes de se partirem por nada, se quebrarem com dois dias de exposição ao sol...

De onde vem esta padronização de produtos? 

"Brinde" que veio com uma compra no site Aliexpress

Já acho que fiz mal em não mandar vir estas coisas da china. Pelo menos vinha diretamente e sem preocupações! Porque outra coisa que me impressiona é que tudo onde coloco as mãos vem com "fabricado na RPC". Como se uma pessoa não soubesse que China ou República Popular da China é exatamente a mesma coisa! 

Todo o produto vem em destaque "IMPORTADO POR...". Mas de onde? Da China. Ainda não encontrei uma única coisa - desde peças de roupa a artigos de decoração, a material escolar ou de papelaria, que não tenha como local de fabrico a China. Seja esta condição camufladamente indicada com minúsculas letras da sigla RPC ou não.

Uma britânica fez uma compra na Primark....
E eu fico seriamente a pensar se quero compactuar com o enriquecimento de uma nação que usa e abusa do trabalho manual infantil, que despreza os direitos dos trabalhadores e faz prática do trabalho de escravo

Uma ida a uma dessas lojas me causou impressão, pois os Chineses cá estão a adoptar uma nova alternativa à habitual vigilância: contratam pessoas locais só para seguirem os clientes pelos corredores. E desta vez não foi um homem que vi, mas uma criança! Loura, de um metro e 30 de altura... Podia até ser quase de maior, mas duvido muito. 


Agora até o esquema de trabalho infantil eles importam para cá. Não registam as vendas, cada vez que compro algo e peço o talão eles o fazem sem a caixa registadora fazer um piu... O que fazer? Deixar de comprar quando tudo já é feito lá? Por mãos tão pequenas quanto provavelmente o são as mãos daquela adolescente a trabalhar numa loja de chineses? Gostava de ter alternativas. Só que não há alternativas. 


Se as houver, viraram alternativas de "luxo", para padrões económicos mais elevados. O comércio Tradicional... vai passar a ser uma espécie de «museu». E o restante está todo contaminado pelo vírus do RPC.

"Obrigado" governantes! Tirem-nos desta latrina, sff!




O Mundo é chinês e é de Reles Qualidade.


Ver também: a pegada desoladora

1 comentário:

  1. Olá Portuguesinha!
    Os chineses controlam tudo. Antes se quiséssemos comprar uma coisa da papelaria íamos à...papelaria. Hoje dificilmente encontramos o que queremos por lá mas se formos aos chineses (ou indianos ou paquistaneses) é fácil. Eu tento sempre comprar as coisas nos chineses online porque são bem mais baratas que aqui e não pagamos despesas de envio.
    O problema é que agora os comerciantes locais também vão aos chineses e vendem aqueles produtos como se fossem de qualidade, a um preço superior. Ou seja, somos enganados a dobrar! É o salve-se quem puder.

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