Metereologia 24 h

Mostrar mensagens com a etiqueta sonhos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sonhos. Mostrar todas as mensagens

sábado, 14 de janeiro de 2023

O tempo é curto

 

A idade que tenho não me assenta. 

(quantos pensarão assim?)


Quando penso na idade que vou fazer, esta não corresponde ao meu ambiente, á minha vida. Nem à maioria das pessoas que me cercam. A idade, tal como muita coisa, devia variar conforme o estado da pessoa. Há crianças com um comportamento extremamente amadurecido que até faz um adulto questionar se são reencarnações e há pessoas de muita idade que se comportam como imaturos bebés.

A idade que tenho não se adequa a mim não porque não o desejasse. Mas porque não vivi todos os anos que tenho em pleno. Tivesse-os vivido, e a idade que tenho correspondia a mim, aos meus, ao que me rodeia. Assentar-me-ia. 

Acho que essa é a grande diferença entre quem diz que "não tem problema em dizer a idade". Não tem, porque viveu cada segundo e aproveitou-os bem. Porque, entre altos e baixos, fez o que quis, seguiu o seu caminho, sabe que valeu a pena e é feliz com o que conquistou. Quem não fez isso, sente que permaneceu estagnado. O tempo passou mais rápido do que foi usufruido. E esse pecado - porque é "O" pecado, fica para sempre. 

É o meu erro, aquele pelo qual terei de prestar contas quando a minha altura chegar. É o de muitos outros também, quer seja por iniciativa própria ou por imposição. 

Por isso, acho que se deve começar hoje, agora, a realizar algumas vontades engavetadas. Já não se é jovem e o que se percebe nesta ocasião, é que o presente é para ser usufruido como um copo de vinho e as vontades não são mais para adiar. Há que dar prazer a nós mesmos, porque só sendo felizes se pode fazer os outros felizes também.

Respondam-me lá: O que é que sempre tiveram vontade de fazer e ainda não foi feito? Porque não começar já?



sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Sonhos desfeitos


Quero fazer um cruzeiro.
Preciso fazer uma transformação total de imagem.
Necessito de comprar casa própria.

Seria interessante voltar à escola de condução e investir num automóvel.
Pretendo tirar cursos e formações e só trabalhar na área que gosto.

De três em três meses preciso de tirar dez dias para viajar.

Só não tenho dinheiro.
Necessito de ganhar o primeiro prémio do euromilhões.


Se você já tem tudo isto ou quase, não chore. Você já é rico!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Os artistas que conheci


Acordei de um sonho. Neste sonho duas personagens muito famosas de duas histórias que vi na televisão encontram-se numa só. Os meus sonhos têm, desde a entrada na idade mais adulta, o inconveniente de serem esquecidos quase de imediato. Daí que a primeira famosa personagem que partilhava a história com outra, não recordo mais. A primeira parte do sonho foi para ela. Mas a emoção maior para mim, espectadora novamente, foi quando a banda sonora voltou a tocar. Aquela banda sonora que me trazia todas as emoções e mais algumas - tristeza, alegria, conforto, abandono... e que nunca mais ouvi. Esta melodia dá os seus primeiros acordes e eu fico agarrada a ela em êxtase, desejando que não termine com a próxima cena por desvendar. Na minha mente, que agora é a história, só se vê o interior de uma igreja pelos olhos de alguém a movimentar-se dentro dela. É então que aquela melodia que ouvi vezes sem conta por volta dos meus 13 anos é interrompida pelas personagens. (é sempre assim). 

Plano geral, lado direito de onde se movimentava a personagem. Cenário: o interior da igreja, mesmo antes de se chegar à ala do lado esquerdo. Essas duas personagens param ao se ver. Plano de rosto:

Padre: - Fulana!! (olhando bem para o rosto para acreditar).
           - Passaram-se 30 anos! (surpreso, mão erguida para quase tocar esse rosto, enquadrado por um véu de igreja)
           - Linda. Você continua linda!
 Figura misteriosa:
            - Deixe-me dar-lhe um abraço, padre! (diz emocionada e já indo abraçar). (plano médio por detrás do ombro da mulher)
            - Esse não muda, é o mesmo do tempo das dificuldades!  (plano médio com os dois)

Satisfação entre as personagens. Alegria de reencontro. Separação do abraço.
              - "Como ele está?" - pergunta a mulher.  (plano no rosto da mulher)


Foi com isto que sonhei e nesta parte despertei.
Vieram então à memória algumas lembranças daquele tempo. 

Lembrei o quanto naquela altura «entendia» a personagem. Olhando para trás, diria que foi impressionante o quanto a «conhecia» talvez pelo que partilhávamos em comum, salvaguardando as enormes diferenças. Essa afinidade diria que tornou-me intuitiva a seu respeito. Continuava a vê-la apenas como uma personagem de ficção, mas também tinha sido uma pessoa real e era com essa que, por vezes, parecia estar conectada. Algumas vezes a história era contada de uma forma que eu sentia que não tinha sido assim. Uma sensibilidade que reprimia e mantinha secreta. A sua vida separada da história começou a interessar-me. Em silêncio e em segredo, comecei a procurá-la.

Depois lembrei-me que anos mais tarde estive com a atriz que interpretou a personagem.

Separo muito uma coisa da outra. 
Não sentia particular gosto ou desgosto pela pessoa, pois não a conhecia, ainda que lhe conhecesse pormenores da vida pessoal e o seu fisico. Quando subitamente me vi na presença dela, não foi nada de especial. Foi normal. Para mim era apenas um rosto que me era familiar através de um monitor de TV e eu uma desconhecida, ambas com um momento em branco. Aproximei-me como me aproximaria de qualquer outra pessoa e falei do propósito que ali me levava. Esta pessoa teve uns segundos de "si mesma" e depois muito rapidamente, como se arrependida e assustada pelo momento de espontaneidade, fechou-se numa esfinge. Talvez por ter entendido que não conhecia de lado algum aquela estranha de rosto estragado. Senti repulsa emanando dali. Tinha de se proteger e fazia-o calando-se e despachando a pessoa. Podia ser mais um doido. São todos doidos.
Ficou com o rosto sério, sorriso só o necessário e amarelo, processo de assinatura de autógrafos em piloto automático. Rabisco igual em cada folha do livro e "próximo" a palavra que lhe sai da boca, também automaticamente. Seria até impossível não deixar de sentir que te expulsava com um tanto de repulsa, medo, até desprezo. 

Uma forma escolhida de se preservar. (Que não é nada simpática).

O artista pode sentir-se esmagado pela própria coisa que anseia: o público.


É engraçado porque, podia adorar todas as personagens que já fez na TV - o que não é o caso, mas esta coisa de afinidade nada tem a ver com o talento. Lembrei-me então de outras vezes que também cruzei com outros artistas das mesmas histórias, vistos pelo mesmo monitor. Cruzei-me com três em circunstâncias diferentes: uma sessão de autógrafos, uma formação, um convite. 

E na realidade, a qualquer momento a vida podia ter feito com que me cruzasse de muitas maneiras diferentes. Há quem procure, anseie e deseje o contacto próximo com os artistas que vê na televisão. Há quem sonhe. Eu? Nem por isso. Talvez até fuja.


Mas ponderava então sobre o real e o ficcional. Sobre esta pessoa não formava nenhuma ideia em particular, de modo que, quando a «conheci», não tinha expectativas e por isso estas não podiam sair frustradas. 

A da formação, foi a mais interessante. Porque dessa guardava uma impressão intuitiva que surgiu na primeira vez que a vi a fazer uma personagem na televisão - também durante a minha infância. Tive quase instantaneamente uma sensação de que não ia gostar da pessoa se a conhecesse. Uma forte sensação me dizia que, na vida real, aquela não era uma boa pessoa, estava longe de ser doce ou ingénua como a personagem que estava a interpretar. Achei que não ia gostar muito dela. Vai que no instante em que partilhámos o mesmo espaço, mesmo com toda a cordialidade de parte a parte, a mesma impressão mantinha-se. E o que é mais interessante: parecia ser mútua. 

Durante o tempo em que nos relacionamos profissionalmente, sempre existiu respeito, cordialidade. Mas nada além disso. Acho que ela usava máscaras sociais - todos usamos, mas que não conseguia ser autêntica em nenhuma, tendo propósitos ocultos e egoístas. E isso não encaixa com a minha forma de ser. Entendo a timidez, mas não entendo o disfarce. 

Não a achei má pessoa, nem boa. Só existiu mesmo aquela sensação de incómodo ou falta de afinidade. Mas o melhor foi mesmo a casualidade de poder ter tido a oportunidade de me confrontar com essa sensação que estava enterrada e de poder receber um retorno. E o que recebi pareceu ser mútuo. Nunca que nenhuma tratou a outra mal, sempre existiu educação, cordialidade. Mas lá no fundo mantinha-se o tal desconforto. Mútuo. Aquele do primeiro instante que senti na infância através de um monitor.

Adivinho que ela diria que são coisas de vidas passadas. Que não se explicam. 

Acredito que, por vezes, é mesmo possível entender algo da pessoa por detrás do que "finge" ser. Por vezes acerto na muche - mais do que parece. Foi o caso da terceira pessoa. 

Sobre esta só posso dizer que tinha sim uma certa impressão. Que era super talentoso! Achava que podia pegar em qualquer coisa e sair-se bem. Vai que quando a pessoa surge à frente, vejo um indivíduo muito dedicado e apaixonado pela sua profissão e muito tímido. Se o tivesse imaginado, imaginaria assim mesmo como se apresentou. Ainda assim, foi um choque. A sua timidez e humildade tornou-se íntimidante pela familiaridade. 

Pessoas que transmitem tanta garra e energia no ecrã, tanta virilidade ou sensualidade, por vezes, na vida real, têm tudo isso quase guardado em segredo dentro de si.  Não é coisa que saia para fora com a facilidade com que sai nas personagens. E talvez por isso seja tão agradável fazer essas personagens e se demonstre especial talento.



E pronto. Foi nisto que o meu sonho me pôs a pensar!
Durante toda esta exposição, a melodia não deixou de se pavonear de vez em vez pelos meus neurónios. 




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Anda-me a apetecer muito...


Ver-me de súbito com uma grande fortuna em mãos, daquelas que permitem que possas viver os restos dos teus dias sem quaisquer sufocos financeiros.


Sinto que devia ser assim... Por algum motivo não é mas era para já ter sido.  



Sonhos adiados... sempre os sonhos adiados. E os receios... de se perder o pouco que se tem. De se ver forçado a começar tudo de novo, noutro lugar, estando mais velhos, mais cansados, mais derrotados, com menos forças...



Os sonhos têm prazo de validade. A conversa do "nunca é tarde" não se aplica a muitos casos. As coisas são desejadas em determinadas alturas por algum motivo. O espírito, a alma, o nosso bem-estar a nosso progresso como seres humanos - está tudo interligado. 


Sempre disse: queria ter muito dinheiro para poder gastá-lo com a saúde. Para pagar médicos caros, tratamentos dispendiosos, boa comida, boas actividades físicas... Para ser saudável e feliz. Não o queria para possuir muitos bens e o amealhar no banco. Podia até ter alguns, mas por existir um propósito. Ter ideias e investir nelas, criar, arriscar e aprender - coisas que precisam de capital para investimento. Bem sei que os riscos investem o capital dos outros mas... Eu não queria ser tão rica, lol.

Se não fosse pelo pouco dinheiro... todos os desafios seriam melhor encarados. Em qualquer idade. 


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Uma história sobre um museu

 Nunca pensei que ia acalentar o sonho de ganhar o primeiro prémio do euromilhões. Uma vez até estive perto, mas não meti o boletim, pelo que os números foram sorteados sem serem registados. Nem me importei, porque estava a trabalhar, gostava do que fazia e estava bem assim. (a inocência a tramar-me). Sempre senti, no profundo mas inconsciente ser que sou, que ia conseguir as coisas com a força do trabalho. Qualquer coisa.

A vida não é assim mas os meus instintos muitas vezes dizem que era para ter sido. Alguma coisa forte demais e vil desviou-me do caminho. 

Bom, mas isto tudo para dizer que também constatei que o que a minha mente sonhadora por vezes imaginava só poderia ser atingindo com uma brutal fortuna, das que fazem empalidecer a do Champalimaud. 

Se tivesse sido milionária lá nos 20, acho que teria criado coisas fantásticas e apresentado ao mundo um lar diferente dos demais, ideias inusitadas e gestos de valor social. Estava sempre a ver "mais à frente", tinha esse dom que hoje quem olha nem percebe que possa ter existido. Mas isso agora não interessa nada - como já alguém disse. 

Para quê queria eu tanto dinheiro? Bom, antes demais, não sou, apesar de tudo isto, muito ligada ao poder a este associado. Gostava de o ter porque dele depende a realização de coisas que realmente sinto falta na minha vida. Umas simples, outras maiores e dispensáveis para a sobrevivência mas necessária para um propósito e para dar um gosto especial à vida. 

Isabella 1840 –1924
Noutro dia surfava na net quando dei com a história do museu de Isabella Stuart Gardner - da qual nunca tinha ouvido falar. O seu belo retrato a óleo, fez-me recordar um rosto conhecido. Curiosa, fui pesquisar sobre a sua história mas pouco se sabe, visto que ela queimou a correspondência e documentação. A sua memória póstuma para o mundo foi cuidadosamente planeada na construção do seu museu. 

Casada com um homem rico (mas rico para os padrões de antigamente que é podríssimo de rico) ela pode dar-se ao luxo de viajar pelo mundo e ir recolhendo obras de arte de seu gosto. Decidiu fazer uma coleção privada - como tantos hoje ainda fazem. Por isso fiquei surpresa quando fiz a visita virtual ao museu - que recomendo que façam já. Não é todos os dias que, no conforto do lar, se pode atravessar o oceano, ir até os EUA e entrar num fantástico palácio por ela mandado construir em Boston. São três (sim três) andares de salas e salinhas repletas das mais variadas obras: tapeçarias, bustos, quadros, mobiliário... Uma colecção pessoal digamos que... não tão pequena quanto estava a imaginar. 


Em 1990 roubaram 13 obras de arte - entre as quais de pintores hoje sobejamente reverenciados - e tal como "ordens" da construtora, nada ao longo dos anos foi alterado ou mudado de lugar. As obras furtadas desapareceram, mas os espaços vazios permanecem. O museu faculta também uma visita virtual guiada da "rota" dessas obras furtadas. A não perder!

Rembrandt, The Storm on the Sea of Galilee (Obra furtada em 1990)

Surpreendeu-me este museu e mais ainda que estivesse totalmente disponível para visita virtual. Acho que está muito à frente. Não creio que uma visita virtual afaste possíveis visitantes de carne e osso. Pelo contrário. Se algum dia estiver em Boston, talvez tenha muita vontade de conhecer in loco um lugar que só conheci pelo computador.

Mas este tipo de legado, não é decerto possível de realizar para uma qualquer fortuna. Percebe-se que é algo que nem o primeiro prémio do euromilhões e nem, se calhar, os tostões do Ronaldo seriam capazes de concretizar. Há coisas grandes demais. Contudo, são bonitas de ser sonhadas.


domingo, 17 de janeiro de 2016

Porquê só se fazem filhoses no Natal?

Um post num blogue fez-me interrogar...

Pergunto-me porque é que só se fazem sonhos, filhoses e outro tipo de confecções durante o Natal.

Se os for fazer agora, quando ainda é inverno, fico com a sensação que estou em pecado. Que é algo proibido. Inadequado, desajustado. As pessoas, no geral, gostam tanto destas iguarias. Porquê limitar o seu consumo para o pequeno dia de Natal? É por acaso mais gostoso por ser Natal ou não tem sabor fora da quadra natalícia?

Foi nisto que me deu para pensar agora... depois de me sentir intrigada com este pensamento por ter lido aqui uma receita para filhoses. 

É que, de acordo com os costumes, agora vou ter de aguardar quase 1 ANO para poder experimentar! Não faz sentido algum.