Metereologia 24 h

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domingo, 26 de janeiro de 2020

Footpath Rage - atravessar a estrada


Noutro dia decidi não atravessar a avenida entre um momento sem movimento automóvel, como habitualmente faço. Segui pelo passeio, até chegar aos primeiros semáforos. Acontece que esse cruzamento é TERRÍVEL, porque movimenta três sentidos. Os carros que querem virar à direita, ficam parados. Os que querem virar à esquerda, vêm todos acelerados para apanhar o sinal aberto e depois que este fecha, abre o sinal para os da direcção oposta virarem para ali. O peão... vê os carros parados, vê que os outros ainda não podem virar... tenta atravessar a estrada. Porque sabe-se lá quando o sistema diz que "acabou o tempo para aquele, aquele e aquele, e é a vez do pedestre passar".  

Muitas vezes, é até mais fácil para os próprios automobilistas deixarem o peão passar. Porque assim este não pressiona o botão dos semáforos, o que deixa a circulação automóvel fluída, sem forçar uma paragem. 


Mas aqui no UK isso não é percebido assim e os automobilistas comportam-se como a querer reclamar toda a estrada para si, por terem esse "direito". Se um peão ainda estiver a atravessar a estrada na passadeira quando o semáforo para carros ficar verde, leva com uma buzinadela e os automobilistas não hesitam em por o carro em movimento. Se um peão atravessa a estrada fora da passadeira numa via dupla, ou mesmo tripla, num momento sem carros e surge um automóvel, o mais provável é este ACELERAR e escolher dirigir na faixa perto do passeio, mesmo quando, ao fazer a curva, não era essa a direcção mantida. É intencional. Mal intencionado. Aqui usam este recurso para "reclamar" o "direito total ao espaço". É uma forma de comunicar ao peão que não aprova que atravesse a estrada ali. Isso e buzinar. Adoram buzinar!



Já em Portugal, se a pessoa atravessar a estrada fora da passadeira, o automobilista muitas vezes reduz a velocidade, ou, pelo menos, não a aumenta. Vê o peão à distância e não se põe a acelerar. Há uma espécie de "acordo" mudo, de cortesia e entendimento. 


O caso mais recente que me incomodou, foi nesse cruzamento. Só os carros à minha direita tinham sinal verde. E não vinha nenhum. Acontece que a pressa deles é tanta, que dar três passos sem aparecer um acelerado não pareceu possível. Percebendo isso, recuei até ao passeio e fiquei à espera. Com os dois pés bem assentes no passeio, um automóvel que estava longe quando recuei, DEPOIS de fazer a curva e passar por mim, BUZINA. O que vem atrás, decide fazer o mesmo. Para quê??  Não tinham espaço suficiente na estrada? Eu de pé no passeio incomodei-os? Não têm mais nada com que se preocupar, não têm de se concentrar na condução, querem ver? É mesmo necessário, vital, essencial buzinar aos ouvidos do pedestre??

Perdi logo a paz de espírito que transportava comigo. Qual é a necessidade que um «cu tremido» (que é como defino os não-caminhantes carro-dependentes que confortavelmente viajam sentados) tem de buzinar a um peão que já não está a tentar atravessar a estrada? 


Dá vontade sabem do quê?
De transportar uma buzina e pagar-lhes na mesma moeda para descobrir se gostam. Ia dar-lhes uma valente e sonora BUZINADELA que é para com o susto se espalharem com o carro e saberem como é bom! Teriam de andar a pé ou ainda melhor, de transportes públicos, para sentirem o que é bom para as manias de soberba.


Andar a pé... coisa que muitos desconhecem desde que tiraram a carta na juventude. Apanhar vento, chuva, sentir os pés a bater no asfalto que aqui no UK é tudo menos plano, sentir aquela dorzinha na base da coluna cada vez que se tem de pisar um piso tão cheio de altos e baixos. Sensações únicas.


Logo a seguir às buzinadelas, passa por mim um rapaz agarrado ao telemóvel, e, sem hesitar, atravessa a estrada, seguindo caminho. E eu refilo. Pois refilo! Olho para os carros parados no mesmo semáforo... Onde estão as buzinadelas agora? Eu no passeio e ele atravessou a estrada! Com um telemóvel na mão. Podia estar distraído, já eu, tomei a decisão consciente de recuar para o passeio, por estar até muito atenta às minhas chances de passar para o outro lado. Os carros parados não reclamaram porquê? É descriminação de género? LOL.  Mais uns passos à frente, depois de passar o cruzamento, tive de me desviar desse mesmo rapaz que, continuando a olhar para o telemóvel, tinha virado de direcção e claramente estava a procurar seguir as indicações de localização do Google Maps

Aprender a ter mais consideração pelo lado em maior desvantagem. É só isso que quero ver acontecer. Quero sentir que há pessoas educadas que, mesmo não concordando que o peão atravesse a estrada fora da passadeira, perceba que, por algum motivo, ele tomou essa decisão. E não lhes custa nada abrandar... ou simplesmente, manter o limite de velocidade. Já para o peão, parar consome segundos, mesmo minutos. Que estão contabilizados em passos, em mais ou menos tempo debaixo da chuva, neve ou frio, em vontade de ir ao WC, ou aquecer-se... No meu ver o que é pior, é a quebra do ritmo, que vai realçar o cansaço ou stress. Dali a três segundos, o carro e todas as pessoas que viajam nele já estão a metros de distância. Mas o pedestre continua a atravessar a estrada. 


domingo, 24 de março de 2019

Animais inteligentes

O sinal na estrada diz:
"Corredores, posicionem-se na berma da estrada quando na aproximação de veículos"


Parece que na Flórida alguns animais descobrirem uma técnica toda especial de caça Ahahaha!

terça-feira, 20 de junho de 2017

O incêndio em Pedrogão é o SOS da mudança

Foram decretados 3 dias de luto Nacional pelas vítimas do incêndio em Pedrogão.




Quando soube do sucedido senti-me abalada e subitamente invadida por uma tristeza de criar lágrimas. Ponderei sobre este tipo de sensibilidade. Com tantas tragédias a acontecer por este mundo fora, sem dúvida que lamentamos todas, mas sentir profundamente só poucas. 

Qual a diferença?
O sentir-mos que estão perto ou terem acontecido com pessoas ou locais que se conhecem bem. São esses os instantes em que o ser humano se centra no que realmente é importante.

Ontem podia ter tido queixas da vida sobre algumas coisinhas singulares....
A tosse que não me passa (voltou), o fato desta incomodar o indivíduo cá de casa durante a noite e eu estar agora acordada porque é a única forma que tenho de não tossir tanto (mas preciso descansar)... Contudo, quando ele veio ter comigo, disfarçadamente, dizendo que eu devia tomar um xarope porque tossi muito alto durante a noite... nada disso me incomodou.

O que é a minha persistente tosse seca e seus surtos diante da tosse sufocante daqueles que padeceram no incêndio? Nem se pode comparar as origens.

Hoje fiquei a saber que uns familiares estão entre as 64 vítimas do incêndio em Pedrogão. Faleceram na apelidada «estrada da morte». Essa consciência de que alguém que conheceste, que viste crescer a certa altura da vida, que partilha avós, tios, sobrinhos, primos contigo faleceu dessa maneira, a morte de crianças, tudo isto obriga-te a por a vida em perspectiva. 

Sabe-se que a inalação por fogo é a principal causa de morte em incêndios. E eu só espero que o final deles tenha sido... Meu Deus! Como posso sequer imaginar? O desespero? O saber-se encurralado e o ver com os próprios olhos enormes paredes de chamas em todas as direcções? O calor??

Quem já esteve perto de um pequeno fogo, ou a quilómetros de distância de incêndios, sabe o quanto se sente intensamente o bafo, o ardor. E isto em reduzidas ou distantes proporções! Estar num...   

Incêndio que deflagrou no sábado, 17 de Junho
Em Pedrogão Grande, distrito de Leiria


É tão importante a PREVENÇÃO!!
Espero que seja DESTA que algo mude no sentido de IMPEDIR que a população esteja totalmente vulnerável diante das chamas. Tem de existir um momento na nossa história de incêndios florestais que será apontado como o «momento de mudança» e, espero sinceramente, que seja este. Afinal, este também é de origem diferente. E se a NATUREZA nos está a explicar tão claramente o que acontece, é bom que prestemos atenção ao que ela nos diz. Porque geralmente, ela avisa primeiro com um bom exemplo e depois... aplica outro devastador!

Então espero que aprendemos de vez que é VITAL incluir na nossa rotina conhecimentos de SOBREVIVÊNCIA em caso de catástrofes. Sejam elas naturais ou não.

Quantos de nós tem um extintor em casa?
Uma máscara para a não inalação de gazes tóxicos?
Sequer uma manta anti-fogo?

Falo por mim: não tenho nenhum.
Mas sempre quis ter. 

Quis ter mas nós damos tão pouca importância a estas coisas que podem fazer a diferença entre a VIDA ou a MORTE que reparei que ainda é muito difícil encontrar informação, aceder e ter disponíveis utensílios de prevenção.

Se eu for à farmácia pedir um KIT de primeiros-socorros, dão-me um estojo com gazes, adesivos, uma tesoura, desinfectante... enfim. Um Kit para estancar pequenas hemorragias e desinfectar feridas.

Mas e se eu quiser um KIT anti-incêndios?
Anti-inundações?


Faz muitos anos que sou da opinião que todos devíamos ter em casa este género de equipamento. Mas nunca consegui encontrar informação de como o obter nem de onde o encontrar. Nos dias de hoje, em que se constroem infraestruturas gigantes em betão (lembrem-se do poder mortífero da poeira lançada pela derrocada das torres Gémeas em Nova Iorque), agora que se faz terrorismo químico, é ainda mais importante saber como funcionam e ter equipamentos apropriados que nos podem salvar a vida. 

Estamos entregues a nós mesmos. Vulneráveis a 100%.


sábado, 24 de setembro de 2016

E Lisboa já está com corredor verde


Tirado do site da Câmara de LX:



Meh. Esperava mais. Mas creio que ao vivo é melhor. Estas imagens não transmitem grandeza e a área é grande. Há umas semanas ainda não estava assim: Claro que gosto. Verde é verde, não tem preço. Uma cidade com verde é outra coisa!

Mas ao ver estas imagens fiquei simultaneamente triste. Porquê? Porque lembrei-me das obras que Lisboa sofreu no passado. Todas no sentido oposto a este. E fico a perguntar-me «para quê»? Para quê tirar os separadores verdes, abater árvores, se agora vão ter de plantar de novo?


Quando Lisboa se preparava para a Expo98 foram tantas as árvores abatidas. Em algumas avenidas os separadores como este desapareceram. Para dar lugar a uma fileira de blocos de cimento. Diziam, numa certa artéria, que o movimento seria tanto, que o alargamento da via para 3 faixas de rodagem de cada lado era indispensável. Então destruíram o separador ao meio, igual a este da imagem. Não satisfeitos porque isso só lhes dava uma via e precisavam de outra, foram abatero passeio para os lados. Centenas (que eu as contei) de árvores foram junto. O trânsito ficou mais próximo das habitações, certos hábitos de convívio que as pessoas adoptavam na beira da estrada desapareceram por o terreno verde ter ficado bem mais diminuto, e para quê? O traço NUNCA precisou das vias extras e agora só serve para caça à multa. Muita avenida, muito espaço... poucos carros. Alguns radares. 

Agora vão ter de plantar tudo de novo...  Embora não vá ficar assim. Devia ser bonito circular na Avenida da Liberdade quando estava com este design!



E é a vida...
São as cidades a evoluir, a mudar de necessidades, a acompanhar as novas gerações...


sábado, 5 de dezembro de 2015

Sabiam que os veículos partilham a estrada com os peões?

Hoje tive momentos em que pensei que a minha sorte ia mudar para pior.

Preparava-me para atravessar a passadeira, parada, com os pés já na primeira ou segunda lista da zebra - aquela em que preciso de estar para ficar visível para os automobilistas, pois se não for assim os automóveis estacionados tapam a visibilidade de quem espera no passeio. Um carro aproxima-se a uns 15metros. Tem espaço e tempo suficiente para me avistar, ali, parada, à espera de atravessar em segurança. Mas prefere ignorar-me, ou então acha que as regras do código não se aplicam a ele, ele é superior a elas, sei lá. O que sei é que o condutor passou a correr e fingiu que não me viu já com os pezinhos na zebra. 

Achei rude. Mas pronto, faz parte da filosofia e carácter de alguns. Lá vou eu à minha vidinha, que naquele instante era procurar em várias lojas por presentes de Natal.



Momentos depois tenho de atravessar outra estrada. Mais uma vez, vou à passadeira. Era de noite, não estava parada a aguardar mas a atravessá-la, três passos atrás de uma senhora, cujo carro à minha esquerda tinha interrompido a marcha para lhe ceder passagem. Mas o veículo ao lado deste, que também deixou a senhora à minha frente passar, decide carregar fundo no acelerador e atravessar. 

«Não». Será que este comportamento é já um reflexo da dita "IRA FESTIVA"? «Começa cedo» - pensei eu, a recordar o impacto do primeiro trauma das compras natalícias, há 15 anos.


Essa temível e desagradável suspeita de que as pessoas durante as suas compras e deslocações de natal, já estão, ao dia 5 de Dezembro, a ser rudes, antipáticas e agressivas. 

O receio fez-me temer o que viria a encontrar dali para a frente... 



Entrei depois num hipermercado. Apinhado de gente, com filas intermináveis nas caixas. Vai que a senhora atrás de mim avança um passo e empurra-me ligeiramente. Sabem o que ela fez a seguir?

Pediu desculpa, porque não tinha de estar tão perto. 
Respondi que não fazia mal, trocamos algumas simpatias, cada qual a tentar perceber qual das duas filas ia avançar mais rápido e nos separámos. A senhora à minha frente, por ter escutado a outra dizer que eu levava poucos artigos e era de lamentar que o hipermercado não tivesse uma caixa exclusiva para tal, convidou-me a passar à frente. Agradeci, mas dispensei. Ela insistiu fez questão e eu avancei.

Paguei a conta e segui meu rumo. A próxima travessia pela estrada decorreu tranquilamente.

Isto para mostrar dois opostos. A rudeza versus a cordialidade. Encontrei primeiro a primeira, mas felizmente terminei o dia com a segunda.

Afinal, a IRA NATALÍCIA ainda não se apoderou daquelas pessoas que aguardavam pacientemente a sua vez na fila do hipermercado. Mas afetou os automobilistas, possivelmente. Ou então, a interpretação possível é ainda pior: neste requisito, HOMENS versus MULHERES são diferentes.

BFS!