Faço o género de pessoa que faz fotografia de tudo. Sou aquela pessoa que tira 50 fotos de um só momento para escolher uma que preste. Mas depois guarda todas e não selecciona uma favorita.
Assim sendo, fui procurá-lo a ele. Fiz tanta questão de separar as fotografias daquele momento, que agora não as encontro em qualquer lugar. Sei que não as apaguei. Mas não existem. É como se uma força maliciosa tivesse erguido uma barreira impenetrável.
Tenho imagens de tudo e mais alguma coisa, ao longo dos muitos anos de uso de máquina fotográfica digital. Coisas que não têm interesse algum. E dele? Nada. Não se compreende. Não as eliminei. Apenas quis afastar as lembranças para não cair na tentação de ir sempre espreitar e transferi-as do telemóvel para dois discos rígidos. Sempre com a mania do backup... Mas nem assim. Eclipsou-se como um raio, tanto da minha vida como do registo fotográfico que fiz.
Ultimamente tenho regressado emocionalmente à saudade...
E por isso decidi ir espreitar essas imagens. Em particular o único vídeo.
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Dialogar é preciso |
(durante toda esta vivência não soube nada dele! Nem ele alguma vez se interessou em saber de mim.)
Acordo as três da manhã, para lá estar às cinco, regresso às duas, não dá para dormir, adormeço lá para as três ou seis da tarde, acordo com barulhos e, sem descansar por outras tantas oito horas, volto a pegar num turno das 6am...
Suspeito que todos estes entraves existem para me afastar daquele lugar. Gosto imenso de trabalhar lá e ganha-se melhor que em qualquer outro. Mas se for uma fonte fácil de contaminação por Covid19 como tem tudo para ser, então estes impedimentos que venho a sentir como estranhos e os quais estou a fazer de tudo para contrariar, existem por esse motivo.