Metereologia 24 h

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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Lembranças apagadas e o lockdown

 Faço o género de pessoa que faz fotografia de tudo. Sou aquela pessoa que tira 50 fotos de um só momento para escolher uma que preste. Mas depois guarda todas e não selecciona uma favorita.

Assim sendo, fui procurá-lo a ele. Fiz tanta questão de separar as fotografias daquele momento, que agora não as encontro em qualquer lugar. Sei que não as apaguei. Mas não existem. É como se uma força maliciosa tivesse erguido uma barreira impenetrável. 

Tenho imagens de tudo e mais alguma coisa, ao longo dos muitos anos de uso de máquina fotográfica digital. Coisas que não têm interesse algum. E dele? Nada. Não se compreende. Não as eliminei. Apenas quis afastar as lembranças para não cair na tentação de ir sempre espreitar e transferi-as do telemóvel para dois discos rígidos. Sempre com a mania do backup... Mas nem assim. Eclipsou-se como um raio, tanto da minha vida como do registo fotográfico que fiz. 

Ultimamente tenho regressado emocionalmente à saudade...

E por isso decidi ir espreitar essas imagens. Em particular o único vídeo. 

Quem sabe olhando, a coisa ao invés de continuar, se dissipava de vez?
Por vezes quando os fins são abruptos, fica tudo tão idealizado que um reality check pode ser a cura.

Mas se o seria, não conseguirei saber.
Volta e meia estou a desejar a tal conversa que o radicalismo do seu comportamento me privou. Dispenso tudo. Mas a falta de diálogo deixa-me a sofrer perpetuamente.

Dialogar é preciso



Hoje, quinta-feira dia 5 de Novembro, Inglaterra entra num mês de lockdown devido à pandemia mundial do Covid-19.
(durante toda esta vivência não soube nada dele! Nem ele alguma vez se interessou em saber de mim.)
 
Vou ficar a trabalhar. Pego num turno de apenas quatro horas daqui a cinco. O armazém onde trabalho com correspondência não tem quaisquer cuidados com o Covid19 e já teve casos positivos. Vai fazer em Dezembro dois anos que estou ali como trabalhadora e ainda não faço parte do restrito grupo de pessoas que é sempre chamada para trabalhar. Mas sou aquela que mandam fazer de tudo um pouco sem quaisquer instruções de como o fazer e o faz bem. Depois descartam, substituem por mão-de-obra mais recente a ganhar menos... É uma luta diária, mensal, semanal... tentar obter horas de trabalho. Supostamente agora no Natal devia existir um pico de volume, o que resultaria em ser chamada com muita frequência Dou por mim a contactar a agência com regularidade, pedindo para me darem turnos. Das oito horas que fazia, duas a três vezes por semana, agora estou com sorte se me derem quatro. Faz-me sentir que me dão zero de valor. 

No outro armazém onde comecei a trabalhar faz três semanas, tem muitos cuidados com o Covid19. Tem estações de higienização espalhadas por todos os cantos, a transbordar de produtos. A cafetaria está dividida com separadores de dois metros, cada mesa tem desinfetantes, tanto em forma de gel, como em spray, como em toalhetes. Existe uma pessoa cuja única função é certificar-se que todos mantêm os dois metros de distância e usam máscara adequadamente (sem a meter no queixo e afins).
Mas  também aqui as horas começaram logo por ser bem menos do que o anunciado. E em três semanas, fiz três dias de trabalho de sete horas. 

Sim, trabalho muito. Mas também trabalho pouco. Como é possível?
Acordo as três da manhã, para lá estar às cinco, regresso às duas, não dá para dormir, adormeço lá para as três ou seis da tarde, acordo com barulhos e, sem descansar por outras tantas oito horas, volto a pegar num turno das 6am...

Sinto que trabalho bastante. Mas quando vou a ver, são poucas as horas e muito, mas muito, o transtorno para as obter e muito o tempo dispensado nisso e nas deslocações. 

É a vida. O que fazer?

Suspeito que todos estes entraves existem para me afastar daquele lugar. Gosto imenso de trabalhar lá e ganha-se melhor que em qualquer outro. Mas se for uma fonte fácil de contaminação por Covid19 como tem tudo para ser, então estes impedimentos que venho a sentir como estranhos e os quais estou a fazer de tudo para contrariar, existem por esse motivo. 




quarta-feira, 24 de junho de 2020

O covid está a fazer a todos um favor

Me perdoem os profissionais de saúde na primeira linha. Mas também eles estão incluídos nesta apreciação.

Tenho lido que o confinamento resultou em muitos "divórcios". Pois então: se ficar a viver junto sem poder sair muito do lado um do outro ou procurar outras companhias afastou casais, então o confinamento poupou-lhes anos de tormenta. Sim, porque provavelmente era o que ia acontecer com essas pessoas num relacionamento. Viviam juntas até o limite, a suportar coisas na esperança de que, mais para a frente, tudo se acerta, e vai que a relação esta condenada desde o inicio e o casal nao percebe, investindo anos na tentativa de "resultar".

Veio o confinamento e economizou-lhes tempo. Agora podem ir as suas vidinhas sabendo que, com aquele/a, não vai resultar.

O Corona/Covid-19 também mostrou que os prodissionais de saúde arriscam-se, porque risco fazia parte do todo quando escolheram a profissão. Medicos reformados voluntariaram-se para ajudar com os pacientes infectados.

O covid mostrou-nos, povo nao ligado à comunidade medica, o coração e intregridade destes profissionais.

Se o povo, no geral, lhes dá valor?

Acho que não, na minha modestia opinião. O covid também nos mostrou isso. O mundo da celebridade e ficção continua a exercer um maior fascínio e é o que mais facilmente conduz grande volume de pessoas a mostrar indignação que as leva a organizar manifestações ou festas.

Quando tivermos um Dr. House português, uma celebridade televisiva, então o povo sente mais a luta da classe.

Fica-se pelas palmas e vai para a praia ou sai a rua sem mascara e a não querer saber do distanciamento social.

Clao, não são todos. Muitos ficaram em casa, nao abracaram um ente querido, desinfetaram cada embalagem trazida do supermercado, lavou as maos até encarquelharem, usou máscara, luvas, etc.

Mas basta um pequeno grupo, um pequeno aglomerado de gente e o Covid espalha-se como uma fuga de petróleo no mar.

Já há lares de idosos novamente cheios de infectados. E eu, muito provavelmente, vou novamente perder o dinheiro da passagem de aviao que comprei nos saldos, para usar em Agosto. Mas se tiver de ser, será. Tudo por culpa daqueles que nao tomam cuidado. 

É que não percebem as implicações. As companhias aéreas vão ter de fechar novamente, empregos deixados em stand-by vão ter de ser eliminados, as pessoas vão ficar desempregadas. Aumenta a criminalidade, a loucura, as dividas, o Estado endivida-se e a China compra tudo.

É isso que querem, ó cab@&$ que ainda não perceberam que ser desleixado é mostrar cobardia pelo desconhecido?

Enchem-se de coragem, como eu em Fevereiro, e coloquem uma mascara no rosto. Digam aos amigos onde podem arranjar as suas. E lavem as mãos sempre e antes de tocarem no que seja.

O covid nao vai desaparecer. É uma doenca, veio para ficar. Mas temos de a tornar rara tao rara, que deixe de haver casos em qualquer pais.

Isso so é possivel com prevenção sem excepcao.



terça-feira, 20 de junho de 2017

O incêndio em Pedrogão é o SOS da mudança

Foram decretados 3 dias de luto Nacional pelas vítimas do incêndio em Pedrogão.




Quando soube do sucedido senti-me abalada e subitamente invadida por uma tristeza de criar lágrimas. Ponderei sobre este tipo de sensibilidade. Com tantas tragédias a acontecer por este mundo fora, sem dúvida que lamentamos todas, mas sentir profundamente só poucas. 

Qual a diferença?
O sentir-mos que estão perto ou terem acontecido com pessoas ou locais que se conhecem bem. São esses os instantes em que o ser humano se centra no que realmente é importante.

Ontem podia ter tido queixas da vida sobre algumas coisinhas singulares....
A tosse que não me passa (voltou), o fato desta incomodar o indivíduo cá de casa durante a noite e eu estar agora acordada porque é a única forma que tenho de não tossir tanto (mas preciso descansar)... Contudo, quando ele veio ter comigo, disfarçadamente, dizendo que eu devia tomar um xarope porque tossi muito alto durante a noite... nada disso me incomodou.

O que é a minha persistente tosse seca e seus surtos diante da tosse sufocante daqueles que padeceram no incêndio? Nem se pode comparar as origens.

Hoje fiquei a saber que uns familiares estão entre as 64 vítimas do incêndio em Pedrogão. Faleceram na apelidada «estrada da morte». Essa consciência de que alguém que conheceste, que viste crescer a certa altura da vida, que partilha avós, tios, sobrinhos, primos contigo faleceu dessa maneira, a morte de crianças, tudo isto obriga-te a por a vida em perspectiva. 

Sabe-se que a inalação por fogo é a principal causa de morte em incêndios. E eu só espero que o final deles tenha sido... Meu Deus! Como posso sequer imaginar? O desespero? O saber-se encurralado e o ver com os próprios olhos enormes paredes de chamas em todas as direcções? O calor??

Quem já esteve perto de um pequeno fogo, ou a quilómetros de distância de incêndios, sabe o quanto se sente intensamente o bafo, o ardor. E isto em reduzidas ou distantes proporções! Estar num...   

Incêndio que deflagrou no sábado, 17 de Junho
Em Pedrogão Grande, distrito de Leiria


É tão importante a PREVENÇÃO!!
Espero que seja DESTA que algo mude no sentido de IMPEDIR que a população esteja totalmente vulnerável diante das chamas. Tem de existir um momento na nossa história de incêndios florestais que será apontado como o «momento de mudança» e, espero sinceramente, que seja este. Afinal, este também é de origem diferente. E se a NATUREZA nos está a explicar tão claramente o que acontece, é bom que prestemos atenção ao que ela nos diz. Porque geralmente, ela avisa primeiro com um bom exemplo e depois... aplica outro devastador!

Então espero que aprendemos de vez que é VITAL incluir na nossa rotina conhecimentos de SOBREVIVÊNCIA em caso de catástrofes. Sejam elas naturais ou não.

Quantos de nós tem um extintor em casa?
Uma máscara para a não inalação de gazes tóxicos?
Sequer uma manta anti-fogo?

Falo por mim: não tenho nenhum.
Mas sempre quis ter. 

Quis ter mas nós damos tão pouca importância a estas coisas que podem fazer a diferença entre a VIDA ou a MORTE que reparei que ainda é muito difícil encontrar informação, aceder e ter disponíveis utensílios de prevenção.

Se eu for à farmácia pedir um KIT de primeiros-socorros, dão-me um estojo com gazes, adesivos, uma tesoura, desinfectante... enfim. Um Kit para estancar pequenas hemorragias e desinfectar feridas.

Mas e se eu quiser um KIT anti-incêndios?
Anti-inundações?


Faz muitos anos que sou da opinião que todos devíamos ter em casa este género de equipamento. Mas nunca consegui encontrar informação de como o obter nem de onde o encontrar. Nos dias de hoje, em que se constroem infraestruturas gigantes em betão (lembrem-se do poder mortífero da poeira lançada pela derrocada das torres Gémeas em Nova Iorque), agora que se faz terrorismo químico, é ainda mais importante saber como funcionam e ter equipamentos apropriados que nos podem salvar a vida. 

Estamos entregues a nós mesmos. Vulneráveis a 100%.