Estava a olhar para ele. Algo verde, na embalagem de plástico, mas sem realmente olhar. Reflectia em nada enquanto decidia iniciar a degustação de pão com alho. Estiquei o braço para o alcançar e nisto aquele borrão verde salta e desaparece.
Argh! Aflige-me dividir o meu espaço privado com bichos, à noite. Ainda mais no quarto. Faz-me impressão.
Procuro por todo o lado, acendo a luz do teto. Será que vi bem? Não encontro nada. Só um gafanhoto é verde e salta daquela maneira. Mas não podia ser um gafanhoto. Nunca aqui vi algum! Ainda mais aparecer dentro de um primeiro andar de um quarto. Quis acreditar que deve ter sido o plástico que deu de si e algo verde foi projectado.
Quis acreditar até que volto a alcançar o pão e noto algo movimento no improvisado abajour que coloquei na lâmpada da cabeceira para esbater a luminosidade.
Ali estava ele: um senhor gafanhoto!
Verde, pernudo, a roçar uma das suas pernas na outra.
Porque será que eles fazem isso?
Uma vez vi uma gafanhota a colocar ovos. E se o gafanhoto fosse uma gafanhota e quisesse depositar ovos no meu quarto? Nunca mais me viria livre de minusculos, verdes e saltitantes pragas!
A visita noturna: peluda, pernuda e com antenas três vezes o tamanho do corpo
Procurei à volta o que poderia usar para o capturar. A ideia era soltá-lo na rua. Mas o desgraçado refugiou-se perto da lâmpada. Não tive outra hipótese senão puxar o papel/abajour e "entalá-lo". No processo senti algo tocar o meu braço.
Acho que o capturei. Mas não tenho a certeza. Os malandros dão saltos como pulgas.
Agora fico a pensar o que o meu quarto tem de especial porque atrai os mais invulgares insectos. Aqueles que menos se espera encontrar. Entre Outubro a Janeiro, apareceram constante joaninhas. Ponderei inclusive criar um habitário para as poder observar. Agora aparece um gafanhoto!
Estava para terminar este post quando olho para o teto e lá no canto o que vejo? Uma ENORME aranha!!
Tento capturá-la. Esborrachar se preciso for. Tapo-a com um papel mas quando vou levantar, a malandra salta para trás da cabeceira da cama. Bem tento desviar tudo para a capturar. Mas foi em vão.
São quatro da manhã de Domingo. Desconfio que não vou dormir sossegada esta noite.
A outra introduziu furtivamente a companhia de um gajo na cama. Eu tenho uma grande, preta e furtiva aranha!
Fizeste-me sorrir e ainda mais com o teu último parágrafo:)))) mas que bela companhia que tiveste foi-se o gafanhoto e ficou a aranha. Tens que arranjar um camaroeiro pequeno e assim é mais fácil de apanhar até mosquitos:)
ResponderEliminarBeijos e um bom domingo
Nada que um chinelo não resolva... :))
ResponderEliminarBoa semana