domingo, 15 de agosto de 2021

Visitas indesejadas

 Estava a olhar para ele. Algo verde, na embalagem de plástico, mas sem realmente olhar. Reflectia em nada enquanto decidia iniciar a degustação de pão com alho. Estiquei o braço para o alcançar e nisto aquele borrão verde salta e desaparece.

O que era aquilo?

Um bicho? 

Argh! Aflige-me dividir o meu espaço privado com bichos, à noite. Ainda mais no quarto. Faz-me impressão.

Procuro por todo o lado, acendo a luz do teto. Será que vi bem? Não encontro nada. Só um gafanhoto é verde e salta daquela maneira. Mas não podia ser um gafanhoto. Nunca aqui vi algum! Ainda mais aparecer dentro de um primeiro andar de um quarto. Quis acreditar que deve ter sido o plástico que deu de si e algo verde foi projectado. 

Quis acreditar até que volto a alcançar o pão e noto algo movimento no improvisado abajour que coloquei na lâmpada da cabeceira para esbater a luminosidade.

Ali estava ele: um senhor gafanhoto!
Verde, pernudo, a roçar uma das suas pernas na outra. 
Porque será que eles fazem isso?

Uma vez vi uma gafanhota a colocar ovos. E se o gafanhoto fosse uma gafanhota e quisesse depositar ovos no meu quarto? Nunca mais me viria livre de minusculos, verdes e saltitantes pragas!

A visita noturna: peluda, pernuda e com antenas três vezes o tamanho do corpo


Procurei à volta o que poderia usar para o capturar. A ideia era soltá-lo na rua. Mas o desgraçado refugiou-se perto da lâmpada. Não tive outra hipótese senão puxar o papel/abajour e "entalá-lo". No processo senti algo tocar o meu braço.

Acho que o capturei. Mas não tenho a certeza. Os malandros dão saltos como pulgas. 

Agora fico a pensar o que o meu quarto tem de especial porque atrai os mais invulgares insectos. Aqueles que menos se espera encontrar. Entre Outubro a Janeiro, apareceram constante joaninhas. Ponderei inclusive criar um habitário para as poder observar. Agora aparece um gafanhoto!

Estava para terminar este post quando olho para o teto e lá no canto o que vejo? Uma ENORME aranha!!

Tento capturá-la. Esborrachar se preciso for. Tapo-a com um papel mas quando vou levantar, a malandra salta para trás da cabeceira da cama. Bem tento desviar tudo para a capturar. Mas foi em vão.

São quatro da manhã de Domingo. Desconfio que não vou dormir sossegada esta noite. 

A outra introduziu furtivamente a companhia de um gajo na cama. Eu tenho uma grande, preta e furtiva aranha!


2 comentários:

  1. Fizeste-me sorrir e ainda mais com o teu último parágrafo:)))) mas que bela companhia que tiveste foi-se o gafanhoto e ficou a aranha. Tens que arranjar um camaroeiro pequeno e assim é mais fácil de apanhar até mosquitos:)

    Beijos e um bom domingo

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  2. Nada que um chinelo não resolva... :))
    Boa semana

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