Metereologia 24 h

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domingo, 29 de janeiro de 2023

Não sou vaidosa

 Não sou vaidosa. Ando sempre com o cabelo apanhado de qualquer maneira. Se me virem com ele solto, é porque sinto uma pressão incómoda e retiro o que o prende ou saí às pressas sem já o ter preso.

A maioria das vezes ele nem vê escova ou pente. 

Nao ter comigo algo que o remova dos ombros e nuca é muito incómodo.


Por isso quando hoje me elogiaram o penteado, nem sabia do quê estavam a falar. Comprei nos chineses aquelas molas para o cabelo a 1 euro um conjunto de três. Escusado é dizer que não valem nada. O cabelo logo cai. Hoje de manhã, às pressas para sair para o trabalho, peguei numa para prender o cabelo e tinha outra no bolso. Chegada ao emprego, a mola ja estava a escorregar, a deixar o cabelo solto e nao gosto de o sentir na nuca. Pego na outra mola e sem cerimonias, prendo esses fios que faziam cócegas na nuca. De seguida puxo o elástico que mantenho ao pescoço, como se fosse um colar, para que segure os fios soltos que me cobram o rosto e vão para a vista. Perdi um de cor preto mas, ao acaso, encontrei um rosa. Qualquer coisa serve.

Entao como estava o meu elogiado penteado? Puxado fora da nuca com duas molas de cabelo e, para afastar as "franjinhas", puxei à cabeça um elastico rosa com duas pontas soltas pentendes sei la onde  😄😁😁



Sou tão pouco vaidosa que talvez possa dizer que não sou cuidada. Prendo o cabelo de qualquer maneira e feitio. Na falta de mola, elástico o que for, noutro dia fui para o emprego com um garfo no cabelo.


Bem o oposto da minha arqui-inimiga! Ahaha.

O quê? Bem, no emprego, há uma mulher que me odeia e foi falar mal de mim a um gerente e também a muitos outros colegas. Por ela ser assim, eu não a posso ver à frente. Apanho-a a olhar para mim muitas vezes. A gaja, uma mulher quase cinquentona, que pintou o cabelo de amarelo a julgar, se calhar, que sairia loura e gira, ia trabalhar naquele ambiente maioritariamente masculino, a flirtar com os homens, toda maquilhada, roupa justa ao corpo e cabelo solto. Já entrei no WC e apanhei-a a mirá-lo ao espelho, longamente, ao mesmo tempo que o ajustava continuamente. Durante o trabalho, vi-a a passar a mão pelo cabelo quase que sem parar. É uma vaidade! É o oposto de mim. 

E por ser como sou, acabo sempre original. Sempre genuína, eu mesma. Acabo por receber olhares e nem dou conta que ganhei um ar diferente por andar com o cabelo de qualquer maneira Ahaha. É conforme me apetece. Noutro dia apeteceu-me prendê-lo com uma fita vermelha e deixar as pontas da fita cairem. Mas não tinha fita vermelha. Se tivesse, talvez a tivesse colocado. 

Gosto mais de ser assim, espontânea, criativa e sem grandes calculismos, do que ser fixada, obcecada com a posição de  cada fio de cabelo e num dilema com o seu comprimento. 



quarta-feira, 10 de junho de 2020

Get away Demon

Um colega no emprego conta o cabelo de azul claro. Mas ja se notam as raises louras. Enquanto caminhada a caminho do wc, foi quando o vi e quando pensei nisto. "Nao o favorece"- pensei. "Deve pinta-lo assim para se parecer aqueles bonecos troll que devem ter tido algum significado na infancia dele". "Se calhar devia pintar o cabelo de castanho" (porque o louro natural tambem nao o favorece).

Foi ai que ele veio ha lembranca. Imaginando como poderia aquele brancola louro de olhos claro ficar com o cabelo castanho. So porque ele, que era Moreno, vinha de uma familiar toda loura de olhos azuis.

Imediatamente repeti para mim mesma: foge, demonio! Desaparece.

Tem de ser.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Prometido é devido - CC

Por engano, carreguei na palavra Estatísticas, ao invés de Comentários do blogger. Surgiu um quadro que gosto de espreitar mas ao qual nunca vou: posts recentemente lidos. Vai que me surpreendi por um ser de 2013. Fui lê-lo. E como o prometido é devido e nele escrevi que dali a cinco anos contaria como estava quando voltasse a renovar o cartão de Cidadão, aqui estou, a cumprir a promessa. (Curiosos? Leiam o post aqui).

Então cá vão as respostas a algumas das questões:


1) Tenho cabelos brancos?
- Não como temi. Tenho os mesmos que há cinco anos: não os vejo. Por uma casualidade por vezes aparece um, quase louro... ou será branco? Continuo assim cinco anos passados.

2) Ainda tenho cabelo ou uso peruca por estar careca?
- Ainda tenho cabelo. Mas muito menos, nota-se. Se já me queixava na altura do tão pouco que era, pode sempre ficar pior... E essa consciência ensina-me que o pior está sempre para vir. Para o ano será pior, e o seguinte, e o seguinte. Se uso peruca? Não. Mas espero ser uma velhinha corajosa que não tenha medo de as usar. A moda já não aceita perucas, por isso espero poder continuar a ser fiel a mim e se me apetecer ter de volta um cabelo volumoso, que enquadre o meu rosto e que não dê muito trabalho de manutenção, que não seja o receio da rejeição social que mo impeça, ahah.

3) Rugas?
-Andam por cá. Ainda discretas em fotos. Mas pior que as rugas é uma coisa chamada elasticidade da pele. Façam de tudo para a manter!

4) E como foi tirar o cartão de Cidadão cinco anos depois?
- Foi mais caro. Mas igualmente rapido. Não marquei hora, fui logo cedo para a fila de abertura. Nem 30 minutos de espera. Voltei a tirar fotografia, desta vez com o cabelo composto. Mas não estava segura - tinha um novo penteado e ainda não sabia como o usar. Acabei por deixar tudo solto e parecido ao que estava quando saí do cabeleireiro. Não gostei. Além de não ficar bem (composta versus a "descabelada" de cabelo apanhado da foto anterior) não era eu. Seria se tivesse colocado o cabelo atrás das orelhas e empurrado a franja da testa.

Aquelas máquinas até são generosas. Não apanham grandes detalhes. Estão-se nas tintas para o aspecto, querem é as tuas feições bem registadas.


Conclusão: Seja você no momento de tirar fotografias. Não há como sair errado



E vocês? O que vos acontece quando precisam renovar este documento?

Agora só daqui a 10 anos.
Sabiam disso?



Mas nem pretendo fazer outro post sobre "como vou estar na próxima renovação do cartão?" porque... Não faz sentido. 

E estarei então na casa dos 50, não posso ser jovem como nos 30, nem o meu corpo se manterá fértil, capaz de gerar vida dentro de si. Essas dúvidas existênciais fazem mais sentido no final dos 30.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Lancei uma moda


Sem o desejar e sem os outros admitirem, acabei por lançar uma MODA no local de emprego.

A moda da trança no cabelo!!



Como o tenho longo e preciso de o prender, o mais prático e também mais saudável, é a trança. Que comecei a usar quase todos os dias, por volta de Janeiro. Os elogios não tardaram mas, como sempre fiz, dei pouca importância aos mesmos. 

Há coisa de umas três semanas é que dei conta do «fenómeno». 
Ao circular pelo emprego, fui dando conta que cada cabeça que me aparecia à frente tinha trança. No dia seguinte o mesmo, e depois o mesmo... e aí percebi que me estavam a copiar eheheh!

A este tipo de pessoa dá-se o nome de "aquela que faz os outros seguirem uma moda". A «lança-modas».

É curioso perceber que, após tantos anos, ainda tenho esta capacidade extraordinária. Sendo que o espanto está no facto de não dar qualquer importância a modas nem me envaidecer com elogios. Elogios esses que outros escutam e, na esperança de receberem também uns, vão e imitam o «elogiado».

Agora as cabeças do mulherio - excepção feita para duas - estão «infestadas» de tranças. Não importa o tamanho do cabelo, lá conseguem entrançar uns fios. 


E sei que não chegaram lá sozinhas por lhes conhecer as anteriores opiniões sobre os próprios cabelos. Uma só o queria «eriçado», porque dizia que não tinha volume então todos os dias exibia com vaidade o cabelo que mais parecia palha seca. E quando lhe diziam algo menos bom logo respondia que adorava e não ia mudar. Já o namorado dela foi dos primeiros a elogiar o meu cabelo, primeiro pela reacção de espanto e agrado que vi nos maneirismos e olhar. Dele e de outros, ao que reagi fingindo não reparar. Disse-me que gostava muito de me ver com trança e com ele solto (antes de o prender). É muito raro aparecer com ele solto mas os poucos que me viram reagiram com espanto e agrado, ficando a mirar. O que é natural, quando se convive de uniforme e cabelo apanhado. Quando calhei dizer que o pretendia cortar pareceu ficar incomodado e logo mostrou-se contra, dizendo-me que tinha um cabelo bonito de que ele gostava muito :)

Vai que há coisa de três semanas, um dos gerentes - gay, decidiu, mais uma vez, elogiar-me o cabelo. Só que o fez assim no meio de muita gente, durante o expediente. Elogiou-me numa trança e, a brincar, perguntou se «podia ficar com a minha trança» porque só lhe dava vontade de pegar numa tesoura e mo tirar. 

Depois deste instante, a «enxurrada» de cabelos entrançados não demorou a chegar, eheh.
Quase todos em cabeças de mulheres vaidosas, que tinham um estilo diferente e diziam estar satisfeitas.



O que é o poder de uma trança no cabelo certo, hei?
Ou então o poder de encantamento que o cabelo longo tem nos homens... gays ou heteros.


Mal sabem eles que o «cabelo da inveja», o cabelo inspirador de modas - este que carrego na cabeça e que não acho nada especial é somente uma amostra do que um dia chegou a ser. Está nos últimos momentos da sua vitalidade. E não sabem o quanto me entristece viver todos os dias com a sua queda irreversível.

Porém isto serve para eu descobrir que tenho de apreciar o que tenho, enquanto ainda tenho e para voltar a constatar que, mesmo algo que para nós não está bem, pode ser para outros um alvo de inveja e desejo. 

Boa semana, pessoal!!



domingo, 13 de agosto de 2017

Coisas (só) de HOMEM



Só não usam o berbequim para fazer um furo nas orelhas porque... Enfim. 

Ainda não arranjaram como.




quarta-feira, 20 de abril de 2016

Foi-se metade

Este post já era para o ter feito há mais tempo, perto do Natal. Adiei e depois quando me preparava para partilhá-lo surgiu nas redes sociais e imprensa o vídeo da Sofia Ribeiro a cortar o cabelo. De alguma forma não quis qualquer associação de uma coisa com a outra.


Quem me lê há algum tempo deve lembrar-se que confidenciei sofrer de alopécia. Apesar de prolongada nos anos a condição ainda não era perceptível para quem se cruzasse comigo na rua. Tinha até pessoas que me elogiavam o cabelo, desconhecendo pelo que estava a passar. O ano passado, logo após o pico do verão terminar, esta condição fez-se sentir em força. Já perto do Natal senti outra redução gigantesca. Perdi metade do que tinha nos primeiros meses do ano, quase que posso garanti-lo.

Não sei se sabem como é, mas posso tentar descrevê-lo. O cabelo solto está por todo o lado. Aparece nas roupas quando as vestes, aparece quando as tiras, aparece quando te calças, aparece nos lençóis, e, claro, quando te penteias. Cada vez que passas os dedos pelos cabelos, sai sempre fios. Nunca pára. Nunca aquele fio é o último a desprender-se. O volume que tenho hoje só tem réplica com o de antes se dobrar o cabelo que me resta em cinco ou seis partes. 

E aqui está uma imagem de uma ocasião no Natal passado em que uma pequena escovagem que logo travei resultou nesta quantidade de cabelos soltos:

(Agora já sabem que sou morena, ehehe!)

Desculpem, tentei tirar uma foto "artística" de fios de cabelo numa escova com alguma beleza no enquadramento, mas foi isto o melhor possível. Afinal de contas, todos os cabelos são lindos quando reluzentes e presos na cabeça. Damos-lhes festas, beijinhos, algumas pessoas não conseguem parar de lhes tocar mas quando se soltam... Para a maioria são quase tão repulsivos quanto uma barata.

Sempre tive muitos cuidados nesse aspecto. Retiro todos os fios soltos e saio à rua com o cabelo bem preso, dificilmente cai quando está bem preso. Só cai quando solto ou quando escovado. Aí é que se dá a grande "avalanche" de queda de fios.

Confesso que este ano receio bastante a chegada do fim de verão. Aquela altura do ano em que tudo começa de novo... É que já não resta mais nada para ser levado que não vá, desta vez, fazer uma substancial diferença no visual. Da próxima vez que o cabelo cair desta maneira, será definitivo. Diante da quantidade diminuta que me sobrou, grandes pedaços carecas de couro cabeludo vão dar o ar de sua graça, com quase toda a certeza. A «sorte» que tenho mantido ao longo destes anos é que ele cai mas os fios continuam bem distribuídos. São poucos, cada vez menos, mas ainda falta a evidência da visibilidade de áreas com grandes carências de fios. Só esse detalhe ainda tem mantido oculto esta condição. Mas creio que não é sorte que me vá mais acompanhar.


Por vezes esta condição faz-me sentir deprimida, outras nem por isso. Desta vez é "nem por isso". Mas também, o cabelo parou de cair... quando recomeçar sei que vou ter momentos em que a depressão vai escalar! Hoje gostaria de o cortar acima dos ombros, de lhe dar um estilo mas confesso temer o corte. Não por temer a tesoura porque isso nunca temi, nem mesmo agora. Mas por saber que dificilmente vou reconhecer-me. E essa nova pessoa, uma pessoa sem volume nos cabelos e quase sem fios, não sei como vai ser... vê-la. E ter de viver com ela. Para sempre. Voltar a ter o cabelo curto irá trazer, provavelmente, um pouco dessa tristeza que de momento quero evitar.

Ninguém sabe a causa da queda de cabelo. Eu acho que tem muito a ver com algo relacionado com  o se guardar para dentro sentimentos como ansiedade, depressão e stress. Há uns anos estava a trabalhar, o dinheiro entrava regularmente todos os meses, andava feliz com a vida, vi um anúncio de cuidados capilares e decidi fazer algo por mim. Fui consultar um especialista. Optei por fazer um tratamento. Fiquei feliz. Sabia que era a atitude correta, ainda que não tivesse garantias. O mais certo era apenas adiar o inevitável. Ainda assim, achei valer a pena. O custo do tratamento foi elevado para os meus rendimentos mensais mas não me custou mesmo nada ir às economias e tirar metade.


As pessoas mais próximas de mim censuraram-me pela atitude. As mesmas que há anos me torturam por não prestar muita atenção na aparência, por não cuidar de mim, como elas sabem cuidar de si. Essas pessoas diante de um gesto que lhes provava o contrário, disseram-me que o tratamento era para enganar idiotas e um desperdício de dinheiro. Com o mesmo dinheiro podia comprar um carro em segunda-mão, uma mota ou fazer umas boas férias! "Se fossem elas" a ter aquela quantia de dinheiro, gastavam antes «nisto ou naquilo». E incentivaram-me a parar de ir às consultas e a pedir um reembolso. Mas eu sou da opinião que cada um sabe de si, não acham? Para mim o que resulta numa sensação de bem-estar pode não ser o mesmo que resulta para os outros. O que acho ser dinheiro bem gasto pode não coincidir com os gostos de outras pessoas e vice-versa, mas a diferença é que não lhes vou atirar na cara que deviam economizar o dinheiro ao invés de o torrar numa pintura nas paredes e num sofá novo e não ter o suficiente para comer no mês que vem, por exemplo.

Aliás, esta postura negativista ainda contribui mais para um problema. Para alguém que guarda para dentro emoções negativas tais como a ansiedade, stress e depressão, este tipo de criticismo «manda abaixo» «faz o que mando» é exactamente o tipo de coisa que não se deve dizer a alguém que está a tentar fazer algo pela sua saúde. Acaba-se por ajudar mais na doença que na cura!

Na altura tentei argumentar, expor os meus pontos de vista. Independentemente das garantias, precisava dar uma oportunidade, preocupar-me e agir. Sentia-me tão bem cada vez que tratava de mim que isso enchia-me de generosidade. Fazia-me desejar poder providenciar o mesmo a outros. Cheguei a conjecturar levar um familiar que sofre do mesmo problema a uma consulta, mas essa pessoa negou-se sempre, insistindo que era vigarice.

Curiosamente, há uns meses percebi que as pessoas que, naquela altura, mais me criticaram, sofrem do mesmo problema e estão bem mais carecas que eu. Com largas exposições de calvice. Porque será que são as que também precisam as que mais mandam abaixo? O pior é que sei que elas estão bastante conscientes da sua condição e tentam vários truques para a disfarçar. Escolhem bem o shampôo que usam, sempre anti-queda, pintam o cabelo, fazem nuances, acrescentam extenções, detestam ficar ao ar livre sujeitas à brisa e ao vento. Temem não manter a apresentação do penteado e que alguém repare.


Li na imprensa que a Sofia Ribeiro está no caminho da cura e recuperação, e irá em breve regressar a uma novela. Ainda bem para ela. Não que tenha comparação - porque não tem - a doença dela é cancro e a minha é alopécia. Ainda que a minha seja embaraçosa, não a «trocaria» por a dela :P

O que me faz cair o cabelo é desconhecido, definitivo e irreversível. O que lhe fez cair o cabelo a ela e a todos que se sujeitam aos actuais tratamentos para combater o cancro é o tratamento em si, que é bastante agressivo. Mas uma vez curada, a pessoa recupera os cabelos e, pelo que me foi dito até por quem já os perdeu para se tratar de cancro, os cabelos crescem até mais vistosos que antes. Entre tanto mal fico contente que pelo menos haja a possibilidade desse benefício! É justíssimo.

Vou ter de me preparar para um futuro de calvice acentuada. Ainda sou «jovem», o que significa grandes mudanças num curto espaço de tempo. Assim que a menopausa se instalar - ela que muda tanto o corpo da mulher - as coisas só podem piorar - e muito. Às vezes penso que não vai fazer diferença. Aceito tudo o que a vida me trouxer. É a vida! É a própria condição de se estar vivo. Mas noutras vezes, principalmente quando noto como a sociedade trata os menos favorecidos, os menos jovens, menos atraentes, menos afortunados - isto me revolta e sinto-me deprimida.

Actualmente está assim. Sensivelmente 1/5 do que um dia foi.
Ainda «não está muito mal», certo?
Acho que não me incomodaria de cortar o que me restasse de cabelo para ficar careca. Acho - mas não sei ao certo. Talvez me habituasse à calvice. Talvez fosse gostar de usar perucas diferentes quase todos os dias (quando era adolescente desejava que fosse moda usar perucas para mudar de penteados com frequência). O que desconfio que iria incomodar mais seriam os olhares alongados ou assustados, as pessoas que passariam a deixar o assento do autocarro ao meu lado livre, as fofocas, as conjecturas pelas costas e as críticas das "tais" pessoas que não me iriam poupar, decerto.

É que a culpada pela calvice sou eu. Não sabiam?

Bem que a sociedade podia aceitar as diferenças, sem rótulos, sem julgamentos. Até aceito que se brinque com desgraças, que se brinque com os estereótipos, que se faça humor com a tragédia. Que se brinque com o preconceito, inclusive. Acho saudável. Mas desconfio não ser por aí que estamos a evoluir cá em Portugal, pelo menos.

Bom, o tempo dirá! E dirá já depois do verão...

Se fosse possível cortar assim.
Restarão fios suficientes?




sábado, 14 de dezembro de 2013

Doação para cancro


Pesquisando no google sobre doação de perucas para pacientes com cancro
Resultados: 


"Irmã de cabelo", "Banco de Perucas" ou "seu cabelo pode virar peruca e ajudar mulheres"  - BRASIL

"Hair Donation and Wigs - cancer research UK" - Inglaterra

"Wigs and Air Donation - American Cancer Society" - U.S.A.


E pergunto onde raio existe algo do género aqui, em PORTUGAL

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Cartão de cidadão: ficar bem para a fotografia

Fui tratar de renovar o cartão de cidadão.
Mal cheguei e tirei senha, chamaram-me para posar para a foto. Aproximei-me, posicionei-me e a máquina disparou.
Só depois entendi que tinha o cabelo mal apanhado, um risco lateral mal feito, com fios soltos pelo ar e um farrapo patético deles a se deixarem escapar pelo pescoço. Exclamei: "estou despenteada" ao que a pessoa disse que podia tirar outra foto "é agora ou nunca" - diz.

E eu dispensei.

Só depois reflecti neste simples gesto de pessoa que não é vaidosa. Lavava as mãos no WC e pelo espelho observei o meu rosto emoldurado pelos cachos de cabelo. Lembrei que é suposto para os cartões de identificação uma pessoa ficar mais "compostinha". Porque será que na altura não me deu para isso? Afinal preparei-me de véspera... tratei do cabelo. Agora durante CINCO anos vou ter uma foto minha que não vai mostrar o meu melhor. 

Mas não é isso que me incomoda. Por estranho que pareça, dou por mim a pensar que daqui a CINCO anos provavelmente já não vou ter este aspecto que ainda passa por jovial. Estarei na casa dos 40 (pois é). Provavelmente já poderei ter alguns cabelos brancos e algumas rugas pronunciadas no rosto. E levando em consideração os últimos anos como medida, provavelmente por essa altura estarei totalmente careca. E é isso. Desperdicei uma «última oportunidade» (de "ficar bem na fotografia") e é essa sensação de "perda" que subitamente me afligiu.

Recuei também no tempo, por volta dos 14 ou 16 anos quando entrei numa cabine fotográfica automática, para tirar fotografias tipo-passe para o cartão escolar e também não quis saber de compor o cabelo. Passei por uns rapazes que, como todos os rapazes, gostavam de ficar ali de "plantão" junto à máquina só para gozar com quem aparecia para a usar. "Com essa cara ainda estragas a máquina" "Ui! Feia assim ainda estragas a máquina!" e coisas desse género que não me afectaram minimamente. Ao contrário. Até me deixavam bem mais tranquila do que se escutasse ou sentisse que suscitava outro tipo de comportamento e pensamento.

Minha mãe desgostosa por não ter tirado uma fotografia mais bonita, no dia a seguir aproveitou que ia ao cabeleireiro e decidiu que íamos todas e depois tiravam-se novas fotografias. E assim foi. Novamente entrei dentro do centro comercial onde voltei a "esbarrar" com o mesmo grupo de rapazes. No dia a seguir a terem-se metido comigo, não me reconheceram como sendo a mesma pessoa. Agora era gira, era bonita, era interessante. E ouvi elogios e piropos. Só mudou o cabelo!

O cabelo faz diferença. Eu tenho constatado isso nestes últimos anos porque infelizmente tenho sofrido bastante de queda. E embora ainda tenha o suficiente para não se perceber nenhuma "carecada", nestes 10 anos a queda foi acentuada e irreversível. Ninguém acredita que tenho falta de cabelo (nem o especialista se acreditou) até ver uma fotografia do "antes". Dizem que perdi 3/4. E eu acredito que seja verdade. Porque a memória sensorial é muito mais persistente e duradoura e dou por mim a sentir as diferenças ao apanhá-lo na totalidade, ao reparar na linha da testa, ao sentir a sua extrema leveza a pesar do seu imenso comprimento. O facto do elástico para agarrar o cabelo dar várias voltas e de nenhum travessão ter algum tipo de utilidade e escorregar cabelo abaixo, quando antes não conseguia usar qualquer um de jeito nenhum, eram todos pequenos.


Nem sei porquê me apeteceu "revelar" tanto sobre a minha pessoa neste post de reflexões a partir de um acto corriqueiro. Mas enfim... daqui a 5 anos, quando renovar novamente o bilhete de identidade conto aqui se já tenho peruca ou pinto o cabelo ahaha!


domingo, 30 de dezembro de 2007

DADOR DE ÓRGÃOS

RENNDA



Por volta de 1996 tomei consciência de uma mudança significativa numa Lei que nos diz respeito a todos: a colheita de órgãos humanos. Embora a lei tenha sido alterada em Abril de 1993, duvido que a maioria dos Portugueses saiba que, a menos que se pronuncie ao contrário, após a morte será esquartejado como se faz a um animal no matadouro, a fim de lhe ser retirado o maior número de peças reutilizáveis possíveis.

Não queria ser tão gráfica e estabelecer uma comparação de tão mau gosto. Mas assim é. Já o vi em documentários que passaram pouco na televisão e fiquei espantada e angustiada com a quantidade de utilizações post-mortem que o nosso corpo tem. Desde pele, a cabelo para transplante, a qualquer espécie de músculo, a tendões, à córnea ocular, a membros motores como a maioria já conhece, e claro, a órgãos mais interiores como o coração, os rins, um fígado, os pulmões e não sei mais o quê. Será que deixam alguma coisa?

O que me aflige nisto tudo é que, em vida podem não nos dar valor algum. Um indivíduo pode não receber respeito, ser maltratado e viver desalojado. E é na morte que ele se torna valioso.

Quando era criança e até adolescente, esteve sempre nos meus planos tornar-me dadora. Mas quando soube da lei, os meus sentimentos alteraram-se. Não tive dúvidas: ia buscar o tal papel e tornar-me Não Doadora, nem que fosse para depois desmanchar tudo para que a decisão de o SER pertencer a mim e não a mais ninguém.

Muito bem. E onde se obtém esse documento?
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Uma ida casual ao ministério de Educação facultou-me essa informação: um indivíduo tem de fazer comunicar ao Ministério da Saúde a sua intenção, e para tal “basta” fazer uma inscrição num Centro de Saúde ou extensão RENNDA, solicitando um “impresso-tipo” que deve estar “devidamente preenchido”. A RENNDA (Serviço Nacional de Não Dadores) é “um serviço informatizado, onde se encontram todos os que manifestaram junto do Ministério sua total ou parcial indisponibilidade em doar post mortem, certos órgãos ou tecidos” (fonte wikipedia, link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transplantação_de_órgãos)

Vou deixar que reflictam no possível significado, a meu ver dúbio, das palavras destacadas em negrito. Por agora vamos “seguir” os passos de quem está interessado em obter este “impresso-tipo”.

O local, conforme reforça este outro link:
Parece simples. Mas claro, não é.

Por centro de saúde conheço o da minha área de residência e aí, onde nem sequer existe um balcão de atendimento geral, ninguém conhece o que é isso de RENNDA e seu respectivo impresso. Noutra ocasião em que me vi num hospital, decidi procurar informações a respeito do procedimento sobre a doação de órgãos humanos após a morte. Perguntei onde ficava a recepção, já que me encontrava nas urgências. Apontaram para fora do hospital, à direita, ao fundo. Caminhei até chegar ao fim da rua, li todas as placas, mas o mais próximo que cheguei de algum lugar foi da casa mortuária.


E assim, mais de uma década se passou e sou ainda, dadora de órgãos á força. Sou por falta de oportunidade, não por falta de conhecimento. Acredito que muitos desconhecem esta lei. E segundo uma notícia da TSF, no ano em que esta lei entrou em vigor, cerca de 20 mil indivíduos fizeram a sua inscrição. Dez anos depois, em 2004, apenas 64. Não 64 mil, mas apenas 64 indivíduos, menos de uma centena. (link: http://www.tsf.pt/online/vida/interior.asp?id_artigo=TSF155488).


Reforço a noção de que poucos portugueses conhecem esta Lei que dita para que fim se destina os seus corpos mortos. Muitos pensam que nem autopsiados são e que o consentimento da família é fulcral para qualquer intervenção invasiva. Enganam-se.
.
Tenho um familiar a ir à faca dentro de dias pela primeira vez na sua vida. Naturalmente, está nervoso com o que desconhece. Calhou ter mencionado que somos todos dadores por lei e este não quis acreditar. Insistiu que o consentimento dos familiares tinha de ser escutado para qualquer procedimento, especialmente este, em que “ele não deu permissão”.


Pois então fica já para se saber: desde 1993 a lei Portuguesa dita que qualquer indivíduo residente em Portugal quando morre é um potencial dador (TSF) e cada pessoa a partir do momento em que nasce adquire este estatuto (Portal da Saúde).


Se tem alguma objecção ou desconforto com esta ideia, tem de se registar no RENNDA. Para tal dirige-se a um qualquer centro de saúde apenas com o seu Bilhete de Identidade. O documento não tem qualquer custo. Lhe será entregue o impresso tipo, que tem somente de preencher e que pode entregar nesse mesmo posto de Saúde.


Simples, mas cruze os dedos e faça figas. Para que consiga os seus intuitos com a facilidade descrita.
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É que não só o seu centro de Saúde pode nem saber do que está a falar, como o historial português de tudo o que respeita a serviços simples, mas burocráticos, tem a fama que tem porque a merece. Se tivesse de apostar, diria que as pessoas que contactar, desconhecem o paradeiro desse impressso-tipo e estão mal informadas para prestar informações. O melhor a fazer é se certificar que o documento chega mesmo ao Ministério da Saúde, e faça por confirmar se os dados facultados no papel são os mesmos que constam no sistema informático. Quem a/o atender irá com certeza negar-se a isso ou mostrará indisponibilidade e antipatia por tal lhe ser pedido. Tome a iniciativa de fazer a sua própria cópia do documento e guarde-a. Não é necessário um cartão de Não Dador mas, como os sistemas informáticos e os erros humanos acontecem, peça-o á mesma. E prepare-se para enfrentar possíveis juízos de valor, pois aparecem sempre pessoas ávidas para realizar criticas. Podem não ter tido um único gesto altruísta em vida mas acham que o vão ter na morte, e isso lhes dá o direito de julgar a decisão alheia sobre o direito à identidade.


Já não parece tão simples…


O OUTRO LADO DA QUESTÃO

É claro que, por detrás da questão da obrigatoriedade portuguesa de dadores de órgãos, está PORQUÊ estes fazem falta.


Quando reflectimos que existem pessoas necessitadas, o estar em desacordo com o ser dador não nos faz sentir totalmente bem. Afinal, já estamos mortos. Será que faz diferença? Dizem que não se sente nada. O corpo é um casulo em decomposição. Mais vale aproveitar algumas peças para alguém viver mais alguns anos.


Sobre isto, cada um sabe por si.


Outra razão apontada para esta mudança de lei é o tráfego e o mercado negro de órgãos. E aqui já tenho muitos mais dados a dizer sobre a questão!


Ao que parece, nunca deixou de existir escassez para a quantidade de procura. Ou seja: a quantidade de mortos dadores é muito inferior à quantidade de pessoas necessitadas. Até porque temos outros factores a ajudar para que este prato da balança sofra uma maior inclinação: as pessoas estão mais expostas à poluição, a medicina chegou mais longe e é hoje capaz de mais feitos, pois no passado um doente estaria simplesmente condenado a vir a falecer. As pessoas são também mais sedentárias e abusam dos limites. Quem fuma, quem bebe e quem vive em atmosferas que sabe lhe serem nocivas e continua a ter estes comportamentos de risto até lhes doer.


Lamento que na televisão não passem mais documentários e notícias sobre este tema. Mas vou deixar aqui escrito, tudo o que já ouvi falar a respeito de transplantes, transplantados, colheita de órgãos, tráfego e dadores. Vai surpreender-se! Alguma desta informação fez com que repensasse tudo.


Por onde começar?! Há tanto para se dizer!


Vou começar pelo meu princípio: pelo xenostransplante e pela mecânica.


A necessidade humana de substituir órgãos defeituosos por outros ou outra coisa que os ponha a funcionar, é uma necessidade antiga, sobre a qual muitos estudiosos e cientistas se debruçaram. O primeiro transplante de coração humano foi feito em 1967, antes do homem pisar a lua. Mas mesmo antes muitas outras experiências foram efectuadas. Uma delas foi a possibilidade de órgãos de animais poderem fazer a vez de um órgão humano. A ciência centrou-se no porco, por ser um animal com a fisiologia mais semelhante à do ser humano. Chegou-se a fazer transplantes e a acreditar no sucesso desta técnica. Desconheço agora os pormenores mas existem ou existiram pessoas cujo coração ou outro órgão no seu corpo não era mais o seu, mas o de um animal.


Outro caminho a seguir será o uso de aparelhos mecânicos que consigam reproduzir as funções dos órgãos a morrer. Devo dizer que é neste ponto que sinto um tanto de revolta. Pelo que consegui compreender através da informação a que fui submetida, esta possibilidade é a melhor escolha possível. Não compreendo porquê não existem mais avanços nesta área.
A inserção de aparelhos mecânicos seria uma mais-valia em todos os aspectos da vida humana. Primeiro que tudo, terminava com o tráfego.
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Por todo o mundo mas principalmente nos países muito pobres, são cometidos rituais macabros de pura violação aos direitos humanos. Tudo porque um órgão vale mais que ouro no mercado negro.


Um indivíduo de recursos de um país desenvolvido, se souber que consegue um órgão no mercado negro, aproveita as brechas da legislação, viaja para ser operado num terceiro mundo qualquer e regressa ao seu país, num estado de saúde que não experimentava à muito. Para tal só teve de fechar os olhos à forma como obteve de novo a dádiva da vida. Claro que o desejo é legítimo, mas a forma como muitas vezes se concretiza, é terrível. Prova que quem tem dinheiro compra tudo. Inclusive a vida de meninas que são assassinadas para extracção de órgãos ou de homens e mulheres que acordam com uma misteriosa incisão lateral por lhes ter sido removido um rim enquanto estavam desacordados. Existe também o caso de a extrema pobreza levar uma mulher, por exemplo, na Índia, a vender o seu próprio rim por uma ninharia e depois, sente-se sem energia para continuar a levar a vida dura que sempre levou ou lidar com efeitos secundários que desconhecia poderem existir.
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Na América foi perguntado a um casal a quem o filho recém-nascido acabara por falecer, se autorizava a doação de órgãos. O casal reflectiu e decidiu que gostaria de enterrar o bebé inteiro na terra. Passados dois meses receberam uma conta do hospital. Nessa factura vinha um extracto de quatro páginas, indicando detalhadamente cada intém retirado ao corpo daquela criança. Os pais ficaram horrorizados.


Por tudo isto e mais, não entendo porquê não se investe no uso e estudo de órgãos mecânicos. Serão as questões económicas que ditam estas escolhas?


Um indivíduo transplantado compra também uma despesa vitalícia na farmácia. É grande e dispendiosa a quantidade de fármacos que um indivíduo tem de tomar para levar o seu organismo a aceitar aquele órgão que não lhe pertencia a trabalhar para si. E por maior sucesso que a cirurgia prometa ser, a esperança média de vida é sempre um risco, uma incógnita. Tanto pode ter “comprado” ao tempo mais dois anos, como trinta. E durante esse período a indústria farmacêutica tem um cliente que a ela recorrerá todos os dias. O transplantado é co-dependente de fármacos.


Depois, infelizmente, vêm aqueles que vou chamar de (e desde já peço desculpas se ferir susceptibilidades) “transplantados ingratos”. Trata-se, a título de exemplo, dos indivíduos que não tomam as devidas precauções após o transplante. Como é o caso de um senhor que vi numa peça exibida pela Sic. Este português recebera um transplante duplo de pulmão (irei confirmar se foi mesmo de pulmões). Por causa do transplante, o indivíduo tinha de usar máscara devido ás impurezas no ar. Outra coisa que ele não podia fazer, era dedicar-se ao seu hobbie favorito: criação de pombos. É sabido que os pombos e as suas fezes são do pior que existe para a saúde humana. Mas este indivíduo gosta demais dessa parte da sua vida para prescindir da satisfação que cuidar dos pombos lhe traz. Acontece que não existem tantos pulmões assim, para quem os receber poder arriscar-se a perdê-los. Ao menos assim me parece, que há algo de errado nestes casos.


São muitos os riscos, poucas as garantias, e muitas as incógnitas. Gostaria que esta fosse uma área onde se pisasse solo mais firme e, por isso, estou a torcer para que os interesses mudem e se passe a considerar mesmo a sério, o fim do recurso a órgãos humanos em substituição de outros e se passe a olhar em frente, em direcção á tecnologia. Em laboratório já se consegue muita coisa: fazer pele artificial, cultivar células, moldar uma orelha e criá-la em pele. Porquê não ir mais longe? Afinal, a lua, os planetas e todo o mistério, está dentro de nós.
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Tanto assim é que afloro agora outro assunto mais transcendente sobre a transplantação de órgãos humanos: a transferência.
.Tenho gravado algures um documentário sobre pessoas transplantadas que começaram a ter sonhos, visões e emoções após o transplante. Vieram a descobrir que nos sonhos escutavam o nome do indivíduo cujo órgão possuíam agora. Em sonhos viam-lhe o rosto. Os desejos mudaram para ficarem de acordo com os do falecido dador. Acredite quem quiser. Eu acredito. Há mais mistérios entre a terra e o céu... já se diz.
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Mas não é mistério. É energia. O homem não compreende totalmente a energia. Já Heinstein e outros fizeram as suas tentativas.
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Em Portugal tudo é anónimo. O dador é anónimo, a identidade do receptor também. Sou contra o anonimato. Acho que uma família que sabe que um órgão de um ente querido, por sua vontade, estaria destinado a ajudar a viver uma outra pessoa, tem o direito de saber para onde foi e para quem. Eu quereria saber, embora não queira agora me imaginar a passar por isso. Mas eu ia querer saber se foi para a China, para o Tibete, para o Alentejo, para homem ou para mulher, para menina ou menino, com que idade, com que estilo de vida. Acho bem, acho de direito.
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Termino com o pensamento naqueles que vivem uma realidade que pessoalmente desconheço e espero nunca vir a conhecer. A todos aqueles que neste instante vivem esta situação na primeira pessoa, desejo tudo de bom e mais ainda.