Sem o desejar e sem os outros admitirem, acabei por lançar uma MODA no local de emprego.
A moda da trança no cabelo!!
Como o tenho longo e preciso de o prender, o mais prático e também mais saudável, é a trança. Que comecei a usar quase todos os dias, por volta de Janeiro. Os elogios não tardaram mas, como sempre fiz, dei pouca importância aos mesmos.
Há coisa de umas três semanas é que dei conta do «fenómeno».
Ao circular pelo emprego, fui dando conta que cada cabeça que me aparecia à frente tinha trança. No dia seguinte o mesmo, e depois o mesmo... e aí percebi que me estavam a copiar eheheh!
A este tipo de pessoa dá-se o nome de "aquela que faz os outros seguirem uma moda". A «lança-modas».
A este tipo de pessoa dá-se o nome de "aquela que faz os outros seguirem uma moda". A «lança-modas».
É curioso perceber que, após tantos anos, ainda tenho esta capacidade extraordinária. Sendo que o espanto está no facto de não dar qualquer importância a modas nem me envaidecer com elogios. Elogios esses que outros escutam e, na esperança de receberem também uns, vão e imitam o «elogiado».
Agora as cabeças do mulherio - excepção feita para duas - estão «infestadas» de tranças. Não importa o tamanho do cabelo, lá conseguem entrançar uns fios.
E sei que não chegaram lá sozinhas por lhes conhecer as anteriores opiniões sobre os próprios cabelos. Uma só o queria «eriçado», porque dizia que não tinha volume então todos os dias exibia com vaidade o cabelo que mais parecia palha seca. E quando lhe diziam algo menos bom logo respondia que adorava e não ia mudar. Já o namorado dela foi dos primeiros a elogiar o meu cabelo, primeiro pela reacção de espanto e agrado que vi nos maneirismos e olhar. Dele e de outros, ao que reagi fingindo não reparar. Disse-me que gostava muito de me ver com trança e com ele solto (antes de o prender). É muito raro aparecer com ele solto mas os poucos que me viram reagiram com espanto e agrado, ficando a mirar. O que é natural, quando se convive de uniforme e cabelo apanhado. Quando calhei dizer que o pretendia cortar pareceu ficar incomodado e logo mostrou-se contra, dizendo-me que tinha um cabelo bonito de que ele gostava muito :)
Vai que há coisa de três semanas, um dos gerentes - gay, decidiu, mais uma vez, elogiar-me o cabelo. Só que o fez assim no meio de muita gente, durante o expediente. Elogiou-me numa trança e, a brincar, perguntou se «podia ficar com a minha trança» porque só lhe dava vontade de pegar numa tesoura e mo tirar.
Depois deste instante, a «enxurrada» de cabelos entrançados não demorou a chegar, eheh.
Quase todos em cabeças de mulheres vaidosas, que tinham um estilo diferente e diziam estar satisfeitas.
O que é o poder de uma trança no cabelo certo, hei?
Ou então o poder de encantamento que o cabelo longo tem nos homens... gays ou heteros.
Ou então o poder de encantamento que o cabelo longo tem nos homens... gays ou heteros.
Mal sabem eles que o «cabelo da inveja», o cabelo inspirador de modas - este que carrego na cabeça e que não acho nada especial é somente uma amostra do que um dia chegou a ser. Está nos últimos momentos da sua vitalidade. E não sabem o quanto me entristece viver todos os dias com a sua queda irreversível.
Porém isto serve para eu descobrir que tenho de apreciar o que tenho, enquanto ainda tenho e para voltar a constatar que, mesmo algo que para nós não está bem, pode ser para outros um alvo de inveja e desejo.
Boa semana, pessoal!!