Metereologia 24 h

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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Dia de negas

Puxa, está difícil passar pelo dia de hoje.

22 de Maio devia entrar no calendário como o dia das negas.


Pela noite soube que o quarto caro mas jeitoso que pretendia agarrar deixou de estar disponível. O barato que tinha marcado para visitar, recebi mensagem dizendo que o anunciante nao o disponibiliza mais (o anuncio ainda está on).

Recebi msg cancelando meu turno hoje. Todos esta semana foram cancelados. Tem contribuído para a minha ansiedade.

Envio msg ao gerente perguntando se devo aparecer. Diz que não.

Envio msg ao gerente da noite que há um mes garantiu-me que sempre nos dava trabalho. Nem respondeu.

Recebo msg da agencia a dizer para aparecer as 18. (Mais um turno reduzido para metade). Das 40h que esperava ter esta semana, fiz 16h. Depois recebo mensagem a reduzir o turno da proxima sexta. Provavelmente ate lá cancelam-no.

E para dar a estocada final, ontem marcaram um turno para sabado e outro para domingo. Uma hora depois ligaram para saber qual preferia fazer, porque nao podia ter os dois. Escolhi o de domingo. Faz minutos, cancelaram o de domingo.

Enviei um email a pedir para me devolverem o de sábado.

Só o trabalho me dá ânimo.
Se o perder sobra-me.... nada

Sem trabalho, sem casa...

Porquê???

Que desanimador.
E nao adianta o "vamos todos ficar bem" ou o "vai aparecer melhor". O desejo e a realidade não se mesclam.

Sobreviver ao dia de hoje - o dia das negas.
Difícil.

.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

O Reino Unido não tem estrutura para isto



Sinto-me como alguém que terminou de sair de uma exaustiva luta corporal. Mas tudo passou-se no campo psicológico. Ter ficado em casa de quarentena ontem e hoje, já estava a parecer-me uma coisa boa. Poder descansar o corpo pareceu-me um benefício que nem percebi estar a precisar e tinha de apreciar. Pela primeira vez consegui dormir mais que três horas - sem bem que acordei umas seis vezes entre as 3 da manhã e as 9h, quando despertei de vez. 

Deixei os colegas todos usarem o WC. Quando subitamente lembrei-me de verificar o meu saldo bancário porque a Easyjet disse que fazia o "refund"/devolução da passagem aerea mas a verdade é que até agora, zeritos. Tenho um email deles a dizer que a transacção foi feita, mas nenhum dinheiro na conta bancária. Espertinhos!



E foi então que vi uma "transacção pendente", um pagamento de uma compra feita ontem. Quando fui a ver o que se tratava, pois não comprei nada, fiquei muito chateada. 

Lembram-se disto? De ter escrito sobre a minha primeira compra na Amazon e de como fui forçada a aderir ao serviço Prime, gratuito no primeiro mês e possível de cancelar, mas ao qual tive forçadamente de aderir para terminar a compra? Lembro-me do comentário depreciativo do SOG: "Mulheres....".


Pois. Mulheres têm uma intuição do caraças. Mesmo tendo cancelado a subscrição ao serviço gratuito da Amazon em menos de 24h e tendo recebido um email deles a confirmar esse cancelamento, dizendo que nenhuma cobrança seria feita após esse mês gratuito, adivinhem de quem era a transacção pendente no valor de 7.99£?  (uns 9 euros). 


Ah, pois é!

Mas o pior foi tentar entrar em contacto com as entidades envolvidas: o Banco, para cancelar e bloquear a Amazon, e a Amazon em si. Esta última, para esquecer. Nem me esforcei muito, pois nota-se online que não estão muito interessados em facultar esse tipo de contacto. Liguei de imediato foi para o Banco... ai. Estou exausta. Foi mentalmente exaustivo e tudo pelo tempo de espera, pela quantidade de chamadas que fiz para no final a ligação ser cortada por eles e ter de ligar novamente... A sensação de frustração a crescer, crescer, ansiedade, nervos...

Estão todos a trabalhar "a partir de casa", e a gravação dizia que a chamada podia demorar mais tempo que o habitual, mas seria atendida. Pedia para que esperasse em linha. Mas depois de muito esperar, ninguém atendia. Ao final de 40 minutos, desliguei para tentar outra abordagem. Acabei por regressar ao mesmo número e desta vez foi pior. Depois de facultar a razão pela qual fiz a chamada, facultar todos os números de segurança e dados pessoais, tudo uma dezena de vezes, a chamada desconectava ao final de uma longa gravação sobre o vírus do Corona. 

A frustração atingiu-me o sistema nervoso. Cheguei a largar lágrimas. 

O Reino Unido não está equipado para lidar com um lockdown. 
Entrar em contacto com os organismos para continuar a usar os serviços é um pesadelo. Para contactar o HRMC - que é o portal do governo como as nossas finanças, fiquei eu duas horas e meia só para me darem um número que precisava para entrar online e fazer uma "clame". Depois de responder a uma série de perguntas de carácter pessoal, falhando uma porque a ordem das duas palavras de segurança era inversa à que disse, desligaram-me a chamada. 

Foi inútil, fez-me perder tempo, a situação resolveu-se comigo a regressar ao Centro de Emprego para pedir o tal número. No instante em que lá estava recebo uma chamada da agência de recrutamento a oferecer um trabalho - o tal do qual fui dispensada - e aceitei. Fazer a "clame" (pedido de subsídio) ficou adiado e fora de questão. Quem trabalha sem contrato de horas certas, não tem direitos alguns mesmo. Não gosto e nunca gostei de fazer "clames", mas o sistema deles quase que te prejudica se não as fizeres num periodo de desemprego ou transição entre um e outro. Tens de ter um contínuo registo de ganhos, sejam eles por empregabilidade ou desempregabilidade. 

Mas isso é outra história.
Sinceramente, creio que o Reino Unido só não se afunda como país, porque é uma jangada que flutua. Aprendeu em séculos de experiência, como flutuar neste mundo político-económico, parecendo ser mais importante do que é. E como na vida, como acontece com os seres humanos, o que aparenta conta mais do que o que é.

Pronto, hoje, é isto.
Mentalmente exausta... vou tentar comer algo, que até o apetite foi para as urtigas.
Fiquem bem. 

Vos visitarei em breve!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A diferença entre se ser RICO ou POBRE




Não é ciência nenhuma...

Mas apeteceu-me partilhar por a minha infância ter sido o oposto. 
Alguns sabem o quanto estas palavras bonitas «picam» a alma por, indubitavelmente, trazerem à lembrança outra realidade. 

Ontem uma pessoa perguntou-me porquê me vejo numa luz «derrotista». E sem entrar em especificações, tentei explicar o quanto um certo «negativismo» nas raízes de muitas famílias portuguesas contribui para esse colectivo. 


Por isso relembro: pobre não é aquele que cresce sem bens materiais ou com pouca comida.
Pobreza é outra coisa. É quando vem do espírito.