Assisti a este programa sobre a descoberta de um assassinato de uma jovem de 18 anos. O seu corpo - ou melhor, o torso do seu corpo foi descoberto por pescadores, que o confundiram com um animal. Seria apenas mais um caso macabro do género, não fosse alguém chamar um canalizador.
Nos canos foram encontrados quilos de uma substância que parecia carne. Era parte do que restava de Rori Ache, vítima de sádico abuso sexual e homicídio. A sua identidade porém, não pôde ser descoberta através da gosma removida da canalização - provavelmente suas entranhas e orgãos internos. A identidade daquelas peças, que um dia constituíram um ser humano, com sonhos, emoções, pensamentos e sensações - só foi possível com o que acharam dentro do congelador. A cabeça de Lori.
E assim, esta história, que pensei ser datada de muitos anos por já a ter escutado antes em programas já datados - afinal é quase uma cópia de outras mais antigas. Há mais que uma pessoa desaparecida que é descoberta pela polícia aos pedaços dentro de canalizações domésticas. Esta caso aconteceu... em 2017. É muito recente! A condenação do responsável, Adam Strong, deu-se em 2021.
No interrogatório de Polícia, Adam, descrito pelos amigos homens ser um tipo fantástico que ajuda todos e pelas mulheres como um sádico sexual, insiste no detalhe de que a jovem não estava grávida - coisa afirmada pela mãe na comunicação social. E tinha a certeza disso. Disse: "Não vi nenhum bebé". E acrescentou: "Ela não estava grávida. Eu tive o aparelho reprodutivo dela nas minhas mãos" - e levanta a mão ao ar, simulando segurar algo.
Eu perguntar-lhe-ia o que ele fez com esse aparelho reprodutivo. Lá porque existem partes por todo o lado, não significava que não lhe desse para o canibalismo.
A forma banal e sem empatia com que ele diz isto faz-nos questionar qual a maneira correcta para extrair a informação necessária. Soube que não era por demonstrar empatia - o primeiro interrogatório fez isso e Adam não abriu a boca. Portanto, há que falar com indivíduos assim como se nada do que te está a ser dito te afectasse. E a tua curiosidade é de ADMIRAÇÃO.
A polícia, na realidade, não tinha nada com o que acusar. Só tinham partes de um corpo mas não têm provas de que ele a matou, não têm provas de que ela não morreu de acidente e ele só se desfez do corpo, escolhendo aquela forma macabra. Já vi um caso em que o indivíduo, para justificar as provas da polícia, afirmou que não matou uma mulher, já a encontrou sem vida mas, como a achou gira, teve sexo com o cadáver. Isto porque quis justificar a presença do seu sémen. A polícia tem de encontrar algo que ligue os pontos. Caso contrário, não é um caso sólido, por mais macabro que possa parecer. Neste caso, a polícia não tinha NADA e iam acusá-lo de "profanação de cadáver" somente.
O segundo interrogatório policial foi tido como um óptimo exemplo de um trabalho bem feito. Mas eu, pessoalmente, fiquei com muitas dúvidas. Imensas dúvidas. Tantas que me incomodou não terem feito mais perguntas. É que, ao revistarem a casa onde encontraram a cabeça de Lori, deram com facas. Uma destas facas servia para tirar a pele a animais. Fizeram um teste de ADN a pedaços de materia que encontraram e... não era de Lori. Mas sabiam de quem era: outra menina desaparecida---- DEZ ANOS antes! Não sei se pessoa local, se de outra localidade.
Ele tinha assassinado uma outra pessoa 10 anos antes. Ou algures nesse período de tempo, se formos a conjecturar que pode tê-la mantido em cárcere privado por algum tempo, mesmo anos. Improvável, mas possível. Pouco se sabe. É questão para perguntar. Para fazer muitas mais perguntas. Acham mesmo que, em 10 anos, um indivíduo que fala abertamente sobre segurar o útero de uma jovem mulher nas mãos após a esventrar, e não consegue se lembrar dos detalhes do esquadrejamento, sentindo-se até aborrecido por o detetive perguntar mais que uma vez.... como se mencionar que esventrar na banheira com água quente fosse suficiente para tudo ficar esclarecido. Entendi que ele, que estava a falar desse acto, entediou-se nesse instante porque, a meu ver, aquele momento NÃO LHE ERA NADA DE ESPECIAL. Deve tê-lo feito tantas, mas tantas vezes, que falar disso é do mais enfadonho que existe.
A polícia condenou-o pelas vítimas conhecidas. Mas, ao que saiba, não ponderou sequer se existiam mais. Não lhe perguntou. Deve ter perguntado, ou não era polícia.... Mas DEZ ANOS??? Acham que uma pessoa que ganha este gosto, que "caça" jovens de quem, de certeza, abusa sexualmente de forma sádica e acaba por as desmembrar, "contenta-se" em fazê-lo com um intervalo de 10 anos???
Lori tinha saido do hospital e acho que desapareceu em poucos minutos. Ninguem ficou a saber mais detalhes de metedologia. Ele apanhava miudas ao acaso? Como as apanhava? Seguia-as por meses e meses? Ninguém soube - pelo menos não assistindo a este programa, intitulado "Sala de interrogatórios: Alguma coisa na água", que vi no canal AMC Crime.
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