segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A nova colega - parte 1

 Considero a colega da casa a alma da mesma. A maneira dela ser espevita o pessoal. Gosto dela e sinto que e reciproco. Mas isso nao significa que nao haja algo com que nao estejamos totalmente de acordo.

A primeira coisa que tenho de explicar e que a conheci antes de me mudar. Quando pedi para ver o quarto por uma segunda vez, ela apareceu. 

E logo comecou a fazer uma serie de queixas a respeito de um colega de casa. Como eu procurava sinceridade, fiquei atenta ao que ela contava. Para total desconforto do rapaz da agencia, ela desbobinou uma série de coisas desagradáveis a minha frente. Para quem queria "vender" um quarto, a rapariga nao estava a ajudar à causa.

Disse que conseguia escutar tudo no quarto que eu ia ocupar. Todos os ruidos no WC. Mas concentrou-se em falar mal a respeito de um inquilino em particular. Sobre este disse que tinha de desinfectar tudo no WC depois dele o usar, porque sabia que ele nao lavava as maos depois de urinar. Tambem se queixou que este ia ao WC de noite e nao fechava a porta, queixou-se que ele serviu-se de comida dela, falou que colocava a maquina de lavar roupa a funcionar tarde de noite, etc. 

E depois mostrou-me o quarto. Pensei que era ela que o ocupava, mas ia sair. Estranhei tantas queixas se se ia embora, porque repetia e repetia sempre o mesmo: he has to go! (Ele tem de sair desta casa).

Fiquei depois a saber que o quarto dela era outro. Nao era ela a miuda que se ia embora. 

Pelas queixas que fez do rapaz e por dizer claramente que o queria expulso, cheguei a pensar: ao menos desta vez nao sou eu!

Tive de contar ao homem da agencia a razao pela qual nao pretendia que contactasse o senhorio para pedir referencias. Queria dizer-lhe que ia embora quando a coisa ja tivesse assegurada. Ou seja: contrato assinado. 

Mas na verdade, o que pretendia era nao dar a entender antecipadamente que ia me mudar. Principalmente, nao desejava que ninguem, sabendo-me a transportar coisas de uma casa para a outra, decidisse seguir-me. Nao podia correr esse risco.

Tive de lhe dizer que me ia embora por causa da conversa que escutei, em que o senhorio e uma inquilina falavam em me expulsar. "Much like what you are trying to do with this guy" - disse.

Ao que ele respondeu que nunca expulsava ninguem sem antes falar com a pessoa, etc, etc. É que ja estava decidido: estavam a tentar contactar o rapaz que tinha ido viajar, tinham-lhe escrito um email, etc. Iam para a frente com a decisao de o tirar dali.

"Ao menos desta vez nao sou eu o alvo" - consulei-me. 

Foi desta forma que fiquei a conhecer a rapariga. Ela estava a fazer o papel da outra. A falar mal de alguem pelas costas com o intuito de expulsar a pessoa da casa.

Quando finalmente me mudei, ela nao falava doutra coisa. Temia a chegada do rapaz a qualquer instante e mencionava sempre que ele tinha de ir embora. Ouvi outras historias a respeito do individuo, como por exemplo, deixar roupa acabada de sair da maquina em cima do sofa de tecido, deixando-o humido. Uma ex inquilina ITALIANA deixou um bilhete escrito perguntando porque estava o sofa molhado e ele escreveu como resposta:

-porque eu pousei a minha roupa nele por uns segundos, beaches. (Bitch significa cabra, puta, enfim, um insulto. Ele aproveitou a fonetica semelhante da palavra beaches/praias para insultar sem usar palavrao)


As coisas nao estavam a ser relatadas a seu favor. Mas sabem como eu sou: existe o outro lado da historia e preciso de conhecer a pessoa para a julgar. Claro  nao mo pintaram muito bem. quando finalmente ele entrou porta a dentro, as ideias que me surgiram foram as que me foram relatadas. Mas procurei empurra-las para segundo plano.

O que conheci dele nas 24h que ca esteve, nao era nenhum monstro de sete cabeças. Nao fez nada de abusivo mas sim, foi lavar roupa pela manha colocando-a molhada no sofa, nao por minutos, mas por horas. Tirando isso, nao senti nenhuma vibracao piorzinha e achei que tudo foi exagerado.

E nao sei eu disso muito bem??

Na manha seguinte ele tomou um duche e sim, deixou o chao um pouco molhado e na vespera, quando escovou os dentes, podia-se notar partes onde a pasta salpicou a parede. Mas nada de exagero. Nada de bagunça ou maus modos. A colega disse que ele ainda nao se tinha mostrado por inteiro. Que ela sabia que ele era pior. Eu vim a descobrir que ela so dormiu 2 noites no meu quarto e foi nesse periodo que concluiu tudo o que relatou sobre o rapaz. 


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