quinta-feira, 7 de maio de 2020

O bom humor da gorda


A mais-gorda está bem humorada hoje. Não preciso de mais nada para saber que a conversa com o senhorio correu-lhe muito bem.

Ele esteve cá ontem, antes de ontem, no dia antes disso, etc. Mas sempre comigo ausente. Pura conspiração. Conversar comigo, comonlhe pedi, isso não lhe interessa. Fez a sua escolha: escolheu dinheiro sobre princípios.

O que não vos contei é que, antes de ontem, no dia 5, confrontei-a.

Ela enviou-me uma mensagem a avisar que deixei cair uma luva no WC. Ou eu ignorava ou reagia. Não à luva, mas ao descaramento de interagir comigo como se nada se passasse quando na vespera disse ao senhorio para me remover da casa.



Desci e disse-lhe:
Olha, vou fazer contigo uma coisa que tu nunca fizeste comigo: vou falar-te na cara.
Tu pediste ao senhorio para me tirar desta casa.

Negou. Disse que lhe disse que nenhum amigo dela quer viver nesta casa comigo, porque eu era estranha.

Ao dar a entender ao senhorio que eu era o entrave para ele encontrar pessoas para os outros quartos, ela deu o golpe certeiro, foi diretamente ao bolso deste, que é onde ele tem o coração.

Muito manipuladora. Mestre.

Sei agora que não devia ter-lhe falado, porque ela ficou a ruminar em cada aspecto do que lhe disse e tratou de anular cada argumento com outra armação. O espetáculo deve se ter dado ontem de tarde,  quando a plateia/senhorio chegou.

Este enviou-me um sms a perguntar quando era conveniente ou inconveniente entrar no meu quarto para tirar fotografias as alteracoes feitas. Sei muito bem o que pretendia. Nao me ter por perto para combinar uma nova estrategia diante dos novos acontecimentos. (Eu estar a par da tramoia).

Ela disse-me que nenhum dos amigos dela gostam de mim. Ao que lhe respondi:
-eles não me conhecem.

Ela ficou com um ar pensador.

Alguns nem dizem "oi". - acrescentei.

No meu entender para se gostar oh nao de alguem ao menos alguma interacção deve existir. Assim a implicância de todos eles, sejam 2, 20 ou 200, foi-lhes implantada no cérebro por ela. E disse-lhe assim:
-"isso é porque a todos eles falas da terrível portuguesa que vive nesta casa".

Tenho a certeza que ela viu uma "abertura" para a razão penetrar pelas suas mentiras e tratou de arquitectar alguma coisa para refutar este meu possível argumento com o senhorio. Porque ela ainda temia isso.

Mas este está conquistado.

Tenho a desconfianca que ligou para o único amigo que realmente é dela  (os outros vieram com os outros italianos e ela apropriou-se) para que este confirmasse com o senhorio, em inglês  a terrível portuguesa que cá vive.  O tal Pedro, que apagou do quadro da cozinha o meu desenho e mensagem de amor e compreensão deixando no seu lugar um falo.

Só classe!!!

"Ele também me disse que eu também teria de sair" -mentiu.
"Acredito mesmo nisso, fulana"- respondi-lhe.

Acabei a conversa a dizer que mesmo que o senhorio me disesse que a casa estava vazia e me pedisse para ficar nela, não ia querer. "Para mim a casa é veneno"- concluí.

Este diálogo aconteceu na presença dos dois italianos que restam. Que fingiram nada ter a ver com nada.

E nao foi dito aos gritos, nem com violência. Nao foi prolongado. Também me queixei de me colocar à parte em particular nos momentos especiais, como pascoa e natal.

"Eu nao estou cá no Natal"- respondeu.

Pois... para ela o Natal é o dia 25. O que faz Antes e depois não conta. Montar a arvore de natal so entre italianos, comigo em casa, tendo mostrado interesse em participar, não conta. Pendurar meias de natal na lareira com presentinhos para todos menos para mim - Não conta. Desprezar a fatia de bolo de rei que lhe dei, deixando-a por dias em cima da mesa.... Não conta.

Querem-me dizer que todas estas atitudes contribuem para a harmonia e bem estar numa casa partilhada?

O meu erro foi ter ignorado/relevado TODAS.
Agora é tarde.
Toda a razão que tenho foi substituida pela intriga, que foi bem orquestrada, semeada com cslma, como quem planta sementes para verem germinar mais tarde.

Eu vi, pressenti e entendi isto tudo, sem nada fazer. Só esperando que melhorasse finalmente, um dia, por eu não ser má pessoa. E talvez alguém lhe fizesse frente e a visse por aquilo que realmente é.

A conversa que tive com ela foi gravada. Mas de que adianta? Se ela contar a sua versão, dizer-se assustada e com medo dos meus rompantes violentos, e escudar-se no apoio dos colegas italianos nem uma gravação importa.

E foi isto. Agora o que realmente me preocupa é o emprego. Já estão a cancelar todos os turnos. Não vou conseguir sustentar-me assim. A renda  vai subir, os empregos vao escassear.

E ela escolheu expulsar-me desta casa com as suas armações logo a seguir à pascoa e em plena quarentena de um virus que paralizou os serviços e a economia.

Está neste instante ao telefone a rir muito. Está de bom humor. A arquitectar o que se segue. O senhorio deve ter-lhe dito tudo o que ela queria ouvir.

E por esta altura ja deve ter percebido que os meus dias de ir trabalhar todo o dia ja  terminaram. Sabe que voltei a quase nada.

Deve estar ainda mais feliz.

O que é que este tipo de pessoas merece?
E porque nada lhes acontece para as punir pelo mal que espalham?




4 comentários:

  1. Infelizmente há estupores por todo o lado.
    Boa sorte.

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  2. Não estou a ver a sair nada de positivo de toda essa situação, infelizmente. Boa sorte e que tudo evolua a contento.

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  3. Há muito tempo que não acredito que saia algum coelho dessa toca, pelo que sempre a aconselhei a procurar outro sítio. Pode não ser fácil agora com o vírus a quebra de emprego etc.
    Desejo-lhe boa sorte.
    Abraço

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  4. Estás metida numa camisa de sete varas e como essa "besta" existem muitas. Respira fundo, continua a tua luta, não lhes dês troco e não te deixes abater porque isso é o que ela mais quer. Quando menos esperar pode ser que o tiro se lhe saía pela culatra.

    Beijos e um bom fim de semana

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