sexta-feira, 15 de março de 2019

Mais um... desabafo


Ontem passei uma boa parte do dia na sala. Foi um milagre.
Explico:

Em julho comecei a fazer uma estante a partir de cartão. Aproveitei os momentos em que ninguém estava em casa, que não foram muitos. A última vez que consegui dedicar-me a essa bricolage foi em Setembro. Passaram-se seis meses!

Ontem acordei cedo para ir ao centro de emprego, e regressei mais cedo ainda. Assim que me ouviram desperta, o casal-amigo-que-quase-nunca-trabalha tratou de ir para a sala. Mas pouco depois de eu ter terminado o post anterior, vi os dois sair. E dei-me conta que podia adiantar, quem sabe até, finalizar o meu trabalho. Estava inspirada e motivada pela recente aquisição de materiais mais apropriados.

Material esse armazenado no meu ovo de quarto. Contudo, tudo cabe nele. É que não acho correto impor nos espaços comuns coisas que não precisam de lá estar. Não é muito bonito de se ver. Dá um ar desleixado de acumulação de lixo. 

Antes mesmo de reunir tudo no andar de baixo,  eles os dois entraram e, como sempre, ficam pela sala. Pergunto se posso ficar a usar a mesa, o rapaz responde: "Tudo bem".

"Tudo bem" mas sinto que preferiam não me ter ali, como habitual. Mas nem sempre posso estar a enfiar-me num buraco só porque eles permanecem naquele espaço sem nunca o deixar a não ser para dormir. Dei conta que não foram fazer compras. Mais tarde reparei que trouxeram uma gorda mochila, que deixaram em cima do sofá, tentando ocultá-la com um casaco.


Porquê ficou ali e o seu conteúdo não foi mexido, só entendi às 2 da madrugada. 
Adiante:

Acabei por ficar na sala e adiantei um pouco o meu projeto. Mas depois de umas três horas, não dava para continuar. A mesa não fica numa zona iluminada e a luz artificial não deixa ver bem. Pelo que comecei a arrumar. Senti o tempo todo que estavam à espera desse momento. 

Mal entrei no quarto carregando as últimas coisas, batem à porta. Já sentia animação vinda do andar de baixo. De seguida escuto uma voz feminina italiana, e outra, e outra, e escuto muitas portas a abrir e fechar. Ouvi a mais-nova chegar e entendi que tinha sido avisada e convidada a participar no que quer que fosse que FINALMENTE tinha começado a acontecer no momento em que me afastei. 
Estavam só a aguardar me ver fora dali.

Opá. Sinto-me mal, pois sinto. Fiquei triste. Percebi que não ia voltar a descer à sala. Até me incomodou a ideia de ter de cumprimentar aquela gente, que depois nem me fala. Ver rostos altivos, cheios de contentamento e à vontade no espaço que eu pago para viver e elas não, como se isso não fosse uma imposição de presença.

Só começaram a dispersar à 1.30 da madrugada. Mas eu escutei ruidos alarmantes. Pessoas entram, mas não saem. E isso É alarmante.

Lembram-se da "amiga"? Que era suposto vir de visita e dormir cá a 28 de Fevereiro por uma semana? E que acabou por ser hóspede ocupando a casa na ausência de quem a trouxe cá para dentro? Essa trouxe outra com ela, ficou por seis dias consecutivos a usar o espaço sem dele sair. E sem se apresentar ou cumprimentar quem cá mora. Foi um martírio. 

Disseram-me que "não regressava". Mas percebi agora que sou ingénua por acreditar no que me dizem. O que me disseram foi que vem outra para cá já no dia 18, quando o rapaz for de férias. A tal trazida pela outra. Chama-se Laura - foi-me dito. Então eu estou à espera de uma Laura, no dia 18. E de mais ninguém! Porque o rapaz também me disse que a «outra» não vinha. Pois! Deve ser deve... Foram embora mas as merdas todas que possuem continuam cá. As áreas comuns estão a abarrotar de sacos, malas, roupa... e o que mais me espanta, comida. Mas não comida que já se tinha comprado e não se vai deixar para trás. Comida acabada de comprar, perecível em dias, perecível sem frigorífico.

A tal de Laura disse-me que vinha para cá mas ia trabalhar, pelo que mal a ia ver. Não ia ficar pela casa. Perguntei ao rapaz se a outra que ainda cá estava também ia ficar. Respondeu-me que não. MAS ele também disse que ele e a outra iam os DOIS de férias. Vai o quarto dela ficar vazio??

Opá, eu estou... que nem consigo adormecer.
Não consigo relaxar. Sinto-me tensa. 

Daqui a seis horas a sala vai estar novamente ocupada por os habituais e se calhar mais um bando de rostos novos. Ninguém me disse nada. 

Desci à sala a receio... do que poderia encontrar. E encontrei-a ainda com mais tralha enfiada pelos cantos. Uma das malas, com uma etiqueta de identificação, refere-se a um nome de mulher italiana, que não é Laura nem é a da outra... 





Querem ver??
Arrebento ou não arrebendo?


PS: Na segunda-feira ao chegar a casa tinha cá o senhorio que veio arranjar a porta do chuveiro respondendo a um chamado deles - os italianos. AMBOS decidiram chamá-lo. Enviaram mensagem privada - não no grupo referente à casa. Eu não estava a par. Ora, eu sei que eles não se preocupam nem tinham intenções de o chamar. Desvalorizaram o assunto quando eu o mencionei! Acho que o fizeram para evitar que pudesse ser eu a fazê-lo numa altura que não lhes fosse conveniente. 

E pergunto-me se isto foi feito na segunda, porque a altura não conveniente é esta sexta?

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