Quis ver iluminações de Natal - coisa que falhei em Lisboa. Acho que foi essa ideia que me impulsionou para dar o pulo até Londres. Isso e ver a tal Winter Wonderland. Não tanto por estar cheia de vontade mas por ser o evento do momento e estar lá para poder fazê-lo. Para a semana deixa de ser Natal, era agora ou... daqui a um ano.
Já chega de procrastinar - pensei. A viver há dois anos em Inglaterra e só pisei Londres duas vezes a lazer com outras pessoas e duas vezes em "ofício". Ambas visitas rápidas.
Sobre as iluminações de Natal deixem-me dizer-vos que não perdem nada. Tenho a certeza que Lisboa é bem mais divertida, deslumbrante, eclética e bonita nesse aspecto. Aqui só as ruas principais estão iluminadas. E nem é assim algo exuberante. Oxford Street e Regent Street - que se cruzam e são principais artérias comerciais, exibiam decorações patrocinadas - pelo que fica até feio ver aquela publicidade.
Descobri agora, enquanto pesquisava pelo link da Winter Wonderland (acima), que a decoração de uma das ruas é a mesma que a usada o ano passado. Pelo que eles se repetem, nem buscam originalidade.
Decoração da Oxford Street o ano passado - está idêntico este ano |
Não achei as iluminações de Natal Londrinas algo especial. Pelo contrário. Modestas, sem originalidade, muito contidas e muito parcas. Mesmo decorações singulares, como pinheiros e árvores de natal em cada praceta ou rua, foram muito esparsas.
Quanto à Winter Wonderland... Fui. Para voltar atrás de seguida.
O evento não passa de uma Feira Popular Grande. Para lá chegar, decidi ir a pé. A minha aventura nesse dia foi tooooda a pé (isso irei contar mais tarde). Da Trafalgar Square em direcção ao Green Park. Foi aí que perguntei a uma jovem rapariga a vender comida numa roloute no parque, se era ali que ficava a tal feira de Natal.
Winter Wonderland 2017 |
Estava convencida que era em Hyde Park - mas quando andei no metro na noite anterior, saí em Green Park para mudar de linha e vi um enorme cartaz escrito à mão com marcador: "Winter wonderlant saída e vire à direita". Era hora de fecho da feira (22h) e vi uma multidão com bandeletes de rena, muita boa disposição e sorrisos a entrar na estação. Pelo que pensei que aquela seria uma estação muito próxima.
Mas a menina na Roulote esmagou as minhas esperanças ao dizer-me que era mesmo em Hyde Park. "Perto, apenas 15m a pé daqui".
DICA nº1 sobre Londres: Tudo fica a uma distância a pé de 5 ou 15m.
Mesmo quando páras nos muitos mapas do local espalhados pela cidade, estes indicam distâncias de 5 a 10 minutos caminhando. Assim tudo parece rápido. Mas olhem que não....
Olhei para o relógio: eram 16h quando falei com a menina da roulote. Tinham passado 25m quando cheguei ao primeiro portão da Winter Wonderland.
E o que se anda no parque para lá chegar!! A multidão era mais que muita. Quilómetros de gente a caminhar pelo percurso. Numa espessura de umas quatro pessoas e uma fila que se avistava à distância de uma ponta à outra. Quando cheguei ao portão vermelho, aproveitei para perguntar em que direcção ficava o ponto para o qual tinha de regressar. Não faz mal algum fazer perguntas e não ficar apenas pelas indicações de um mapa.
Sim, tinha um mapa. De papel mesmo. O telemóvel não tem google maps a funcionar nem dados móveis. Para minha surpresa e agrado, quando vinha a sair, posicionei-me debaixo da luz forte de um holofote para poder consultar esse mesmo mapa e foi então que, do nada, um casal muito jovem aparece-me à frente. O rapaz já com o telemóvel em riste e o google maps a indicar a nossa posição, ofereceu-se para me orientar. Achei o gesto muito querido. Mais uma cortesia das cidades grandes... Esclarecida quanto à rotunda para a qual teria de me dirigir (embora sem se saber especificar se ficava à esquerda ou direita), despedimos-nos cordialmente e segui caminho. Desta vez, rumo à estação ferroviária regresso a casa. Com muita pena minha, a minha estada em Londres ia acabar ali.
Não dá para perceber mas à esquerda saiam pessoas. Há direita era a entrada, com um aglomerado de gente. Percebem a distância? |
Mas antes de ter voltado atrás tentei entrar na famosa feira. Um p-e-s-a-d-e-l-o. Que não recomendo a ninguém. Eram 16.30h... ainda era cedo, mas a quantidade de pessoas aglomeradas em todos os portões dava medo ao susto. O Golden Gate -aquele para o qual me dirigi «apenas uma curta caminhada» disse o segurança à porta do portão vermelho, encarregado de só deixar passar por ali famílias. Mais uma "curta distância a pé" típica dos ingleses. Até foi um pouco distante, devo dizer. Deviam ali estar, nessa entrada dourada, à vontade, 1000 pessoas. Todas aglomeradas numa massa gigante de cabeças, casacos e cabelos. Percebi de imediato que podia caminhar mais sete horas se me pedissem, mas não conseguia ficar parada numa fila nem mais um minuto.
Vi uma passagem direta para o portão entre uns separadores metálicos e enfiei-me por lá. Quis tirar um fotografia perto do portão e ver o que se passava, fazendo uma estimativa do tempo de espera. O que se passava é que estavam umas cinco pessoas a fazer vistoria a cada mala dos visitantes... E isso leva uma eternidade. 20 minutos não bastariam para "limpar" toda aquela gente dali. Nem pensar.
Então tirei as minhas fotos e decidi ir embora, contente por não ter de ali ficar. Recuei no atalho dos separadores metálicos, agora cheio de gente que, armada em esperta, tentou furar a fila e chegar-se à frente. Uma dessas uma rapariga empurrando um carrinho de bebé - coisa que me irritou porque não existe prioridade e ela estava a usar uma criança para esse fim - coisa que sempre desaprovo. A entrada para famílias, jovens e crianças era no portão vermelho.
As fotos sairam ruins porque o tm não foi feito para capturar imagens noturnas com luzes. Mas deixo-vos aqui o comprovativo desta aventura.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Partilhe as suas experiências e sinta-se aliviado!