quinta-feira, 2 de março de 2017

Quem explica a depressão?


Venho a querer falar sobre este tema tão... depressivo.


O que é que vocês conhecem sobre depressão?
Há dias em que nos sentimos mais em baixo, outros há em que essa sensação dura mais que 24h e não se apaga quando o corpo conhece o colchão e o travesseiro. Então, o que é isso de depressão?


Não sei se concordam comigo, posso estar equivocada mas, penso que a mulher está mais vulnerável a depressões do que, à partida, está um homem. Se nós somos a nossa biologia - as nossas células e os nossos hormónios, então a mulher está sempre a mudar substancialmente os seus a cada semana. Costuma-se dizer que é uma vez por mês (ehehe)... mas não. Só uma coisa é «uma» vez ao «mês». Tal como a lua só é lua cheia uma vez por mês. Mas entre essa fase, tem outras: lua minguante, lua crescente e lua nova. 


A mulher é de luas?
Sim, o seu organismo é. Está muito sintonizado com a natureza da própria natureza da lua...




Então, onde entra aqui a depressão?
Bom, falando do meu caso particular, faz algum tempo que «descobri» que a minha vulnerabilidade para sentir um tanto de depressão é bem maior em determinadas alturas do mês. Digamos que, na fase da lua Minguante. Bem que gostaria de descobrir que tipo de hormona estou carenciada, para assim poder «injectar» uma dose de remédio :)

Mas desconfio que esta vulnerabilidade não tem só origem química. Grande parte dela deve ter origem emocional.


As variantes emocionais:
Quando emigrei algumas pessoas mantiveram um contacto regular, querendo saber das novidades. Ora, na fase inicial de uma mudança destas, uma pessoa nem tem muito tempo para sentir solidão ou ficar deprimida. Tem tanta coisa para resolver, tantos lugares para ir, tanta burocracia a tratar, que acaba por ter o dia ocupado. As chamadas telefónicas de amigos e familiares preocupados surgem em simultâneo com estas mudanças e responsabilidades. No início tinha de falar com tantas pessoas ao mesmo tempo que precisava de horas e corria o risco de esquecer de alguém e essa pessoa levar a mal Foi preciso diplomacia no caso de umas e outras mais «centradas» em si mesmas. 

Mas é quando uma pessoa já está mais ou menos «assente», que duas coisas acontecem: sobra-lhe tempo para sentir emoções profundas e as chamadas praticamente sessam. 


Foi uma «coisinha de nada» que me conduziu ao último caso de depressão (já passou). Não tinha qualquer intenção de alimentar o sentimento pelo que me surpreendeu a forma como me atingiu. Começou com uma intuição. Uma amiga do tempo de infância estabeleceu contacto comigo e pediu insistentemente para nos encontrarmos. Mas depois senti uma intuição a soprar-me ao ouvido que ela não ia dar mais notícias. E de facto, isso veio a acontecer. Claro que eu a contactei, sem ser chata. Falámos pelo face-coiso. A meio de uma conversa que estava a começar, ela deixou-me pendurada, sem resposta. Leu o que escrevi, porque o f-coiso avisa-nos da leitura, mas não deu resposta, nem para se despedir. Preferi acreditar que estava com sono e havia adormecido...

Desde então o seu interesse parece ter-se eclipsado. E pronto. Foi isto. A origem da coisa está aqui, ainda que eu preferisse não lhe dar importância. Senti tristeza assim que essa suspeita surgiu e depois o tempo praticamente o confirmou. Uma situação que veio a comprovar que o interesse era só superficial, relacionado a razões pouco invejáveis. O interesse estava somente em perceber como é que estava, mas para se comparar. Se me encontrava melhor do que ela própria, se era mais bonita, gorda, magra, feia... melhor de vida. É só isso que parece interessar as pessoas hoje em dia. Isso e perceber se estas podem ter algum uso para as tuas ambições. 


Ainda assim não permiti que o abalo fosse fundo. Só que, desde o instante em que o índivíduo fez aquela birra de criança mimada que se recusa a aceitar uma chamada de atenção e reagiu como um teenager agressivo, que responde com violência e ameaças, que a minha vida aqui ficou de imediato estragada. Ficou triste. Viver nesta casa, nestas circunstâncias, não é uma maravilha. E isso, mais aquilo e aquela outra coisa... Tudo somado, resultou numa insatisfação que abre as portas e janelas à depressão.

Ainda por cima hoje um dos tipos cá de casa veio dizer-me para fazer a limpeza com dias mais espaçados entre os que ele escolhe para limpar na sua vez...  Passo a explicar: cada qual tem uma semana do mês para limpar a casa. Como somos 4, cada qual é responsável por isso uma vez por mês. Acontece que, mesmo existindo um calendário, o tipo antes de mim nunca o cumpre. Limpa sempre a casa «quando lhe apetece», permitindo que se passem 15 dias... Ora eu, que limpo a seguir, para manter-me no horário estipulado, tenho de me desdobrar para limpar a casa não muito próximo da data em que ele a limpou - porque seria de menor utilidade - ou tenho de ir limpar de propósito num dia em que não me apetece nem é tão conveniente como outros, porque o prazo está a terminar.


Adivinhem, por exemplo, o que tive de fazer na tarde do dia 31 de Dezembro? Estando eu seriamente doente? Tive a limpar a casa! Porque o tipo decidiu usar a sua vez no dia 28... ou coisa que valha, quando esse dia já era o da minha semana. Eu subi as escadas a carregar o pesado aspirador e logo a seguir tive de me deitar no quarto, exausta. Fiz a limpeza nestas condições e todas as que se seguiram foram feitas no mesmo género de raciocínio: tentando espaçar mais o tempo entre limpezas. Acontece que as pessoas que se seguem a mim cumprem a limpeza nos seus dias, quando lhes convém. Por vezes limpando 3 dias a seguir, ou 5... ou até mesmo dois.

E tudo porquê? Porque o tipo antes de mim não cumpre horário. Ora, as nossas folgas nem sempre permitem limpezas afastadas umas das outras. E o tipo, ao fazer isto, limita bastante os movimentos dos outros. Há dois dias apeteceu-me limpar a casa porque já sentia o corpo a querer ficar doente e fraco. E como tive vontade, aquela antes da queda total de energia, fi-lo. Foi a primeira vez que limpei porque me apeteceu - tal como ele faz. Tenho direito a isso, ou não??

Hoje veio dizer-me para limpar a casa mais espaçadamente... Ignorando o quadro que mostra que os outros têm limpo a casa regularmente sempre com curtos espaços de dias entre eles. E eu, feita idiota, ainda lhe apontei para os outros dias de limpeza - dias de 2, 3, 5 dias afastados, ele ainda justificou um deles, dizendo que a pessoa tinha de ir a algum lado... Ora e eu? Não posso também ter de ir «a algum lado»? Feita idiota não lhe fiz ver que é ele que atrapalha tudo. Que os horários são para se cumprir ou entra tudo num descalabro. Ele diz que o quadro é só um guia, que não se tem de limpar naquelas datas... mas se isso acontecer, então eu vou limpar na semana da outra pessoa, a outra pessoa depois não limpa, ou eu não limpo, e depois chega a vez dele novamente, e ele refila porque vai dizer que outro não limpou...

Se cumpre as datas não haveriam chatices. Agora vir chamar-me a atenção.. é preciso ser um pouco sem noção. Também tenho direito a limpar quando me é conveniente. E assim, agora, a próxima pessoa fará a sua limpeza com alguns dias afastados da minha - pela primeira vez. E ele, se quiser limpezas mais espaçadas, que não espere vários dias quando chega a vez dele. Afinal, de todos nós, é o único que tem dias fixos de trabalho por semana - três - e descansa os outros quatro. Tempo para limpar, quando quiser, sobeja-lhe. Aos restantes nem por isso. 

2 comentários:

  1. Também me apercebi de variações durante o mês.
    Espero que onde estejas, encontres pessoas muito positivas que te consigam ajudar a sair dos momentos down
    um beijinho
    Gábi

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  2. Tenho vários amigos e familiares que sofrem desse problema.
    O lema tem de ser um dia de cada vez.
    Demora algum tempo, é preciso acompanhamento médico, mas acaba por desaparecer.
    Bfds

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