Senti uma certa leveza ao decidir apanhar o autocarro para o trabalho. Essa decisao representa menos ansiedade por ir a pe e ter de ficar constantemente alerta.
O percurso ate a paragem e mais curto e tentar manter a distancia social com certeza seria menos stressante.
Ha hora da noite que e, nao conto cruzar-me com muitas pessoas. Tinha a certeza, por exemplo, que encontraria a paragem de autocarro vazia.
E assim foi. Localizada apos o centro mesmo perto de uma superficial comercial abandonada, e segura devido a passagem de estradas vitais e semaforos. Contava poder ficar ali e relaxar.
Nisto aparece um automovel e estaciona num lugar proprio. So que nao desliga os farois. Que me batem no rosto. Ninguem sai do carro, ninguem entra e as luzes a incidir no meu rosto.
De imediato a sensacao de desconforto e alerta tomou lugar. Ficou seis minutos ali causando-me mal estar. Depois apareceu finalmente o autocarro.
Isto e lockdown. Supostamente nao deviam circular nas ruas pessoas sem um proposito especifico e claro. CONTUDO nao e o que observo e isso deixa-me desconfortavel e causa-me ansiedade.
Entro no transporte publico e tenho as narinas sob a mascara invadidas pelo cheiro a tabaco. Cheirava tanto que podia durar que tinham fumado ali. Procurei um assento com distancia social dos restantes e que me colocasse atras de todos. O autocarro volta a parar para acolher uma passageira e esta senta-se na cadeira atras de mim. Com tres outras filas VAZIAS atras, TINHA de escolher a que nao a coloca distante de mim. Apenas uma fina camada de papel separavam a sua respiracao de me atingir. E pouco. E insensato! A distancia social e o mais recomendado nesta pandemia e as pessoas continuam a nao ligar nada a esse aspecto.
Levanto-me e vou sentar-me 3 filas atras. Um homem na frente toca a campainha e avanca para a frente do autocarro, so inves da traseira. Instantaneamente o instinto me diz que vai perturbar a viagem. Aparenta estar sobre o efeito de substancias e discute com o motorista o local onde quer sair. Volta a se sentar, roca a campainha mas nao sai. Volta a levantar-se para discutir com o motorista.
Reconheco na forma como fala e se desloca bombeante a voz e trajectos do colega de casa quando gazeado e bebado.
Reflicto sobre o espaco pessoal de cada um e como este pode sentir-se invadido e mesmo ameacado por luzes, cheiros, comportamentos sem que seja preciso contacto fisico.
Difícil manter um espaço pessoal quando se partilha a habitação.
ResponderEliminarNao e esse o contexto do post.
EliminarFalo enquanto em locais publicos.
Os transportes públicos aqui são o pior. Vão sempre cheios.
ResponderEliminarabraço e saúde
Em locais públicos tudo se pode esperar. Cabe-nos a nós a defesa pessoal. Contudo vivemos tempos de medo, logo, a ansiedade passa a ser nossa companheira, infelizmente.
ResponderEliminarUm abraço.
Olá, Portuguesinha!
ResponderEliminarÉ a primeira vez, que visualizo o teu blog, mas tens aqui histórias interessantes para lermos.
Há gente que gosta de perturbar e incomodar e em tempo de Covid, de problemas, ainda mais. Parece que lhes dá um gozo tremendo. Eu sou Professora e desloco-me de comboio, diariamente, meio de transporte bem mais espaçoso e maior que um autocarro, mas já aconteceu comigo uma situação semelhante à tua no autocarro. Disse à criatura, um homem: o senhor não reparou que está no banco junto ao meu quando na carruagem vão cinco pessoas, apenas. Nunca ouviu falar em distanciamento social? Em silêncio, fui para outro banco, mais afastado, obviamente, e o homem nada disse. Isto passou-se de dia.
Beijos e muito cuidado com esse tipo de gente.