quinta-feira, 10 de setembro de 2020

 TEMA UM

Torço para que o Reino Unido não feche o espaço aéreo a Portugal, impondo uma quarentena antes do meu regresso para a semana (não pode acontecer!!). Tenho estado a contar os dias para entrar no avião. Não apenas devido a este medo, mas por achar que a estada por cá deixou de fazer sentido. Sem férias de verdade, fico por casa. Só saio para ir a consultas. Não vou a lojas, supermercados... tenho estado por casa, sem sair. Vim por mais tempo porque sempre tento conciliar necessidades e tratamentos médicos. Essa é a razão que me impulsa a viajar. Isso e, claro, desconhecer o que vai ser tentar viajar depois do Brexit em Janeiro. Temer que, nos quatro meses até lá, o Covid não permitisse viagens, também ajudou. Se não viesse agora, podia ficar sem poder pisar a minha terra, sentir o meu ar, a minha luz e não tocar ou sentir os meus por muito tempo. Tinha de arriscar. Mas três semanas? Acho que devia continuar por duas. Por isso, não pode! Simplesmente não pode. O espaço aereo tem de permanecer aberto até o final da semana que vem. Tem de ser. Vai ser. 

Tinha de arriscar. O tempo de estada foi adaptado ao tempo que me solicitaram para um tratamento médico que paguei antes do Covid aparecer. Achei que era demasiado, mas se era para solucionar a coisa, cedi. Agora noto que não precisava de tanto tempo, estão a arrastar. 

Sinto falta do meu trabalho. Já não me agrada ficar por aqui e temo a qualquer momento, vir a descobrir que o UK impõe quarentena a portugal. Mais de 600 casos em 24h... porra! Dá para manter números baixos até ao final da semana que vem, se faz favor??

Se uma quarentena me for imposta, vou ter de cumprir. Mas não é justo sair prejudicada financeiramente. E ter de cumprir uma quarentena quando aqueles que sairam um dia antes não têm. (espero não vir a ser o caso). Não só pelo salário que perco por não ir trabalhar. É por, se ficar muitas semanas consecutivas sem o fazer, o valor de remuneração à hora desce para metade. Sim, me ta de.

Atingi o patamar máximo antes da partida e não é justo cair para o primeiro, quase metade do actual. Não posso sair assim tão prejudicada, ainda mais sabendo-me sem a doença (sem contacto com terceiros) e sabendo que vou continuar a tomar as medidas de precauções que tomei sempre, antes mesmo do governo inglês decretar cuidados à população: máscara, óculos, luvas, boné, lavagem de mãos. Caramba! Se não me contagiei durante o lockdown, não vai ser agora. O grande risco reside somente na própria viagem de avião, vamos a ser honestos. É uma atmosfera fechada e de ar viciado. O risco aqui é maior. Para a viagem vou usar a melhor máscara que tiver (não vai ser daquelas de papel) e não vou tocar em nada, desinfectando tudo e tomando banho assim que chegar a casa. E a possibilidade dos aviões poderem voltar a ficar por terra e o espaço aéreo fechar? Não podemos esquecer que essa pode voltar a ser uma realidade para este Outono. 

Para ir trabalhar vou manter o uso destes utensílios, mais uma viseira e uns óculos que não consegui encontrar quando para cá vim. Vai manter-se tudo igual ao que fiz antes, durante meses.

Sempre tive estes cuidados, enquanto vi outros não terem muitos ou nenhuns. 
Não é justo sair prejudicada. É só o que acho.

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TEMA DOIS

Uma semana depois de ter abandonado a zona de praia, ainda estou a tirar grãos de areia debaixo das unhas. Mesmo após incontáveis lavagens com sabão, sabonete, duches e banhos. Se isto é assim com areia, como será com o Covid? Bom, lavando bem... o sabão destrói a camada protectora do vírus. Já o grão de areia, nada o destrói ehehe!


TEMA TRÊS

Aprender a gostar mais de mim. A pensar em mim. Em dar-me prioridade. 

Foi para isto que passei pelo que passei? - pergunto-me.

É capaz de ter sido sim. Em algumas ocasiões percebo que começo a preocupar-me menos com o que os outros sentem. Regressar ao lar da família, fez-me sentir que aqui nunca será um lugar para conquistar-me a mim mesma. Aqui, volto a pensar nos outros. a anular-me, a deixar-me usar. 

Ter passado pelos abalos emocionais do ano de 2019/2020 terá, finalmente, me transformado?

Espero que sim. Espero. 
Mas, por vezes, eu sou eu. Não há como negar.

Não quero virar uma pessoa fria. Ou insensível. Mas quero virar uma pessoa que percebe o que é melhor para si e faz essa escolha. Uma pessoa que não fica onde não se sente bem. Onde não lhe querem bem. Uma pessoa que se valoriza. E ganha segurança em si mesma.


Tudo aquilo que nasci possuindo, mas que fechei num baú e atirei para as profundezas do oceano. Para não ir junto com ele. 


E pronto, é isto. 


5 comentários:

  1. Ponto 1: as coisas não estão tão mal como isso. Subiram? Claro que sim quanto mais testarem, o que acho muito bem, mais casos assintomáticos surgem.
    Ouvi o representante (?) do reino de sua majestade que o que conta é o número de internados e óbitos e ontem sim foram mais casos mas menos internados e 3 mortos.
    Hoje os números já baixaram e há que ter calma e estupidez natural (como se diz na minha terra) e não entrar em pânico porque este baixa todas as defesas no ser humano. Aproveita os dias na tua terra e com os teus sem pensares no pior e não acredito que pelo menos nos próximos dias 15 dias o corredor aéreo não será fechado. De qualquer forma se o fizerem eu disponibilizo o meu jacto particular:))))

    Ponto 2:soltei umas gargalhadas:))) e não consigo escrever mais nada apenas pergunto para que servem as escovas de unhas? Não tens? Usa a dos dentes:))))

    Ponto 3: Fazes bem em pensares e aumentares a tua auto-estima e só assim é que se vencem batalhas feitas por quem nos tenta derrubar.

    Estás no caminho certo e deixa-te de "minhoquices"

    Beijos e continuação de boa estadia

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  2. Já está.
    Quarentena novamente.
    E a minha filha Catarina à espera.
    Bfds

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  3. É verdade de novo quarentena mas pode ser que mudem na revisão da próxima semana.

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  4. Infelizmente, segundo ouvi, já foi fechado.
    Penso que aumentar a sua auto-estima é segunda melhor decisão que tomou nos últimos tempos, claro a primeira foi mudar de casa.
    Abraço e saúde

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    1. A Elvira é uma espécie de Sensei do mundo virtual. Esteve o tempo todo certíssima. Agora que vi a luz, percebi melhor o quanto a Elvira é iluminada.

      Que as trevas não embaciem mais a vista e o caminho seja claro e iluminado.

      Bom fim de semana.
      Abraço

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