quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Gritar os meus dados pessoais

 Se ha coisa que nao gosto de fazer e dizer a minha data se nascimento. Isso ou a morada. Contudo, na recepcao do hospital pedem-me exatamente isso.

Nao ha nenhuma privacidade. Tenho numero de inscricao no sistema nacional de saude, nome e apelido. Devia bastar-lhes. Mas fazem-se valer da informacao mais pessoal. Nem querem saber do resto.

 Os dados nao so sao ditos em voz alta, como repetidos varias vezes. Toda a sala consegue ouvir. 

Sempre me pareceu uma anedota, num pais que diz preservar ao maximo a informacao do individuo e o seus direitos. Esta errado e é anti-deontologico exigir que estes sejam recitados diante de uma plateia de desconhecidos na recepcao de um hospital.

Pelo menos no centro clinico em Lisboa existe  alguma privacidade, um cartao e um numero de identificacao. Se pedirem a data de nascimento, so quem estiver por perto pode escutar. Os restantes na sala nao.  Aqui escuta-se e ressoa pela sala inteira. 

Alias, as pessoas nao tem mais para onde olhar, e ficam a prestar atencao ao que se passa pela recepcao. 

 Ainda tento camuflar a situacao ditando os numeros individualmente e nao dizendo o mes, mas a pessoa quase sempre parece necessitar de ouvir estes dados tao intimos e unicos da maneira mais obvia.

Depois de lhe dar a minha morada, incluindo numero de porta, tudo ficou completo.

Proteccao de dados pessoais moderna...

Que piada.


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