A Irlanda foi o primeiro país a proibir que se fumasse em lugares públicos e no local de trabalho. Em 20 anos desta medida, os resultados são óbvios:
Nos primeiros TRES ANOS de implementação desta lei, existiu uma redução imediata de 26% nas doenças cardíacas isquémicas. No início dos anos 90, a Irlanda tinha a percentagem mais elevada de jovens entre os 13 e os 18 anos que fumavam. Hoje essa percentagem diminuiu cerca de 70%. Estima-se que se tenham salvo 3700 vidas, numa média de 2.7 por dia.
Quando se lêm estimativas como esta, então é que se percebe a IMPORTÂNCIA de evitar respirar fumos a todo o custo.
Lembro-me de estar no Centro Comercial Colombo - que não é tão antigo assim, na zona da restauração (ou então foi no Centro Comercial das Amoreiras mas julgo que não), sentada a almoçar, e ao lado, o senhor que já tinha terminado a sua refeição, acender um cigarro e fumar. Incomoda logo. Já não dava prazer estar a comer e só pretendia me despachar rapidamente, para me levantar e fugir dali. O homem teve o cuidado de desviar o cigarro depois de o levar à boca, esticando o braço para baixo, mas quem é que controla o fumo? Este vinha todo em direcção à minha mesa. Nada impede as partículas de ficarem no ar. E elas ficam. Estudos antigos já revelavam que, ao contrário do que se supunha, o fumo não sobe e fica lá no alto. Ele permanece, invisível no local onde foi largado, expandindo-se.
A mim qualquer tipo de fumo ou cheiro químico incomoda sempre. É, para mim um desconsolo sair do trabalho ou do autocarro, principalmente numa noite fresca, ansiosa por respirar fundo o ar puro (está abafado no bus e no trabalho também ou são ambientes com muitos odores agressivos) e o que respiro de imediato é: cigarro ou tubo de escape de carro. Ter alguém a caminhar à minha frente e esse alguém ir o tempo todo a fumar é horrível e faço para sair da trajectória, porém é sem sucesso. Dou por mim, algumas vezes, a fazer um pequeno sprint. Assim o indivíduo fica para trás e o fumo não me chega aos pulmões. Se a pessoa me ultrapassar, geralmente faço outro sprint. Não interessa se a pessoa estranha ou desconfia do intuito - acho que não tem mal algum. Não o/a estou a proibir de fumar, apenas não me quero sujeitar a respirar o que ele fuma. A escolha de fumar foi dele, não minha. Porquê haveria de fumar em segunda mão?
A pessoa que fuma nem sabe se alguém por perto pode ter uma condição que a torna vulnerável ou muito sensível a fumos. Depois do Covid a ameaça até nem é só o fumo, mas os germes internos que quem expira o fumo de cigarro - de queima ou eletrico - pode largar e espalhar. Virus que estão "fechados" dentro dos seus pulmões são libertados para atmosfera pela boca ou nariz com o hábito de fumar e ficam a flutuar em nuvens invisíveis...
Sem saber - fui agora pesquisar sobre quando a lei do tabaco alterou em Portugal, fiquei a saber que existiram NOVAS MUDANÇAS desde 23 de Outubro de 2023.
Não é mais permitido fumar fora de estabelecimentos públicos com salvas excepções. Será que é desta que vou deixar de levar com uma tonelada de fumo quando me aproximo da porta do Shopping? É que não consigo prender a respiração pelo tempo que preciso para ser bem sucedida... Acabo sempre a respirar um pouquinho. Se estiver de estômago quase vazio, sinto mesmo o fumo como um veneno que ficou colado na tranqueia.
Acho que fumar devia ser um ato privado. Feito numa área para esse fim, fumar só quando se chega em casa. Tal como tantas outras coisas que só se faz em casa... Fumar em áreas para esse fim, com excelente ventilação que erradique o fumo e entregue oxigénio. Quem quer manter o vício - porque É um vício, é livre de o fazer mas, tal como sexo ou outras drogas proibidas, não devia ser uma prática a coexistir com o público. Devia ser... privado.
Ainda me lembro de viajar de comboio e metade da carruagem era para fumadores.... De que andiantava se ir fumar para o fundo, se toda a carruagem era um tubo metálico? Todos espirávamos o mesmo ar. Ao final de três horas e meia de viagem, quando pisava a rua e respirava outro ar, até parecia que nem conhecia mais o que ar era suposto ser.
E quando trabalhei num escritório? Entrava às 9 da manhã e antes do meio-dia já não via os rostos a poucos metros de distância, só uma imensa fumarada branca ou cinza. E isto foi pouco depois do ano 2000, não foi algo do século passado.
Com a implementação de medidas para eliminar os automóveis movidos a gasolina - começo a achar que podemos ter um futuro mais risonho - pelo menos no que diz respeito à poluição por químicos e gases.
Quanto à poluição de ondas radio magnéticas, isso é outra coisa.