sábado, 6 de agosto de 2022

Parque sem vida

 


Ha 3 anos este parque era, para mim, uma fonte de bem estar pleno. Nele tomei praticamente todas as refeições  previamente aquecidas num microondas no emprego. Foi num dos seus bancos que li, pelo menos, dois livros.

Aquela hora de pausa enchia-me de pura felicidade.

Era comum esbarrar com outras pessoas fazendo o mesmo ou a, simplesmente, dar uma caminhada.

Sem duvida alguma: aquele parque tinha vida. Ouvia-se ao longe o barulho mecânico de alguma empilhadora pertencente a um dos muitos armazens circundantes e cheirava, aqui e ali, intensamente a erva, vinda da boca de algum espertinho que se enveredava pela mata para nao ser visto a fumar o que nao deve. 

Este foi o parque que conheci. Desde entao esta morto. Vazio. Sem som. Ate o vento parece recusar-se a passar por entre as folhas das árvores.

Ja regressei a ele um sem numero de vezes. E nao tem como sacudir a impressao vivida de que esta sem vida. Nao se ve uma pessoa. Mal se ve uma ave, um esquilo.

Ha sua volta nao se escuta mais algum som mecanico. Ou vozes, ou se sente o cheiro a cigarros. 

Parece ate que o parque morreu junto com o desaparecimento do meu amor.

ja nao se escuta o som mecanico cindo de um dos armazens a sua volta. Ate estes parecem abandonados.

Quem trabalhava neles era quem povoava o parque. 

esta morto. Digo-vos. 

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