Não faço compras online sem ser pelo Ebay. Acho mais fácil, com menos invasão de privacidade e menos riscos com o cartão que faz os pagamentos. Fujam da Amazon - se a ela tiverem acesso, porque te impigem a amazon Prime com qualquer primeira compra. Dizem eles que por um mês à experiência e grátis, podes cancelar a qualquer altura. Eu cancelei logo após fazer a compra. Passado um mês descontaram-me da conta bancária 7.99 libras mensalmente e cabe a ti cancelares a subscrição -que pensavas já estar cancelada. Mas, guess what? Não é através da Amazon, mas através de uma terceira parte, que faculta um serviço específico de leitura de e-livros. A Amazon "lava as mãos" e deixa-te à deriva numa burocracia sem compreensão possível e com tentativas de contactos frustradas. Felizmente os bancos estão a par desta situação e bloqueiam levantamentos assim como restituem o valor roubado.
Nesta casa chegam cartas endereçadas a dezenas de nomes. Não estou a enganar-vos. São mesmo dezenas. Alguns nem sei de onde vieram. Faz dois anos que aqui vivo e há um mês comecei a receber semanalmente cartas em nome de um Benji dos Santos... um nome que nunca antes apareceu.
Mais um nome e mais uma carta de credores.
São tantas. Faz-me perceber o quanto as pessoas não são como eu. Porque estas pessoas sabem-se com dívidas e "fogem" de as pagar. Ausentam-se do país, mudam de casa, sei lá. Sabem que têm multas de estacionamento para pagar, compras do cartão de crédito, contas de telemóvel e internet, contas de empréstimos estudantis.
Como trabalho nos correios, costumo reunir umas tantas e devolvo ao remetente. Com uma nota: "por favor remova este endereço da sua lista de contactos, esta pessoa não mora aqui".
Faço isso há um ano e meio e não vejo o fluxo de envelopes diminuir. Pelo contrário, parecem aumentar.
Acho que os bancos e afins são estúpidos. De que adianta recorrerem a firmas de cobranças, se a pessoa já deu de frosques? Para quê insistir com cartas mensais, se nunca vão chegar ao destino? E o conteúdo é sempre o mesmo: Nós estamos aqui para o/a ajudar. Se ainda não pagou, pague, porque senão é mau para si....
Mau? Parece-me é que é bem bom!
Adquirem bens e serviços, e depois nunca pagam. Fazem usufruto, vivem em conforto e não desembolsam. Não sofrem consequências, sem ser o ficarem "com mau crédito" em caso de alguma vez pedirem um. É uma anedota!
Estas pessoas não querem crédito. Querem é não pagar pelo que recebem. Querem boa vida de graça. As coisas entregues gratuitamente. A maioria é estrangeira que cá vem ganhar uns trocados e tem planos de regressar ou partir para outro lugar. Que lhes custa deixar dívidas para trás? Nunca que os credores os vão buscar fora do país. Quando sairem não é para voltar. Se voltarem, não se vão a por a comprar bens que precisem de crédito. Apenas arranjam outro operadora de telemóvel, arranjam outro emprego... nada os vai denunciar como devedores de quantias. O sistema não se importa com isso.
Parece-me altamente vantajoso e não entendo como podem as instituições facultar empréstimos a quem parece obvio que não os tenciona pagar, para depois dificultar tanto aqueles que se esforçam a fazer turnos de 12 horas diárias, a trabalhar dois, três empregos para pagar a prestação da casa ao banco.
O sistema e as instituições não querem distinguir o bom do mau. Dão dinheiro a todos porque sabem que podem colocar os "bons" a pagar as dívidas alheias. É doentio!
Bom, mas vamos à questão principal: A coincidência dos dois valores de 77 libras. Um de uma dívida de uma conta de telefone, e outro o meu cesto de artigos "de interesse".
Quando comecei a folhear pelos artigos, percebi a imensidão de coisas que podia comprar com 77 libras. Percebi que 77 libras, se as tivesse e não tencionasse devolver a quem mas emprestou, podiam me encher a casa de coisinhas que um dia desejei adquirir.
É muito dinheiro.
Teria ficado feliz porque teria adquirido nove suportes para a parede para guardar bijuteria, teria comprado não um, não dois, mas três mostradores para pendurar colares - daqueles elegantes que se vêm nas lojas. Teria um de veludo com espaço para 12 pendentes, outro de madeira e almofadado e outro de bambu. Também teria um dois-em-um, todo em veludo. Um suporte para colares com um cilindro para as pulseiras.
Ao invés disso, comprei material barato e fiz o meu próprio suporte para colares. Dando-lhe uma base para colocar peças soltas, como brincos, pulseiras, relógios. Ficou lindo!
Mas estas compras ainda não me teriam levado a gastar nem metade das 77 libras. Não senhor. Ainda poderia comprar uma luz de presença de 3 metros com tiras de led que se acciona com sensor de movimento. Também ia comprar um Kit de bublle tea, para poder fazer em casa aquelas bebidas de chá com pedacinhos de fruta ou esferas de sabor dentro. Até 20 porções. Tapioca, Popping Boboa, morango, etc.
Acham que já terminei de gastar os meus hipotéticos 77 libras grátis??
Não.
Ainda comprava duas almofadas florais, uma caixa para um disco externo para o computador, uma caixa para anel de noivado com luz no interior, um para-lamas para a scooter, um relógio de dedo e uns ténis luminosos com rodas para criança.
Estas 77 libras e 50 centimos que alguém está a dever por usar um telemóvel, dava para satisfazer muitas das minhas frivolidades. E ainda sobrava dinheiro! Porque o total no meu cesto é de 77 libras e 37 centimos. Lol.
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