segunda-feira, 21 de março de 2022

Gaslighting

 Num só dia aprendi sobre a existência de três fenómenos sociais cuja existência/terminologia desconhecia. São eles:

Cancel Culture

Woke Culture

Gaslighting


Antes que vos explique, alguns de vocês já conhece o significado destes termos?


Começando por Gaslighting. Achei fascinante este termo. Descreve na perfeição muitas experiências de vida que tive. Lembrei-me em particular da Gordzilla. Essa praticou gaslighting comigo. É tão bom que exista uma palavra para descrever com precisão tudo o que envolve, tudo pelo que passei! 

Infelizmente pude perceber o que, no fundo, já sabia. Cresci a sujeitar-me a este tipo de comportamentos. Não é de surpreender que os tolere na idade adulta. Mas vamos à explicação: Gaslighting é, segundo o tradutor para português, "Manipulação". Eis a definição:





Gaslightning: Fazer com que alguém questione a sua própria realidade. Pessoa que apresenta uma falsa narrativa para um grupo sobre alguém e que conduz essa pessoa a questionar as suas percepções e tornar-se confuso, desorientado, stressado. A pessoa que pratica Gaslighting irá insistir que disseste coisas que não disseste. Vai negar as tuas lembranças de um acontecimento e ridicularizá-las. Quando expressas as tuas preocupações, essa pessoa vai rir de ti, mostrar desdém e ridicularizá-las. Quando as expressares a terceiros, essa pessoa vai negar e apelidar-te de maluca, defeituosa, perigosa ou "demasiado sensível". Vão manipular a percepção de outros até conseguirem que todos reproduzam o mesmo comportamento de descriminação.

Sinais de que alguém esta a praticar Gaslightning:

1) A pessoa conta mentiras

2) A pessoa nega alguma vez ter dito certas coisas. A pesar de existirem provas.

3) Usam o que te é querido como munição

4) Desgastam-te com o tempo

5) O que dizem não corresponde ao que fazem

6) Atiram algumas palavras de apoio só para te confundir (eu acho que é mais só para manterem a máscara).

Agora vejam este vídeo:


Cancel Culture

Cancel Culture é um fenómeno muito perigoso na sociedade. Significa usar o poder para destruir outras pessoas ou grupos - basicamente. Vou dar um exemplo simples: no teu emprego, pedem-te para partilhares a tua opinião sobre um assunto. Se esta é dissidente da opinião no poder, por a teres partilhado, mostras-te que estás de um lado que não é o desejado. Pouco tempo depois recebes um comunicado a dizer que os teus serviços estão dispensados.

No meu entender, trata-se de uma ditadura escondida nas esferas de quem está com o poder. Mas pode ocorrer em qualquer etapa e sítio. Pode ser num pequeno grupo. No fundo, trata-se de um gang. Quem vai contra os princípios do gang ou questiona as decisões do líder, arrisca-se a levar com uma bala na testa. Agora imaginem, nesta sociedade camuflada, os nossos filhos, os filhos dos nossos filhos, a viver numa aparente democracia que é, na realidade, uma prisão, uma ditadura. É para aqui que a nossa sociedade está a rumar. E isto é extremamente perigoso

Woke Culture

Tinham de ser os africanos, ou melhor os afro-americanos (começa na imposição do uso deste novo termo o perigo da cancel culture) a impor este novo termo nas culturas brancas ou asiáticas. Inicialmente Woke foi um termo trazido nos anos 40 pelos negros americanos na luta pelos direitos civis e consciência do racismo. Era para significar "estar consciente da verdade do passado (que "o homem" não quer que conheças)" e em 2017, o dicionário de Oxford expandiu o conceito para um adjectivo, significando "estar alerta para a injustiça social, em particular o racismo". 

Actualmente o termo ganhou uma dimensão extremista e pejorativa. Serve para ofender e diminuir alguém. É o pensamento extremo, a defesa de uma ideia extrema, sem estar receptivo a outras opiniões, outras ideias. É a defesa acérrima de um conceito ou um grupo, não importa as consequências. Por exemplo: para destruir um grupo político, um outro grupo político é capaz de difamar, mentir e perseguir o opositor. Ao fazê-lo, resume o opositor num termo apenas: Woke

Agora que penso nisso, penso que Hitler utilizou esta técnica para "mexer" com as massas e arranjar exércitos de seguidores. 

É o "políticamente correcto" também - a meu ver. O puritanismo. É levar ao extremo as leis que proibem a menção da cor da pele de uma pessoa negra, porque tudo virou racismo. É não questionar as ideias vegan só porque é facto que carne vem de animais que são seres vivos. O estar "correcto" não significa que é o correcto. É, como especifiquei, ter um líder a dizer-te que os "judeus são o mal da sociedade" e as massas acreditarem piamente e seguirem os seus mandamentos religiosamente. 

Todos estes termos podem ser mais abrangentes. Mas significam quase sempre que caminhamos para a falta de tolerância, a falta de diálogo e aceitação de diferentes ideias. A recusa no debate. A imposição de um conceito ou grupo. E outro factor que venho a considerar perigosíssimo faz muito tempo: o "politicamente correcto" com "lembrança" (a meu ver ameaça) de que, se não te comportares como te dizem para comportares, sofrerás graves consequências. 

Lembro-me sempre da surpresa que senti durante os primeiros anos depois de chegar ao UK. Por todo lado existiam cartazes que eu consideraria de imediato como impróprios. Nos bancos, por exemplo, encontram-se sinais a dizer: "não se toleram faltas de educação. Não levante a voz, ou poderemos chamar a polícia". 

Mas isto lá é coisa que precise ser dita?
E porque não pode uma pessoa, de vez em quando, levantar a voz? Se estiver legitimamente a sentir-se indignado? 

Existem diferenças entre um abusador e uma vítima. Estes "cartazes" politicamente correctos nivelam todos pelo mesmo e obrigam as pessoas a um controlo mais por receio de represálias do que outra coisa. Estão errados. Os anos que já vivo aqui quase que dissipam as muitas razões que poderia apontar. Uma pessoa habitua-se a ver estas atrocidades que partem de um pressuposto de agressividade e tratam todos como vilões, criminosos.

Mas me digam o que sabem a respeito destes novos termos de fenómenos sociais.

2 comentários:

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