quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Tatuagens Brancas


Aqui há  uns meses deixei entusiasmar-me no blogue de uma pimenta qualquer-coisa sobre um tema relacionado com tatuagens. Disse, na altura, que sou algo vanguardista no que respeita à arte de enfeitar o corpo. E mencionei as tatuagens brancas.

O que são? Já lá vou.
Para já, na minha opinião, são mais elegantes. E discretas. O meu «problema» com as tatuagens convencionais, na realidade são DOIS «problemas». Primeiro: é permanente. Não gosto de rabiscos permanentes porque os gostos alteram-se com o tempo e por mais que um tatuado pretenda convencer-se de que se sente bem com algo que fez há muito tempo, a percentagem dos que procuram cobrir velhas tatuagens com novas, imagino que seja elevada. Só não é mais porque o processo é caro e nem todos podem ir já a correr disfarçar o rabisco.

O segundo «problema», é que o que ficou convencionado como tatuagem, a técnica e o resultado, não me atrai. Desenhos, ora pintados a cor ora a preto e branco. Acabam por se tornar grafittis na pele. Acho giro com caracter temporário. Uma brincadeira, algo para combinar com um estado de alma, com uma estação do ano, com umas peças de roupa ou evento. Mas uma coisa destas permanente? Enjoa.


No meu entender, são poucas as pessoas que ganharam direito a marcar o seu corpo de forma permanente. Claro, todos têm esse direito. Mas refiro-me a algo conquistado a nível espiritual. Vejo pessoas a se tatuarem por tudo e por nada, achando sempre que terem tido um filho é motivo, como se a humanidade não existisse há milénios porque todas as mulheres antes fizeram o mesmo. Ou terem perdido um parente é motivo, como se a humanidade não convivesse há milénios com a perda de entes queridos. Ou tatuam-se porque estão extremamente apaixonados, como se Romeu e Juliena ou Adão e Eva já não lhes tivesse ensinado uma lição... 

Que interesse pode existir (no meu entender) em marcar o corpo, se a alma não estiver a transbordar de marcas dolorosas? De suplantações? No meu sentir, faz sentido marcar o corpo num acto de sobrevivência extrema. "Sobrevivi" a uma penosa batalha de vida... Ou destrui muitas vidas e vou marcar-me...  Uma espécie de penalização por o mal praticado. (Não dizem que as tatus se popularizaram na prisão? Pois. Faz sentido que um assassino queira tatuar-se). Acho que se fazem tatuagens hoje em dia com demasiada banalidade. Só porque sim.

Nada contra - repito. Mas no meu entender nenhuma banalidade ou evento corriqueiro natural do ciclo da vida me levaria ao acto. Acho que qualquer marca no corpo tem de ser GANHA. Entendo os guerreiros, antigamente. A sobrevivência deles e do seu povo dependia de diversas batalhas.  A vida não era uma coisa garantida, como é hoje. Entendo essas marcas, esse lado espiritual. Hoje não entendo. Trabalha-se numa secretária num escritório... as «batalhas» são outras e a vida é garantida, até o factor «morte» surpreender.



Se o objectivo é estético, então eu optaria sempre por outro tipo de marca que não a tatuagem convencional. Como por exemplo o corte para deixar cicatriz ou tatuagem com tinta provisória ou de decalque.

Bom, a «tatuagem branca» ainda não é muito divulgada e varia. Mas, pelo menos nas peles brancas e não negras, ficam, no meu entender, melhor que as outras, sempre com contornos pretos. Deixo-vos aqui uns exemplos bem diferentes. Ah, e afinal, podem brilhar sob a luz ultra-violeta...





2 comentários:

  1. Eu gosto de tatuagens :) dependendo, claro do que é desenhado e do local onde são feitas... já vi algumas que são verdadeiras obras de arte! Estas tatuagens brancas também são bastante bonitas :)

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  2. Não sou nada fã de tatuagens.
    Quaisquer que sejam as cores.

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